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Fichamento aula 5 – Regimes e Sistemas de Governo

Júlia Valentin – 31910218


Texto: Robert Dahl -- Sobre a Democracia, Cap. 9
Democracia: Grega X Moderna:
 “O sistema político inventado pelos gregos era uma democracia primária, uma democracia de
assembleia ou uma democracia de câmara de vereadores”.
 Democracia moderna exige dois princípios básicos: inclusão e eleição de representantes com
autoridade para legislar.
Democracia de assembleia X democracia representativa:
 Em uma democracia de assembleia, os cidadãos juntam-se em reuniões para debater e deliberar sobre
assuntos considerados importantes, propondo e votando soluções para tais (funcionaria em uma unidade
política pequena).
 Já em uma democracia representativa os cidadãos elegem representantes, delegando as
responsabilidades de discussão e solução de questões importantes para estes.
Tamanho e democracia:
 “O número de pessoas numa unidade política e a extensão de seu território têm consequências para a
forma da democracia”.
 O número de pessoas afeta diretamente a participação do povo na democracia. Na democracia de
assembleia quanto maior o território mais tempo seria necessário para que todos pudessem expor sua
opinião, propor suas propostas, e votá-las – tirando a eficácia dessa forma. Na democracia representativa,
torna-se extremamente difícil e praticamente impossível que o congressista eleito possa se reunir com
todos os seus eleitores de maneira a discutir suas propostas.
 Ademais na democracia de assembleia surgem outros problemas, por exemplo: devido à dificuldade de
participação quanto maior o corpo político os “membros com plena participação se tornam os
representantes dos outros, exceto no voto”, o que torna possível que numa democracia de assembleia
exista uma espécie de sistema de facto; “nada garante que os membros dotados do direito de plena
participação sejam representativos do resto”; “para proporcionar um sistema satisfatório para eleger
representantes, é razoável que os cidadãos prefiram eleger seus representantes em eleições livres e
justas”.
Os limites democráticos do governo representativo:
 “A lei do tempo e dos números: quanto mais cidadãos uma unidade democrática contém, menos esses
cidadãos podem participar diretamente das decisões do governo e mais eles têm de delegar a outros essa
autoridade”.
Um dilema básico da democracia:
 Democracia de assembleia tem a vantagem em se tratar de um sistema que possibilita que os seus
cidadãos participem ao máximo das decisões políticas. No entanto reserva-se apenas para pequenas
unidades.
 Democracia representativa tem a vantagem na eficácia de resolução das questões de maior importância
para os cidadãos. Se faz mais necessária à medida que o território e a população aumentam.
As vezes o negócio é ser grande:
 O calcanhar de Aquiles dos Estados pequenos, como já sabiam os gregos, é sua fragilidade em relação
a Estados maiores.
O lado sombrio: a negociação entre as elites
 “Sob um governo representativo, muitas vezes os cidadãos delegam imensa autoridade arbitrária para
decisões de importância extraordinária. Não delegam autoridade apenas a seus representantes eleitos,
mas, num trajeto ainda mais indireto e tortuoso, a autoridade é delegada a administradores, burocratas,
funcionários públicos, juízes e, em grau ainda maior, a organizações internacionais”.
 “As elites políticas e burocráticas nos países democráticos são poderosas, bem mais poderosas do que
podem ser os cidadãos comuns, mas não são déspotas” – eleições, de certa maneira, limita.
Organizações internacionais podem ser democráticas?
 “Os líderes políticos teriam de criar instituições políticas que proporcionassem participação, influencia
e controle político de eficácia mais ou menos equivalente à existente em países democráticos. Para
aproveitar essas oportunidades, os cidadãos teriam de estar mais ou menos interessados e informados
sobre as decisões políticas das organizações internacionais bem como sobre do governo de seus países”.
 Discussão pública das pautas de tais organizações seria também necessária.
Uma sociedade pluralista vigorosa nos países democráticos:
 “Todo país democrático precisa de unidades menores. (...) Por menor que seja o país na escala
mundial, ele precisará de uma série de associações e organizações independentes, ou seja, uma sociedade
civil pluralista”.

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