Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Copyright©2023
Conteúdo adulto.
Proibido para menores de dezoito anos.
Sumário
DEDICATÓRIA
MENSAGEM DA AUTORA
AVISO
SINOPSE
PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
EPÍLOGO
BÔNUS I
Bônus II
SOBRE A AUTORA
OUTRAS OBRAS
DEDICATÓRIA
Dedico esse livro a você, que decidiu que deveria doer como
nunca, para que não doesse nunca mais.
MENSAGEM DA AUTORA
Nenhuma amarra é mais poderosa que o medo, lutar é um
ato de resistência, então resista.
AVISO
Chegamos ao terceiro livro da série dos Anjos da Escuridão,
DIMITRI não é o tipo de leitura que nos relaxa, ao contrário, ela
incomoda, pinica, nos deixa desconfortáveis e por muitas vezes com
vontade de parar. Mas nosso Anjo das Sombras não permitiria
novamente que as coisas que o incomodam permanecessem como
estavam, pelo contrário, chegou o momento dele lutar e se libertar
da coleira invisível que o prende. Apesar de ele não fazer isso da
maneira correta e sim de forma cruel e distorcida, ao final de tudo, o
que ele mais deseja é ser livre.
Em uma história repleta de reviravoltas e dor iremos
descobrir que a forma de sentir deste Anjo é diferente, ele me fez
caminhar por lugares desconhecidos e por muitas vezes tortuosos,
mas é assim que ele é, sombrio, escuro e sádico, e é neste ponto
que meus avisos começam.
SE TEMAS COMO:
Doma de pessoas;
Estupro de vulnerável;
Terror psicológico ;
Hipnose e manipulação da mente, utilizadas de formas
sombrias. (lembrando que a forma como a hipnose é retratada
neste livro, não condiz com o trabalho de profissionais que auxiliam
na saúde e bem-estar das pessoas na realidade, aqui se trata de
uma história fictícia e sombria, onde as coisas são potencializadas
para demonstrar a crueldade sofrida pelo personagem principal;
Assassinato;
Tortura;
Sadismo;
Sexo e relacionamento abusivo de consentimento
duvidoso e sentimentos distorcidos.
Incomodam ou te causam algum gatilho, NÃO LEIA ESTE
LIVRO. De todos os meus Anjos, até o momento DIMITRI é o mais
perverso, não se importando com os caminhos que percorra para
que alcance seus objetivos.
Mas se um Anjo Sombrio e malvado lhe causa excitação e
desejos de conhecer as profundezas perturbadas de uma mente
afetada pelo medo e pela dor, eu te desejo uma boa viagem, e que
as asas da escuridão te envolvam, apresentando-lhe o amor em sua
forma mais bruta, enquanto é lapidado arrancando lascas de dor até
que tudo que sobre sejam os sentimentos desconhecidos que irão
se revelar apenas aqueles que suportam a transformação.
SINOPSE
(...)
Acordo de madrugada, assustado, quando puxo o corpo
pequeno e macio que agarro como se fosse meu bote salva-vidas,
aquele amuleto que se usa para espantar os maus espíritos. Cheiro
seus cabelos negros e longos, descendo pelo seu pescoço
enquanto sinto seu perfume, colo meus lábios sobre a marca do
meu nome em seu ombro.
Mas um arrepio ruim percorre meu corpo e sem entender o
que ando sentindo, por ter ela em meus braços, em minha vida,
fazendo com que um desejo insano de fundi-la a mim vinte e quatro
horas por dia, perdido e confuso. Devagar, saio da cama e decido
caminhar pela casa apenas de cueca.
Estou chegando à cozinha quando ouço algo que joga minha
mente no abismo e trava meu corpo.
— Daemonium[5] — Meu corpo paralisa e sinto uma lágrima
escorrer pelo meu rosto, o desespero me toma e tudo parece voltar
àquela época. — Estou vendo meu Anjo caindo, Dimi? — O grito
que minha mente dá é tão alto que poderia estourar minhas cordas
vocais.
