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Júlia Oliveira Valentin

Fichamento aula 1 – O que é RI?

Podemos definir as Relações Internacionais, a princípio, como a disciplina que estuda as relações
internacionais entre Estados soberanos – atividades e políticas de governos nacionais, organizações
internacionais, organizações não-governamentais e corporações multinacionais. Essa definição não é
tida como certa ou absoluta, afinal definir o objeto de estudo das Relações Internacionais é uma tarefa
extremamente difícil, é apenas a mais aceita pelos profissionais da área. Além de que se definirmos
alguma definição como certa ou absoluta estaremos excluindo todas as outras teorias e possibilidades
deste vasto campo de conhecimento, tirando a credibilidade de quem queira perseguí-las.
O Estado soberano é um território demarcado, povoado, reconhecido internacionalmente e
constitucionalmente independente. Juntos, todos os Estados soberanos formam o sistema de Estados. É
esperado dos Estados 5 valores básicos para sobrevivência de sua população: segurança, liberdade,
ordem, justiça e bem-estar. Dentro da disciplina de RI há diversas correntes de pensamento e teorias,
cada uma delas focando mais em um destes aspectos como o mais fundamental para a sobrevivência
do Estado soberano e suas relações com outros Estados.
A corrente realista coloca a segurança como base das relações internacionais, uma vez que veem
os Estados soberanos como rivais armados que periodicamente entra em guerra. Grande parte dos
Estados de fato possuem certo poder militar, o que gera a necessidade de um balanço desse poder, para
que nenhum se supere e exerça hegemonia sobre outros Estados.
A corrente liberal coloca, por sua vez, a liberdade como quesito fundamental para sobrevivência
dos Estados e suas relações. Tais pensadores veem o mundo das relações internacionais como um
mundo em que os países cooperam entre si para manter paz e liberdade e perseguir uma mudança
progressiva. Assim só somos livres se nossos países também o são.
Outra corrente chamada ‘Internacional Society’ vê a ordem e a justiça como elementos chave.
Visto que colocam o mundo das relações internacionais como um mundo em que os Estados são
socialmente responsáveis e compartilham o interesse em manter a ordem e a justiça internacionais,
assim beneficiando seus acordos e trocas.
A corrente de EPI vê o bem-estar como fator essencial das relações internacionais e
sobrevivência do Estado, uma vê que tem o sistema de Estados como um mundo fundamentalmente
socioeconômico e não apenas militar ou político. Os Estados, cada vez mais dependentes da economia
mundial, constantemente tomam medidas para proteger sua estabilidade.
O sistema de Estados se inicia nos séculos XVI e XVII, na Europa, com a formação dos
primeiros Estados soberanos. Esse fato marca a transição da Idade Média para a era moderna. A partir
desse momento o poder passa a ser centralizado, e o território definitivamente delimitado e sob um
governo soberano. A instituição da guerra sempre foi um fator presente na humanidade, mas agora
com o poder do Estado ligado diretamente ao território as guerras tornam-se ainda mais constantes.
Para defender-se, expandir seu território ou obter lucros, praticamente tudo era motivo para os Estados
entrarem em guerra entre si durante esse período.
Mas pouco se teorizava sobre os verdadeiros motivos que faziam esses países deslocarem
exércitos e recursos para lutarem um com o outro. A partir do século XX, já se sabia que ir à guerra
com outros Estados gerava mais custos do que lucros. E ainda assim a Europa foi palco das duas
maiores guerras já vistas no mundo: a 1° e a 2° guerra mundial. Desse acontecimento nasce a
disciplina de Relações Internacionais, pela necessidade de entender o porquê dessas guerras para então
evitar que acontecessem novamente.
A disciplina de Relações Internacionais baseia-se na convenção de que os Estados soberanos e
seu desenvolvimento são de extrema importância para entender como os valores básicos de
sobrevivência humana estão ou não sendo providenciados.

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