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Parte I
Constitucionalismo e Constituição
1. O constitucionalismo
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A característica específica do constitucionalismo inglês reside na transfiguração
das suas instituições políticas numa linha de evolução na continuidade: a Magna
Charta (1215) e os sucessivos textos fundamentais do constitucionalismo inglês,
Petiton of Rights (1628), Habeas Corpus Act (1679), Bill of Rigths (1689), estão
inseridos numa linha simultaneamente de continuidade e de complementaridade.
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a) Regime totalitário/Ditadura, este regime caracteriza-se por:
- Pluralismo partidário
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- Liberdade de associação: partidos, grupos de interesse, sindicatos, ordens
(pessoas com interesses comuns)
- Regime Presidencialista
- Regime Parlamentar
Regime Presidencialista:
Regime Parlamentar:
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Moção de Confiança: Iniciativa do Governo que ocorre essencialmente de
uma enorme contestação. Sujeita-se então a uma apreciação do
Parlamento. Se esta moção não for aprovada implica a queda do Governo.
- Tem como característica própria o poder do Chefe de Estado (PR) Aqui o Chefe do
Estado pode influenciar o Governo e o Parlamento. Os dois exemplos mais claros
dessa influência são:
- O Presidente de República tem somente poder político, não tem poder legislativo
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- Períodos de vigência: 1882 a 1823/ 1836 a 1838
2ª Constituição Portuguesa:
- Foi uma Constituição centrada na figura do Rei que também nesta Constituição
mantinha o poder administrativo e executivo
- Atribuído mais um poder ao Rei: o poder moderador que determinava que o Rei
era hierarquicamente superior a todos os outros elementos do poder.
- Poder legislativo nas cortes, mantendo-se o direito de veto do Rei sobre as leis
aprovadas pelas cortes.
- As cortes eram bicamerais. Eram dois órgãos distintos. Existia uma câmara dos
Pares que era formada por membros vitalícios e hereditários. Era de nomeação
Real. A outra câmara era a dos Deputados, estes sim eleitos, mas por sufrágio
indirecto e restrito
3ª Constituição Portuguesa:
4ª Constituição Portuguesa:
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- A principal característica é o Republicanismo, é a primeira Constituição
republicana
O ensino público deixa de ter uma vertente religiosa, sendo até proibida tal
situação.
Expropriação de terrenos da Igreja, passando para a esfera do Estado
Liberdade de outros cultos
- Estabelecimento do Registo civil. Não havia até à data um registo que permitisse
efectuar uma análise da população portuguesa
- O Presidente da República não era eleito, mas sim nomeado pelo Congresso da
República. Daí não se considerar como um sistema presidencialista
- As eleições para o Congresso eram por sufrágio Universal, mas que tinha
inúmeras condicionantes pois só dependia de leis que só permitiam este voto a não
analfabetos, possuidores de um determinado rendimento, o próprio poder local
podia determinar quem votava.
5ª Constituição Portuguesa
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- Previa a existência de um Presidente da República (General Carmona Rodrigues
1926 a 1957). No papel seria a entidade com mais poder pois, podia nomear e
demitir o Presidente do Conselho de Ministros
- Assembleia Nacional também com poderes legislativos mas na prática com uma
importância extremamente reduzida pois tinha capacidade para aprovar só as leis
de base que seriam posteriormente concretizadas pelo Conselho de ministros. Era
um órgão meramente formal.
No entanto como diz o Dr. Jorge Miranda a Revolução de Abril de 1974 procurou
sempre alicerçar-se numa ideia de Estado de Direito.
Factos:
Para o Dr. Jorge Miranda houve três circunstâncias históricas que influenciaram a
nossa constituição:
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- Uma turbulência social e política; um rol de condicionantes: retornados, ausência
de democracia, etc.
Estas três circunstâncias supra citadas levaram a que esta Constituição fosse
dotada das seguintes características:
A Constituição de 1822
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Quanto à forma de Estado, estava consagrada uma união real: o Reino de Portugal,
dos Algarves e do Brasil.
A Carta Constitucional foi elaborada por D. Pedro IV, no Rio de Janeiro, e no seu
texto são evidentes as influências da Constituições Francesa de 1814 e Brasileira de
1824 e, em sede doutrinária, de BENJAMIN CONSTANT.
