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Teoria Geral do Estado 2

Programação:

1. Estado e Democracia. 2. Democracia direta e semidireta. 3. Democracia Representativa. 4.


O Sufrágio. 5. Sistemas Eleitorais e Sistemas Partidários. 6. Representação Política. 7.
Democracia e Formas de Governo. 8. Tendências do Estado Contemporâneo. 9. O Estado na
Ordem Internacional. 10. Intervenção do Estado na Sociedade. 11. Estado Socialista e
Capitalismo de Estado. 12. Ideia Atual de Estado Democrático. 13. O Futuro do Estado.

*Fazer um texto de uma ou duas páginas (no máximo) sobre os textos que serão
apresentados nos seminários

15 de agosto

● Estado de direito
● Objetivamente: controle jurídico do poder político
● controle formal: limitação jurídica do poder e atividade do Estado por via da lei positiva
● objetivo do Estado: garantir e proteger os direitos fundamentais
● O controle é exercido pelo judiciário
● Conceito material: limitação jurídica do poder do Estado por via da
● Princípios fundamentais:
○ legalidade: só a lei cria direitos e obrigações
○ igualdade: todos são iguais perante a lei (em direitos obrigações)
○ justiciabilidade: atuação do judiciário
● Estado Democrático vs Estado de Direito: primeiro quem exerce o poder soberano é o
princípio político e no segundo é o princípio procedimental
● Estado Democrático: liberdade, opinião, imprensa, associação. Indivíduos participantes
participam em igualdades condições das tomadas de decisões
● Estado de Direito: promover e assegurar mais ampla proteção dos direitos
fundamentais. Soberania popular, democracia, justiça social, dignidade humana

Ficha de reação seminário 1 - Poliarquia: participação e oposição

No texto analisado, o autor busca investigar que condições favorecem ou impedem a


