Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1) Liberalismo:
Tudo aquilo que impede ou limita a liberdade individual deve ser suprimido,
porque a liberdade é a condição natural do ser humano. Base do
constitucionalismo britânico, o constitucionalismo britânico vai basear-se na
ideia de que toda a limitação do poder é a melhor garantia da liberdade. O
liberalismo está também na herança histórica da revolução francesa, esta é no
séc. XIX, a concessão defendida pela burguesia. Esta na base do pensamento
oitocentista do séc. XIX, é a liberdade não só pessoal, mas também a liberdade
económica (adam Smith).
Caraterísticas do liberalismo:
-Individualismo;
-Importância do valor do mercado;
-Minimização do estado;
-Importância da propriedade privada.
2) Conservadorismo
Herdeiro do pensamento pré-liberal e contrarrevolucionarias, reage contra as
alterações provocadas pela revolução francesa;
Vai recusar a sociedade igualitária e prefere a legitimidade monárquica a
legitimidade governamental.
Resistência a mudança e a inovação.
Dogmas do pensamento conservador:
. Importância da história e da tradição, importância do passado em torno da
família e em torno da pátria;
. Importância da autoridade e do poder;
. Relevância da segurança e da ordem publica;
. Alicerce na ordem de valores judaico-cristã;
. Preferência pela liberdade em detrimento da igualdade;
. Relevância da propriedade privada.
Tipos de conservadorismo:
- Conservadorismo contra- revolucionários; (expressão em Portugal pelos
adeptos de D.Miguel pós revolução)
- Conservadorismo restauracionista, ligada a carta constitucional francesa (1814)
e portuguesa (1826). Importância do rei.
- Conservadorismo nacionalista, base dos movimentos totalitários e anti-
comunistas;
- Conservadorismo neo-liberal, é o que está na base do ressuscitar do neo-
liberalismo com reagen ou tatcher;
- Conservadorismo protecionista, casamento entre a visão conservadora e da
visão nacionalista, ideia que está na base do presidente Trump.
3) Socialismo
Surge historicamente para combater o liberalismo tal como o conservadorismo.
É de esquerda enquanto o conservadorismo é de direita.
a. Modelo pluralista:
- Reconhecimento do papel fundamental do estado no reconhecimento das
liberdades e garantias dos direitos;
- Os principais titulares ativos do poder politico são designados por eleição, ou
seja, sufrágio universal direto;
- O papel relevante confiado aos partidos políticos- estado de partidos- onde os
partidos políticos são o eixo central da vida politica;
. Os partidos políticos expressam as grandes correntes ideológicas;
. O eleitorado escolhe os seus representantes através dos partidos políticos;
. Os partidos políticos têm um papel fundamental no controlo do poder,
porque obedecem a 2 logicas, reconhecem a oposição e esta pode controlar o
partido que está no poder.
. São fiscalizadores políticos;
. Hierarquia das normas jurídicas e a força do principio da legalidade, significa
no fundo que o poder está subordinado ao direito, ou seja, existe um estado de
direto.
. Todo o agir do poder está sujeito a controlo pelos tribunais, os tribunais
controlam a atuação do poder.
É também importante sublinhar a democracia representativa que faz a separação
entre a titularidade do poder que pertence ao povo, e a atuação do poder que é
feita pelos representantes do povo que são escolhidos através de sufrágio.
Para além da democracia representativa, existe também democracia direta, na
qual o povo exerce diretamente o poder, sem representates. Isto é possível em
algumas comunidades pequenas. Ex. As freguesias com menos de 200 de
eleitores ainda tem plenário dos eleitores.
Sistemas de governo
Tipos de parlamentarismo:
- Parlamentarismo monista: no parlamentarismo monista, o governo é apenas
politicamente responsável, perante o parlamento, única e exclusivamente.
- Parlamentarismo dualista: O governo é responsável não apenas pelo
parlamento, mas também perante o chefe de estado. Simultaneamente
responsável politicamente pelo chefe de estado e pelo parlamente. Neste caso
basta que um deles retire a confiança politica, para que o governo se veja
demitido.
Cessarismo:
- Versão francesa, do final do sec. XVIII, da concentração do poderes numa só
pessoa. Napoleão Bonaparte, e Napoleão III. É o que está subjacente a
constituição do consulado, e nas seguintes constituições que elevam Bonaparte
de cônsul a imperador.
- Recurso ao plebiscito, apelo a vontade popular, para legitimar quem exerce o
poder.
- Este modelo tem a particularidade se concentrar os poderes, e de legitimação
democrática.
Sistema de chanceler:
Surge na Alemanha, na constituição de 1871, que simboliza a unidade alemã. O
sistema de chanceler, tem estas caraterísticas:
- Concentração do poder executivo no monarca;
- O imperador encarrega um ministro da exerção do poder executivo, esse
ministro especial é o Chanceler, é aquele a quem o imperador delega o exercício
do poder;
- O chanceler, é apenas responsável politicamente perante o imperador, não pelo
parlamento, compete ao chanceler, indicar os nomes dos restantes membros do
governo. Com a particularidade destes membros do governo, só serem
responsáveis perante o chanceler.
