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TGPP 1º SEMESTRE 2º TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

CAPÍTULO 6 – FORMAS E REGIMES POLÍTICOS


Formas Políticas

• Formas de Estado (Unitário e Federal)


• Regimes políticos (Monarquia e República)
• Regime de governo (Presidencialismo e parlamentarismo)

Regime político – modo de estruturação e exercício do poder político tendo em consideração


as relações entre os cidadãos e o poder político.

Aristóteles (classificação tripartida) – Monarquia/Tirania (governo de um só);


Aristocracia/Oligarquia (governo de poucos); República/Democracia (governo de toda a
comunidade).

Maquiavel (classificação bipartida) – Monarquia; República.

São Tomás de Aquino – Monarquia; Aristocracia; Democracia; Oligarquia. Defende como forma
perfeita a conciliação entre monarquia, aristocracia e democracia. A tirania para este pensador
era uma forma perversa e violenta de governo.

Monarquia vs. República

Monarquia – sistema político em que a soberania reside numa só pessoa. O chefe do Estado é
vitalício e em geral hereditário, pelo que não está sujeito ao princípio democrático.

República – sistema político em que que a soberania reside na comunidade política, que a
exerce diretamente ou através de magistrados eleitos temporariamente e encarregues de
executar as leis votadas pela maioria dos cidadãos ou elaboradas pelos representantes destes.
O chefe do Estado é o Presidente da República, eleito de entre os cidadãos comuns, tendo um
mandato temporário (e em princípio, um número de mandatos limitado).

Na distinção tradicional, a monarquia é o governo de um só, do monarca, enquanto a


república é o governo que envolve de alguma forma de representação da coletividade política.
Nas monarquias, o chefe de Estado é vitalício e em geral hereditário, pelo que não está sujeito
ao princípio democrático. As monarquias incluem a separação entre a nobreza e os cidadãos
comuns. As antigas monarquias absolutas (em que todo o poder pertencia ao soberano) deram
lugar às monarquias constitucionais, em que o monarca tem poderes muito limitados pela
Constituição.
Na maior parte das monarquias de hoje, os monarcas têm poderes limitados.
Nas repúblicas o chefe de Estado é o Presidente da República, eleito de entre os
cidadãos comuns, tendo um mandato temporário. A eleição pode ser direta, como em
Portugal, semidirecta, como nos Estados Unidos ou indireta como na Itália ou na Alemanha.
O republicanismo carateriza-se pela negação de privilégios ao nascimento, pela
igualdade política de todos os cidadãos, pela elegibilidade de todos os cidadãos para os cargos
mais elevados do Estado, pela responsabilidade política, penal e civil, etc.
A maior parte dos países adotou a república, sendo esse o regime escolhido quase sem
exceção pelos novos países saídos da descolonização.
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Critérios Fundamentais

As democracias liberais – são democracias baseadas no liberalismo político (liberdades civis e


políticas) e no liberalismo económico (liberdade de empresa, economia de mercado). O poder
político é necessariamente limitado pelos direitos dos cidadãos (incluindo a liberdade de
imprensa) e da oposição política.

As democracias autoritárias – são o casamento da democracia baseada em eleições (incluindo,


em alguns casos, eleições competitivas) com um poder autoritário, com limitação maior ou
menor das liberdades individuais e uma forte intervenção do Estado na esfera económica e
social.

As oligarquias liberais – são aquelas em que o poder é dominado por um pequeno grupo
dirigente (oligarquia), mas em que o poder político se abstém de excessiva repressão das
liberdades individuais e de ingerência na esfera económica e social.

As oligarquias autoritárias – são o contraponto das democracias liberais, em que o poder


oligárquico se combina com um poder repressivo das liberdades individuais e com uma
acentuada ingerência na esfera económica e social.

Regimes políticos contemporâneos

Os regimes políticos contemporâneos podem classificar-se em dois grandes grupos:


• DEMOCRACIAS LIBERAIS – Conjugação da democracia política com o liberalismo
político e económico. Por definição, a democracia liberal é uma democracia limitada
pelo liberalismo e um liberalismo limitado pela democracia. Sendo o “governo da
maioria”, a maioria não pode tudo (“ditadura das maiorias”), pois o poder da maioria é
limitado pelas liberdades políticas e económicas dos cidadãos e pelos direitos da
oposição, ambos constitucionalmente garantidos. Sendo um regime liberal, a
democracia pode, porém, exigir limites às liberdades políticas e económicas, a fim de
defender a própria democracia ou outros valores fundamentais.

• Regimes comunistas – Resultam da conjugação da conceção leninista da democracia,


autodesignada de “democracia popular”. Caraterizam-se pelos seguintes traços:
o Democracia popular (negação da representação política e da separação de
poderes em favor da unidade do poder, do mandato imperativo, etc.)
o Monopartidarismo
o Inexistência da contraposição governo-oposição
o Extensão da ação do Estado a todas as esferas sociais
o Centralização do poder do Estado, sem verdadeira autonomia local e regional.

• Regimes ditatoriais – Não existia nenhuma forma de democracia, não existe separação
de poderes, não existe pluralismo político partidário nem descentralização territorial.
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Conceção de Democracia

Democracia política – é o sistema político em que os titulares do poder político, pelo menos a
assembleia representativa, são escolhidos por sufrágio universal em eleições periódicas e
livres, incluindo a liberdade de apresentação de candidatos. É uma “democracia eleitoral”, em
que o poder político é legitimado pelo direito de sufrágio, exercido em eleições periódicas e
assente no recenseamento eleitoral (democracia representativa).

DEMOCRACIA DIRETA – As decisões políticas são tomadas diretamente em assembleias dos


cidadãos, como sucedia na antiguidade nas cidades-estado gregas e ainda hoje sucede em
alguns dos pequenos cantões suíços e nas freguesias de dimensão reduzida entre nós. Em
Portugal, nas freguesias com 150 eleitores ou menos, a assembleia da freguesia é substituída
pelo plenário dos cidadãos eleitores.

A DEMOCRACIA REPRESENTATIVA – é caraterizada pelo facto de o poder político não ser


exercido diretamente pelo povo, mas sim por órgãos representativos eleitos, nomeadamente
uma assembleia representativa.
Numa democracia representativa, a principal forma de expressão e intervenção política são as
eleições para os órgãos representativos, a começar pelos parlamentos. Muitas vezes também
são diretamente eleitos os Presidentes da República ou os chefes de certos órgãos executivos.
A democracia representativa é antes de mais uma democracia eleitoral, através de eleições
livres e periódicas por sufrágio universal, secreto, igual e direto. A democracia representativa
distingue-se da chamada “democracia popular” entre outras coisas pelo facto de o mandato
representativo não ser vinculado e de em princípio não haver possibilidade de revogação
popular do mandato antes do seu termo.

MANDATO REPRESENTATIVO – No mandato representativo (ou livre) – que carateriza


as modernas democracias representativas – os representantes (deputados) representam o
conjunto dos cidadãos e exercem livremente o seu cargo, sem estarem vinculados a adotar
determinadas orientações previamente definidas pelos representados. Por essa razão o
mandato representativo não pode ser revogado.

