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Mistaken
Betrayed
Ruined
Trilogia Recomeços
Por mim
Série Gorillas
First Time
Playing For Life
Copyright © 2022 K.A. PEIXOTO
Capa: Lilly Designer.
Ilustração: @bytnart.
RevisãO: Evelyn Fernandes e Marcielle Alves.
ISBN: 978-65-00-83526-7
Oi, meus amores, tudo bem?
Eu adoro esse momento em que desejo boas-vindas para quem
chegou agora no KaVerso e um olá gostoso a quem está comigo desde os
outros livros.
Além do Amor é o livro da nossa querida Paola, que apareceu em
outras três ou quatro obras do meu universo, inclusive em Opostos. E como
ela é, essa história tem a intenção de ser leve, gostosa e divertida.
Confesso que ela já falava na minha cabeça há muito tempo e
demorei muito para dar voz a ela, mas espero que toda essa demora tenha
valido a pena.
ADA é um romance contemporâneo + 18, que contém: palavras de
baixo calão, consumo de bebidas alcoólicas e cenas de sexo explícito, além
de uma cena que aborda o tema câncer infantil, que pode gerar gatilhos.
Caso esse assunto seja delicado para você, recomendo que pule o capítulo,
porque isso não afetará em nada no entendimento da história.
O maior gatilho desse livro é que o baby cozinheiro é único e
exclusivo da Paola. E eu me esforcei muito para que as lágrimas de vocês
fossem só por baixo, e acho que consegui.
Se você já leu Opostos e gostou, fiquei sabendo que algumas
pessoas dessa trilogia que virou uma série, irão aparecer para matarmos um
pouco a saudade deles.
Bom, todos os recados foram dados, agora só posso desejar que
tenham uma boa leitura.
Um grande beijo,
K.A. PEIXOTO!
Clique aqui para acessar a Playlist.
“Dedico este livro a Evelyn Fernandes, a maior fã da Paola e uma amiga
que eu desejo que todo mundo tenha uma igual ao lado. Boas amizades
fazem a vida se tornar mais leve, e é assim que me sinto sendo sua amiga.”
Nove anos atrás.
Hoje é meu aniversário de 15 anos e como sempre, meu pai nos
trouxe para almoçar fora.
É sagrado para ele que sempre tenhamos esse momento em família,
só nós quatro, antes de qualquer festa ou outra coisa que queiramos fazer
em nossos aniversários.
Sei que meus amigos estão preparando uma festa surpresa para mim
na casa do JP, ele nunca consegue esconder nada de ninguém. Mas de
qualquer forma, vou fingir que não sabia, só para que nenhum deles fique
chateado.
Só estou torcendo pra ele não fazer igual à minha festa de 13 anos.
O pedi para que desenrolasse a piscina do condomínio onde mora e para
que chamasse os meus amigos, que se resumiam a quatro pessoas, contando
com ele, e o idiota chamou mais de vinte. Eu pensei que teria um treco e
morreria no dia do meu aniversário.
Tirando eles, as demais pessoas que estavam ali, nunca nem
trocaram mais de um “oi” comigo, mas isso não chega a ser um problema
para mim, já que não gosto muito de socializar com muita gente, só que eu
não queria ter que estar com eles naquele momento.
E sendo bem sincero, não entendo quem gosta de ter tantos amigos e
atenção de tanta gente.
Nunca vai entrar na minha cabeça essa necessidade de ser adorado
por muitos ou de ser o centro das atenções. A maioria das pessoas são
falsas, por que vou querer um monte desse tipo ao meu redor?
Mas sei que todos foram por causa da piscina semi-olímpica do
condomínio e não por mim, obviamente.
E foi o pior aniversário da minha vida, disparado!
— Nandinho, gostou do almoço? — meu pai pergunta enquanto me
abraça pelo ombro e me puxa para perto de si. Ele tem um jeito todo
animado e carismático, que com certeza foi algo que não herdei, e é fácil de
qualquer pessoa perceber. Minha mãe também é igual a ele, então não tenho
noção a quem eu puxei. — Queria ter te levado naquela churrascaria, mas
voltaríamos muito tarde.
— Tudo bem, pai. Eu adorei o camarão internacional! Ele foi pra
minha lista de comidas que vou querer pesquisar a receita e fazer em casa.
Eu amo cozinhar, sempre gostei de observar minha mãe na cozinha,
e quando tive idade suficiente para que ela se sentisse segura, comecei a
mexer em certos utensílios e com o fogo, ajudando-a com algumas coisas, e
hoje, normalmente, sou eu que faço nossas refeições aos finais de semana e
feriados.
— Eu compro todos os ingredientes, é só me falar. — Passa a mão
no meu cabelo e depois me solta, indo até a mamãe, que anda mais devagar
atrás de mim, empurrando o carrinho da Flavinha.
Minha irmã nasceu no início de janeiro, dia cinco, e eu não poderia
ter ficado mais feliz!
Quando dona Valéria contou que eu tinha me tornado o filho mais
velho, fiquei alguns dias processando a ideia, e só então comecei a me
animar. De início, veio aquela sensação de que perderia a atenção deles, que
não seria mais tão amado, mas logo entendi que o amor só cresceria.
Meus amigos que têm irmãos mais novos não entendem como gosto
tanto de ficar com ela, mas desde que minha pequena nasceu, parece que
criamos uma conexão na hora, assim que a vi no colo da nossa mãe pela
primeira vez, tive a certeza que amaria aquela garotinha com todo o meu
coração.
Uma das partes mais legais do meu dia é chegar da escola e poder
ficar com ela o máximo de tempo possível. E mamãe ama, porque além de
ajudá-la com as coisas da Flavinha, ela pode descansar um pouco.
A mais velha decidiu sair do emprego quando chegou no sexto mês
de gestação, porque estava passando muito mal e o papai tinha que pedir
para o tio Jorge buscá-la sempre que ficava assim.
— Pai, por que o tio Jorge não pôde vir? — Me viro para perguntar
e caminho lado a lado com eles, aproveitando para olhar minha irmã dentro
do carrinho e a vejo dormindo segurando o seu paninho.
— Ele disse que teve um imprevisto na oficina, aí não deu para vir
com o seu primo — me explica. A oficina dele é bem famosa, sempre tem
gente, e ultimamente, titio está mais ocupado que o normal. — Mas tenho
certeza que depois vai passar lá em casa para te dar um abraço, ele nunca
deixa de te ver.
Concordo e me ofereço para empurrar o carrinho da Flávia, e minha
mãe deixa, se encostando no marido e o abraçando.
O JP vive falando que preciso ser um cara que interage mais nos
grupinhos que tem na escola, mas constantemente digo que estou pouco me
importando com isso e ele responde que assim nunca irei perder o BV.
E até acredito que o meu amigo tenha razão.
Quem, do nada, iria vir falar comigo? Estou sempre na minha, não
costumo olhar para outro lugar que não seja o chão, exatamente para não
encarar alguém sem querer e a pessoa querer vir conversar comigo por
educação ou por qualquer outro motivo que me faria ficar com vergonha e
querer sair correndo.
Meus pais já me levaram em alguns médicos para ver se isso era
algum problema, se eles me fizeram algo que resultou nisso ou qualquer
outro motivo, mas, na verdade, eu só gosto de ficar na minha mesmo.
Isso não deveria ser um problema.
Minha mãe pede para irmos até a barraquinha de sorvete, então nós
atravessamos a avenida, passamos por uns policiais que nos dão boa-tarde,
e assim que o senhor simpático nos atende, paramos para olhar todos os
sabores que têm.
Escuto uma agitação atrás de mim e me viro a tempo de vê-los
olhando estranho em nossa direção. Eles conferem algo no celular e depois
encaram o papai, que está distraído demais para perceber isso.
Sei que essa atitude não é normal.
— Pai! — chamo, mas ele me pede para esperar um pouco. — Pai!
— insisto e ele se vira na mesma hora que um policial tira a arma da cintura
e aponta para ele.
— Senhor, coloque as mãos onde eu possa ver! — diz em um tom
nada amigável.
Os outros também estão com as armas apontadas para ele e
caminham devagar até nós de forma calculada para que a gente fique
cercado por eles.
O que é isso tudo?
Por que estão fazendo isso?
— Jean, o que está acontecendo? — minha mãe pergunta, e sei que
essa é a sua voz assustada. Quem não ficaria?
Sinto meu coração bater muito forte e minha reação é me abaixar
para pegar a minha irmã.
— Fique parado, garoto! — um policial grita para mim, e fico em pé
novamente, sentindo minhas pernas sem forças e meu corpo todo tremer de
medo.
Por que isso está acontecendo?
— Ele é só uma criança! — meu pai grita. — Não precisa apontar
uma arma para ele! — fala com mais calma, mas por causa do seu grito,
minha irmã acorda e começa a chorar.
Olho-a e bem devagar, coloco a mão na alça do carrinho para
balançar e tentar acalmá-la, mas parece que só a faz chorar ainda mais.
— O que está havendo aqui? — mamãe pergunta a um deles, sem
conseguir evitar o choro. — Por que vocês estão apontando suas armas para
nós?
— Não é nada com a senhora! — um outro policial que estava atrás
da gente responde. Eu nem havia visto que ele tinha vindo para cá! — Pelo
menos até onde sabemos, é o seu marido que será preso sem maiores
transtornos se não fizer nenhum movimento brusco.
Preso?
Por que eles vão prender o meu pai?
— Por quê? Meu marido não fez nada, senhor! — minha mãe diz
quando o guarda segura os braços do papai para trás, algemando-o.
Olho ao redor e vejo que tem muitas pessoas aqui, algumas estão
apenas olhando, outras filmando o que está acontecendo, e tem até mesmo
aquelas que estão correndo por medo de tantas armas sacadas ao mesmo
tempo.
Quando guardam as armas, tiro minha irmã do carrinho e a aperto
em meu peito, querendo que fique calma e pare de chorar.
— Os senhores estão me confundindo! — meu pai diz, tentando ter
a atenção deles. — Sou apenas um contador, pago todos os meus impostos e
nunca cometi nenhum crime!