Bratslav sorri, escarnecendo da minha situação, ele sabe que
só posso me mover com sua ordem, o desgraçado aprendeu direito
com a Madame Loren a ter domínio sobre mim.
— Estou vendo que quer dizer algo, o que seria? — Suas
mãos percorrem meu corpo e a ânsia de vômito chega até minha
garganta, quero mandá-lo ao inferno, mas minha boca profere as
palavras que mais odeio no mundo.
— Quero te chupar, senhor. — Eu me debato internamente,
não quero agora, como não queria com cinco anos, como não quis
por todos os anos em que ele fez o que fez comigo, junto aquela
mulher maldita.
Vejo-o abrir as calças, abaixando, colocando seu pau mole
para fora, meus olhos queimam, minha garganta dói, por mais alto
que grite não consigo, por mais que eu me debata estou paralisado.
— Ajoelha, Dimi, chupa seu pirulito favorito, sabe que sempre
foi meu preferido, sabe que o papai sempre amou mais você que
todos os outros.
“Não, não, não, não!” Minha mente implora gritando
desesperada, sentindo a ânsia por depois de tantos anos sentir o
gosto e o cheiro desse desgraçado à minha frente, mas não posso
não obedecer, meu corpo está sob seu controle e me ajoelho, indo
em sua direção, até que minhas mãos o seguram levando-o até a
boca, começando a chupar como se fosse minha coisa favorita no
mundo e vendo que ele se excita começando a ficar duro.
— Sua boca sempre quente me acomoda tão bem,
Dimizinho. Continua chupando o papai.
Arranho com minhas unhas de dentro para fora para que
acorde, para que saia desse lugar onde me encontro e o assassine,
mas estou à sua mercê, estou à sua disposição, sempre estou,
sempre.
Suas mãos vão até meus cabelos e não estou mais aqui,
estou lá, com ela gargalhando. Minha boca não o acomodava,
nunca conseguiu, mas ele forçava, machucava até que se enterrava
em mim.
Sinto seus dedos em minha cabeça, em meus cabelos e sei
que ele sente a cicatriz, volto à realidade, ao momento em que
estamos agora, com seu pau indo até minha garganta, enquanto ele
me sufoca e fode minha boca. Seu cheiro nojento e seu suor se
misturam a tudo, deixando ainda pior o que me faz, não adianta me
debater, gritar, me machucar dentro da minha mente, meu corpo
jamais irá reagir.
Ele goza urrando, pressionando meu rosto contra sua pelve,
fazendo-me engolir tudo, quando seu pau para de pulsar ele se
retira da minha boca vestindo sua calça e sorrindo satisfeito.
— Gostou do seu leitinho, meu filho? — Sua mão imunda
toca meu rosto.
— Sim, papai. — Sorrio para ele.
— Agora preciso de que se lembre quem é, e o que nasceu
para fazer, já foi desobediente o suficiente quando levou madame
Loren embora, como ela não tem mais serventia para mim, a deixei
sob sua tutela, mas preciso que se lembre de que em sua cabeça
existe um chip bomba e não pode me desobedecer. Pegue a cadela
que Dusham salvou e que só está viva porque tenho planos para
ela, e chute sua bunda para longe, está muito próximo a ela,
criança, e o papai não gosta de dividir seu prazer com ninguém
além das joias que pode domar. Você entende, não é?
Desgraçado maldito, quero beber seu sangue, é isso que
minha mente grita.
— Sim, papai. — Porém é isso que minha boca diz.
— Gosto de me fazer entender, posso ser bem mais cruel da
próxima vez, sabe que não tem autorização para ter joias e você é
uma criança muito teimosa, Dimizinho. — Vejo-o arrumar a postura.
— Sabe que se ousar me tocar de alguma forma sua cabeça se
espalha em milhões de pedacinhos por aí, então agora, criança, vou
libertá-lo do meu poder. Liberatus[6]
Quando sinto que me pertenço novamente dou um passo em
sua direção, mas ele me lembra os motivos de me submeter.
— Esse é o garotinho do papai, agora seja o Anjo das
Sombras e leve aquela imunda para longe, ou eu mesmo darei um
fim nela.