transformação do governo em um regime que é possível os opositores se organizarem, em
partidos, abertamente, a fim de fazerem oposição.
Começa citando que a característica de se ter uma oposição que possa se manifestar
abertamente é uma característica de um governo democrático. Uma outra característica da
democracia é o governo atender as necessidades e as demandas públicas, sendo responsável
pelos cidadãos.
Todavia, o autor não cita outras características que poderiam explicitar o porquê de uma
democracia ser considerada como tal, o que seria de extrema relevância, visto que essas
características ajudariam, também, a responder a questão inicial.
O escritor também cria uma idealização da democracia, em que todos cidadãos devem ter
oportunidades plenas de formular suas preferências, expressá-las, individual ou coletivamente,
e tê-las consideradas igualmente na conduta do governo. Diz que essas três condições são
necessárias, mas não suficientes. Então, quais seriam as outras condições suficientes?
Além disso, ele não se importa se esse sistema realmente existe, existiu ou pode existir. Seria
de relevância fazer uma análise desse tipo, visto que: (a) se o sistema idealizado por ele já
existe, ajudaria a entender, na prática, como o governo democrático realmente é, além de como
funciona (b) se existiu, em que época isso ocorreu? Como o governo funcionava? Por que não
existe mais atualmente? (c) se pode existir, quais são as condições necessárias que o tornaram
real? Quais os aspectos necessários?
Dahil continua, afirmando que quando se trata de um grande número de pessoas, para
construir uma democracia, cada requisito precisa de garantias institucionais para serem
realizados, elas são: liberdade de formar e aderir a organizações, liberdade de expressão,
direito de voto, elegibilidade para cargos públicos, direito de líderes políticos disputarem apoio,
direito de líderes políticos disputarem votos, fontes alternativas de informação, eleições livres e
idôneas, instituições para fazer com que as políticas governamentais dependam de eleições e
de outras manifestações de preferência.
Mesmo tendo citado esses inúmeros requisitos, eles não foram aprofundados no primeiro
capítulo, o que levanta o questionamento de qual é a sua real importância, deixando a dúvida
se eles são, realmente, considerados como de extrema relevância para quem escreveu.
Historicamente e atualmente, os regimes variam em quais garantias efetivamente oferecem.
Assim, uma escala refletindo essas oito posições permite comparar diferentes regimes segundo
a amplitude da oposição, da contestação pública ou da competição política. Já uma escala que
reflete a amplitude do direito de contestação permite comparar regimes sobre sua
inclusividade, medida pela maior proporção de indivíduos que desfrutam do direito. Para
demonstrar essa teoria na prática, utilizou-se exemplos da Grã-Bretanha, União Soviética e da
Suíça, países em que um dos elementos está em alta, enquanto outro é expressamente baixo.
Essa demonstração foi extremamente relevante, pois possibilitou uma compreensão mais
didática sobre o que o autor realmente queria dizer, fazendo com que o conhecimento se
ampliasse para situações realmente vividas.
Considerou a democratização formada por, pelo menos, duas dimensões: contestação pública
e direito de participação. Desenvolver um sistema só comum desses aspectos, ou só com o
outro, não significa democratização plena. Por exemplo, em um regime de hegemonia fechada,
que se desloca a favor da contestação pública, tem a sua liberalização, tornando-se tornando
mais competitivo. No entanto, se ele muda a favor de tornar maior a participação, está tornando
maior a sua popularização, tornando-se inclusivo.
Nota-se que o autor focou muito nesses dois aspectos: a contestação pública e o direito de
participação, considerando-os como os mais essenciais, mas ele não explicita porque chegou a
essa conclusão.
Depois de todo oraciocínio formado, colocou-se a questão: que fatores aumentam ou diminuem
as chances de contestação pública num regime fortemente inclusivo, isto é, numa poliarquia?
Essa questão foi bem respondida, através de três formas de transformação: de hegemonias e
oligarquias competitivas em quase-poliarquias; de quase-poliarquias em poliarquias plenas (o
que ocorreu na Europa até a Primeira Guerra Mundial) e a transformação em poliarquias
plenas. Entretanto, essas últimas não foram explicadas perfeitamente, por não serem
consideradas de tamanha importância para o autor.
Por fim, algumas hipóteses, a partir de toda a reflexão feita, foram criadas, como:
- A ideia de que quando regimes hegemônicos e oligarquias competitivas se deslocam
para a direção de uma poliarquia, elas aumentam a oportunidade de efetiva participação
e contestação e, assim, o número de indivíduos deve ser levado em conta nas decisões.
- Transformações que deem mais oportunidades aos opositores de se espressarem traz a
possibilidade de conflito com os representantes.
- Quanto maior o conflito entre o governo e seus oponentes, mais difícil é a prevalência
da tolerância.

22 de agosto

● estado democrático de direito:


○ premissa básica: sistema político no qual:
■ todos os indivíduos participam igualmente
○ requisitos mínimsos:
■ voto universal adulto; eleições periódicas, livre, competitivas e justas;
mais de um partido político; fontes alternativas de informação
○ boas democracias devem assegurar:
■ a soberania popular; a ampla liberdade e igualdade politica; a boa
governança
○ terceira onda de democratização: conjunto de mudanças de um regime não
democrático para um democrático. Implica a liberalização do sistema político.
Nem todos os processos ocorrem em ondas, mas há parâmetros semelhantes,
como: alcançar um número pequeno de estados e cada onda gera um contra
onda