- O sistema de chanceler que surge na Alemanha, pode também funcionar em
sistemas de governo republicanos, quando por e simplesmente a concentração
dos poderes se faz no P.R. mas quem os exerce é o chefe de governo, que é da
confiança exclusiva do Presidente. Quando o modelo é presidencial pode falar-se
do presidencialismo bicéfalo, o presidente da republica e o presidente do
governo.
Hegel acredita que cada um de nós é um ser que deve ser visto como realidade
única, e irrepetível, o ser humano é uma realidade abstrata e individual. Porém
este autor é também um dos quais, vai divinizar o estado.
Sufrágio plurinominal:
Sistema misto: conjuga normalmente 2 modelos, um sistema proporcional e um
sistema maioritário, a pessoa tem sempre 2 boletins de voto, um vai escolher
apenas um deputado (aplicação do sistema maioritário), no outro boletim já há o
sistema proporcional.
Ex. da menor vinculação das entidades privadas aos direitos fundamentais: Não
é possível, existirem discriminações em relação a religião na entrada para a
função publica, algo que pode acontecer no caso dos privados; A validade ou
invalidade das leis, tem a ver com a adequação de que se dá as normas. O que a
constituição proíbe é uma discriminação infundada. Há uma margem maior de
liberdade das entidades privadas que das entidades publicas.
Defesa da constituição:
-Medidas de proteção da constituição:
1º Aplicação da constituição; Importa referir que não é possível o abuso de
constituição, ou seja, utilizar a constituição para colocar em causa a própria
constituição.
2º Há mecanismos de defesa interna e externa: Mecanismos de defesa interna,
são aqueles que existem dento da própria constituição e no território do estado;
Os mecanismos de defesa externa são os que existem fora do território do
estado;
Mecanismos de defesa interna:
1º - Mecanismo de defesa da identidade axiológica da constituição- através dos
limites materiais- a constituição faz um elenco de matérias que não podem ser
livremente objeto de revisão constitucional, pois caso fossem objeto de revisão
constitucional, descaraterizariam a própria constituição.
2º - Garantia da força normativa da constituição- envolve a existência de um
mecanismo de fiscalização da constitucionalidade- não aplicar as normas de
direito ordinário, contrarias a constituição. A fiscalização da constitucionalidade
pressupõe que esta é: rígida e que se sobrepõe ao direito ordinário.
3º - Existência da necessidade constitucional. (art 19 da C.R.P), prevê que
perante atentados a constituição, esta tem mecanismos que permitam que a
constituição resiste perante estes cenários de exceção não morra. Ex. Estado sitio
ou de emergência, que fazem com que a constituição preveja, formas diferentes
das habituais, do funcionamento e aplicação das normas da constituição, a
constituição neste caso transforma-se numa situação de exceção.
Existe então uma constituição que vigora normalmente, e uma constituição que
vigora durante os casos de exceção. Garantindo a constituição pois: é a própria
constituição que prevê os casos em que se declara esta emergência; e a um
segundo mecanismo, que é o dever que impõe em todos nós de refazer o
constitucionalismo regular;
4º - Direito penal politico – mecanismo que permite tratar com condutas
criminosas, os atentados feitos contra a constituição. Visa, sancionar
criminalmente, as condutas atentatórias da constituição. Ex. Na Catalunha estão
a ser perseguidos aqueles que foram contra a constituição.
5º - Garantia da constituição quando todas as outras falham- Mecanismo de
autotutela privada. Tem uma natureza excecional, sendo que se utiliza quando
todos os outros mecanismos de defesa da constituição falham. Garantia
individual, e direito fundamental de todos nós. (art 21 da C.R.P.)
2º Dissolução da constituição
. Perda de relevância da constituição nacional, que significa que a constituição
nacional, não é hoje a ultima palavra em matéria constitucional, e não o é, por
duas razões:
- A criação de um ius commune constitucional, que trata matérias imperativas
para todos os estados, o que significa, que a constituição nacional, não pode
contrariar estas normas de natureza imperativa para todos os estados.
- Existe um ius commune constitucional, de matriz europeia, que vigora à escala
dos estados membros da união europeia.
5º Interpretação doutrinal
Integração da constituição
1º- Recurso ao costume: Não havendo norma escrita, mas havendo costume, este
resolve a situação;
2º- Recurso a analogia: Se a matéria não tiver costume, então é útil recorrer ao
C.C, procurando tratar a situação de forma analógica (utilização de uma norma
próxima, para solucionar um problema idêntico, aquele que a norma trata); Deve
começar por procurar-se se há uma norma na constituição, que possa ser
aplicada por analogia ao caso; Do mesmo modo, pode recorrer-se à analogia, em
casos internacionais. (ex. utilização de normas comuns aos estados membros da
UE, para resolver um problema, que não está consagrado no direito português);
3º Criação de uma norma por parte do interprete: O interprete cria uma norma,
para resolver um caso concreto, como se do legislador se tratasse;
4º Eficácia das normas constitucionais: Em regra as normas constitucionais, têm
aplicação dentro das fronteiras do próprio estado. Exceto aquelas que tratam
direitos fundamentais.