Os policiais riem em sintonia.
— Acha que é o primeiro bandido a nos falar tal coisa? Cada dia
que passa vocês estão menos criativos — o policial que parece ser o mais
irritado diz isso e o empurra com força para a parte traseira da viatura.
— Por favor, isso é um engano! — mamãe diz, desesperada. Tenta ir
até um deles para tentar argumentar, mas a única coisa que ele faz é
empurrá-la, fazendo-a cair no chão.
Isso tem que ser um pesadelo!
Não pode estar realmente acontecendo.
Flavinha não para de soluçar no meu colo quando me abaixo para
ver se minha mãe se machucou, mas ela abraça meu corpo e chora enquanto
assistimos papai ser jogado como lixo dentro do carro e ir embora.
Consigo ler seus lábios quando ele diz: “vai ficar tudo bem”.
Meu pai nunca mente para mim, então tenho certeza de que tudo
ficará bem.
Tem que ficar.
As pessoas ao redor continuam olhando e nos filmando. Os olhares
são maldosos, cheios de julgamento, mas não me importo de ficar ali até
que as duas se acalmem.
Preciso segurar meu choro e ser forte por elas, alguém tem que ser.
Mas a imagem do nosso herói sendo preso, levado dentro de uma
viatura, se repete inúmeras vezes na minha cabeça, fazendo um nó se
formar na minha garganta.
— Vem, eu ajudo vocês! — Uma mulher se aproxima e a encaro. —
Meu carro está aqui perto, posso levá-los para casa ou até para a
delegacia… Qualquer lugar!
— Paola, fazendo caridade novamente? — Um homem aparece
atrás dela, de cara emburrada e nada feliz por ela estar falando conosco.
Deus, é muita coisa para raciocinar ao mesmo tempo.
— Você pode ir embora se quiser, Gael — ela responde sem nem
encará-lo e se abaixa na minha frente. — Vamos? — me pergunta.
Eu sei que aceitar ajuda de um estranho é a coisa menos confiável a
se fazer, ainda mais nessa situação muito inusitada e confusa, mas algo me
diz que é a coisa certa a ser feita nesse momento.
Minha mãe não vai conseguir dirigir nesse estado, muito menos
resolver algo.
— Obrigado! — digo e ela sorri.
É o sorriso mais bonito que já vi em toda a minha vida.
Ela ajuda a mamãe a se levantar, e mesmo sem conhecê-la, a abraça
e depois nos guia até o seu veículo, em um estacionamento bem perto de
onde tudo aconteceu.
A mais velha foi na frente com ela, depois que o tal do Gael se
recusou a estar no mesmo carro que nós, e eu fiquei atrás, carregando minha
irmã, que depois de tanto chorar, acabou dormindo com os olhos inchados e
o rostinho vermelho.
— Meu marido é um homem bom! Genuinamente bom, sabe? Isso
foi um terrível engano. — Presto atenção na conversa delas, e a mulher
realmente parece acreditar.
Não sei quantos anos tem, mas não parece ter mais do que 22 ou 23,
e pelo automóvel, dá para ver que tem muito dinheiro. Adoro pesquisar
sobre carros, e sei que esse é bem caro.
As duas continuam conversando até que a mulher para na frente da
nossa casa, carregando um olhar de aflição pelo estado da minha mãe ao vê-
la saindo do veículo e vindo até mim e pegando minha irmã no colo.
— Guarda isso com você, e se precisarem, me liguem a qualquer
momento, tá bom? — ela fala comigo antes que eu saia e me entrega um
cartão de visita. — É o advogado do meu pai, ele é ótimo. É só falar que foi
indicação da Paola que depois resolvo com ele!
Olho para o papel e depois para ela, sem saber como reagir.
Ela é linda demais para ser real e sinto meu rosto ficar corado pela
atenção que estou recebendo.
— O-obrigado! — É a segunda vez que digo algo para ela, e é a
mesma coisa que antes.
Saio do seu carro e antes que eu entre, a mulher já foi embora.
Vou para dentro de casa e encontro mamãe no telefone, já falando
com o meu tio, então aproveito para ir até o banheiro, onde me tranco, ligo
o chuveiro na intenção de abafar qualquer barulho que eu venha a fazer e
sento na tampa do vaso, abraçando minhas pernas contra o peito e
chorando, sentindo toda a angústia que me domina depois do que
aconteceu.
Precisei ser forte na frente da minha mãe e da minha irmã, sei que é
isso que meu pai espera de mim, mas a cena de hoje, do que fizeram com
ele, nunca vai sair da minha cabeça.
Meu aniversário ficou marcado para sempre, e esse, com certeza, se
tornou o pior.
01
Eu amo Búzios!
De tantos lugares que já viajei, aqui ainda está no meu Top Três de
lugares favoritos do mundo.
Cheguei há dois dias e já foi o suficiente para eu me sentir
revigorada e pronta para uma semana turbulenta, que sei que terei a partir
de segunda. Mas ainda tenho todo o final de semana para aproveitar.
— Eu não deveria ter dormido na espreguiçadeira! — Thaís fala ao
sair do banheiro da sua suíte só de calcinha e sutiã. Na mesma hora, vejo a
marca que o sol deixou em seu corpo e não consigo controlar a gargalhada.
— Não tem nenhuma graça, Paola.
— Tem sim, tem muita! — Sinto uma lágrima escorrer pelo tanto
que rio. — Te falei que não era uma boa ideia o biquíni cheio de alças na
barriga e que iria se queimar demais.
Ela revira os olhos e vai andando pelo quarto igual um pinguim, até
ficar bem no lugar em que bate o vento do ar-condicionado.
— Você é chata, parece uma mãe.
— E você parece uma adolescente que só escuta a mãe depois que
dá merda — rebato e ela mesmo com dificuldade, levanta o braço para me
mostrar o dedo do meio. — Como é o seu vestido de madrinha?
Na mesma hora, ela vira a cabeça para mim, como a mulher do
filme O Exorcista e seu olhar de espanto deixa claro que o vestido não vai
tapar essas marcas que ficaram no decote.
— Puta que pariu, besta! — choraminga. — Ele está pendurado no
closet.
Dou uma corridinha até lá e abro a capa que o protege.
Ele é lindíssimo e sem alças, com o decote reto.
Coço minha cabeça enquanto tento pensar em algo para ajudá-la,
mas nada me vem à mente. Mesmo se o meu tapasse o decote, o que não é o
caso, ainda teria que ajustar, porque o meu silicone é maior que o dela.
Aproveito para pegar um vestido bem soltinho no meio das roupas e
vou até onde ela está.
— Se veste, nós vamos até alguma loja que venda roupa de
madrinha.
— Mas eu fiz aquele sob medida…
— Deixe guardado para um próximo casamento, porque tenho
certeza que você não vai querer chamar mais atenção do que a noiva! —
Senta na cama novamente e concorda, colocando o vestido com cuidado e
resmungando toda vez que alguma parte do seu corpo arde. — Você ainda
deu sorte de ter tapado o rosto com o chapéu, besta! Senão iria ficar igual a
um pimentão.
Ela ri e depois choraminga.
— Você sempre sabe como me reconfortar — debocha.
— Estou aqui para isso, linda!
Depois, a ajudo a passar bastante hidratante no corpo, para refrescar
e melhorar a ardência, e então saímos da suíte até o estacionamento,
parando toda hora no caminho para falar com os convidados que já estão
chegando.
Preciso prender a risada várias vezes, porque Thaís finge que seu
corpo não arde horrores quando recebe esses abraços.
— Sem abraço, por favor — minha amiga diz assim que Gael se
aproxima de nós. — Estou toda ardida, até os fios do meu cabelo ardem.
Ele sorri de lado, vendo a vermelhidão bem aparente nos braços
dela.
— Pelo menos tem gente que acha a marquinha sexy… — Acho que
esse comentário foi na intenção de ajudar, mas não deu muito certo, porque
ela revira os olhos e começa a se abanar com mais calor que o normal. —
Oi, Paolinha! — Ele se aproxima e me abraça rapidamente, beijando minha
bochecha em seguida. — Estão de saída?
— Sim, vamos em uma loja de roupa.
— Ah, não vou oferecer minha companhia porque não vejo
necessidade de estragar minha sexta-feira! — brinca.
Ele deve ter transado, pois seu humor não é tão leve desse jeito.
— Nos vemos depois! — digo e saio andando com a Thaís.
— Nossa, ele ainda quer muito te comer — ela diz quando ficamos
a uma distância segura dele. — Muito mesmo!
— É, eu sei disso. — Destravo o carro que aluguei assim que
chegamos perto dele e ao entrar, já ligo o ar, colocando-o bem forte para
tentar ajudar um pouco a minha amiga. — Mas nem se ele fosse o último
homem da Terra! Já basta as três vezes que fiquei com ele logo depois de
terminarmos e ele achando que tínhamos voltado… foi como terminar com
ele uma segunda vez.
Thaís entra e me pede para dirigir com bastante calma, porque não
tem condições de colocar o cinto.
— Mas pelo menos vocês se dão bem, isso é bom — comenta.
— O Gael não foi um marido ruim, não tenho o que reclamar disso,
tínhamos uma boa relação e ainda a mantemos assim, mas de forma
diferente. — Ela concorda. — Mas não dá, amiga… imagina a gente tendo
um filho juntos e ele falando: tá vendo aquelas pessoas pobres? Elas só são
assim porque querem! — Finjo uma ânsia depois de tentar imitar a voz dele.
Thaís ri sem humor.
— Era torturante essas conversas dele, nunca tive paciência para
ouvir, porque sei que acabaria falando um monte de merda.
Coloco no GPS a loja que já tinha visto no Instagram várias vezes e
chego lá uns dez minutos depois. Paro na vaga reservada aos clientes, e
como sempre, assim que as pessoas me veem e reconhecem quem sou,
quase estendem um tapete vermelho para mim.
Não vou ser hipócrita e falar que não gosto de todo esse tratamento
que recebo, mas sei que não é sincero.
Aqui em Búzios todo mundo sabe que sou a Paola Santana, filha de
um dos homens mais ricos do Brasil e agora CEO da empresa Santana.