A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA – Consiste na participação dos cidadãos ou de organizações


sindicais nos procedimentos e na tomada de decisões dos órgãos do poder público, através de
petições, representações e abaixo-assinados, da participação em consultas populares sobre
propostas legislativas ou outras decisões políticas, da intervenção em comissões de moradores
e nos órgãos consultivos existentes ou em fóruns ad hoc constituídos, na preparação e recolha
de assinaturas para propostas de legislação ou de referendos. Trata-se de um complemento
“informal” da democracia representativa (“democracia eleitoral”) e da democracia semidirecta
(referendos). É uma “democracia de pressão” ou “de influência”, sem poderes decisórios.
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CAPÍTULO 7 – SISTEMAS DE GOVERNO

Sistemas de governo nas democracias representativas

Sistema de governo (ou forma de governo) – modo como numa democracia representativa se
repartem as diversas funções do Estado pelos diferentes órgãos superiores deste, bem como o
modo como estes se articulam entre si, tendo em conta especialmente o poder executivo e as
suas relações com o poder legislativo. Na base da distinção dos sistemas de governo está o
princípio da separação de poderes. Considerado o “mito fundador” dos sistemas de governo.
Rousseau, em contraposição à separação dos poderes, defendeu a unidade do poder: o poder
do soberano, o povo, expresso na “vontade geral”, devia ser ilimitada e indivisível.

Sistema de governo presidencial ou presidencialismo

PRESIDENCIALISMO – Modelo classicamente representado desde a origem pelo sistema de


governo dos Estados Unidos da América. As caraterísticas essenciais do sistema são as
seguintes:
• A função governamental cabe diretamente ao Presidente da República, não havendo
um governo separado;
• O Presidente é independente do Congresso, não dependendo da sua confiança política
nem podendo ser destituído por desconfiança política;
• O Presidente goza de legitimidade eleitoral própria (eleição direta ou quase direta)
independente do Congresso e acumula as funções de chefe do Estado e do chefe do
executivo, sendo nesta tarefa auxiliado por secretários de Estado (ou ministros),
cabendo, porém, ao presidente exclusivamente a condução da ação governativa;
• Há duas eleições e dois órgãos eleitos (sistema bi-representativo); as eleições decisivas
para o executivo e as políticas governamentais são as eleições presidenciais e não as
legislativas, que se limitam a eleger os deputados;
• Existe separação marcada entre o poder legislativo (Congresso) e o executivo
(Presidente); nem a assembleia pode demitir o governo, que não é responsável
perante ela, nem o presidente pode dissolver aquela e antecipar eleições;
• Não havendo possibilidade de demissão de um poder pelo outro, nunca há eleições
antecipadas, mesmo no caso de morte do Presidente, ele é substituído pelo vice-
presidente até ao final do mandato;
• A subsistência e o funcionamento dos dois órgãos são independentes, sem prejuízo da
possibilidade de demissão do Presidente por motivo de “impeachment” aprovado pelo
Congresso em caso de grave infração do Presidente no desempenho do cargo.

IMPEACHMENT – Em geral, nos sistemas de eleição popular, direta ou indireta, o presidente


não pode ser destituído. No entanto, este poderá ser destituído por efeito do Impeachment
pelo parlamento, em caso de infração constitucional grave (trata-se de uma condenação de
tipo penal e não de condenação propriamente política).

Sistema de governo parlamentar ou parlamentarismo

PARLAMENTARISMO – Responsabilidade política do governo perante o parlamento. O


monarca ou Presidente da República é o chefe do Estado, mas não o chefe do governo (ao
contrário do presidencialismo); reina ou representa mas não governa; A função executiva cabe
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a um governo chefiado por um primeiro ministro, nomeado pelo chefe do Estado de acordo
com a composição parlamentar (sendo o chefe do governo quase sempre o líder do partido
maioritário no parlamento); O governo não pode exercer funções sem a confiança política do
parlamento; Em princípio, só existem eleições para o parlamento, que servem
simultaneamente para a escolha do governo; pode haver, porém, eleições presidenciais, no
caso das repúblicas parlamentares com presidente diretamente eleito; O governo só é
politicamente responsável perante o parlamento, que pode fazer demitir o governo, mediante
a aprovação de moções de censura; O governo pode antecipar eleições parlamentares,
mediante dissolução parlamentar, que é determinada pelo chefe do Estado a pedido do
governo.

Sistema de governo misto ou semipresidencialismo

Semipresidencialismo – O semipresidencialismo foi instituído pela Constituição de Weimar


(1919). O modelo de semipresidencialismo mais conhecido é o de França. Conjuga elementos
do sistema de governo parlamentar e do presidencial. O Presidente da República compartilha
do poder executivo junto com o governo propriamente dito, mas somente de forma parcial; A
função executiva, é repartida entre o Governo e o PR, ou pelo menos o Governo depende da
confiança do PR, que o pode demitir ou fazer demitir, e não somente do parlamento, que
também o pode demitir por via de moção de censura; entre as funções governativas própria
do Presidente conta-se normalmente a condução da política externa e de defesa; Existem três
órgãos ativos no sistema de governo (Presidente, parlamento e governo), sendo dois deles (o
Presidente e o parlamento) diretamente eleitos e podendo o governo depender de ambos
cumulativamente; O chefe do Estado é eleito popularmente, em eleições diretas, e não tem
somente funções de representação ou cerimoniais, antes dispõe de significativas atribuições
na esfera política (o que o distingue dos chefes de Estado em sistemas parlamentares típicos),
mas longe de lhe caber a condução direta da função executiva em geral (o que o distingue do
presidente em sistema presidencialista).

Sistema de governo diretorial

O sistema presidencial é o que, à partida, melhor realiza a separação de poderes: o executivo


nas mãos do Presidente e o legislativo no parlamento, isentos de ligações orgânicas. Contudo,
o sistema diretorial talvez se aproxime ainda mais desse ideal de separação entre o legislativo
e o executivo. Existe uma Assembleia Federal, eleita pelo povo, que escolhe o Conselho
Federal (Diretório) por um período de quatro anos. A função legislativa cabe à Assembleia
Federal (bicameral: Conselho Nacional e Conselho dos Estados), mas a iniciativa legislativa
pode vir do Conselho Federal ou dos cidadãos. A função executiva cabe ao colégio ou diretório
eleito pelo parlamento. Não existe um chefe de Estado autónomo. As funções de Presidente
da Confederação são exercidas rotativamente (mandato de um ano) por um dos membros do
Diretório. Assembleia e Diretório governativo são independentes entre si quanto ao seu
funcionamento e subsistência, pois nem o executivo pode dissolver a assembleia nem esta
pode demitir aquele.
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Sistema de governo de Assembleia

A titularidade de todas as funções políticas do Estado (função de representação do Estado,


função política, legislativa e executiva) pela assembleia de deputados do povo ("soviete
supremo"), que acumula o poder legislativo e executivo. Não existe um governo ou poder
executivo autónomo em relação a assembleia; o que existe são comissões da assembleia e
comissários por ela nomeados, incumbidos das tarefas executivas sob controlo daquela,
livremente nomeados e exonerados por ela. Inexistência de chefe do Estado, cabendo a função
de representação do Estado ao conselho permanente do Soviete Supremo. Possibilidade de
revogação do mandato deputado por votação popular (recall).