Segunda ficha de reação - a racialização do mundo

● O autor começa o capítulo afirmando que os problemas raciais, no século XX, se


tornaram algo frequente, multiplicados e exacerbados. Isso porque há um enorme
crescimento das tecnologias e automação. No entanto, é fato que os mesmos sempre
existiram e já foram até piores, se olharmos o decorrer da história. O maior exemplo a
ser observado é o da escravidão, em que condenavam pessoas a perderem totalmente
sua liberdade apenas devido ao seu tom de pele.
● Também pode-se observar tamanho desrespeito e preconceito, no Brasil, quando houve
medidas do governo a fim de trazer imigrantes europeus para “esbranquiçar” a
população.
● Além disso, algo extremamente relevante, como fora citado, é o fato de que esses
problemas não são meramente étnicos e raciais, mas sim envolve todo um padrão
cultural de desenvolvimento. Desse modo, é evidente que para estudar esse problema é
necessário investigar a fundo os diversos momentos que marcaram a história das
sociedades, tal como a cultura, a economia e a política de cada época.
● Felizmente, nas décadas atuais, o problema racial vem sendo mais discutido e os
problemas estão sendo, de pouco a pouco, expostos. Um exemplo sobre esse fato,
dado por Octavio, é dado a partir dos grandes movimentos migratórios, em que as
pessoas acabam se aproximando mais de diferentes culturas, desenvolvendo várias
identidades, o que torna os transmigrantes aptos a expressarem suas resistências às
situações políticas e globais, as quais os envolvem.
● Paradoxalmente, as migrações produzem reações agressivas e preconceituosas contra
os imigrantes, principalmente em países mais desenvolvidos, de terceiro mundo, como
os Estados Unidos
● Cabe mencionar que “Etnia” é o conceito científico habitualmente utilizado para
distinguir os indivíduos ou as coletividades por suas características fenotípicas; ao
passo que “raça” é o conceito científico elaborado pela reflexão sobre a dinâmica das
relações sociais, quando se manifestam estereótipos, intolerâncias, discriminações,
segregações ou ideologias raciais
● Por isso, fala-se em questão racial, dada a longa história de intolerância e preconceitos
● Nota-se que mesmo com programas de apoio aos negros, leis que tornam o racismo um
crime e diversos movimentos raciais espalhados pelo mundo, esse problema ainda está
longe de ser resolvido, dado que na prática os pretos continuam tendo um menor
salário, representando um número mínimo na política e nas universidades públicas, por
exemplo.
● Assim, é evidente que diversos negros são marginalizados, apenas pela cor de sua
pele, independente de sua idade, de seu gêmero e de sua cultura.
● Ademais, existem, além dos problemas raciais, os problemas étnicos, vistos através de
diversas populações que são deixadas de lado da sociedade, proibidas, até mesmo,
dos seus direitos primordiais. Exemplo disso são os índios, os quais continuam sendo,
desde o Período Colonial, desrespeitados, já que os indivíduos e o governo não
respeitam suas crenças e seus territórios, impedindo-os de levarem uma vida segundo,
totalmente, suas crenças originárias.
● Isso também pode ser visto com os Curdos, povo que busca um território e
reconhecimento no Oriente Médio. Ao invés disso, só ganham perseguições, opressões
e intolerância.
● Em suma, o que é imperioso mencionar, sobre esse tema, é que o racismo vem de
séculos atrás e, mesmo com muitos anos para resolver esse problema, o mesmo ainda
está longe de ser extinguido. Isso acontece devido a falta de empatia das pessoas para
com uma longa história de dor e sofrimento, de indivíduos negros marginalizados.
Aliado a isso, também é visto que algumas etnias sempre foram exiladas da sociedade,
como aconteceu com os índios, os quais, mesmo passando por um genocídio na época
colonial, não tiveram seus direitos totalmente resguardados, sendo diariamente mortos
e captutados tanto pelo governo quanto por multinacionais, as quais desejam utilizar a
terra, ou seja, o lar, dos povos originários, para obterem grandes lucros.
● O fenômeno da internet em que, em teoria, deveria expandir o conhecimento, fazendo
as pessoas ficarem mais informadas sobre como há uma desigualdade social que pede
urgentemente para ser findada, levou a uma maximização na igualdade, já que, agora,
os indivíduos que possuem capital (em geral homens, brancos e conservadores)
criaram um abismo ainda maior entre os indivíduos marginalizados, distanciando-os das
condições que verdadeiramente merecem. Por isso, é imprescindível que a sociedade
continue lutando para acabar com esses problemas, os quais estão e sempre estiveram
presentes em todos os lugares do mundo, nunca se mostrando cansada e sem
esperanças, para que um dia, quem sabe, o ambiente social se torne mais justo e
igualitário.