Nos demais lugares é mais difícil que saibam, a não ser quem já me
conhece mesmo. Mas como aqui é um local pequeno e venho para cá desde
novinha, já sou conhecida pela maioria dos moradores.
— Srta. Santana, que prazer tê-la aqui em nossa loja. — Uma loira
muito bonita vem falar comigo, já me servindo uma taça de champanhe. —
No que podemos ajudá-la?
— Obrigada! Minha amiga precisa de um vestido deslumbrante para
madrinha, nesse tom aqui. — Mostro no meu celular e ela faz um
movimento positivo com a cabeça, confirmando que conhece e tem. — E de
preferência, que tenha alças largas e um tecido bem fluído.
Ela entende o porquê do meu pedido assim que a Thaís, com muita
dificuldade, entra na loja, já procurando pelo ar-condicionado.
Dou uma olhada nas peças penduradas nas araras e enquanto a Tatá
tenta achar algo que goste, pego uma calça e um vestido para mim. Depois
me sento em uma das poltronas e espero.
Aqui na Rua das Pedras, que é a parte comercial mais badalada de
Búzios, tem absolutamente de tudo. Restaurantes com valores que variam
desde os mais caros, até os mais acessíveis, sorveterias, lojas de todos os
estilos de roupas e sandálias, bares e até mesmo duas baladinhas.
Eu adorava ir à Privilège quando era adolescente, hoje em dia estou
mais cansada para esse tipo de coisa. Menos no Carnaval, que é a época em
que me dou férias e aproveito como se não houvesse amanhã.
E falando em Carnaval…
Pego meu celular e abro as mensagens.
Barbie havia falado comigo mais cedo, mas meu celular descarregou
na hora que ia respondê-lo e depois esqueci.
Barbie: Vou querer dez quartos para o Réveillon no seu hotel em
Copacabana.
Barbie: Aliás, vou querer doze.
Eu: Claro, já são seus.
Eu: Depois me passa tudo por e-mail e já reservo os melhores!
Eu: E você e a Olívia, estão bem?
Conheci o Scott Barbieri, que é apelidado como Barbie, no Carnaval
do ano passado e acabamos ficando. Nessa época, ele ainda era solteiro e
nos demos bem de cara. Mas foi algo além do sexo, foi uma ligação
genuína, tanto que antes mesmo de ele me contar que estava se
apaixonando, nossas conversas não tinham mais nenhum teor malicioso.
A Olívia, que é contadora do escritório de advocacia que ele tem
com os amigos, é uma mulher incrível, e ele fez questão de nos apresentar e
esclarecer que não havia mais nada entre nós, para não ter nenhum tipo de
conflito com ela.
Para minha sorte, ela é dessas que não é insegura e em nenhum
momento me destratou por já ter ficado com ele, pelo contrário, também
nos demos bem de primeira e hoje somos amigas.
Barbie: Estamos ótimos, cada dia com mais gatos!
Rio ao ler essa mensagem.
Barbie: Ela te mandou um beijo e perguntou se você vem pra cá antes do
Réveillon.
Eu: Sim, vou sim! No próximo mês devo passar uns quatro dias aí.
Barbie: Te convidaria para ficar conosco, mas sei que não vai aceitar,
então vou evitar essa pequena discussão.
Barbie: Me avise quando vier, nós te buscamos no aeroporto.
Eu: Aceito a carona!
Conversamos mais um pouco, e guardo o celular quando a Thaís me
chama para ajudá-la a escolher entre dois, dos quinze vestidos que
experimentou.
Finalmente ela escolhe, então pago a conta e escuto a menina que
nos atendeu pedindo para eu divulgar a loja no meu Instagram. Apenas
sorrio enquanto me despeço e depois vamos embora.
Por mais que eu tenha muitos seguidores, não sou blogueira.
Uso meu perfil para mostrar minhas viagens e os passeios que faço,
nem mesmo do meu trabalho falo lá. A maioria das pessoas que me seguem
nem devem fazer ideia de quem sou, provavelmente acham que sou uma
patricinha bancada pelo pai que viaja o mundo todo.
E essa foi, sim, a minha realidade até os meus 19 anos, e não vejo
isso como um defeito, já que aproveitei das regalias para estudar muito e
não só curtir a vida.
E no dia que eu tiver um filho, também darei tudo do bom e do
melhor para ele, inclusive educação para que se torne uma boa pessoa, que
não precise mais depender de mim, mesmo que eu ainda esteja ali para
apoiá-lo de todas as maneiras, igual meu pai é comigo.
Se eu ligar agora para ele e disser que preciso de dez milhões, ele
me dará sem nem perguntar para quê. Assim como se eu falar que preciso
do seu colo, ele virá até mim o mais rápido possível.
Meu pai é realmente o meu herói, a pessoa que mais amo nesse
mundo todo.
Ele deve chegar aqui amanhã cedinho e quero estar de pé para
tomarmos café da manhã juntos.
— O que está rolando ali? — Thaís pergunta enquanto estamos em
uma pequena fila de carros para entrar no resort e vejo que tem três
seguranças falando com um homem ao lado da guarita.
Jogo meu carro para o lado e deixo o pisca-alerta ligado ao sair e me
aproximar deles.
— Estou com o pessoal do buffet, todas as vezes que me
perguntaram, já expliquei isso — o rapaz que está de costas para mim
responde.
Não sou de me meter quando vejo uma situação assim porque meus
funcionários, de todos os hotéis, são bem treinados. Faço questão de pagar
um treinamento à parte quando são contratados, para garantir que irão
seguir um padrão estipulado por nós.
Mas dessa vez, eu simplesmente vim, sem nem pensar direito.
— Boa noite! Está tudo bem por aqui?
Os seguranças me olham surpresos, mas na mesma hora fazem
questão de me explicar o que está acontecendo.
— Esse rapaz disse que está junto com o buffet, mas todos já
chegaram e o nome dele não está na lista — o mais alto deles me responde
e concordo ao ouvi-lo.
— Oi, qual é o seu nome? — Vou para o lado dos seguranças e fico
de frente para o possível penetra.
Ele demora um pouco para levantar o rosto, mas assim que me vê,
sua feição muda, como se eu fosse alguém que nunca imaginaria ver de
perto.
Acabo me perdendo na profundeza de seus olhos azuis claríssimos,
mas saio do transe quando um dos seguranças pigarreia.
— Eu me chamo Fernando Couto e vim no lugar do Pedro Fonseca,
que era o outro funcionário do buffet . Ele sofreu um acidente e não pôde
vir.
A voz é tão grossa que nem parece vir dele.
E ele não desvia o olhar do meu nem por um segundo.
— Certo, vou confirmar e resolveremos isso! — respondo e pego
meu celular na mesma hora, indo até o e-mail de liberação que enviei para o
resort na quarta-feira. — Fernando Couto… está aqui como substituição de
Pedro Fonseca — repito basicamente o que ele acabou de explicar. — Sinto
muito por isso! Provavelmente não enviaram essa informação para os
seguranças daqui. Caso aceite, será um prazer lhe dar um outro final de
semana com tudo incluso como pedido de desculpas.
Vejo-o tensionar um pouco o maxilar e então passa a mão no cabelo,
que é preto como a noite e um pouco grande, o que lhe cai muito bem.
— Obrigado pela preocupação, mas não precisa disso tudo! — Ele
finalmente desvia os olhos para os seguranças. — Posso entrar agora?
— Claro, Sr. Couto! — Uma pulseira laranja é colocada nele. Essa
cor indica que ele é um funcionário de fora que está trabalhando no resort.
Vejo-o entrar sem olhar para trás, andando a passos largos e rápidos.
Converso com os seguranças, pedindo para que eles tenham um
pouco mais de delicadeza quando acontecer algo do tipo, e também os
lembro que o rádio que eles têm poderia ser utilizado para falar com o
gerente, que rapidamente resolveria da mesma forma que fiz.
Volto para o carro e estaciono na minha vaga, Thaís pergunta o que
aconteceu e explico a ela.
— Daqui, o cara parecia ser um grande gostoso! — comenta.
— Ah, ele com certeza é! Tem que ver os olhos… são tão azuis que
nem parecem de verdade.
Ela me lança um olhar malicioso.
— Será que ele cairá nas suas garras?
Bufo.
— Te garanto que ele não demonstrou nem um pingo de interesse
em mim, e acho que ficou constrangido. Nem aceitou o convite de passar
um outro final de semana aqui, mesmo com tudo pago.
— Mas disse que seria na sua cama, junto com você?
Solto uma risada tão alta ao ouvi-la, que preciso depois olhar para os
lados e ver se não tinha ninguém no corredor que possa ter se assustado.
— Thaís, você é uma safada!
— Olha quem fala, né.
04
◆ ◆ ◆
◆ ◆ ◆
Ainda não consigo acreditar que apenas duas pessoas moram nessa
mansão.
Não faz o menor sentido!
Eles têm quarenta e dois funcionários e, dentre eles, doze moram
aqui, incluindo os cinco cozinheiros fixos que nos atenderam bem cedo e
têm sido muito solícitos conosco. Eles passaram as primeiras duas horas
mostrando onde tudo estava, como funcionavam os eletrodomésticos
diferentes e ainda nos ajudaram a descarregar as comidas que trouxemos.
Mas eles também são convidados, o que achei bem legal, então vão
aproveitar a festa e nós cuidaremos de tudo.
Confesso que demorei mais que o normal carregando as caixas
porque me distraía com a magnitude de tudo que tem aqui.
— É uma cozinha dos sonhos, né? — Priscila pergunta ao meu lado,
cortando alguns legumes enquanto limpo os camarões e mexilhões.
— Eu nem tinha tanta imaginação para sonhar com algo assim!
Ela ri e concorda.
— Tem pouco tempo que consegui uma cartela de clientes desse
nível, então não me acostumei em como tem pessoas que são absurdamente
ricas, a ponto de terem luxos que para nós, meros mortais, parecem coisas
bizarras! — comenta. — Sabia que eles são bilionários?
Sim, eu sabia disso.