Sistema de governo em Portugal

√ 1820-1926 – sistema de governo parlamentar.


√ 1933-1974 – sistema presidencialista autoritário do Estado Novo, em que o governo era
livremente nomeado e exonerado pelo PR e não dependia de confiança da Assembleia
Nacional; o PR podia dissolver a Assembleia Nacional (contrariando o sistema presidencialista
puro).
√ De notar que a letra e a prática constitucional deste período não são coincidentes.
√ 1976-1982 – Sistema de governo semipresidencial (diretorial militar).
√ 1982 – Polémica constitucional na identificação do sistema de governo.
√ 1976 – o sistema de governo surge como oposição ao Estado Novo: Acabar com o regime de
ditadura e instaurar uma democracia representativa; Restaurar a responsabilidade política do
governo perante o parlamento; Repor a eleição direta do Presidente da República (abolida em
1959, após o sobressalto das eleições de Humberto Delgado).

√ Sistema de governo originário de 1976 (semipresidencialismo): O PR é eleito por sufrágio


direto e universal. O governo dependia da confiança política não somente a AR mas também
do PR, que por isso o podia demitir (dupla responsabilidade do governo); O PR podia dissolver
autonomamente a AR, independentemente de proposta do Governo ou de crise política; O PR
tinha um poder de veto geral (suspensivo) sobre as leis da AR e do Governo; O PR era
presidente do Conselho da Revolução (que era uma espécie de governo paralelo para as forças
armadas e tinha funções de fiscalização das constitucionalidade das leis).

√ Sistema de governo desde 1982: Elimina o Conselho de Revolução. √ Introduz o Conselho de


Estado, com funções meramente consultivas; Elimina a dupla responsabilidade política do
Governo perante a AR e o PR, deixando o Governo de necessitar da confiança política do PR e
deixando, portanto, de poder ser livremente demitido por ele; O Governo só pode ser
diretamente demitido pelo PR se tal fosse necessário para assegurar o “regular funcionamento
das instituições”, passando a ser politicamente responsável somente perante a AR, como nos
sistemas parlamentares.

√ Características de presidencialismo (poderes do PR): O PR é eleito por sufrágio direto e


universal; O direito de veto (136º); A liberdade de nomeação do primeiro-ministro, embora
tendo em conta os resultados das eleições parlamentares (187º), que a AR só pode rejeitar por
maioria absoluta; Poder autónomo de dissolução parlamentar, embora temporalmente
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limitado, quer nos seis meses depois das eleições parlamentares, quer nos seis meses finais do
mandato presidencial (172º/1); Poder de veto na nomeação de um conjunto de altos cargos
públicos propostos pelo Governo.

√ Características de parlamentarismo: Respeito do PR pela autonomia do Governo; Nomeação


como primeiro-ministro do líder do partido mais votado nas eleições parlamentares, mesmo
com simples maioria relativa (governo minoritário); Pela primeira vez (2015) se verificou a
rejeição parlamentar do governo, por maioria absoluta; Nunca houve nenhuma demissão do
Governo por iniciativa presidencial, por nunca se terem verificado as respetivas condições
(195º/2);Restrição da dissolução parlamentar às situações de crise política (demissão do
governo), com exceção da dissolução parlamentar de 2004; Progressiva transformação das
eleições parlamentares em eleições decisivas para a escolha do Governo.

Capítulo 8 – ESTRUTURAS ORGÂNICAS DO ESTADO


- Órgãos do Estado. -O Chefe do Estado. - As Assembleias Representativas. - O Governo.
- A Administração Pública. - As Forças Armadas. - Os Tribunais.

Órgãos do estado: Esquema juridicamente construído através do qual o poder político


desempenha uma atividade constitucionalmente definida. √ Classificação – os órgãos podem
ser classificados quanto aos aspetos relacionados com a sua própria organização, quanto às
funções que exercem, quanto ao modo de eleição, quanto à forma comos e relacionam com
outros órgãos, etc.
Serviços – As generalidades dos serviços do Estado compõem a Administração Pública. Os
serviços do Estado dependem do poder executivo (governo). Mas pode haver serviços
independentes, como por exemplo entre nós o Ministério Público.

Chefe de estado:
Presidente da República – O presidente é um cargo temporário e eletivo, variando o regime de
eleição, a duração do mandato e a esfera dos seus poderes, conforme se trate de um sistema
parlamentar ou de um sistema presidencial ou misto.
Rei – Nas monarquias constitucionais, os reis não têm em geral poderes ativos no sistema
político, para os quais carecem de legitimação democrática, por não serem eleitos. Por isso, as
monarquias constitucionais não podem ter um sistema de governo presidencialista.
Suíça – não dispõem de um chefe de Estado uninominal autónomo: as funções pertencem
coletivamente ao Conselho Federal, cabendo o seu exercício a um secretário eleito
rotativamente de entre os seus membros.
Países comunistas – as funções cabem ao comité permanente (Presidium) da assembleia
nacional, o qual também tem um secretário eleito de entre os seus membros.

Eleição do Presidente da República


Eleição pelo parlamento: Portugal na 1.ª República 1911- 1926; Alemanha;
Eleição por um colégio eleitoral constituído pelo parlamento e por outros titulares de cargos
eletivos, nomeadamente representantes das coletividades locais e regionais (Itália e Portugal
entre 1959-1974);
Eleição popular indireta: (EUA)
Eleição popular direta (França, Portugal…)
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Eleição Popular Direta do Presidente da República:


• Sistema de eleição por maioria simples, sendo eleito presidente o candidato que
obtiver mais votos, mesmo que longe da maioria absoluta (porém, alguns sistemas
exigem uma percentagem mínima de votos, não inferior por exemplo a 40%);
• Sistema de maioria absoluta, havendo eleição somente se algum candidato obtiver
mais de metade dos votos, com devolução da escolha para o parlamento (limitada aos
candidatos mais votados na escolha popular) no caso de nenhum candidato ter obtido
tal maioria;
• Sistema de eleição por maioria absoluta, com segunda votação ou "segunda volta", no
caso de na primeira votação nenhum candidato ter obtido tal maioria, sendo a
segunda volta por via de regra reservada para os dois candidatos mais votados na
primeira.
• Em geral, nos sistemas de eleição popular, direta ou indireta, o presidente não pode
ser destituído.
• Destituição do presidente por efeito do impeachment pelo parlamento, em caso de
infração constitucional grave (trata-se de uma condenação de tipo penal e não de
condenação propriamente política).
o EUA: Andrew Johnson (1868); Richard Nixon (1974); Bill Clinton (1999).
o Brasil: Fernando Collor de Mello (1992) ; Dilma Rousseff (2016).
• Caso especial era o da constituição alemã de Weimar (1919-1933), que previa a
destituição do Presidente (que era diretamente eleito), por meio de revogação popular
do mandato (recall), num referendo popular ad hoc.
• Nos sistemas presidencialistas o chefe do Estado é também chefe do governo
(“presidente governante”), acumulando os dois tipos de funções. √ Nos sistemas
mistos o presidente pode também exceder algumas funções governativas (França, v.
g., em relação à política externa). √ Nos sistemas parlamentares com “poder
moderador”, o PR exerce as funções típicas associadas a esse quarto poder. Só nos
sistemas parlamentares é que as suas funções estão limitadas ao núcleo das funções
típicas do chefe do Estado.