12 de setembro

● O Estado do século XIX


○ Estado nação: tende a responder uma nação ou comunidade histórica de cultura
○ Estado liberal, democrático e representativo (em termos)
○ Estado de direito, constitucional
○ fundamentos ideológicos: individualismo e liberalismo
○ fundamentos políticos: democracia representativa, preeminência do parlamento
○ finalidade: garantia da liberdade, ampliação da igualdade e social
○ organização: império da lei, divisão de poderes, direitos individuais
○ atuação direta do estado: direitos sociais, gestão direta de serviços públicos
As fronteiras como objeto de conflito no mundo contemporâneo - Michel Agier

● Prólogo: a cena de Patras


● A globalização não suprime as fronteiras, mas sim as alargam, transformam,
tornando-as incertas e instáveis
● Por vezes ela transforma muros, sendo eles concretos ou invisíveis, como os
controlados por policiais, eletrônicos, etc
● Um dos efeitos do muro é transformar o espaço de fronteira
● O autor descreve uma situação em que vivenciou, em 2009, em um pequeno vilarejo
grego, o qual contava com um porto que dava acesso à Europa
● Os jovens afeganistãos queriam, ali, embarcar sigilosamente em caminhões, os quais,
por sua vez, entrariam nos porões dos navios que iriam para a Itália
● Ao lado desse porto, há um luxuoso prédio com uma área fitness. As pessoas dentro
dessa área observam os jovens a correrem para os caminhões
● Nenhuma palavra é trocada entre os jovens afegãos e os praticantes de musculação,
como também inexiste qualquer relação direta entre os policiais e os migrantes.
Somente olhares, eventualmente cruzados.
● Se os policiais observam calmamente, é porque há inúmeros mecanismos a fim de não
permitir que os jovens ultrapassem a barreira
● O sucesso na passagem de alguns jovens incentiva os outros e mantém o desejo e a
energia desses últimos
● Para os que não conseguem passar, se reencontraram no acampamento de Patras ou
novamente na fronteira: ambos os lugares, somado a outros, como plantações, etc,
serão os ambientes em que passarão o resto de suas vidas
● Homens-fronteira, situações de fronteira
● Quem chega nas fronteiras passa por um processo de desidentificação de si próprio
● Essa desidentificação, muitas vezes, faz com que uma pessoa que esteja na fronteira,
não consiga passá-la, dado que há um temor sobre como será ter uma nova cidadania,
tirando da pessoa a possibilidade de se transformar em outra existência
● O autor começa uma discussão sobre o espaço da faixa de fronteira e os
homens-fronteira, dizendo que há três tipos: o errante, o meteco e o pátria.
● Errante:
○ Africanos ou afegãos, que buscam uma entrada, através do Mediterrâneo, para
a Europa.
○ Permanecem em acampamentos improvisados
○ Há uma incerteza no caminho, dado que o destino pode ser uma trilha infinita de
exílio
○ a fronteira é um espaço assustador, perigoso e ameaçador
● Meteco
○ Trabalhadores sem documento
○ Vem das Filipinas, Sri-lanka, bangladesh…
○ Não possuem qualquer cidadania ou direito de propriedade
○ A cidade toda é sua fronteira, residindo em ocupações clandestinas
● Pátria
○ Vive recluso em um campo de refugiados, de deslocados, de retenção…
○ Longa duração do estabelecimento
○ Caráter de cruzamento mundial, existindo diversas linguas, culturas, etnias
○ Esse caráter transforma esses campos em locais de fronteira no sentido de uma
experiência de mundo e de alteridade
● Como exemplo tem-se a ocupação do hospital de Gaza e o campo de Maheba
○ O Hospital de Gaza foi inaugurado por mulheres palestinas que buscavam se
livrar da violência. Gradualmente, tornou-se a moradia de inúmeros refugiados
○ O campo de Maheba também não para de crescer, devido a diversas guerras
● O autor observa que nesses casos, o que chega primeiro estabelece uma relação
hierárquica de poder