Fiz uma grande pesquisa sobre a rede de hotéis há alguns dias, e fui
dormir quase duas horas da manhã vendo tudo.
A história do pai dela é a famosa “uma em um milhão”. Ele
começou sendo concierge de um hotel quando tinha 21 anos, fez faculdade
de administração e se tornou gerente. O dono do lugar onde ele trabalhava
tinha um grande apego nele, então acabou colocando em seu testamento que
deixaria 50% de tudo pra ele, já que não tinha filhos, e quando faleceu, o
deixou com uma boa herança.
Não tinha muitos detalhes no site, mas concluí que depois disso, ele
se especializou ainda mais no ramo e abriu seu primeiro hotel aqui no Rio
de Janeiro, e como as coisas foram dando certo, abriu mais alguns e criou
seu império.
— Uns com tantos, e outros com tão pouco — respondo-a.
— A vida não é justa, Fernando! Mas tenho certeza que tem gente
que nos olha e gostaria de ter o que temos.
É, ela está certa.
Sei que as coisas poderiam ser bem piores e por isso sou grato a
cada vitória, mesmo que a que eu mais deseje, ainda não tenha sido
conquistada.
— Bom dia! — Escutamos a voz de um homem e nos viramos para
ver quem é. — Espero que o espaço seja suficiente para o trabalho de
vocês.
Priscila limpa rápido as mãos e se aproxima dele.
O pai da Paola.
— Sr. Santana, é um prazer conhecê-lo pessoalmente. — Ela não
estende a mão, porque ainda continuam sujas, mas ele sorri e estende a dele.
— Você é a dona do buffet que a minha filha tanto elogiou, correto?
— Pri confirma. — Bem, estou ansioso para provar. Paola tem um ótimo
gosto para tudo, tenho certeza que não irão me decepcionar.
— Daremos o nosso melhor.
Ele dá uma volta na cozinha, apenas por curiosidade, vendo o que
estamos fazendo e para na minha frente.
Theodoro Santana está diante de mim, avaliando o que estou
fazendo.
— Graças a Deus… camarões limpos de verdade! — fala, aliviado.
— Nós ficamos traumatizados com o último que contratamos… eles não
limparam direito e como eram enormes, tudo acabou se tornando nojento
demais.
— Irei garantir que não fique nenhum resquício, senhor.
— Vou lembrar disso ao indicá-los aos meus amigos.
Sua simpatia é radiante e todo mundo na cozinha fica feliz com a
visita dele, que ainda vai até os outros cozinheiros e pega algumas uvas
verdes, depois de perguntar se pode levá-las.
Por fim, o senhor sai da cozinha, mas antes deixa avisado que
qualquer coisa que precisarmos, podemos procurar pelos funcionários que
trabalham na parte interna da casa, que eles saberão nos auxiliar.
Todo mundo se encara depois que o homem sai, surpresos com a sua
educação.
— Na minha cabeça, pensava que essa gente com muito dinheiro era
esnobe e soberba. Já estava esperando por um esporro! — Jorge, o
responsável pelas carnes vermelhas, fala lá do outro lado. — Coroa gente
boa!
E claro que começa todo um falatório sobre ele, mas me abstenho e
foco em limpar os demais camarões com perfeição. Conferindo um por um
ao terminar, porque mesmo que tenha feito um elogio, a pressão ficou ainda
maior em agradá-lo.
Theodoro não é só um cliente, é o pai da Paola, e não quero
decepcioná-lo, mesmo que ele não faça ideia de que a filha está saindo
comigo.
09
◆ ◆ ◆
Pensei que seria mais difícil convencer o Fer a vir comigo para
Goiás, mas ele topou bem fácil e também não reclamou muito quando
fomos ao shopping.
A verdade é que ele é um amor, foi superpaciente enquanto eu
entrava em várias lojas, carregou minhas sacolas, comprou um docinho para
mim enquanto eu estava distraída vendo umas joias novas, e não negou
quando comprei duas calças de alfaiataria da Reserva para ele.
Tive que fazer isso sem que o moreno visse, mas o fiz vestir quando
fomos em casa para pegar as minhas malas, e acertei em cheio. Ele ficou
lindo e ainda mais gostoso com uma calça naquele corte. Percebi que o
cozinheiro também adorou.
O que ele comprou na Riachuelo, para minha surpresa, também é
bonito, só não sei se também posso elogiar a qualidade, mas ele é tão gato
que a roupa é só um mero detalhe.
Infelizmente meu pai teve que usar o jatinho para uma emergência e
só o usaremos na volta, pois meus velhos também virão para a festa.
Comprei passagens de primeira classe e em pouco mais de uma hora
chegamos no estado em que minha amiga mora.
Informei aos caseiros da nossa chácara que chegaríamos por volta
das 15:00 horas e eles deixaram tudo pronto para nos receber.
Amo esse lugar e a energia maravilhosa que tem aqui, o que me faz
pensar que preciso me organizar melhor para vir mais vezes.
— Bem-vindo à chácara Santana! — digo assim que saímos do
carro. — Pronto para conhecer o lugar em que passei quase todas as minhas
férias da infância?
— Precisaremos de mais de um dia para essa tour.
Fernando ia pegar sua mala, mas um dos funcionários pede com
educação para que deixe isso com ele.
A casa tem nove suítes, duas salas de TV, uma de jantar e outra de
jogos, um bar e adega no andar subterrâneo, área de lazer enorme e bem
rústica com direito a uma piscina que caberia facilmente umas cem pessoas,
e a parte onde ficam os animais, que é bem grande e que mostrarei depois.
— É tudo muito lindo, Paola.
— É mesmo, né? Eu sou apaixonada pela decoração daqui, acho que
combina muito.
Subimos para o segundo andar e mostro os quartos, exceto o do
meus pais e por último vou no meu, que fica no lado oposto ao deles.
— E aqui passaremos a noite de hoje!
Deixo que ele olhe tudo e vou até a janela para ver os animais, da
mesma forma que fazia quando era criança, imaginando por horas como
seria se eu vivesse na chácara quando adulta.
Sinto o calor do Fernando quando ele encosta em mim e me abraça
por trás, jogando meu cabelo todo para um lado, deixando meu ombro livre,
onde deposita beijos suaves, que arrepiam todo o meu corpo.
— Gostou do quarto?
— Ele é ótimo, tem tudo o que precisamos… até uma banheira!
Me viro de frente para ele, que não demora a capturar meus lábios
com os seus, iniciando um beijo gostoso e cheio de promessas.
Ao se afastar, mordisca o inferior e depois beija meu pescoço.
— E iremos precisar da banheira?
Ele sorri de lado e sobe a mão pelo meu braço, alisando-o em um
vai e vem.
— Com certeza!
E se não formos para a festa que começa ainda agora e já pularmos
para a parte que colocamos esse quarto abaixo?
— Acho que quanto mais rápido chegarmos lá, mais rápido
poderemos voltar — sussurro com nossas bocas próximas, antes de beijá-lo
novamente. — E estou doida para voltar.
— Concordo com você!
Escuto quando deixam nossas malas do lado de fora e aproveito a
deixa para pegar a minha, abri-la em cima da cama e pegar a roupa que já
tinha deixado separadinha para não demorar.
Vou ao banheiro, mas não fecho a porta, porque apesar de saber que
ele não virá aqui, quero-o imaginando como seria se tivesse coragem de
entrar e me encontrar nua no chuveiro.
Eu já estou com tanta expectativa, que tenho até medo de me
decepcionar. Mas se no final ele for ruim de cama, trouxe vibradores
suficientes para me ajudar com o que o Fer não for capaz.
Tomo um banho rápido, tomando cuidado para não molhar o cabelo
que já fiz bem cedinho e ao sair do chuveiro me seco toda, visto a lingerie e
antes de colocar o vestido, chamo o Fernando.
— Pode me ajudar aqui?
Abro o fecho do sutiã de propósito para fingir que não consigo
fechá-lo sozinho. Fernando trava na porta quando me vê seminua e fico
olhando para ele pelo espelho.
Deixo-o admirar o meu corpo pelo tempo que achar necessário, até
porque, adoro essa atenção e o vejo engolindo em seco antes de se
aproximar.
— Consegue fechar meu sutiã?
— Claro!
Seus dedos tocam suavemente minhas costas e ele fecha com muita
facilidade, mas não se afasta e sinto sua mão escorregar lentamente até
minha bunda, bem na renda da calcinha.
Solto um suspiro quando ele a alisa e respira pesado perto da minha
nuca, me arrepiando mais uma vez.
— Deve ser difícil para você no dia a dia não conseguir fechá-lo —
ele sussurra. — Espero que também precise de mim para abri-lo.
Talvez terei que trocar de calcinha.
— Vou precisar de ajuda com muitas coisas, Fer.
Vejo através do reflexo quando ele fecha os olhos, respira fundo
novamente e passa por mim, indo para perto do boxe.
Se achei que estava arrasando na provocação, não imaginei que isso
resultaria em vê-lo se despir totalmente na minha frente.
Fernando está completamente nu. E ele fica de frente
propositalmente antes de ir até o chuveiro tomar banho.
Não consigo sair daqui, muito menos desviar meus olhos do seu
pau.
Essa é uma parte do corpo do homem que não costuma ser bonita,
mas até ali ele consegue ser.
Esse cara com certeza não precisa falar “tamanho não é
documento.” E se realmente fosse, ele teria um puta de um documento
grande e bem robusto.
Pisco algumas vezes para conseguir voltar à realidade e pego meu
vestido, colocando-o aqui mesmo, sem ter forças para sair desse banheiro.
Fer lava o pau me olhando e queria muito que fosse minha mão no
lugar da dele, ou até mesmo outras partes do meu corpo.
— Vai ser uma festa muito difícil! — comento e ele ri. — Não
deveria ter ficado nu na minha frente.
— E você não deveria ser tão gostosa, linda!
Sempre achei o linda um elogio meio genérico, mas não é assim
quando sai da boca dele.
Vou até o quarto antes que de fato desista de ir e ligo o ar para
conseguir terminar de me arrumar, porque o calor que estou sentindo seria
capaz de fazer todo meu corpo derreter.
