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AULA 4
ROBERT DAHL E A POLIARQUIA
TEXTOS: POLIARQUIA (R. DAHL)
Semestre: 2023.1
Aulas: Terças e quintas, 09h30-11h10
Professor: Diogo Cunha
E-mail: diogo.accunha@ufpe.br
Notas introdutórias e elementos de
contexto
■ Há sequências mais passíveis do que outras de conduzir à segurança mútua e, desta forma, facilitar a
mudança para um regime mais poliárquico? ⇒ Três caminhos possíveis para a poliarquia:
1. A liberalização precede a inclusividade (Inglaterra e Suécia):
A. Uma hegemonia fechada aumenta as oportunidades de contestação pública e assim se transforma numa
oligarquia competitiva.
B. A oligarquia competitiva transforma-se numa poliarquia pelo crescimento da inclusividade do regime.
2. A inclusividade precede a liberalização (Alemanha do Império até Weimar):
A. Uma hegemonia fechada torna-se inclusiva.
B. A hegemonia inclusiva transforma-se então numa poliarquia pelo aumento das oportunidades de contestação
pública.
3. Atalho (França, 1789-1792) ⇒ Uma hegemonia fechada é abruptamente transformada em poliarquia por
uma repentina concessão de sufrágio universal e direitos de contestação pública.
Síntese da argumentação
1. O processo de inauguração mais auspicioso para uma poliarquia é o que transforma formas e
estruturas hegemônicas legítimas nas formas e estruturas adequadas à competição política,
evitando assim produzir clivagens duradouras ou dúvidas generalizadas sobre a legitimidade do
novo regime.
2. O processo inaugural mais passível de levar a este resultado é a evolução pacífica no interior de
um Estado-Nação independente ou de uma nação quase-independente que alcance a
independência sem um movimento de independência nacional.
3. O processo de inauguração menos auspicioso para uma poliarquia é o que deixa um grande
segmento de cidadãos contrário à legitimidade da política competitiva.
4. Este resultado é provável quando uma poliarquia é inaugurada por uma guerra civil ou revolução
em que um grande segmento da população, que sustenta a legitimidade do velho regime ou nega a
legitimidade do novo, é derrotado, mas ainda assim incorporado como cidadãos no novo regime.
Resumo da argumentação
5. O declínio dos impérios coloniais e a improvável repetição das circunstâncias que facilitaram a introdução
da poliarquia nos países derrotados pelos Aliados no final da Segunda Guerra Mundial significam que, no
futuro, as principais opções disponíveis são a evolução ou a revolução no interior de um Estado-nação já
independente.
6. A presença de modelos de poliarquia e de hegemonias de partido único, no mundo, provavelmente tem um
impacto no processo de inauguração de regimes, mas seus efeitos são imprevisíveis. No mínimo, sua
presença provavelmente eleva as expectativas de que os regimes podem ser rapidamente transformados em
qualquer direção.
7. Todavia, em países sem um legado recente de experiência no funcionamento de uma política competitiva, a
transformação de regimes hegemônicos em poliarquias provavelmente vai continuar sendo um processo
lento, medido em gerações.
8. A extensão do processo provavelmente pode ser reduzida e as perspectivas de uma transformação estável
aumentam se os processos inaugurais forem acompanhados pela busca de um sistema interno de segurança
mútua.