● Encontra-se nas três figuras, assim como nos três tipos de lugares, um teste de
alteridade que o sociólogo Alfred Schultz, chamou de “o labirinto do estrangeiro”:
● O estrangeiro chega com um modo de pensar que lhe parecia óbvio e natural, mas deve
se orientar para um novo modelo cultural (língua, costumes, leis, folclore, modos etc.),
compreendê-lo e utilizá-lo
● O estrangeiro extrai dois traços fundamentais:
○ por um lado, a objetividade e a “inteligência do mundo” (ele descobriu que “o
modo normal de viver está longe de ser tão certo quanto parece”);
○ por outro, uma “lealdade ambígua” – ele não substitui um padrão cultural por
outro, mas se torna um “híbrido cultural que vive na fronteira de dois modelos
diferentes de vida, sem saber a qual dos dois ele pertence”
● Um cosmopolitismo comum
● Algumas noções:
○ A terra é redonda e, assim, os indivíduos estão condenados a se relacionar bem,
pois vão se encontrar
○ A liberdade é a condição para o exercício de cidadania, pois precisa-se
atravessar as fronteiras para realizar o exercício do mundo
○ As trocas reagiram melhor quando essa escala do mundo passar a ser
implementada
● A visão do mundo sofre de otimismo ingênuo pois, segundo Kant, por trata de um
pensamento pacificado do mundo, que precisa eliminar conflitos para florescer. Como
se o mundo comum devesse ser um mundo sem conflitos
● Distinguir a cosmopolítica e o cosmopolitismo para melhor compreender a relação entre
eles
● o cosmopolitismo é o quadro antropológico e sociológico que forma a base e a condição
de uma possível, eventual, cosmopolítica
● Associa-se geralmente a palavra “cosmopolita” a um modo de vida “globalizado”
● Outras pessoas, geralmente reunidas por movimentos e associações, querem ser
“cidadãs do mundo” ou “antiglobalização” - elas também se definirão como cosmopolitas
● Mas, nesse caso, trata-se, para elas, de defender uma posição política sobre o mundo e
sua governança mais ou menos representativa. Isso já constitui a “cosmopolítica” ou, ao
menos, o prenúncio do que poderá ser um dia a mobilização cosmopolítica
● Pode-se dizer que já existe uma filosofia da cosmopolítica, a qual tem todas as chances
de ocupar um lugar mais importante na filosofia política em geral. Os debates enfocam o
significado e as vantagens comparativas do multiculturalismo e dos conflitos de
universalismos
● Beck considerou que ser verdadeiramente cosmopolita é ter uma “consciência”
cosmopolita. Ele se refere à percepção comum dos riscos compartilhados, como os de
ordem sanitária, por exemplo, em todos os pontos do planeta e simultaneamente -
sociedade de risco - um fenômeno acontece e pode atingir a todos. Ex: 11 de setembro
● O sujeito cosmopolita como sujeito descentrado
● Questão sobre o cosmopolitismo do imigrante, visto que este está inserido em mais de
um ambiente social
● Há, entre eles, um cosmopolitismo específico, formando suas próprias redes e
territórios.
● O conceito de sujeito cosmopolita tornou-se, pois, uma necessidade. Trata-se de um
sujeito-outro, descolado da atribuição identitária que lhe é atribuída no duplo contexto
onde vive (o lugar-fronteira) ou até mesmo agindo contra ela.
● O cosmopolitismo dessas pessoas está em outro lugar, origina-se no fato de que elas
possuem, necessariamente, o mundo em suas mentes, mesmo se não o projetaram
● Com o alargamento espacial e temporal das fronteiras, essa condição é antecipadora
de uma cultura das fronteiras como cultura global em formação. Trata-se de um
cosmopolitismo simultaneamente mais amplo e universal, mais verdadeiro e autêntico,
que aquele que supomos quando falamos, hoje, de cosmopolitismo, de acordo com as
concepções habituais aqui evocadas – elite global, alter-globalização, consciência
global
Seminário IV - fiz só o em port, precisa do que tá em inglês?