Irresponsabilidade política:
• Em geral o cargo de chefe do Estado é caracterizado pela irresponsabilidade
política, pelo que não tem de prestar contas nem pode ser demitido por nenhum
outro órgão.
• Caso especial era o da constituição alemã de Weimar (1919-1933), que previa a
destituição do Presidente (que era diretamente eleito), por meio de revogação
popular do mandato (recall), num referendo popular ad hoc.

Vice-Presidente:
• Em geral, nos sistemas presidencialistas há um vice-presidente da República, eleito
junto com o presidente e destinado a substituí-lo em caso de impedimento, morte ou
perda de mandato, incluindo para completar o mandato daquele.
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• Nos demais sistemas de governo, o presidente da República é interinamente


substituído por outro titular (normalmente o presidente do parlamento), havendo
novas eleições no caso de morte ou perda de mandato.

Assembleias representativas
As assembleias representativas são um traço comum à esmagadora maioria dos Estados
contemporâneos.
• Função legislativa;
• Função de controlo da atividade governamental;
• Função fiscal e orçamental;
• Função eletiva;
• e aquilo a que alguns chamam a "função representativa” .

Função Legislativa (Assembleia da República):


• Reserva absoluta da competência legislativa da Assembleia da República (164º) – em
princípio, só a AR pode legislar sobre essas matérias.
• Reserva relativa da competência legislativa da Assembleia da República (165º) – a AR
pode delegar a competência legislativa no governo, através de uma autorização
legislativa.
• O governo tem competência legislativa idêntica à da assembleia em matéria
concorrente.

Função Legislativa (Governo):


• Iniciativa legislativa (169º/1) – grande parte das leis aprovadas no parlamento surgem
por iniciativa do governo.
• Competência de desenvolvimento – as assembleias limitam-se a estabelecer as bases
gerais dos regimes jurídicos, deixando ao governo uma ampla margem de manobra
para o desenvolvimento legislativo ou regulamentar das leis parlamentares (164º/d) e
i)) e (165º/f), g), n), t), u) e z)).
• O governo tem competência legislativa idêntica à da assembleia em matéria
concorrente.
• Reserva de decreto-lei em matéria de organização e funcionamento do governo
(198º/2).

Função de fiscalização da ação do governo e da administração através de:


• A discussão e aprovação do programa do governo (nos regimes parlamentares);
• Perguntas ao governo;
• Interpelações;
• Inquéritos parlamentares;
• Audições parlamentares;
• Moções de censura.

Função de aprovação do orçamento de Estado e impostos:


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• Uma função típica das assembleias representativas, que constitui, aliás, uma das suas
prerrogativas originárias, consiste na aprovação dos orçamentos do Estado e das
respetivas contas públicas, bem como a aprovação e autorização anual de cobrança
dos impostos.
• Se existe uma tarefa singular que justificou historicamente o sistema representativo
ela encontra-se justamente nas funções orçamentais e fiscais das assembleias
representativas. No taxation without representation – tal era o lema dos
revolucionários norte-americanos.
Função eletiva:
• que se traduz na competência para eleger ou participar na eleição de certos altos
cargos públicos, nomeadamente o Presidente da República (como sucede em muitos
sistemas parlamentares, v. g., Alemanha), os juízes do tribunal constitucional, membro
do conselho superior de magistratura…
• Juízes do Tribunal Constitucional:
o A AR elege, por maioria de dois terços dos Deputados presentes, desde que
superior à maioria absoluta dos Deputados em efetividade de funções, dez
juízes do Tribunal Constitucional (163º/h).
o O Tribunal Constitucional é composto por treze juízes, sendo dez designados
pela Assembleia da República e três cooptados por estes (222º/1).

Relações entre assembleia e governo:


• Sistema presidencialista – o governo e a assembleia são independentes na sua
formação e subsistência; a assembleia não pode demitir o governo, este não pode
dissolver aquela; o chefe do executivo é em princípio também o chefe do Estado e é
eleito diretamente pelos cidadãos.
• Sistema parlamentarista – o governo depende politicamente da assembleia, podendo
ser demitido por esta (voto de censura), mas igualmente a assembleia pode ser
dissolvida por iniciativa daquele; o chefe do governo (primeiro-ministro, chanceler) é
designado, em princípio, de entre o partido maioritário na assembleia, mas não
desempenha as funções de chefe do Estado, o qual em geral é um monarca ou um
presidente da república eleito pela assembleia ou diretamente.
• Sistema semipresidencialista.

Organização e funcionamento
• Sistema unicameralista: a assembleia funciona em sistema de uma só câmara
representativa;
• Sistema bicameralista: a assembleia funciona em sistema de duas câmaras
representativas;

CONTINUAÇÃO - VER SEBENTAS


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Capítulo 9 - LIMITES E CONTROLO DO PODER POLÍTICO


- Limitações das funções do estado. – A repartição vertical do poder. – Limitações ao exercício
do poder. – Estado de direito. – Responsabilidade dos titulares do poder político. –
Transparência do poder. – Controlo Judicial do poder. – Obrigações internacionais e controlo
externo do poder. – A “captura” do poder político pelos interesses privados.

Direitos, liberdades e garantias – A conceção liberal dos direitos fundamentais, até bem dentro
do século XX, apresentava-os exclusivamente como “direitos negativos”, como garantia de
uma esfera de liberdade de ação dos indivíduos, no plano pessoal, económico e político,
contra a ingerência do poder. Como frisou BENJAMIN CONSTANT, a “liberdade dos modernos”
é essencialmente a liberdade de não ser vítima de ingerências do Estado.

O liberalismo clássico do século XIX preconizava o abstencionismo económico e social do


Estado, ficando estes reduzidos às suas funções “soberanas”, ou seja, a defesa, a segurança e a
ordem pública, a justiça, sem nenhum papel na esfera económica e social.

Repartição Vertical do poder: *


• O modelo de Estado “vestefaliano” (por referência ao Tratado de Vestefália 1648)
caracteriza-se por uma acentuada centralização do poder (Estado absoluto).
• Os Estados contemporâneos caracterizam-se pela existência de vários níveis ou
camadas de organização do poder político, quer ao nível infraestadual quer ao nível
supraestadual.
• É o chamado “governo em vários níveis” (multilevel government) ou “divisão vertical
de poderes”, por contraste com a tradicional teoria da divisão (horizontal) de poderes.

