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1.

Democracia Direta

É um sistema político em que o povo, diretamente e sem representantes, participa


ativamente nas tomadas de decisões de um estado/país. Na democracia direta, todas as
questões relacionadas à administração do estado/país são definidas pelo povo, feitas por
votações e consultas populares como plebiscitos e referendos (Plebiscitos e referendos são
procedimentos que os dão aos eleitores a possibilidade de votar sim ou não sobre uma
questão específica; feita a escolha, resta ao perdedor nenhum ganho).

Neste caso, não há escolha de representantes, pois a população participaria ativa e


diretamente nas tomadas de decisão. Atualmente, não há nenhum país de democracia direta.
Na Grécia Antiga era exercida, mas naquela época nem todos podiam participar das tomadas
de decisão, como as mulheres. É visto por muitos como um modelo que pode não funcionar
efetivamente. Isto porque questões em que milhares de pessoas precisam decidir sobre
determinado assunto poderiam ser difíceis de se obter consenso claro.

Em primeiro lugar, está a ideia de que qualquer definição de democracia traz em si o


princípio de que esse sistema deve expressar a vontade do povo. A soberania não pode ser
representada ou alienada, os representantes, quando necessários, devem ser apenas porta-
vozes do povo. A função do representante seria semelhante à do carteiro, o qual simplesmente
entrega um papel em que está expressa a vontade dos cidadãos. Em segundo lugar, e como
conclusão da ideia anterior, quando a vontade do povo é expressa sem intermediários, ela
tende a ser a expressão mais fiel da sua opinião. Em terceiro lugar, o uso recorrente dos
mecanismos da democracia direta tende a produzir cidadãos mais atentos aos assuntos
públicos e com maior apreço pelas instituições democráticas, as quais eles associam ao seu
bem-estar.

1.1 Democracia Representativa

Consiste na escolha da população, por meio de eleições, de representantes para que


tomem decisões em seu nome. A maioria dos países democratas são adeptos da democracia
representativa. Além do Brasil, pode-se citar como exemplos Estados Unidos, França, Portugal,
Canadá, entre outros.

Existem diversas definições sobre governo representativo, nenhuma das quais é isenta
de componentes valorativos. Bernard Manin (1997) aponta quatro princípios que são
invariavelmente observados nos governos representativos. São eles:

a) aqueles que governam são eleitos por eleições regulares;

b) as decisões tomadas por aqueles que governam guardam um grau de autonomia em relação
aos desejos do eleitorado;

c) aqueles que são governados podem expressar sua opinião política sem estarem sujeitos ao
controle daqueles que governam;

d) as decisões públicas são tomadas mediante debate público.

Segundo Manin, o fato de o representante não espelhar fielmente as opiniões dos


representados significa que ele é capaz de depurá-las e ampliá-las. Essa visão, em suas várias
vertentes, está alicerçada no entendimento de que os representados não têm embasamento
suficiente para opinar sobre assuntos públicos e, assim, os representantes seriam mais aptos a
lidar com esses temas. Isso teria dois motivos principais: a absorção do cidadão por assuntos
da esfera privada e o conhecimento mais amplo do representante. Para Manin, essa absorção
se daria pelo fato de o cidadão ter pouco tempo para os assuntos públicos e ser movido por
interesses particulares, o que não permitiria que ele pudesse enxergar o interesse público.

2. Sistema Presidencialista x Sistema Parlamentarista

A principal diferença entre esses dois sistemas reside na maneira como são estruturados os
poderes executivo e legislativo, assim como na relação entre eles. No sistema presidencialista,
o poder executivo é chefiado por um presidente eleito separadamente do legislativo. Este
presidente desempenha o papel de chefe de Estado e chefe de governo, concentrando em si
uma série de atribuições, como a chefia das Forças Armadas, o poder de veto sobre legislações
aprovadas pelo legislativo e a capacidade de nomear ministros e juízes. Há uma clara separação
entre os poderes executivo e legislativo, com cada um tendo suas próprias esferas de influência
e responsabilidades. Exemplos de países que adotam o sistema presidencialista incluem os
Estados Unidos, Brasil e França.

Por outro lado, no sistema parlamentarista, o poder executivo é liderado por um primeiro-
ministro, que geralmente é o líder do partido majoritário ou de uma coalizão no parlamento.
Nesse sistema, o chefe de Estado pode ser uma figura cerimonial, como um presidente ou
monarca, com poderes limitados, enquanto o primeiro-ministro detém o verdadeiro poder
executivo. A principal característica do sistema parlamentarista é a interdependência entre os
poderes executivo e legislativo, uma vez que o governo depende do apoio do parlamento para
se manter no poder. Se o governo perder o apoio da maioria parlamentar, pode ocorrer uma
moção de desconfiança que leva à queda do governo e à convocação de novas eleições ou à
formação de um novo governo. Exemplos de países que adotam o sistema parlamentarista
incluem o Reino Unido, Alemanha e Suécia.

3. Exemplos de regimes democráticos bem-sucedidos

 Noruega
 Islândia
 Suécia
 Nova Zelândia
 Dinamarca
 Irlanda
 Canadá
 Austrália
 Finlândia
 Suíça
 Holanda.
4. Desafios enfrentados pela democracia em diferentes partes do mundo

A democracia enfrenta uma série de desafios significativos em todo o mundo, que


ameaçam sua estabilidade e eficácia, como o surgimento de líderes populistas e movimentos
extremistas (fenômeno que vem ocorrendo com frequência desde o séc. XX), que promovem
discursos de ódio e divisão social. Além disso, a disparidade econômica e social mina a
legitimidade dos sistemas democráticos, gerando descontentamento e polarização política. A
corrupção e a falta de transparência enfraquecem as instituições democráticas, minando a
confiança dos cidadãos no governo e dificultando a prestação de serviços públicos eficientes, o
que representa um novo desafio aos partidos políticos. As exigências referentes à qualidade
das políticas públicas aumentaram ao mesmo tempo em que houve uma redução de confiança
nas instituições políticas por uma parcela da população, além disso, devido ao financiamento
privado das campanhas políticas, houve uma intensa ampliação da influência das empresas nas
decisões políticas.

Enfrentar esses desafios requer um compromisso contínuo com os valores democráticos, o


fortalecimento das instituições e mecanismos de governança, além do engajamento ativo dos
cidadãos na defesa e promoção da democracia. O sistema político brasileiro ainda apresenta
uma série de problemas estruturais e debilidades institucionais. Essas questões, aliados à crise
que a democracia vem enfrentando em todo o hemisfério Ocidental, deixam clara a
necessidade de ampliar os debates sobre o futuro da democracia, a participação política e as
reformas necessárias

5. Referências
 https://brasil.fes.de/temas/democracia?gad_source=1
 https://www.significados.com.br/democracia-direta-indireta-e-representativa/
 https://www.scielo.br/j/csc/a/TPKvtMvmfn7ZDxJsTVm3hKh/
 https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/os-11-paises-mais-democraticos-do-
mundo-e-o-que-eles-tem-a-ensinar-ao-brasil-6curwyfhhxq0urxus1yhg93kt/
 https://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/9713

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