Vejo-o sair sorrindo, arrumando seu pau na calça,
desaparecendo das minhas vistas da mesma forma sorrateira com
que apareceu.
(...)
(...)
— Madame Loren — digo aflito e desesperado.
— Dimizinho, estava com saudades de você, criança.
— Me deixe! Por favor, não me toque! — imploro encolhido
no canto do quarto vinho em que acabei de acordar, tenho quinze
anos, e a última coisa que me lembro é das palavras daquele
demônio que meu presente estaria me aguardando.
— Ah, querido, nossa noite será tão longa e proveitosa.
— Não, não, não! — Cubro minha cabeça com os braços
encolhido no canto.
— Daemonium. — Quando a ouço meu corpo inteiro já não
pertence mais a mim, eu sou o brinquedo dela.
Seus comandos se iniciam e começo a obedecê-la mesmo
que minha mente grite implorando que pare, ela me ordena que
fique de quatro sobre a cama e faço o que me pede, quando sinto a
pressão de algo ser introduzido em mim, meu grito é desesperado,
minha boca geme clamando por mais, mas eu sei que não sou eu.
Minha garganta queima pelo grito mental, meu corpo reage
aquecendo e endurecendo meu pau, quando começo a sentir o
vibrar poderoso em meu cu.
Madame Loren se deita sob mim, deixando sua boceta na
minha cara.
— Chupe, querido, chupe até que eu goze, com força, como
sabe que gosto. — Ela deve ter uns trinta anos, mas não parece a
idade que tem.
Quero socar a sua cabeça contra a parede com tanta força
até que seu cérebro esteja nas minhas mãos, mas não é isso que
faço, apenas obedeço as suas ordens, sentindo o quanto ela rebola
em minha boca.
Meu orgasmo chega, e como um ciclo onde suas ordens
destinadas a mim quando tinha apenas cinco anos, tudo reinicia.
Meu corpo é usado, explorado, humilhado, as horas passam com
ela fazendo de mim seu instrumento de prazer e tortura, sinto dor,
sinto ódio, sinto nojo de mim, sinto tudo com uma intensidade tão
grande que meu desejo é que o ar pare de entrar em meus pulmões
e eu morra.
Estou suado, cansado, esgotado, quando ouço sua
libertação.
— Liberatus. — Quando a ordem acontece ela retira o
vibrador de mim.
Encolho-me em posição fetal começando a chorar, um choro
de dor que anseia que alguém me tire daqui, que me salve, me
liberte.
Lembro-me de quando meus irmãos me protegiam, quando
aquela mulher fazia me lembrar das coisas que acontecem comigo
desde sempre, eles apanhavam por mim, como nós apanhávamos
por Darko, mas por que ninguém vem ao nosso socorro, por quê?
(...)
(...)
Ela sempre me convida a vir pelo telefone, quando quer me
ter longe de Bratslav, eu vou porque sei que quando ele está com
ela é muito pior. Minha mente já está alerta mandando-me voltar
atrás da minha decisão de ser um cachorrinho em suas mãos, mas
prefiro mil vezes ser usado por ela do que por ele.
— Dimizinho.
Quando ouço esse apelido maldito sinto o desejo de quebrar-
lhe o pescoço.
— Madame. — Olho para ela logo curvando minha cabeça.
— Ah, querido, como sempre um garoto obediente. — Ela
roda pelo meu corpo arrancando meu casaco.
Madame Loren é uma mulher linda, alta, loira, e que se veste
como as mulheres da idade média, longos vestidos com corpetes
encadarçados, que me faz soltar todas as vezes que quer me usar.
— Vai fazer tudo que eu desejar, Dimi? — Seu leque é
colocado debaixo do meu queixo erguendo meu olhar para que a
encontre.
— Sim — respondo imediatamente como costuma gostar.
— Hoje anseio por algo diferente, Dimi, desejo seus gemidos
verdadeiros. Você gosta de gemer para mim, Dimizinho?
— Sim, Madame.
— Posso confiar em você? — O que diabos ela está
querendo dizer?
— Sempre, madame.