Separação vertical de poderes:


- Estado federal (EUA)
- Descentralização política dos Estados Unitários
- Supranacionalização (União Europeia)

Princípio da subsidiariedade
• As coletividades políticas superiores (organizações supranacionais) só devem atuar
quando as tarefas públicas não possam ser realizadas satisfatoriamente pelas
coletividades inferiores (poder local, comunidades infraestaduais autónomas).
• O princípio da subsidiariedade encontra-se explicitamente consagrado no Tratado da
União Europeia, no respeitante ao desempenho das competências compartilhadas
entre a UE e os Estados-membros, e na CRP, no que respeita à divisão de tarefas entre
o Estado por um lado e as comunidades infraestaduais, por outro lado.
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• No século XIX só estava em causa assegurar a autonomia e a liberdade dos indivíduos


face ao Estado. No século XX, com o nascimento dos grupos sociais organizados
(sindicatos, organizações empresariais, igrejas, etc.), surgiu também a necessidade de
assegurar a sua autonomia face ao Estado.

Descentralização funcional – transferência de poderes estatais em certas áreas para


organizações sociais interessadas:

• Regulação profissional através das ordens profissionais;


• Organizações de certificação oficial dos produtos beneficiários de denominação de
origem geográfica oficialmente protegida (vinhos, queijos, etc.).
• Situações afins são aquelas em que o Estado delega em entidades privadas a prestação
de certos serviços públicos, em caso de défice de oferta do Estado, como sucede entre
nós no caso da educação básica e secundária (escolas privadas “associadas”), de
alguns cuidados de saúde (como o “cheque dentista”) ou vários serviços de proteção
social (como os cuidados continuados, de acolhimento de pessoas com deficiência,
etc.).

Limitações ao Exercício do Poder


Princípio da separação de poderes:

- JONH LOCKE [1632-1704]:

• Legislativo – Parlamento como assembleia representativa.


• Executivo – Rei, Governo e tribunais.
• Federativo – Rei e seu Governo.
• “Prerrogativa” – poder residual e ilimitado do Rei.

- CHARLES SECONDAT DE MONTESQUIEU [1689-1755]:

• Legislativo – Parlamento.
• Executivo – Rei e seu governo.
• Judicial – Tribunais.

Checks and balances (entre o legislativo e o executivo):

• Nos EUA o executivo (Presidente) tem direito de veto sobre as decisões do Congresso.
• O Congresso goza do poder de veto sobre as nomeações do Presidente.
• Impeachment – o Congresso pode impugnar o mandato presidencial em caso de crime
ou de contravenção presidencial. (O primeiro impeachment surge no Parlamento
inglês de 1376)
• No sistema de governo parlamentar, o governo depende da confiança política do
parlamento, que o pode demitir mediante moção de censura.

Controlo parlamentar do poder executivo:


TGPP 1º SEMESTRE 2º TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

• Tanto nos sistemas semipresidencialistas como nos sistemas parlamentaristas, a


assembleia representativa goza de poderes de acompanhamento e de escrutínio do
poder governamental, através de perguntas ao governo, debates, interpelações e
inquéritos parlamentares, etc.
• A legislação emitida pelo governo pode ser controlada pelo parlamento – em Portugal,
a CRP prevê a apreciação parlamentar de atos legislativos (169º).

Limites ao poder da maioria: **

• Uma vez que numa democracia o poder legítimo é o poder da maioria, o único modo
de limitar e controlar o poder é estabelecer limites ao poder da maioria, de modo a
evitar o risco da “ditadura das maiorias”. A principal limitação ao poder das maiorias
num Estado constitucional é a própria Constituição, na medida em que ela impede que
as maiorias parlamentares legislem em sentido contrário à Constituição. Assim, os
direitos fundamentais e outras normas impositivas ou proibitivas da Constituição
traduzem-se em outros tantos limites ao poder das maiorias.
• Outros mecanismos de limitação ao poder da maioria são: as maiorias qualificadas
(revisão da constituição e algumas leis de valor reforçado), o veto do presidente da
República, os limites ais referendos e aos plebiscitos, o direito de oposição e a
democracia participativa.

Os direitos da oposição:

• Direito a ser informado e consultado pelo governo dos principais dossiers da


governação;
• Direito de intervenção parlamentar (tempos de intervenção nos debates, direito a ver
debatidas e votadas as suas iniciativas, direito de integrar proporcionalmente nas
comissões parlamentares, direito à presidência de comissões parlamentares, etc.

A democracia participativa:

• A democracia participativa pode também ser um instrumento de limitação ao exercício


do poder político. De facto, ao proporcionar a participação de elementos da sociedade
civil nos órgãos decisão ou na própria tomada de decisões (consultas públicas, etc.), há
lugar para a moderação do poder e para a tomada em consideração de diferentes
pontos de vista.

Requisitos procedimentais:

• Limitação do poder legislativo e administrativo através da imposição de


procedimentos formais para a tomada de decisões.

Estado de direito
• Estado de Direito pressupõe uma submissão dos poderes do Estado ao Direito.
• As revoluções liberais surgem para combater o Estado absoluto (legibus solutos), em
que o monarca não está submetido à lei.
TGPP 1º SEMESTRE 2º TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

• Além de ter submetido o poder ao Direito, as revoluções liberais estabeleceram a


separação de poderes e submeteram o poder executivo às leis emanadas do poder
legislativo (princípio da legalidade da administração). O poder executivo passou a ser
um poder legalmente vinculado.

Dimensões do Estado de Direito:

• Princípio da constitucionalidade, subordinação do Estado à Constituição.


• Princípio da legalidade em sentido estrito, segundo o qual o poder executivo e a ação
administrativa do Estado estão submetidos à lei.
• Note-se que o facto de os poderes públicos estarem sujeitos à Constituição e à lei não
quer dizer que toda a sua atividade seja estritamente vinculada pela Constituição e ou
pela lei:
o Liberdade de conformação política e legislativa dentro dos limites
constitucionais.
o Poder discricionário da Administração, desde que não infrinja a lei.

O Estado de Direito material:

• Na formulação do célebre artigo 16º da Declaração dos Direitos do Homem e do


Cidadão de 1789, um país que não garanta os direitos e liberdades das pessoas e que
não estabeleça a separação de poderes não tem Constituição. Na verdade, os direitos,
liberdades e garantias e a separação de poderes são os dois principais instrumentos da
limitação do Estado absoluto contra o qual a revolução se dirigia.

Responsabilidade dos titulares do poder político


Limites à duração dos cargos públicos:

• Nas democracias representativas contemporâneas um dos mecanismos de limitação e


controlo do poder político são os limites à duração e à recondução dos titulares de
cargos políticos, permitindo um mais frequente escrutínio da sua atividade e uma
maior responsabilidade.

Incompatibilidades:

• O exercício de cargos políticos está sujeito a incompatibilidades com outras atividades


públicas e privadas. Por via de regra, exige-se mesmo a dedicação exclusiva ao
exercício dos cargos públicos, com exclusão de outras atividades públicas ou privadas.