O moreno gostoso sai do banheiro com apenas uma toalha enrolada
na cintura e fica pelado ali antes de começar a se vestir.
— Como você consegue esconder essa sua versão? Eu só consigo
ser sempre uma safada!
Ele ri ao me ouvir, arrumando o cabelo com a mão.
— Te falei, linda! Não sou nem um pouco tímido, e você conseguiu
me deixar à vontade desde o início. Então não vejo problema de ser eu
mesmo quando estou ao seu lado.
— Pode ser assim sempre, estou amando essa sua versão.
Ele sorri e se aproxima, encurralando-me na parede atrás de mim.
— Sempre é tempo demais! Tem certeza? Quer mesmo que eu seja
safado em qualquer lugar que estivermos?
— A possibilidade disso parece ser um sonho!
Fernando me dá um selinho suave, porque já estou de batom e
depois se afasta.
— Lembre-se que foi você quem pediu.
Terminamos de nos arrumar e vamos para a festa, que é na fazenda
onde Thaís mora com os pais, quase ao lado da minha chácara. Mas o
terreno deles tem tantos hectares, que mesmo de carro, demoramos um
pouco para chegar.
A mão do Fer ficou o tempo todo em minha coxa e em alguns
momentos, ele mexeu seus dedos na parte inferior dela, mas fingia que nada
estava acontecendo.
Ele está disposto a me provocar e eu com certeza responderei à
altura.
O resto do dia será muito longo!
19
Existe sexo bom, existe sexo muito bom e existe isso que fizemos
juntos, que acho que não há uma definição ainda.
Eu já sabia que Paola era gostosa, mas ainda assim, não fui capaz de
mensurar o quanto.
Não sei como as coisas serão daqui para frente, ela foi sincera e
disse que não deseja nada sério, porém me quer por perto e isso basta para
mim.
Depois de conversarmos e termos transado mais uma vez, minha
morena dormiu. E foi interessante porque ela já havia falado que gosta de
dormir livre, sem ninguém a abraçando ou de conchinha, mas quando
acordei, ainda há pouco, tive que ter cuidado ao tirá-la de cima do meu
peito.
Tomei um banho para despertar, vesti uma roupa e vim até a
cozinha. Já imaginava que teria algum funcionário, mas me ofereci para
fazer o café mesmo assim e ele disse para que eu ficasse à vontade, que
aproveitaria para ir buscar peixes frescos para o almoço.
A cozinha daqui é tão completa e espaçosa quanto a da Paola. Dei
uma olhada em tudo o que tinha e comecei pelo cheesecake de morango,
que é o mais demorado. Depois fui arrumar a mesa onde o cozinheiro falou
que normalmente o pessoal toma o desjejum, que fica na varanda de trás.
Levei queijo, presunto parma, já que era o único que tinha,
requeijão, cortei algumas frutas que estavam deliciosas, peguei o leite que
descobri ser fresco, de uma das vacas daqui, o café que deixei na cafeteira
para ficar bem quente, preparei ovos mexidos e bacon, pão de queijo, e
coloquei tudo na mesa.
Não sei ao certo o que eles comem, mas ficou tudo muito bonito e
bem servido.
— Eu sabia que esse cheiro diferente não era da comida do Osvaldo
— Theodoro diz e me viro, um pouco sem graça, mas sorrio. — Bom dia,
rapaz. Você fez isso tudo?
— Fiz sim, senhor.
— Só Theodoro está de bom tamanho. — Ele dá um tapinha no meu
ombro e passa por mim para se sentar na mesa. — Não sei nem por onde
começar, tudo parece estar ótimo.
Isso me faz lembrar do doce.
Vou até a geladeira e pego a travessa dele e o deixo no lugar que já
havia separado, meio da mesa.
— Não sei se a Paola falou, mas esse vício em doce que ela tem,
puxou totalmente de mim. — Seus olhos brilham enquanto admira o doce à
sua frente. — Sente-se, tome um café comigo! As duas já acordaram,
devem descer em breve.
Me sento do outro lado da mesa, pego um pratinho e coloco algumas
coisas para mim.
— A chácara de vocês é muito bonita.
Ele olha ao redor quando me escuta.
— Ela é mesmo! Sabia que comprei na intenção de fazer um hotel
fazenda?
— Sério?
Theodoro confirma e toma um gole da sua bebida quente antes de
prosseguir.
— Na época, Paola já tinha três anos e existia apenas uma pequena
casa, cercas velhas e quebradas e o lago que não conseguimos ver daqui,
apenas do segundo andar. — Dá uma mordida no pão e belisca um pedaço
de bacon. — Mas não tive coragem depois de vê-la correndo, dizendo que
queria uma casa de boneca grande e um pônei.
— Vocês são muito unidos, né? — Ele sorri como se isso fosse
música para seus ouvidos. — Ela não sabe falar do senhor sem ficar com os
olhos brilhando de admiração.
— Nós somos e isso é a coisa que mais me alegra no mundo! A
Paola é uma mulher de ouro, e não digo isso porque sou o pai dela, digo
como o amigo que tenho sorte de também ser.
É muito bonito a forma que eles falam um do outro.
Isso me faz sentir ainda mais saudade do meu pai, mas tenho fé que
em breve poderei estar tomando café com ele.
— Sua filha é incrível mesmo.
Ficamos um tempo em silêncio, apenas comendo, mas depois ele
apoia as duas mãos sobre a mesa e volta a me encarar.
— Eu já estive na sua posição, Fernando. E não gosto de me meter
na vida pessoal dela, mas no seu lugar, se alguém pudesse me orientar sobre
como sobreviver a esse mundo, eu seria grato.
— Como assim?
— Já fui o homem de poucos recursos saindo com uma mulher
muito rica. — Eu não fazia ideia disso. — Claudia vem de uma família
poderosa e milionária, com várias gerações antes dela que já eram muito
prósperas e me lembro de como era intimidante estar no meio daquelas
pessoas.
— Estar apenas com ela já é intimidante. — Me sinto à vontade para
ser sincero e espero não me arrepender por isso. — Nossas vidas são
absurdamente diferentes.
Ele concorda.
— A Paola puxou algo muito bom da mãe, que é enxergar a pessoa
pelo que ela é e não pelo que tem — diz. — Vivemos rodeados de gente
endinheirada e ela poderia ter trazido qualquer outro homem aqui, mas
trouxe você e isso já diz muito. Minha filha tem 28 anos, já foi casada e, em
todo esse tempo, só conhecemos o Gael, que até é um bom homem, mas
faltou a parte humana nele para que o casamento desse certo.
Minha morena não falou muito sobre seu antigo relacionamento,
mas a Thaís, que se denomina uma boca de sacola, me contou ontem
enquanto ela tinha ido ao banheiro. Falou que o segredo era não ser um
babaca como o Gael, que se achava melhor em tudo e se colocava em uma
bolha.
E deduzi que era no quesito financeiro.
— O dinheiro não é a coisa mais importante para ela — concluo.
— Exatamente. Isso aquela mulher tem de sobra, rapaz! A fortuna
dela é maior que a minha, e mesmo que eu também tenha bastante, ela tem
uma conta na qual eu e Claudia temos acesso, com o aval dela, para
pegarmos o que quisermos — relata. — Não falo isso para te assustar ainda
mais, muito pelo contrário. Quero que entenda que minha filha nunca irá se
importar se pode dar a ela um carro zero de presente ou levar um doce em
seu trabalho nos seus dias difíceis… Ela só quer que seja de coração.
Ouvir isso de outra pessoa é diferente, porque vindo dela pode soar
como se estivesse falando só para me tranquilizar.
Mas o pai dela não teria nenhum motivo para isso.
— Obrigado, sen… Theodoro!
— Apenas não desista quando as coisas parecerem ruins! Seria bom
ter um genro como você, com o coração bom — ele fala isso com muita
convicção, como se soubesse mais de mim do que está falando, e acho que
acabo olhando-o de forma estranha e ele percebe. — Não me leve a mal,
rapaz, mas pesquisei sobre sua vida no dia em que minha filha teceu muitos
elogios a você no Costellazione — explica. — Não é nada pessoal, apenas
uma forma de garantir que ela não está se envolvendo com alguém
perigoso.
— Já sabia que estávamos nos conhecendo?
Ele sorri e afirma.
— Como eu disse, não me meto nos relacionamentos dela, mas
quando os seguranças dela veem que tem alguém com potencial para se
tornar realmente próximo, ele me informa e o libero para me trazer todas as
informações.
Engulo em seco, porque mesmo sabendo que nunca fiz nada de
errado e nem cometi nenhum crime, é meio assustador.
Mas o entendo.
O mundo é cruel e a cada dia as pessoas são mais maldosas. Se eu
tiver como fazer isso pela minha irmã quando ela começasse a namorar, lá
pelos 30 anos, também faria.
— Eu o entendo e fico tranquilo, porque sei que a única coisa que
achou foi sobre meu pai.
— E lamento por isso. Silva me informou que Paola o pediu para
que pegasse o caso do seu pai e ele só pegaria se chegasse a conclusão de
que é inocente. Não consigo mensurar quão ruim deve ser passar um dia na
cadeia, imagina nove anos.
— E agradeço ao senhor por permitir que ele me ajudasse. Isso é
algo que nunca irei esquecer e sempre serei grato a vocês, mesmo que o
resultado não seja o esperado.
Theodoro olha por cima dos meus ombros e ouço a risada da Paola e
sua mãe.
— Tenho certeza que ele estará em casa antes mesmo do que
imagina! — O homem à minha frente se levanta para dar um beijo em sua
esposa e repete o mesmo em sua filha, só que na testa. — Bom dia,
meninas.
Cumprimento Claudia e depois falo com a morena ao meu lado, mas
sem saber como me comportar na frente dos pais dela.
Ela percebe e segura uma risada, mas não me provoca e serve a
bebida quente que fiz.
— Perdemos muita conversa? — Claudia pergunta enquanto fica na
dúvida do que colocar em seu prato. — Rapaz, você está convidado a
dormir em nossa casa quando quiser, desde que faça um café da manhã tão
bonito quanto esse — brinca e sorrio.