● PÓS-MODERNIDADE E SOBERANIA ESTATAL: NOVOS PARADIGMAS E NOVOS


SUJEITOS

Angela introduz o texto afirmando que há uma concepção da modernidade relacionada ao


Estado como detentor da exclusividade do direito dentro do seu território. Na pós-modernidade,
paradoxalmente, a formulação do direito é permeada por múltiplos sujeitos - isso, no entanto,
não é uma plena realidade, pois mesmo na pós-modernidade pode ser vistos diversos regimes
em que a formulação do direito ainda pertencia ao Estado, exclusivamente.
O filósofo Montesquieu, já na modernidade, falou sobre a importância em se dividir o poder
entre três formas representantes: o legislativo, o executivo e o judiciário, a fim de evitar que o
soberano ou o governante estabelecesse toda a soberania para si, condenando os súditos a
crimes que, muitas vezes, os mesmos nem cometeram, através de penas exacerbadamente
drásticas, como a guilhotina e a forca, que serviam, também, para demonstrar à população o
poder do soberano - o qual deveria ser respeitado por todos. As ideias de Montesquieu, aos
poucos, foram tomando espaço e, na atualidade, o sistema dividido em três poderes realmente
se faz realidade.
No entanto, em plenos tempos pós-modernos, é fato que realmente existem e existiram
governos os quais desrespeitam essa divisão de poder, centralizando o direito e sua aplicação
nas mãos do governante. Um exemplo muito explícito desse fato pode ser visto durante o
período da Ditadura Militar no Brasil, em que somente na teoria existia a divisão de poderes,
enquanto na realidade, quem realmente ditava o que iria acontecer, era o governante e os
militares. Isso pode ser visto através de inúmeras pessoas que sumiram nesse período, umas
até foram encontradas mortas, somente por contrariar os ideais do governo. Muitos estudantes
foram presos e torturados também, somente por defender uma democracia e que os direito
constitucionais voltassem a serem seguidos. Portanto, a partir disso, verifica-se que, na
realidade, em um mundo pós-moderno, podem existir, sim, governos controladores do direito,
não sendo composto por outros aspectos.
Dando continuidade, a autora fala sobre os diversos teóricos que falam sobre a soberania.
Hegel, por exemplo, elabora uma ideia de Estado, segundo a qual o Estado constitui uma
realidade moral. Parte-se do conceito segundo o qual a soberania se entrelaça à ideia de
personalidade jurídica do Estado.
Também diz que a modernidade, enquanto projeto de ruptura para com as “trevas”
representadas pelo medievo, tem a ordem como projeção da razão. No entanto, aqui também
pode-se levantar inúmeras críticas. Isso porque há um mito sobre a era medieval não ter
presente pensadores e a razão. Mesmo com diversas crenças sem embasamentos científicos,
foi nessa época que as universidades começaram a existir e uma linha de raciocínio começou a
ser mais amplamente difundida, assim como o debate em contraposições de ideais. Pode-se
observar a Universidade de Paris, em que reunia diversos pensadores da época e era um
centro de debates e de ideais. São Tomás de Aquino, por exemplo, desenvolvia textos e
comentava ideias de outros autores, como as de Aristóteles, em um ritmo incrivelmente rápido.
Mesmo assim, não se pode negar que na modernidade, realmente, a razão e a atenção à
ciência foi realmente se expandindo pela sociedade. É nesse sentido e contexto que a
estabilização do projeto moderno reclama a lei escrita e codificada como projeto próprio para
unificação dos direitos, e, mais, para a estratificação das relações sociais em conteúdos
controláveis de realização do poder.
Na pós-modernidade, entretanto, um outro quadro se instaura, trazendo mudanças
paradigmáticas plasmadas nas ideias de desordem, dissenso, desmantelamento,
descompasso, influenciando diretamente Estado e na forma que o mesmo lida com questões
legislativas. Também faz-se válido mencionar que, devido ao sistema capitalista, o Estado não
consegue mais dar respostas adequadas à sociedade, exceto aquelas favoráveis ao lucro,
observados os interesses do mercado e o do consumo.
Em “o Conceito de Soberania Revisitado”, de Jens Bartelson, discute-se algumas contribuições
recentes ao debate contemporâneo sobre soberania. Vale ressaltar, no entanto, que o conceito
de soberania está aberto a mudanças no tempo e no espaço, devido ao mundo atual que se
encontra em constantes mudanças, em que a maioria das coisas se demonstram instáveis e
modificáveis.

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