Controlo independente das contas públicas:

• Numa democracia representativa cabe ao parlamento criar os impostos e autorizar a


cobrança anual de impostos, bem como aprovar o orçamento anual das receitas e
despesas públicas.
• A fiscalização das contas do Estado está a cargo do tribunal de contas: Em Portugal “o
Tribunal de Contas é o órgão supremo de fiscalização da legalidade das despesas
públicas” (214º).

Transparência do poder
Transparência do poder – mecanismos
TGPP 1º SEMESTRE 2º TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

• Direito à informação e direito de acesso à informação.


• Limites do segredo de Estado e outros dados sigilosos.
• Declaração de interesses dos titulares de cargos públicos.
• Proteção especial da liberdade de imprensa.

Controlo Judicial do Poder


Fiscalização da constitucionalidade:

• O controlo da constitucionalidade consiste em invalidar ou pelo menos em rejeitar a


aplicação de normas que sejam incompatíveis com a Constituição.
• A competência judicial para a fiscalização da constitucionalidade pode caber a todos e
a cada um dos tribunais, sempre que tenham de decidir um caso judicial (sistema
norte-americano, sistema difuso ou jucidial review) ou caber exclusivamente a um
tribunal especializado, um tribunal constitucional (sistema concentrado ou sistema
austríaco).
• Há também os sistemas mistos, como Portugal, onde essa competência cabe tanto
aos tribunais comuns como ao tribunal constitucional.

Fiscalização da constitucionalidade:

• Consiste na adoção de mecanismos destinados a averiguar a conformidade dos actos


do poder público (normas jurídico-públicas) com a Constituição, aplicando as devidas
consequências no caso de se detetarem situações de conflito constitucional.
• «A validade das leis e dos demais actos do Estado, das regiões autónomas, do poder
local e de quaisquer outras entidades públicas depende da sua conformidade com a
Constituição» (3º/3).
• «São inconstitucionais as normas que infrinjam o disposto na Constituição ou os
princípios nela consignados» (277º/1).
• «Compete ao Tribunal Constitucional apreciar a inconstitucionalidade e a ilegalidade
nos termos dos artigos 277º e seguintes da Constituição e nos da presente lei» (6º
LTC).

Fiscalização da legalidade:

• Como o próprio nome diz, a fiscalização judicial da legalidade visa rejeitar normas ou
atos administrativos que tenham infringido princípios ou normas legislativos, por
violação dos princípios da precedência da lei (falta de habilitação legal), da reserva de
lei (ação administrativa que só poderia ser tomada por via de lei) ou da primazia da lei
(violação de uma norma legislativa). MONTESQUIEU: “Liberdade é fazer tudo o que a
lei permite”.

Obrigações Internacionais e Controlo Externo do Poder

• O Estado absoluto era ilimitado tanto na ordem interna como na ordem externa, não
sofrendo nenhuma inibição vinda do exterior. Levando ao extremo, a ideia de
soberania do Estado proibia qualquer ingerência nos assuntos internos dos Estados. E
isso incluía obviamente a proibição de censura ou de condenação externa da ordem
constitucional interna e da organização interna do poder.
• Hoje existe:
o Vinculação internacional dos Estados.
TGPP 1º SEMESTRE 2º TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

o Justiça internacional.
o Sanções internacionais.
A “Captura” do Poder Político por Interesses Privados

• Entre os interesses privados a que o Estado pode ser mais vulnerável incluem-se
tradicionalmente três, a saber o poder económico, o poder mediático e o poder
religioso.
o O poder económico.
o O poder mediático ou “quarto poder”.
o O poder religioso:
▪ separação oficial entre o Estado e a igrejas e consagração do princípio
da neutralidade religiosa do Estado (laicidade);
▪ garantia da liberdade religiosa e da igualdade das igrejas perante a lei
e abolição de qualquer discriminação por motivos religiosos.

CAPÍTULO 10 – SISTEMAS POLÍTICOS COMPARADOS

1. Reino Unido
No Reino Unido vigora um sistema eleitoral maioritário, sendo os deputados eleitos
em círculos eleitorais uninominais (tantos quantos os deputados a eleger), sendo eleito em
cada círculo o candidato que tenha mais votos (maioria simples). Esse sistema eleitoral leva a
que os grandes partidos elejam a grande maioria dos deputados, pelo que existe uma
sobrerrepresentação parlamentar dos grandes partidos e uma sub-representação dos
pequenos partidos. Esse sistema favorece a constituição de sistemas tendencionalmente
bipartidários, facilita a obtenção de maiorias parlamentares do partido vencedor mesmo com
votações muito abaixo da maioria absoluta. Por conseguinte, os governos são em geral
monopartidários e gozam de grande estabilidade, visto que dispõem de maioria no
parlamento.
Todavia, este modelo tendencionalmente bipartidário é perturbado pelo apoio eleitos
dos partidos regionais e nacionalistas na Escócia, na Irlanda e no País de Gales, o que lhes
permite obter representação parlamentar em Londres, apesar da sua escassa
representatividade nacional.
Inglaterra é considerada a mãe do parlamentarismo, que tem as seguintes
caraterísticas fundamentais:
• Responsabilidade política do governo perante o parlamento;
• O monarca ou o Presidente da República é o chefe de Estado, mas não
o chefe do Governo;
• A função executiva cabe a um governo chefiado por um primeiro-
ministro, nomeado pelo chefe de Estado de acordo com a composição
parlamentar;
• O governo não pode exercer funções sem a confiança política do
parlamento;
• Em princípio, só existem eleições para o parlamento;
• O governo só é politicamente responsável perante o parlamento que
pode fazer demitir o governo;
TGPP 1º SEMESTRE 2º TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

• O governo pode antecipar eleições parlamentares, mediante


dissolução parlamentar, que é determinada pelo chefe do Estado a
pedido do governo.

2. Estados Unidos da América


Como República, os Estados Unidos têm como chefe do Estado um presidente eleito
indiretamente pelos cidadãos através de um colégio eleitoral. Os cidadãos elegem em cada
estado da União tantos membros do colégio eleitoral quantos os membros do seu estado de
Congresso, sendo eleito o candidato presidencial que obtiver mais votos no colégio eleitoral.
Desde os anos 40 do século XX, nenhum presidente pode ser eleito para mais de dois
mandatos (consecutivos ou não) de 4 anos.
Como Estado federal, os Estados Unidos apresentam as suas caraterísticas típicas:
• Autonomia constitucional, legislativa, governativa e judicial dos
estados federados, desde que respeitada a Constituição federal;
• Enumeração constitucional dos poderes da União;
• Um Congresso composto por duas câmaras representativas, um
Senado que representa os Estados federados e uma Câmara dos
Representantes que representa os cidadãos da União, eleitos em
círculos uninominais por maioria relativa;
• Intervenção dos estados federados na organização política da União e
nas emendas constitucionais;
• Primazia do direito da União sobre o direito dos estados federados.
O sistema eleitoral maioritário e a relativa homogeneidade política dos Estados Unidos
produziram um sistema bipartidário, sendo os partidos caraterizados por uma relativa
leveza organizativa e fraca disciplina partidária.