— Hoje não vou trancafiá-lo em sua mente. — Como? Não
posso estar ouvindo isso. — Sabe, Dimi, eu acho que me apaixonei
por você, é meu protegido, querido, se desejar ficar posso tirá-lo de
Bratslav, tenho esse poder sobre ele, acredite em mim, querido, ele
se ajoelharia aos meus pés.
Minha mente grita que é minha chance de acabar com essa
cadela dos infernos. Ah, Madame, não seja tão idiota a ponto de
acreditar que um demônio como eu pode ser contido por alguém tão
tola como você, sem que seja a base de me trancafiar.
— Seria para mim o que anseio, Dimi? — Travo meus dentes
esperando o momento certo de dar o bote.
— Sim, Madame.
— Você me deseja, Dimi?
— Muito, Madame, meu corpo reage ao seu de uma forma
tão devastadora que anseio te foder de todas as formas sempre. —
Vou mentindo, controlando meu ódio com a força descomunal que
não sei de onde tiro, pego meu canivete do bolso da calça enquanto
falo tudo que ela deseja ouvir, vejo que a imunda está excitada por
me ter sem precisar forçar.
— O que deseja fazer comigo, Dimizinho?
— Chupar sua língua, madame, sentir seu gosto. — A cadela
sorri em um maldito movimento nojento que odeio com tudo de mim
e sei que agora ela fará.
Minhas palavras a fazem sorrir, um riso ridículo que me causa
ânsia.
— Faça querido, faça! Chupe minha língua como sabe que
gosto. — Quando sua língua nojenta é colocada para fora seguro-a
com uma mão e num piscar de olhos deslizo a lâmina afiada
arrancando um pedaço dela que cai no chão.
O grito que ela dá me faz gargalhar tão alto que estremeço as
paredes.
— Agora, sua puta, vou te mostrar tudo que anseio fazer com
você por todos esses anos. — Seguro seus cabelos com tanto ódio
para que me olhe, que posso arrancar seu escalpo se continuar
puxando.
Soco seu rosto com força, lançando-a longe, fazendo seu
corpo bater com força contra a parede, ela tenta fugir de mim,
escapar, mas sou o Anjo das Sombras, ela não tem chance alguma
contra mim.
A surra que dou na cadela faz seu corpo parecer uma boneca
de pano sendo jogada de um lado para o outro, eu rasguei suas
roupas com meu canivete, ela está nua e sangrando por todos os
lados.
— Nem mesmo vontade de enfiar meu pau em sua boceta eu
tenho, mas não vou negar que já gozei apenas com a surra que te
dei, agora vou trancafiá-la.
Seu olhar de espanto no único olho aberto me faz sorrir.
— Vamos ver se aprendi direito esse lance de hipnose. —
Sorrio demoníaco. — Será minha escrava eterna.
O primeiro estalo acontece fazendo uma lágrima escorrer
pelo seu olho bom.
— Queimará como uma cadela arrastando sua boceta no
chão todas as vezes que me ver.
O segundo estalo a faz soltar um grito abafado pela sua
própria mão.
— No momento em que seus olhos me verem, irá sentir todas
as angústias de uma alma aflita, desesperada e que agoniza,
apenas meu toque acalmará seu inferno.
O terceiro estalo a faz serpentear pelo chão como se
estivesse possuída.
— Quando eu disser, imunda, tudo irá iniciar, e só acabará
quando disser eu te amo, essas três palavrinhas a libertará,
madame.
Ela tenta balbuciar algo, mas sem sua preciosa língua nada
consegue.
— Um pertence a mim, — estalo meu dedo. — Dois é uma
cadela nojenta. — Novamente o estalar de dedos. — Três fará
exatamente tudo que eu ordenar. Imunda.
Neste momento tenho o início da minha vingança, Madame
Loren ficará presa no subsolo da minha casa em um lugar feito
especialmente para seres tão nojentos quanto ela.
(...)
(...)