— Tivemos uma boa conversa, Fernando com certeza é alguém que
sempre será bem-vindo — Theodoro diz e vejo Paola abrir um sorriso
enorme.
Mesmo ela não precisando da aprovação do pai, como já havia
falado, é diferente saber que ainda assim ele nos apoia, mesmo que não
tenhamos nada sério.
É confuso, não posso negar.
Na minha cabeça, um relacionamento sem compromisso não
envolve levar a outra pessoa para a casa dos pais, nem ao aniversário de
casamento dos pais da melhor amiga e muito menos em uma festa
beneficente famosa, que ela me convidou ontem.
Mas talvez para pessoas como eles, isso seja diferente.
Só preciso sempre ter em mente que não posso confundir e colocar
meu coração nessa história.
Sei que é algo passageiro e um raio não cairá sobre a mesma família
uma segunda vez. Não terei a sorte que o Theodoro teve com a esposa e
serei descartado, como acontece com qualquer relacionamento assim
quando um enjoa do outro.
É só não colocar o coração no meio dessa história.
Preciso repetir isso vezes o suficiente até que se torne real.
— Bom dia, família bonita! — Thaís aparece do nada, com um
humor bem diferente de ontem. — Esse cheiro bão tá indo lá em casa! —
Ela me olha e sorri. — Agradando os sogros pela barriga, né? Inteligente,
gostei!
Sinto meu rosto ferver de vergonha, mas os pais da minha garota
riem e a convidam para tomar café.
— Você é sempre muito sutil, amiga — Paola diz.
— Eu sei, é meu ponto forte! — responde em tom de deboche. —
Vai se acostumando, cu. É disso para pior.
Dá para notar que Theodoro e Claudia gostam muito dela, e que
com certeza já estão acostumados com esse jeito exótico que a amiga da
minha morena tem.
Minha não, apenas morena.
Todos entramos em uma conversa calorosa sobre natureza e vejo
que eles fazem questão de me deixar à vontade o tempo todo, sem me cortar
ou fingir que não estou aqui.
Ao terminarmos, Thaís nos chama para cavalgar, mas isso pode ser
um problema.
— Eu nunca andei a cavalo! — Já deixo claro.
— Para a sua sorte, eu era professora de equitação na adolescência e
estou em um bom dia para ver alguém passar um pouco de desespero em
cima do Pe Lu!
— Pe Lu? Isso é uma raça?
Paola começa a rir e a loira revira os olhos.
— Infelizmente, nomeei alguns dos meus cavalos na época em que
era fã do Restart.
Tá, mas e daí?
Ah, não. Não é possível que ela tenha feito isso.
— E esse é o nome de um dos integrantes da banda? — Ela
confirma e também não consigo controlar a risada. — Pensa pelo lado
positivo, pelo menos eles estão fazendo uma tour para os fãs.
— Você acha que eu não sei? Já fui ao show que teve no Rio de
Janeiro!
E pior que consigo imaginá-la perfeitamente com aquelas calças
coloridas, várias pulseiras e fazendo uns gestos estranhos com as mãos
enquanto fala que é muito fã dos meninos.
22
Tive que dar o braço a torcer e vir em uma loja comprar uma roupa
sob medida para o evento de mais tarde.
Paola fez questão de me trazer no alfaiate que faz os ternos do pai
dela, e o cara está há meia hora tirando minhas medidas e reclamando que
sou muito alto, que meu peito é muito largo e que eu deveria parar de
malhar.
Ela segura a risada enquanto fica sentada olhando descaradamente
para minha cueca e fazendo caras e bocas quando o homem com os
alfinetes na mão fica distraído.
Depois que saímos dali com um terno grande que ele pegou e
ajustou para me servir bem, porque não tinha tempo de começar um do
zero, fomos buscar o vestido dela que é lindíssimo e sei que vai me deixar
louco a noite toda.
Todos devem ir de preto no evento, e o dela é todo brilhoso, pois se
tem uma coisa que ela gosta, é de se destacar.
Paola também me preparou para o tipo de gente que terá lá, que na
sua grande maioria são pessoas famosas e que por conta disso terá muitos
paparazzis e talvez ela seja chamada para algumas entrevistas rápidas.
Perguntei algumas vezes se ela tem certeza que quer que eu vá,
porque não sou alguém muito sociável e não quero parecer um bicho do
mato ao lado dela, mas a morena disse que vai dar tudo certo e que não
devo me preocupar.
Sendo assim, fiquei mais tranquilo.
E ao chegar no hangar, lugar que eu nem sabia que iríamos,
descubro que o evento é em São Paulo e que iremos de jatinho.
A primeira vez que andei de avião foi com ela, quando fomos para
Goiás, há alguns dias, e agora vamos voar em um que é ainda mais luxuoso
e melhor do que a primeira classe que ficamos.
Entendo o porquê das pessoas se acostumarem rápido com o luxo, é
bom demais.
Preciso ter alguns restaurantes cinco estrelas para conseguir um dia
ter um jatinho como esse.
Os pais dela já foram para São Paulo ontem, então estamos apenas
nós dois, o piloto e mais alguns seguranças.
— Vamos esperar decolar e depois ficamos na suíte, é mais
confortável. — Sentamos nas poltronas e colocamos o cinto. Mas assim que
o piloto avisa que podemos ficar à vontade, vamos até lá. Paola tranca a
porta e se vira para mim, com um sorriso bem malicioso. — O que será que
conseguimos fazer em uns 40 minutos?
Ela nem espera uma resposta e já tira a blusa, liberando seus seios
incríveis, e em seguida tira a saia, ficando só com uma calcinha minúscula,
que praticamente não tampa nada.
Paola não precisa de muita coisa para me enlouquecer e sabe disso,
só seu corpo já é a minha ruína.
Não perco tempo e tiro minha roupa, deixando a camisinha na cama
para não ter que tirar da carteira depois e a puxo para se sentar no meu colo.
— Eu te foderia o dia todo!
— Eu iria amar sentir seu pau dentro de mim por todo esse tempo.
Minha morena me beija, devorando minha boca sem nenhuma
cerimônia e sua mão ágil vai direto para meu cacete, começando uma
punheta devagar e bem apertada, que faz todo o meu corpo se arrepiar.
Ela elevou o sexo para mim em um nível inexplicável.
Sua boca desce para meu pescoço e encaixo minha mão em seus
seios, massageando-os, doido para abocanhá-los, mas Paola tem outra ideia
em mente, pois me empurra na cama, fazendo com que eu me deite.
Ela fecha minhas pernas, apoia um dos joelhos ao redor delas e
empina bem a bunda, me dando uma visão incrível enquanto toma meu pau
de uma só vez, engolindo-o por completo e me fazendo gemer.
Porra, nunca foi tão bom receber um boquete!
Sua boca aveludada desce e sobe, em uma sucção gostosa e lenta. Já
sua mão acaricia minhas bolas, colocando a pressão certa para tornar tudo
ainda mais gostoso.
Minha ereção pulsa entre seus lábios.
Junto todo seu cabelo e o seguro com uma mão, apenas para não
atrapalhá-la e ela me encara, provavelmente querendo me matar de tesão.
Sua língua nervosa rodeia a cabeça do meu pênis e depois chupa só
aquela área, masturbando o comprimento com a mão. E não sei se presto
atenção nas sensações de um movimento ou de outro.
O líquido pré-ejaculátorio escorre e ela lambe, pegando a camisinha
ao seu lado e vestindo-o com perfeição.
Paola passa a língua no canto do lábio, limpando a própria saliva e
se ajeita, colocando a calcinha pequena de lado, posicionando a boceta no
meu pau e escorregando nele todo, se forçando para baixo até que cada
centímetro esteja dentro dela.
Aperto a fronha da cama e depois seguro em sua cintura quando ela
começa a rebolar, sem parar de forçar e me fazendo sentir a quentura
gostosa da sua intimidade.
— Caralho, você é muito gostosa! — resmungo entre gemidos.
— Sou? — ela pergunta ao mesmo tempo que ergue o quadril e
depois senta com força. — Tem certeza? — Repete o mesmo movimento e
cravo as unhas na sua cintura, depois faço a mesma coisa em sua bunda
grande. — Melhor nos certificarmos disso.
A gostosa começa a quicar, segurando os próprios peitos e
massageando os mamilos com os polegares.
É uma cena gostosa pra caralho.
Não satisfeita, ela decide virar de costas e quicar nessa posição, com
a bunda se chocando em minha barriga e fazendo com que eu veja um lugar
que adoraria conhecer.
Dou um tapa forte no lado direito e a escuto gemer alto, repito do
lado esquerdo e ela geme mais alto ainda, se apoiando nas minhas pernas
para rebolar.
— Caralho, amor… assim você acaba comigo.
Ela me olha por cima do ombro e pisca, deixando claro que é
exatamente isso que deseja fazer.
Paola sai novamente do meu pau e me preparo para mudarmos de
posição, mas a morena o segura, encaixa a cabeça bem na entrada do seu cu
e rebola devagar ali, quase miando como uma gata e bem aos poucos vai
descendo.
Porra.
Caralho.
Puta que pariu.
O aperto absurdo começa e só vai aumentando à medida que ela vai
me deixando entrar.
Preciso lembrar de respirar porque é demais sentir tudo isso e ainda
assistir essa cena que nunca sairá da minha cabeça, nenhuma das duas.
Depois que toda minha extensão está lá dentro, ela faz movimentos
lentos para se acostumar, mas o tesão a empolga e minha morena aumenta a
velocidade. Já eu, preciso me concentrar muito para não gozar, e tento
prolongar esse momento ao máximo.
Paola com certeza está gostando muito, porque até seu gemido é
diferente, o que também me faz enlouquecer.
— Queria poder tatuar essa cena no meu corpo.
Ela ri de um jeito bem safado.
— Meu celular está ao seu lado… fique à vontade para tirar umas
fotos ou gravar.
Porra.
Quase gozei só de ouvi-la falar.
— Tem certeza?
— Tenho, desde que fique no meu telefone e a gente assista juntos.
