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Nome: Elis Mariane Santana de Oliveira Lima

R.A.: 22307800
Turma: 1A noturno
Texto: DAHL, Robert. “Que instituições políticas requer a democracia em larga escala?” Em
Sobre a democracia. Brasília: UnB, 2001. Pp. 97-113

No presente texto o autor Dahl afirma que, instituições políticas e determinados


arranjos são necessárias para a manutenção de um país democrático. Países que estão na
transição de um governo não democrático para um governo democrático fazem arranjos (algo
provisório), que se tornam práticas e com o passar do tempo, instituições. (DAHL, 2001, p.
97-98).

Há uma reflexão no capítulo sobre como descobrir quais são essas instituições e
explicar o objetivo de cada uma delas. Conclui-se que as referências indispensáveis para a
definição das instituições seriam países amplamente reconhecidos como democracias, a
história de países que ampliaram a inclusão política da população e imaginar as instituições
essenciais para os objetivos democráticos, levando em consideração as limitações humanas.
Baseando-se nesses modelos, Dahl propõe seis instituições imprescindíveis para uma
democracia de grande escala: funcionários eleitos, eleições livres, justas e frequentes,
liberdade de expressão, fontes de informação diversificadas, autonomia para as associações e
cidadania inclusiva (DAHL, 2001, p. 98-99).

Cada uma dessas instituições tem um propósito: funcionários eleitos tem o intuito de
aumentar o controle da população sobre as decisões do governo, já que eles serão eleitos pelos
cidadãos, as eleições livres, justas e frequentes a redução da coerção e complementam a
instituição anterior. A liberdade de expressão permite que as pessoas critiquem o governo sem
que sejam penalizadas, podendo ir contra a ideologia dominante. As fontes de informação
diversificada impedem que o governo manipule a informação disseminada ao público, a
autonomia para as associações auxilia na criação de partidos políticos e grupos que defendam
diferentes interesses para a sociedade. A cidadania inclusiva garante que o povo tenha os seus
direitos preservados e acesso as instituições citadas anteriormente (Ibidem, p. 99-100)

Todas as instituições têm uma história, por exemplo: até o século XX o sufrágio
universal era negado, esta mudança para a inclusão de mais votantes é o que distingue a
democracia representativa moderna das outras formas de democracia. A prática de eleger
funcionários superiores para formulação de legislação foi seguida do paulatino aumento de
direitos dos cidadãos de se expressarem politicamente, buscando e trocando informações.
Com isso, apesar das facções serem vistas de forma negativa a princípio, elas não poderiam
ser reprimidas sem uma reação por parte da população e eventualmente estas associações se
tornariam partidos políticos (Ibidem, p. 100-101)

Ademais, os partidos políticos ficaram famosos pela primeira vez nos Estados Unidos,
onde o partido republicano foi amplamente apoiado tanto no Parlamento quanto fora dele
(Ibidem, p. 102). Fundando-se na realidade estadunidense, Tocqueville defende que a
democracia norte americana era a mais completa, apesar de que a instituição cidadania estar
faltando, devido a exclusão de mulheres e afro-americanos no sufrágio “universal”. Com a
passagem do tempo estas cinco instituições foram instituídas em outras democracias e
observadores estadunidenses e europeus depreenderam que países que pretendem se tornar
civilizados devem adotar a forma democrática de governo (DAHL, 2001, p. 102-103).

De acordo com Dahl, as democracias atuais deveriam ser chamadas de poliarquias,


termo que significa “o governo de muitos”. Esse termo seria definido como um sistema
político dotado das seis instituições democráticas mencionadas anteriormente. No entanto,
Dahl pondera que essas seis instituições seriam estritamente necessárias apenas em países,
não necessariamente em sistemas democráticos menores, como na organização de clubes
(Ibidem, p. 104-105).

Posteriormente a definição de poliarquia Dahl busca explicar por que a democracia


exige cada uma das instituições apresentadas. Os representantes eleitos são necessários para
que os cidadãos possam controlar o planejamento governamental, mesmo que esse sistema
representativo tenha as suas falhas acabou se tornando o mais seguro e antigamente, devido à
falta de recursos, a democracia era visto como algo que era possível apenas em Estados
pequenos e visto de forma negativa tanto por Rousseau quanto por Montesquieu. Com o
passar dos anos essa visão foi superada e Stuart Mill defende que a melhor opção seria um
governo democrático representativo (Ibidem, p. 107-108).

As eleições livres justas e frequentes são imprescindíveis para que os cidadãos tenham
oportunidades iguais e efetivas de votar, serem votados e todos os votos serem contados
igualmente. Ademais, a frequência das eleições pode variar, mas não deveriam ir além de
cinco anos. Há uma discussão se a melhor maneira de eleger representantes é pelo sistema
majoritário ou pelo sistema proporcional, amplamente usado. (Ibidem, p. 109-110).

A liberdade de expressão é exigida conjuntamente com a existência de fontes


alternativas e independentes de informação, visto que a primeira faz com que os cidadãos
participem verdadeiramente da atividade política, possam ser ouvidos e escutar os outros, se
esclarecerem e influenciar as decisões governamentais. Já a segunda cumpre a função das
pessoas se esclarecerem por meio de notícias não controladas pelo governo ou por apenas um
grupo, contribuindo para a participação efetiva do povo e a influência no planejamento
público (Ibidem, p. 110-11).

Por último, associações independentes e cidadania inclusiva são indispensáveis, visto


que além de serem inevitáveis em grandes repúblicas, elas criam oportunidades de discussão e
aquisição de habilidade políticas, auxiliam no esclarecimento cívico e são uma fonte de
educação cívica. A segunda visa facilitar transição de governos não democráticos para
governos democráticos e descobrir como ir além da democracia poliárquica para os países que
já possuem uma democracia consolidada (DAHL, 2001, p. 112-113).

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