Estou há duas horas ouvindo os gemidos de Dusham que
acabou de chegar de mais uma das muitas sessões de tortura que
Bratslav insiste em levá-lo, pelo pouco que entendi sobre a nossa
vida, seremos transformados em monstros e não podemos sentir
nada. Bem, eu já não sinto desde o dia em que fui apresentado
àquela mulher, mas o medo ainda ronda nossas camas e faz nossos
corpos tremerem.
— Dimitri. — A voz de Damian me tira do meu momento
temeroso. — Dimitri, acorde, precisamos conversar.
Saio debaixo das cobertas e vejo um Dusham todo
desfigurado, ensanguentado e furioso à minha frente.
— Por que ainda o enfrenta, Dusham? — Damian questiona,
Dusham tem doze anos, e sei porque faz, Darko é pequeno demais
e é o mais submisso de todos, sua voz é sempre um sussurro e não
sabemos se ainda continuará vivo depois de hoje, por horas ele
oscila entre acordar e desmaiar.
— Porque não serei domado, eu sou aquele que doma,
jamais abaixem suas cabeças, enfrentem o demônio olhando em
seus olhos. — Suas palavras são muito bonitas de se ouvir, mas no
meu caso não existe como me defender.
— E por que nos quer acordados? — Decido questionar e
voltar para a cama.
— Porque em breve sabe bem que Bratslav vai começar a
nos separar, essa foi a sua promessa, antes que isso aconteça e
cada um de nós seja levado para um lado, precisamos selar um
pacto de sangue. — Damian nos encara concordando com suas
palavras.
Dusham caminha nu até o canto de sua cama, arrastando-a e
retirando de lá uma gilete, podemos ver o quanto ele se esforça
para caminhar, mas existe algo em seu olhar que nos motiva.
— Somos família, mas isso não nos liga, sempre soubemos
que é cada um por si, mas precisamos honrar algo em nossas vidas.
Lealdade é algo que precisa ser mantido entre nós, e para isso
serve o pacto que faremos, cortaremos nossas mãos e
derramaremos nosso sangue neste lugar que para nós por muitos
anos vem sendo o inferno, selando assim nossa lealdade um com o
outro. O pacto existe para ser cumprido e só fica livre dele aquele
que morrer, seja qual for o pedido que façamos um para o outro ou
qualquer que seja a ordem dada, jamais quebraremos o pacto.
— Quer dizer que se eu desejar que mate alguém por mim,
farão? Ou se desejar que protejam alguém isso vai ocorrer? —
Damian pergunta e imagino que esse seja o mesmo questionamento
que passa na minha cabeça e na de Darko, caso ele estivesse
acordado no momento.
— Exatamente. — Sua resposta me anima, mas fico
frustrado, não se pode matar o segundo no comando da Triglav sem
condenar todos os outros, aprendemos isso desde sempre. — Seja
qual for o pedido jamais quebraremos o pacto, cumpriremos nosso
dever para com os outros, mesmo que nos odiemos como muitas
vezes fazemos, o pacto é nossa lei mais sagrada e nada é forte o
suficiente para quebrá-lo — Dusham informa. — Não sei se
conseguiremos sair todos vivos daqui — ele olha para Darko que
está desfigurado e remendado, e com certeza não irá amanhecer
vivo —, sei que no inferno existe demônios poderosos e o pacto
também será selado para que ele não morra. — Aponta para Darko.
Dusham parece desesperado e só apanhou como um animal por
defender Darko de mais uma surra que quase o levou.
— E se algum de nós quebrarmos o pacto? — sondo,
curioso.
— Aquele que teve seu pedido quebrado decide sobre a
forma que irá se vingar daquele que rompeu o pacto, pode ser tanto
uma surra quanto a morte, isso ficará a critério daquele que foi
desafiado, quebrar o pacto é desafiar aquele que o fez prometer.
— Eu aceito. — Damian estende sua mão e ela é a primeira a
ser cortada.
— Clamo para o demônio mais poderoso deste inferno que
se apresente — Dusham clama alto e com voz assombrosa. — Cure
Darko e nos permita viver para que em momento oportuno
possamos extirpar da terra Bratslav, enviando sua alma imunda ao
inferno para que seja torturado por toda a eternidade.
