O documento discute as diferenças entre democracia grega e moderna, e entre democracia de assembleia e representativa. Também aborda como o tamanho da população e do território afetam o tipo de democracia possível, e como a democracia representativa delega poder a burocratas e elites, criando desafios. Finalmente, destaca a importância de uma sociedade pluralista e participativa para a democracia.
Descrição original:
Título original
Fichamento Robert Dahl -- Sobre a Democracia, Cap. 9
O documento discute as diferenças entre democracia grega e moderna, e entre democracia de assembleia e representativa. Também aborda como o tamanho da população e do território afetam o tipo de democracia possível, e como a democracia representativa delega poder a burocratas e elites, criando desafios. Finalmente, destaca a importância de uma sociedade pluralista e participativa para a democracia.
O documento discute as diferenças entre democracia grega e moderna, e entre democracia de assembleia e representativa. Também aborda como o tamanho da população e do território afetam o tipo de democracia possível, e como a democracia representativa delega poder a burocratas e elites, criando desafios. Finalmente, destaca a importância de uma sociedade pluralista e participativa para a democracia.
Texto: Robert Dahl -- Sobre a Democracia, Cap. 9 Democracia: Grega X Moderna: “O sistema político inventado pelos gregos era uma democracia primária, uma democracia de assembleia ou uma democracia de câmara de vereadores”. Democracia moderna exige dois princípios básicos: inclusão e eleição de representantes com autoridade para legislar. Democracia de assembleia X democracia representativa: Em uma democracia de assembleia, os cidadãos juntam-se em reuniões para debater e deliberar sobre assuntos considerados importantes, propondo e votando soluções para tais (funcionaria em uma unidade política pequena). Já em uma democracia representativa os cidadãos elegem representantes, delegando as responsabilidades de discussão e solução de questões importantes para estes. Tamanho e democracia: “O número de pessoas numa unidade política e a extensão de seu território têm consequências para a forma da democracia”. O número de pessoas afeta diretamente a participação do povo na democracia. Na democracia de assembleia quanto maior o território mais tempo seria necessário para que todos pudessem expor sua opinião, propor suas propostas, e votá-las – tirando a eficácia dessa forma. Na democracia representativa, torna-se extremamente difícil e praticamente impossível que o congressista eleito possa se reunir com todos os seus eleitores de maneira a discutir suas propostas. Ademais na democracia de assembleia surgem outros problemas, por exemplo: devido à dificuldade de participação quanto maior o corpo político os “membros com plena participação se tornam os representantes dos outros, exceto no voto”, o que torna possível que numa democracia de assembleia exista uma espécie de sistema de facto; “nada garante que os membros dotados do direito de plena participação sejam representativos do resto”; “para proporcionar um sistema satisfatório para eleger representantes, é razoável que os cidadãos prefiram eleger seus representantes em eleições livres e justas”. Os limites democráticos do governo representativo: “A lei do tempo e dos números: quanto mais cidadãos uma unidade democrática contém, menos esses cidadãos podem participar diretamente das decisões do governo e mais eles têm de delegar a outros essa autoridade”. Um dilema básico da democracia: Democracia de assembleia tem a vantagem em se tratar de um sistema que possibilita que os seus cidadãos participem ao máximo das decisões políticas. No entanto reserva-se apenas para pequenas unidades. Democracia representativa tem a vantagem na eficácia de resolução das questões de maior importância para os cidadãos. Se faz mais necessária à medida que o território e a população aumentam. As vezes o negócio é ser grande: O calcanhar de Aquiles dos Estados pequenos, como já sabiam os gregos, é sua fragilidade em relação a Estados maiores. O lado sombrio: a negociação entre as elites “Sob um governo representativo, muitas vezes os cidadãos delegam imensa autoridade arbitrária para decisões de importância extraordinária. Não delegam autoridade apenas a seus representantes eleitos, mas, num trajeto ainda mais indireto e tortuoso, a autoridade é delegada a administradores, burocratas, funcionários públicos, juízes e, em grau ainda maior, a organizações internacionais”. “As elites políticas e burocráticas nos países democráticos são poderosas, bem mais poderosas do que podem ser os cidadãos comuns, mas não são déspotas” – eleições, de certa maneira, limita. Organizações internacionais podem ser democráticas? “Os líderes políticos teriam de criar instituições políticas que proporcionassem participação, influencia e controle político de eficácia mais ou menos equivalente à existente em países democráticos. Para aproveitar essas oportunidades, os cidadãos teriam de estar mais ou menos interessados e informados sobre as decisões políticas das organizações internacionais bem como sobre do governo de seus países”. Discussão pública das pautas de tais organizações seria também necessária. Uma sociedade pluralista vigorosa nos países democráticos: “Todo país democrático precisa de unidades menores. (...) Por menor que seja o país na escala mundial, ele precisará de uma série de associações e organizações independentes, ou seja, uma sociedade civil pluralista”.