Estico meu braço e o pego na mesma hora, passando o dedo para o
lado, acessando a câmera.
Aviso quando começo a gravar e ela se empolga, rebolando com
mais vontade, quase deixando meu pau todo sair para entrar novamente.
A gravação vai ficar repleta dos nossos gemidos, mas estou pouco
me importando com isso.
— Safada do caralho! — Bato forte na sua bunda e ela gosta,
mostrando que realmente faz jus ao que acabei de chamá-la.
— Eu vou gozar… — A voz dela sai arrastada enquanto aumenta a
velocidade, fodendo meu pau com seu cu e assim que goza, deixo minha
porra encher a camisinha e desligo a câmera.
Minha respiração está tão descontrolada, que não consigo falar nada
por alguns minutos e ela sai de onde está e deita ao meu lado, querendo ver
o vídeo.
Assistimos juntos e tenho certeza que se eu ver mais uma vez, meu
pau fica duro novamente.
— Nossa, eu sou muito gostosa mesmo, né?
Rio sem força.
— Sim, meu amor… você é a porra da mulher mais gostosa desse
mundo.
Ela larga o celular e vira para mim.
— Seu pau é uma delícia! Precisamos repetir o que fizemos hoje.
— O sexo anal ou o vídeo?
Ela ri e morde o lábio inferior.
— Os dois, né.
Será que ela aceitaria casar comigo se eu pedisse agora?
Essa mulher é boa em absolutamente tudo o que faz.
25
Tive reunião a manhã toda, mal consegui beber água e estou com
um mau humor daqueles, que ninguém consegue ficar perto de mim.
— Entrega! — Wilson entra na minha sala e deixa uma sacola do
Costellazione. — Está tudo bem, Paola?
Olho para a bolsa parda e sinto meu coração ficar apertadinho.
— Você já se apaixonou, Wilson?
Ele sorri ao ouvir a pergunta e se senta na cadeira à minha frente.
— Já sim, várias vezes!
— Várias?
— Sim… se apaixonar é ótimo, indico pra todo mundo — pontua e
cruza os braços. — Mas apenas uma vez eu amei com todo o meu coração.
Janaina era a mulher mais linda que vi em toda minha vida, seu cabelo vivia
sempre arrumado e eu sentia que meu mundo parava quando ela falava
comigo — diz de uma forma saudosa. — Lutei muito para conquistá-la e a
pedi em casamento com três meses juntos. Foi tudo muito intenso, lindo e
incrível enquanto durou.
Ele fala com muito amor, mas também com tristeza.
— O que aconteceu?
— Minha amada morreu com leucemia, descobrimos tarde demais
para tentarmos tratamento, e até hoje ainda sinto falta dela. E isso já tem
quase vinte anos.
Que história triste.
— Sinto muito, Wilson! Não fazia ideia disso.
— Tudo bem, já faz muito tempo… mas por que essa pergunta?
Suspiro antes de falar:
— Acho que estou apaixonada por alguém que vive uma realidade
muito diferente da minha.
— O rapaz dos doces? — Aponta com o queixo para a sacola e
concordo. — E o problema está sendo por causa dos seus pais? Não consigo
imaginá-los se preocupando com isso.
Eu tento explicá-lo o que houve e nem consigo me reconhecer,
desabafando com alguém que não é a Thaís ou o Barbie.
Ele me ouve atentamente, balançando a cabeça o tempo todo.
— Isso deve ser difícil para vocês dois, e pelo visto, está mesmo
apaixonada pelo rapaz. — Concordo com o que diz. — Já falou isso para
ele? Às vezes a insegurança dele é por achar que você não o deseja dessa
forma.
— Mas e se ele não me quiser mesmo assim?
— É um risco que todos nós corremos, Paola. Mas nunca vi alguém
ter o cuidado de fazer doces e trazê-los quase todos os dias para uma
pessoa, e não ter o mínimo de sentimento por ela.
Wilson se levanta, mas ainda permaneço confusa com meus
pensamentos e sentimentos.
— Se eu puder dar só mais um conselho, diria para aproveitar
enquanto pode. Nós nunca sabemos quando a vida irá nos tirar alguém que
amamos. — Ele pede licença e depois sai da sala, me deixando aqui com a
cabeça ainda mais confusa.
Olho para meu celular, querendo que aparecesse alguma mensagem
dele, mas não tem nada ali.
Pego o doce que ele trouxe, dessa vez sem nenhum bilhete, e como
pedaço por pedaço, conseguindo visualizar na minha cabeça Fer na cozinha
picando cada fruta, misturando a massa e todo o preparo com um sorriso
lindo no rosto.
Ao terminar, decido que irei falar com o pai dele.
Antes de resolver qualquer coisa, preciso lhes contar logo sobre o
motivo do Jean ter sido preso.
Pego o elevador para ir até o andar administrativo e peço para
conferirem se o homem já saiu para o almoço.
— Paola, tudo bem? — Ele sai da sala que divide com mais outros
quatro contadores e me cumprimenta formalmente. — Aconteceu algo?
— Está com fome? Podíamos almoçar no restaurante daqui. O que
acha?
— É… claro, vou só pegar minha carteira e o celular.
Concordo e o espero.
Minutos depois, ele volta e subimos até o último andar. Fazemos
nossos pedidos assim que sentamos, e percebo que Jean está tenso,
provavelmente pensando que aconteceu algo ruim na empresa.
— Eu estou um pouco nervoso, desculpa.
— Tudo bem, eu que estou fazendo muito mistério, é que nem sei
como começar esse assunto.
— Da forma que achar melhor, estou preparado para o que vier.
Respiro fundo e penso um pouco antes de falar.
— O Silva conversou bastante comigo sobre seu caso, e depois que
conseguiu sua liberdade, ainda continuou fazendo algumas pesquisas… e
ele descobriu quem te incriminou. Mas como o senhor disse que não queria
mais ter que lidar com isso, queria apenas voltar para casa, nosso advogado
me contou e deixou nas minhas mãos a decisão de compartilhar isso com
você ou não.
Jean realmente é pego de surpresa.
— Quero saber, sim, por favor.
E eu ainda tive a esperança de que ele falasse que não queria…
— Foi o seu irmão, Jorge Couto.
A reação dele é diferente do que eu esperava. O homem suspira e
deixa que uma avalanche de tristeza preencha seus olhos.
— Eu comecei a suspeitar disso depois que fui preso! Lá dentro, a
gente fica sabendo de muitas coisas, e uma delas é que meu irmão era
envolvido com milícia de TV à cabo e internet. Demorei muito para
acreditar, mas depois que vi um dos presos falando com ele no telefone
clandestino que tinha lá, vi que era verdade. Não queria crer que ele faria
algo que prejudicasse a mim ou a minha família, mas a ganância subiu à
cabeça.
— Sinto muito por isso, Jean.
— Eu também sinto! — Nossa comida chega e esperamos o garçom
sair para continuar. — Jorge prometeu que ajudaria a cunhada e os
sobrinhos na única vez que foi lá na cadeia, mas em uma das cartas que a
Valéria escreveu para mim, ela disse que ele nunca mais os procurou, nem
mesmo o Nandinho, que era apaixonado por ele.
E foi exatamente por isso que decidi contar, porque o Fernando fala
muito do tio, que quer se programar para visitá-lo quando tiver um tempo,
já que ele se mudou para o interior de Minas Gerais. O cara provavelmente
deve ter feito alguma merda e está se escondendo.
Fiquei com muito medo de que algo acontecesse e não é justo que
ele continue com essa imagem de bom-moço para ninguém.
Pego um pen drive na bolsa e empurro na direção dele.
— Aí tem todas as provas que o incriminam, fica à sua escolha o
que fazer.
Jean agradece e me pede para eu não falar nada com o filho, que
conversará com ele quando encontrar o melhor momento.
— Posso te fazer uma pergunta que não tem nada a ver com isso?
— Claro.
Já até imagino o que irá perguntar.
— Você e o Fernando terminaram?
— Bom… sendo bem sincera, eu não sei.
— Ele está tocando mais do que o normal, e só músicas tristes.
Então pensei que poderia ter acontecido algo, e como você ainda não
apareceu na casa nova… enfim, não quero me meter, apenas fiquei curioso.
Nossa, esqueci completamente da mudança deles, e o Fer ainda
tinha me contado.
Nós almoçamos, ele insiste em pagar a conta e quando descemos,
digo que lhe darei uma carona e aproveito para ir ver sua esposa e filha, já
que o filho estará trabalhando mesmo.
Talvez eu o espere lá, não sei.
Mas eu preciso vê-lo, nem que seja por alguns minutos. Não estou
mais me aguentando de tanta saudade e essa sensação de vazio está me
sufocando a cada dia que passa.
Ao invés de voltar para minha sala, vou ao shopping comprar um
presente para eles, porque toda conquista deve ser comemorada, e
conseguirem voltar para cá, que era algo que queriam muito, é um grande
motivo para isso.
◆ ◆ ◆
Reatar com o Fernando era a coisa que me faltava para voltar a ficar
bem, com o mau humor bem longe de mim. Mas depois de tudo que eu
falei, ele não me deu nenhuma resposta exata, e isso ainda está me deixando
tensa, porém talvez ele precise de um tempo para pensar sobre isso e está
tudo bem.
O que importa é que estamos juntos de novo e com o tempo vamos
acertando as coisas que estão fora do lugar.
Essa semana já é o Réveillon e quando os convidei para passarmos
juntos, todos eles toparam, e mesmo com o nosso pequeno
desentendimento, mantive o quarto familiar deles aqui, que além de uma
suíte, tem mais um quarto, que servirá muito bem para a Flavinha.
A virada de ano é no domingo e hoje é quarta-feira.
Vim pessoalmente no hotel para garantir que tudo esteja em ordem e
acabo encontrando um grande grupo na piscina, cheio de pessoas que adoro.
— Oi, gente! — Me aproximo deles, que me cumprimentam de
volta.
— Nossa… sua pele está ótima! — Laura, irmã do Barbie, comenta.
— Parece até que alguma coisa voltou para a sua vida e está te fazendo
muito bem.