Um vento forte atravessa o lugar batendo com força a janela,
entendemos assim que nosso pacto foi aceito.
Em seguida, Dusham estende sua mão, Damian e ele me
olham, e mesmo que meu único desejo jamais possa ser atendido,
também estendo a minha. Dusham pega a mão de Darko que está
desmaiado, cortando-a, e vemos nosso sangue pingar no chão se
misturando aos outros, e ainda que não exista nenhuma certeza em
nossas vidas, esse seria nosso código eterno.
(...)
(...)
Caminho lentamente por não saber onde meus pés se
apoiam, é escuro e frio, muito frio, ouço apenas o ecoar dos meus
passos, onde estou com certeza é um lugar de silêncio absoluto,
minhas mãos vão á frente do meu corpo quando toco em algum
tecido macio e pesado, começo a vasculhar passagem quando um
clarão faz minhas vistas doerem.
Pisco algumas vezes quando encaro a cena à minha frente,
estou na minha antiga casa, é como me recordava, pequena, sem
nada, meus irmãos dormem nus e machucados na cama, é uma
visão, mas por que estou vendo isso?
A porta se abre e ela aparece, se encaminhando diretamente
a nós, a vejo rodar a cama dos meus irmãos e se direcionando à
minha.
— Dimi. — Ouvir seu sussurro arrepia meus pelos, mas de
uma forma boa, eu não a odeio por me chamar assim, ao contrário,
eu gosto de sua voz unido ao toque leve nos meus cabelos. — Dimi,
meu amor, a mamãe está aqui. — Vejo que abro meus olhos, eu
não me recordo desses momentos, eles nunca aconteceram, por
que estou vendo eles depois de morto? — Nunca permita que ele
machuque o Darko, seu irmão é o mais frágil de vocês, ele é o que
mais sente. Por favor, querido, não se torne aquilo que ele deseja,
seja forte, Dimi, tento com todas as minhas forças impedir que isso
aconteça a cada dia com vocês, mas sou fraca e não consigo conter
a fúria dele. — Sinto suas mãos alisarem meu rosto, eu vejo o que
ela faz, mas sinto aqui em mim.
Levo minha mão ao meu rosto apreciando o toque que o
pequeno Dimitri recebe à minha frente.
— Por que somos assim? Por que precisamos fazer o que ele
nos pede? Estou cansado, não quero passar pelo que aconteceu
hoje novamente. — Vejo que eu converso com ela.
— Perdoe-me, Dimi. — Suas mãos alisam meus cabelos. —
Quando fui tirada de casa jamais imaginei que seria para isso, eu
queria tantas coisas, mas nada do que um dia desejei eu consegui.
— Ele, ele... — o pequeno Dimitri à minha frente chora, me
fazendo recordar deste dia, o dia que ele esfregou seu corpo no
meu, o dia que suas palavras me apavoraram enquanto ele
segurava meu pênis com sua mão grande e grossa dizendo que eu
o foderia, eu não queria, eu nunca quis, ele me causa nojo, mas
minha mente estava sempre trancafiada.
— Não pense nisso, Dimi, vamos fazer uma brincadeira? —
Ele concorda com a cabeça. — Sempre que isso acontecer, pense
em flores, um campo cheio delas. — Ouvi-la falar isso parece
desbloquear uma lembrança, o dia que tatuei um minúsculo campo
de flores entre minhas tatuagens, me recordo que Damian riu de
mim, eu apenas queria a tatuagem e não me importei. — Eu amo
todos vocês, Dimitri, e desejo que sempre fiquem juntos, não
importa o que ele lhes faça, não permita que o que existe de bom
em vocês desapareça em meio à escuridão.
— Nós não temos poder contra ele. — O sussurro do
pequeno eu arrepia minha pele, ele constata o óbvio.
— Vocês não têm poder sobre ele ainda, querido, chegará a
hora em que tudo isso irá desaparecer, não existirá mais nada além
das suas próprias vontades e desejos, eu não estarei aqui, Dimi,
não irei segurar a mão de vocês por muito tempo, sei que meu
momento de partir chegará, mais resistirei o quanto puder apenas
para ter esses pequenos momentos com vocês.