3. França
Sendo tradicionalmente um Estado altamente centralizado, herança da monarquia
absoluta e do Estado liberal de inspiração jacobina, a França é hoje caraterizada por um grau
razoável de descentralização territorial regional, embora dentro do quadro do Estado unitário.
Sendo uma República, o presidente é eleito diretamente por maioria absoluta,
havendo uma segunda volta em caso de nenhum candidato obter tal maioria na primeira
votação.
Quanto ao sistema de governo, a Constituição de 1958 institui um modelo misto, com
traços parlamentares e presidenciais. Existe um primeiro-ministro e um governo, nomeados de
acordo com a composição do Parlamento e perante estes responsáveis. Todavia, o Presidente
da República, além dos poderes típicos de chefe de Estado, detém certos poderes governativos
e preside ao conselho de ministros.
O Presidente da República tende a ser o verdadeiro chefe do governo, sendo o
primeiro-ministro uma espécie de chefe operacional.
Outra inovação do sistema político francês é o sistema eleitoral das eleições
parlamentares, caraterizado pela regra da maioria absoluta a duas voltas em círculos
uninominais.
Tradicionalmente, o modelo parlamentar francês exibe um sistema bicamaral, com
uma câmara de deputados e um Senado eleito com base nas coletividades territoriais
infranacionais.

4. Alemanha
TGPP 1º SEMESTRE 2º TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

Unificada apenas em 1871, a história moderna da Alemanha foi marcada pelas duas
guerras mundiais que protagonizou e em que foi derrotada. Da derrota da I Guerra Mundial
surgiu a proclamação da República democrática, cujas fragilidades levaram à ditadura nazi. Da
derrota da II Guerra Mundial nasceu a divisão da Alemanha em dois Estados (RFA e a RDA),
que só se reunificaram depois da queda do Muro de Berlim em 1989.
As principais caraterísticas da Alemanha são as seguintes:
• É um Estado federal, constituído pela União e pelos territórios
federados, cada um destes dotado da sua constituição e de autonomia
legislativa e órgãos de governo próprios; consequentemente, na
federação há duas câmaras representativas;
• É uma república, sendo o Presidente eleito pelo parlamento federal e
tendo apenas os poderes típicos do chefe do Estado em regimes
parlamentares;
• O sistema de governo é tipicamente parlamentar;
• O sistema eleitoral é assaz original, caraterizado por uma grande
proporcionalidade;
• O sistema partidário é pluripartidário.
5. Suíça
A Suíça apresenta várias peculiaridades quanto ao seu sistema político, a primeira das
quais é a natureza pluriétnica e plurirreligiosa do país.
Trata-se de um Estado federal, composto pelos cantões helvéticos, cada um deles
dotado da sua constituição e de autonomia legislativa e governativa, bem como de órgãos de
governo próprios.
Trata-se de uma república, mas sem um presidente da federação. A presidência reside
no Conselho de Estado como órgão colegial, cabendo a função presidencial rotativamente aos
seus membros.
O sistema de governo é muito peculiar, normalmente designado como sistema
“diretorial”, em que o governo é um órgão colegial, constituído somente por 7 membros,
eleitos pelas 2 câmaras do parlamento para um mandato de 4 anos. Não há primeiro-ministro,
todos são iguais.
O sistema eleitoral da câmara federal é proporcional, o que gera um sistema
pluripartidário e um parlamento partidariamente fragmentado.
Por fim, o sistema político suíço recorre frequentemente ao referendo, que é desde
logo obrigatório para mudar a constituição.

6. Rússia
A Rússia é um Estado federal, como é natural, dada a sua enorme extensão e a sua
diversidade étnica e linguística. A federação tem as atribuições definidas na constituição
federal. As muitas entidades federadas gozam de autonomia constitucional legislativa e
governativa e de instituições políticas próprias e participam na vida da União através da
assembleia federal.
Existem duas câmaras legislativas, a assembleia representativa dos cidadãos e a
assembleia representativa das entidades federadas.
A Duma é diretamente eleita e tem um mandato de 5 anos.
A Rússia é uma República, sendo o presidente diretamente eleito, à maneira francesa
(maioria absoluta com segunda votação, se não houver tal maioria na primeira votação). O
Presidente tem um mandato de 6 anos e não pode ser eleito para mais de dois mandatos
consecutivos, mas é permitido voltar ao cargo depois de passados 6 anos.
TGPP 1º SEMESTRE 2º TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

O sistema de governo é semipresidencialista. Existe um governo presidido pelo


primeiro-ministro, nomeado pelo Presidente em função da composição do parlamento e
perante este responsável.
O sistema proporcional gera um sistema pluripartidário.

7. China
A China é um país milenar, mas a República Popular da China só foi criada em 1949,
culminando a tomada do poder pelo Partido Comunista da China sob a liderança de Mao Tse-
Tung. Depois do fim da União Soviética e da transição política nos países comunistas do leste
europeu e da Ásia central, a China permanece como principal exemplo das “democracias
populares” que restam.
A China é um estado unitário e não federal, o que constitui uma execção entre grandes
países.
A China é uma república, sendo o Presidente da República eleito pelo Congresso e
sendo desprovido de poderes de decisão.
A espinha dorsal de poder político no sistema político chinês continua a ser o Partido
Comunista da China, que é um partido oficial, cuja organização obdece às regras hierárquicas
do “centralismo democrático”.
O órgão supremo do PCC é o Congresso, que reúne de 5 em 5 anos e que elege o
comité central.
O Partido desempenha 3 importantes funções políticas:
• Seleção dos candidatos às eleições dos órgãos do Estado;
• Controlo dos órgãos do poder do Estado;
• Exercícios dos principais cargos do poder do Estado.
No que diz respeito à organização do Estado, todo o poder reside nominalmente na
assembleia popular, sendo o governo uma simples emanação dela. O sistema de
governo compreende os seguintes órgãos:
• Congresso do Povo, como assembleia representativa suprema;
• Comissão permanente do Congresso;
• Conselho de Estado, órgão executivo (governo), composto por um chefe de
governo eleito pelo Congresso;
• Chefe de Estado eleito pelo Congresso, com poderes puramente simbólicos.
A China é um país relativamente descentralizado, com assembleias eleitas e governos
provinciais por elas eleitos, mas sempre sob controlo do PCC.