Essas mulheres me ouviram falar do Fernando em todo o tempo que
fiquei lá, e faltou muito pouco pra elas mesmas pegarem meu celular e
enviarem uma mensagem para o meu baby cozinheiro.
— Até seu sorriso está diferente! — Noah comenta, com o seu jeito
muito cordial e educado. — O amor faz dessas coisas, né? — Abraça a
esposa e a beija no ombro.
Não sei qual dos casais mais admiro, e cada um deles têm suas
histórias e dificuldades, mas eles deram um jeito de contorná-las para
ficarem juntos.
E além disso, também tenho o exemplo dos meus pais.
Theodoro Couto já esteve na mesma posição do Fernando e não
desistiu da minha mãe porque a amava muito.
Só preciso que aquele moreno tenha o mínimo de sentimento por
mim, para que queira lutar pelo que já temos e tudo que ainda poderemos
ter.
Consigo me imaginar facilmente lá em casa, com umas três crianças
correndo, todas com os olhos azuis como os do pai e com a minha teimosia.
Converso com eles um pouco, pergunto como foi o Natal e também
conto sobre o meu, que foi ótimo, mas faltou o Fernando e a sua família
conosco.
Tudo que faço com meus pais, imagino meu baby cozinheiro e os
seus familiares junto.
Depois de ficar um tempo com os meus amigos, vou até a
administração do hotel e confiro algumas coisas, inclusive, toda a segurança
na parte da frente e se já informaram aos convidados que a rua fica fechada
e que depois de certo horário não conseguirão mais chegar aqui de carro,
somente pela entrada de serviço, que é liberada especialmente nesse dia.
Reforço ainda mais a segurança porque milhões de pessoas passam
aqui na entrada, e o hotel ser cinco estrelas significa que além de beleza e
conforto, eles também estarão seguros.
Faço algumas anotações para os funcionários, depois tenho uma
reunião com a equipe extra que contratamos para as festividades, tirando
todas as dúvidas deles e conferindo se todos fizeram o treinamento.
Ao sair da sala, dou uma conferida no celular e vejo que o Fer
mandou mensagem.
Meu baby: Amor, preciso de uma ajuda!
Meu baby: Qual das duas você prefere?
Ele manda uma foto de duas lingeries lindíssimas: uma é toda
branca e tem uma sainha, já a outra é vermelha e toda trançada, com direito
a cinta-liga e calcinha com pompom.
Meu baby: Deixa, comprei as duas.
Eu: Obrigada por ter comprado minha roupa do Réveillon, ainda não tinha
visto uma e você me deu duas.
Meu baby: Sabia que pessoas com 24 anos também infartam?
Meu baby: Dentro da suíte, você pode vestir o que quiser, amor.
Rio ao saber que a provocação deu certo.
Eu: Ciúmes, amor?
Meu baby: Não, só protegendo o que é meu.
Como que mantenho meu lado feminista lendo isso?
Não tem como.
Depois de resolver tudo, espero Thaís chegar e depois vamos ao
shopping.
Ela sempre costuma passar o Ano-Novo comigo e dessa vez não
será diferente.
— Preciso te contar uma grande merda que fiz — ela diz
despretensiosamente enquanto pega umas roupas da arara para ver se gosta.
Paro na frente dela, esperando que conte.
— O que foi?
— Eu transei com o Tomás.
— O quê? — Minha voz sai muito mais alta do que pensei que
sairia e peço desculpas para a senhora que se assustou ao meu lado. —
Como assim, Thaís Lima?
Ela larga a roupa de volta no cabide e suspira.
— Para ser sincera, eu nem sei como aquilo aconteceu, mas
estávamos discutindo dentro do celeiro, para variar, e do nada, eu estava
igual uma égua sendo domada por ele.
Coloco a mão em cima da boca dela e a safada ri, e depois
choraminga.
— Pelo menos foi bom?
— Esse é o problema… foi bom demais, amiga! Ele é gostoso, bruto
e meu Deus, eu gozei duas vezes e foi uma transa de uns 20 minutos.
Me abano ao ouvi-la, fingindo ter ficado com calor.
— Está parecendo aquelas histórias de filmes em que os dois se
odeiam, aí começam a transar porque é bom e daqui a pouco estão
apaixonados, cheio de crianças correndo pela casa e gritando que querem
mais Nescau.
— Você sabe como animar uma pessoa — reclama e voltamos a
procurar uma roupa.
Eu idealizei um vestido na minha cabeça, mas até agora não estou
conseguindo achar nada como ele, o que está me frustrando porque não
tenho um plano B. E se eu for na costureira é capaz de ela arrancar o meu
couro, já que faltam pouquíssimos dias para o evento.
— Mas fora isso, tem algum outro problema?
— Nada…
— Tem certeza?
— Não usamos camisinha.
Puxo-a para dentro de um trocador e fecho a portinha de madeira.
— Você é maluca, Thaís?
— Pelo visto, sim!
— Amiga, isso é muito sério — digo, deixando claro toda a minha
preocupação e ela concorda. — Como que você, logo a mais chata com
essas coisas, deu um mole desse? E se ele tiver alguma coisa? E se você
engravidar?
— Em nome de Deus pai todo poderoso, eu não estarei com nada
disso, nem alguma infecção e muito menos uma criança aqui dentro!
Fico olhando-a, querendo ter certeza que não está me zoando, mas a
falta de um mínimo esboço de sorriso deixa claro que isso aconteceu
mesmo.
— Dois adultos dando mole como se fossem adolescentes
inconsequentes!
— Eu sei, mãe! Desculpa, isso não irá se repetir.
Depois que me acalmo, saímos da loja, e não consigo me conter
porque de frente tem uma infantil. Digo para ela que vou ao banheiro e a
peço para segurar minha bolsa ali, mas na verdade, eu entro no outro
estabelecimento e compro um body de recém-nascido.
Não deixo a menina nem colocar na sacola e levo na mão mesmo.
— Amiga, achei o look certo para você.
Coloco a roupinha na frente do meu corpo, onde está escrito:
“dindinha ama, dindinha cuida” e a loira me xinga até minha última
geração, mas rio tanto que quase acabo fazendo xixi nas calças.
30
Sinopse:
AGE GAP + ROMANCE PROIBIDO + MELHOR AMIGO DA MÃE +
FOUND FAMILY + HOT
Algumas pessoas passam por situações que deixam uma marca em sua alma
para o resto da vida.
E é exatamente isso que aconteceu com André Nolasco.
Mesmo tendo conseguido se livrar das garras das pessoas que o faziam
conhecer a dor da forma mais cruel, ele cresceu com o seu passado o
assombrando todos os dias.
Hoje ele é um renomado diretor de TI em uma grande empresa
multinacional, é divorciado e vive bem a sua vida desse jeito.
Alana Ruas é uma dentista recém formada muito festeira, animada e que
ama viver a vida como se cada dia fosse o último.
Mas depois de um acontecimento no carnaval, ela vê a sua vida tomando
um rumo que não imaginava que aconteceria tão cedo.
Ela está grávida!
E o pior disso tudo, é que ela engravidou do melhor amigo da sua mãe, o
André.
Os dois haviam prometido que jamais falariam sobre o que aconteceu
naquele feriado, acreditavam que foi um erro que jamais seria descoberto
por ninguém.
E as coisas só se complicam, porque André não quer e nunca pretendeu ser
pai por causa de tudo que ele passou na infância. E a Alana não abrirá mão
do filho.
Até que ponto as Sombras do Passado irão decidir o destino da vida do
André?
Para Sempre Minha: A Redenção do CEO - (Livro único).
Sinopse
CHEFE X FUNCIONÁRIA + FAST BURN + AGE GAP + GRUMPY X
SUNSHINE.
Marcus Castelo é fundador e CEO da Imobiliária Castelo.
Ele é um homem fechado, sério e de poucos amigos. Depois de ter passado
por coisas muito difíceis, ele não se acha mais digno e nem merecedor do
amor das pessoas ao seu redor.
Frequentador assíduo de um clube de swing, ele se vê interessado demais
em uma mulher que ficou e se foi logo depois, sem dar chances para que ele
a conhecesse.
O que ele jamais imaginaria, é que a morena que ficou rondando os seus
pensamentos, é a sua nova estagiária.
Gabriela Paranhos acabou de fazer 20 anos e conseguiu o estágio dos
sonhos na maior e melhor imobiliária do Rio de Janeiro. Para comemorar,
foi ao clube de swing com a sua amiga e se envolveu com um homem que a
fez sentir coisas jamais experienciadas.
Sua primeira semana no trabalho novo é empolgante ao mesmo tempo que é
tensa, porque ela não entende a razão do seu chefe não gostar dela sem
motivo algum. E é quando ela volta à casa de swing e o encontra lá, que
descobre o porquê das atitudes dele.
O tesão entre os dois falará mais alto que a razão, e eles se verão em
situações difíceis sem conseguir separar o pessoal do profissional.
Série Gorillas - Livro 01
Sinopse
Comédia Romântica + Enemies to lovers + Vizinhos + Quarterback x
Fisioterapeuta + Slow burn
Hope Donavan tem 25 anos e é fisioterapeuta. Há pouco tempo recebeu
diversas propostas dos maiores times de futebol americano, depois da sua
clínica e seu trabalho ganharem relevância no mercado esportivo.
Christopher Galanis é o quarterback do Gorillas, um dos maiores times da
NFL. O QB é muito conhecido fora do campo por sua vida íntima estar
sempre envolvida em polêmicas e exposta em todos os veículos de notícias.
Os dois são vizinhos há dois anos e não se gostam.
Hope reclama que ele sempre faz festas barulhentas demais, tirando a sua
paz. E ele acha que ela reclama sem necessidade, apenas para atrapalhar a
sua vida.
Mas agora ela foi contratada pelo Gorillas e os dois trabalharão lado a lado,
tendo que suportar a presença um do outro todos os dias.
E para piorar o que já era ruim, uma foto comprometedora dos dois é
divulgada e eles precisam fingir que estão namorando para que suas
carreiras não sejam arruinadas.
Instagram/twitter: @autorakapeixoto
Amazon: K.A. PEIXOTO