— Ele nos quer para o mal, disse que somos ruins,
demônios, mesmo nos chamando de anjos. — Ouvimos um barulho
forte como se algo tivesse caído e sinto a reação do corpo do
pequeno eu se tencionando, o medo me toma como com certeza
toma a eles.
— Nada do que eu te diga na frente dele importa, Dimi, eu
sempre vou amar vocês, sempre vou amar cada pequeno momento
desses que temos escondido. — Então percebo seu rosto
machucado, suas roupas rasgadas, ela sorri e alguns dentes estão
quebrados, um nó na garganta se forma.
Ouço um grande estrondo e a porta se abre com força,
fazendo com que ela pule para longe de mim como um gato
assustado, o que sinto quando ela se afasta rasga meu peito, o
pequeno Dimitri se encolhe, vê-lo assim me faz temer e me encolher
junto.
Quando meus olhos encaram o azul assassino e demoníaco
dos dele, meu olhar vai para ela e vejo quando ele a segura pelos
cabelos arrastando-a dali, fecho meus olhos e me lembro do campo
de flores, elas são coloridas, de várias formas, e mesmo que jamais
os tenha visto eu sei que é lindo esse lugar, lindo como o sentimento
que me atinge, então abro meus olhos.
(...)
CAPÍTULO 34
Aliança de sangue
Cerimônia de casamento mais antiga da máfia Sérvia
Triglav...
@danimedina_autora
OUTRAS OBRAS
Aliança de Sangue
Promessa de Sangue
MÁFIA ESPOSSITTO
Nascido da Vingança
Nascido Da Tormenta
Nascido do Ódio
Nascidos da Máfia
Desejo Sombrio
CLICHÊ
LGBT
Top Secret: Desejo Oculto
[1]
Demônio em latim
[2]
Liberto em latim.
[3]
Tigresa em latim
[4]
Fim em latim
[5]
Demônio em Latim.
[6]
Liberto em latim.
[7]
Situado no icônico edifício 'Geozavod' no coração da cidade velha de Belgrado,
o Salon 1905 oferece uma experiência gastronômica verdadeiramente único.
[8]
É uma mulher muito linda, Monike. Em italiano.
[9]
Como sempre um galanteador doutor Antony. Em italiano.
[10]
Imundo em latim.
[11]
Livre em latim.
[12]
Capital da Itália.
[13]
Estrela em italiano.
[14]
Vagalume em italiano.
[15]
Família em italiano
[16]
Novo imperium
[17]
Ceifeiro em italiano, alcunha de Henrico.
[18]
Deus do Submundo, Alcunha de Salvatore
[19]
Deus da Guerra, alcunha de Ettore.
[20]
Marcas de terror em inglês.
[21]
E, é claro, o Afeganistão é, de longe, o maior produtor de ópio do mundo - as
estimativas do Unodc são de que o país seja a origem de mais de 80% do ópio e da
heroína globais.
[22]
O ópio é um suco espesso extraído dos frutos imaturos de várias espécies de
papoulas soníferas, utilizado como narcótico. Planta essa que cresce naturalmente na Ásia,
sendo originária do Mediterrâneo e Oriente Médio. O ópio tem um cheiro característico, que
é desagradável, sabor amargo e cor castanha .
[23]
A sepse é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo
produzidas por uma infecção. A sepse era conhecida antigamente como septicemia ou
infecção no sangue. Hoje é mais conhecida como infecção generalizada. Na verdade, não
é a infecção que está em todos os locais do organismo .
[24]
Anjo em grego.
[25]
Bali é uma ilha da Indonésia conhecida por suas montanhas vulcânicas repletas
de florestas, seus arrozais, suas praias e seus recifes de coral. A ilha abriga locais
religiosos, como o templo Uluwatu, localizado na beira de um penhasco. Ao sul, a cidade
litorânea de Kuta tem bares animados, enquanto Seminyak, Sanur e Nusa Dua são cidades
turísticas bastante procuradas. A ilha também é conhecida por seus retiros de ioga e
meditação .