8. Arábia Saudita
A Arábia Saudita é um Estado árabe e islâmico.
Sendo das poucas monarquias absolutas remanescentes no mundo, o país rege-se por
uma Lei Básica editada pelo próprio Rei em 1992 e que considera que o Corão (livro sagrado
do Islão) é a verdadeira constituição do país.
O rei, hereditário, é o chefe do Estado e chefe do governo, governando quase
exclusivamente com o apoio da família real. Sendo uma monarquia absoluta, não existe nem
assembleia representativa nem separação de poderes. O rei é o titular do poder legislativo, do
poder executivo e do supremo poder judicial.
A Arábia Saudita é um Estado religioso, sem separação entre a religião e o Estado.
Não existindo democracia representativa, nem eleições, nem parlamento também não
existem partidos políticos.
TGPP 1º SEMESTRE 2º TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

9. Brasil
O Brasil consumou a transição democrática com a constituição de 1988, que refundou em
termos democráticos a herança federal, republicana e presidencialista do sistema político
brasileiro.
Principais traços:
• Estado federal, tendo os estados federados autonomia constitucional, legislativa,
governativa e judicial, sem prejuízo da primazia da Constituição e do direito federal.
Duas câmaras representativas, uma representando os cidadãos da União (Câmara dos
deputados), outra as 27 unidades federadas (senado), que assim participam na vida
política da União; Os estados federados gozam da mesma representação no Senado (3
senadores), como nos Estados Unidos.
• República, com um presidente diretamente eleito por maioria absoluta, à maneira
francesa, de duas voltas; limite de dois mandatos presidenciais de 4 anos.
• Presidencialismo, sendo o presidente da república o titular da função governativa;
separação escrita de poderes entre o legislativo e o executivo – poder de veto do
presidente e poder de veto parlamentar às nomeações presidenciais. Possibilidade de
impeachment do presidente pelo congresso em caso de atuação inconstitucional.
• Sistema eleitoral proporcional nas eleições da camara de deputado, em regime de lista
aberta e sem cláusula barreira.
• Acentuada fragmentação partidária e da representação parlamentar o que dificulta a
formação de coligações coerentes de apoio ao governo.

O Brasil demonstra bem a disfuncionalidade do casamento do presidencialismo com um


sistema eleitoral proporcional e com fragmentação partidária.

10. África do Sul


Antiga colónia Britânica que só terminou a sua transição para a democracia nos anos
90, que culminou na constituição de 1996. Trata-se de um sistema político muito peculiar.
• Estado unitário, goza, porém, de uma grande descentralização territorial,
províncias dotadas de considerável autonomia legislativa e administrativa. Gozam
ainda de uma certa autonomia constitucional, podendo mudar o seu estatuto
constitucional dentro de certos limites, o que confere traços quase federais ao
sistema.
• República, o presidente é o chefe do governo, que não é eleito diretamente, mas
sim eleito pelo parlamento para um mandato de 5 anos, renovável uma vez. Entre
os poderes do Presidente / Primeiro-ministro está o veto legislativo suspensivo e o
poder de convocar referendos.
• Sistema Bicamaral, composto pela assembleia nacional, representativa dos
cidadãos, e pelo conselho das províncias, de representação territorial, à maneira
federal, incluindo a igual representação das 10 províncias, independentemente da
população.
• Presidencialismo atípico, com acumulação do chefe do estado com o chefe do
governo e com separação escrita entre o poder legislativo e executivo. Contudo, é
um sistema presidencial atípico, pois o chefe do governo/ chefe do estado não é
diretamente eleito, sendo designado diretamente pelo parlamento (por maioria
absoluta), à maneira dos sistemas parlamentares. Este sistema faz lembrar o
sistema suíço, só que aqui avulta a lógica presidencial e não a lógica colegial como
na Suíça.
TGPP 1º SEMESTRE 2º TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

Apesar da eleição parlamentar, o presidente e o seu governo não dependem da confiança do


parlamento, que não os pode demitir. Em contrapartida o presidente não tem o poder de livre
dissolução parlamentar, como sucede em muitas repúblicas parlamentares. Só há 2 casos de
dissolução parlamentar: - autodissolução e já tenham passado 3 anos da legislatura e - quando
tenha havido vagatura do cargo de presidente e o parlamento não consiga eleger novo
presidente no prazo de 30 dias.

O sistema eleitoral da câmara baixa do parlamento é do tipo proporcional, sendo metade dos
deputados eleitos em círculos provinciais e a outra metade eleita num círculo nacional, o que
lhe confere um alto grau de proporcionalidade eleitoral, favorecendo um sistema
pluripartidário.

11. União Europeia


Embora não sendo um Estado, a UE é indubitavelmente um sistema político
supraestadual com vários traços paraestatais, incluindo vários poderes soberanos atribuídos
pelos Estados-membros.
O sistema político da UE apresenta manifestos traços federais, de clara inspiração
alemã. Tal como nos estados federais, os Estados-membros da UE participam na feitura da
“constituição” federal (tratados da UE) e no poder político federal (no Conselho Europeu e no
Conselho da União) e o direito da União tem primazia sobre o direito dos Estados-membros.
Existem 2 câmaras representativas, uma que representa os cidadãos da União
(Parlamento Europeu) e outras (aliás duas) que representa os Estados-membros da União
(Conselho Europeu e Conselho da União). O PE é eleito para uma legislatura de 5 anos. Os dois
conselhos não são eleitos, sendo compostos por membros dos governos dos Estados-
membros. Desde o Tratado de Lisboa cada Estado-membro goza de um voto no Conselho, mas
as decisões são tomadas por uma dupla maioria qualificada.
O sistema de governo é de tipo parlamentar, sendo o presidente do governo da União
nomeado de acordo com a composição do Parlamento Europeu.
O PE é eleito pelos cidadãos europeus de acordo com o sistema de representação
proporcional em círculos estaduais ou infraestaduais.

Países Tipo de estado Forma de Regime político Modo de Sistema de Camaras Sistema Sistema
estado eleição do PR governo legislativas eleitoral partidário
Parlamento
Reino Estado unitário Monarquia Democracia n/a Parlamentar Bicamaral Maioritário Tendencial-
unido descentralizado constitucional representativa em círculos mente
uninominais bipartidário
Estados Estado federal República Democracia Eleição Presidencialista Bicamaral Maioritário Bipartidário
Unidos representativa popular em círculos
indireta uninominais
França Estado unitário República Democracia Eleição direta Semi- Bicamaral Maioritário a Pluripartidário
descentralizado representativa em 2 voltas presidencialista duas voltas com
tendências
bipartidárias
Alemanha Estado federal República Democracia Eleição Parlamentar Bicamaral Proporcional Pluripartidário
representativa parlamentar com círculos
uninominais
TGPP 1º SEMESTRE 2º TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

de
candidatura
Suíça Estado federal República Democracia Eleição “diretorial” Bicamaral Proporcional Pluripartidário
representativa parlamentar
(uso do indireta
referendo)
Rússia Estado federal República Democracia Eleição direta Semi- Bicamaral Proporcional Pluripartidário
representativa em 2 voltas presidencialista com partido
(imperfeita) dominante
China Estado unitário República “democracia Eleição Sistema Monocameral Maioritário Partido oficial
centralizado popular” parlamentar “convencional” único
Arábia Estado unitário Monarquia Regime n/a Monarquia n/a n/a n/a
saudita centralizado hereditária autoritário absoluta

Brasil Estado federal República Democracia Eleição direta Presidencialista Bicamaral Proporcional Pluripartidário
representativa a duas voltas com lista fragmentado
aberta
Africa do Estado quase República Democracia Eleição pelo Presidencialista Bicamaral Proporcional Pluripartidário
Sul federal representativa parlamento atípico
por maioria
absoluta
U.E. Sistema político n/a Democracia n/a De tipo Bicamaral (PE + Proporcional Pluripartidário
tipo federal representativa parlamentar Conselho)

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