A Constituição de 1838
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Quanto à organização do poder político, regressou à concepção tripartida dos
poderes do Estado. As Cortes eram compostas por duas Câmaras: dos Senadores e
dos Deputados, ambas eleitas por sufrágio directo e censitário.
A Regeneração (1852) foi a causa da aprovação do Acto Adicional de 1852 que veio
permitir a conciliação entre cartistas e vintistas por introdução de algumas
cláusulas que representavam concessões a estes últimos.
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Autoriza os Ministros da Coroa a nomearem representantes para participarem nos
trabalhos das Comissões Parlamentares.
O Rei foi compensado com a devolução do poder de dissolução livre da Câmara dos
Deputados.
O texto da Constituição de 1911, composto por apenas 87 artigos, foi o mais curto
das seis Constituições portuguesas.
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O Congresso da República, de composição bicameral de acordo com a tradição do
constitucionalismo português, era integrado pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado, ambas eleitas por sufrágio directo. O Senado era uma câmara alta
territorial (em contraste com as câmaras altas aristocráticas das constituições
monárquicas) na qual estavam representados os distritos administrativos da
metrópole e as províncias ultramarinas. A eleição como senador estava
condicionada ao requisito mínimo de 25 de anos de idade. O Congresso da
República era titular de competência legislativa e ainda de fiscalização do
executivo. No contexto desta última, os Ministros eram obrigados a comparecer
perante as Câmaras para prestar esclarecimentos se convocados para tal.
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a composição do Senado que passou a incluir também representantes das
corporações profissionais, científicas e literárias.
O Acto Colonial, primeira lei constitucional do Estado Novo, foi aprovado, em 1930,
sob a forma de decreto com força de lei sujeito a futura ratificação pela Assembleia
Constituinte.
O texto integral do projecto foi publicado em todos os jornais diários com tiragem
quer em Portugal continental, quer nas ilhas adjacentes, quer nas províncias
ultramarinas e, posteriormente, submetido a consulta popular (denominada
referendo) em 21 de Fevereiro de 1933. O voto foi obrigatório e a abstenção contou
como voto favorável (!), indícios que nos permitem qualificar esta consulta como
plebiscitária.
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O texto da Constituição de 1933 compreendia cento e quarenta e dois artigos,
sistematizados do seguinte modo: a Parte I, intitulada Das garantias fundamentais,
integrava os artigos 1.º a 70.º, enquanto a Parte II se ocupava Da organização
política do Estado e incorporava os artigos 71.º a 132.º, restando dez artigos em
disposições complementares. As garantias objecto da parte primeira da
Constituição de 1933 assumiam a natureza jurídica de direitos fundamentais dos
cidadãos (Título II) mas sobretudo de garantias institucionais que concretizavam a
existência de uma comunidade unitária e corporativa, isto é, que estava modelada
por um escopo ideológico de valorização dos corpos sociais intermédios entre o
Estado e a pessoa humana, assim verificamos a consagração de garantias da nação
portuguesa, da família, das corporações morais e económicas, da ordem económica
e social, da educação, ensino e cultura nacional, das relações do Estado com a
Igreja Católica e demais cultos, do domínio público e privado do Estado.
A Constituição de 1933 era, prima facie, um texto constitucional amigo dos direitos
fundamentais. Com efeito, além de acolher o legado das Constituições liberais em
matéria de direitos da pessoa humana acrescentou ainda ex novo alguns direitos,
quer no plano da liberdade, quer no plano da solidariedade. Assim, no primeiro
grupo lograram reconhecimento com carácter inovador os direitos à vida, à
integridade pessoal, ao bom nome e à reputação, à instrução contraditória e ao
processo criminal e à reparação efectiva de todas as lesões causadas por entidade
pública (eventualmente por sucedâneo pecuniário). Quanto ao segundo grupo,
obtiveram acolhimento a protecção da família, a associação do trabalho à empresa
e o direito à educação.
Contudo, a Constituição de 1933 estava modelada por uma concepção nominal dos
direitos fundamentais porque a prática política do Estado Novo era algo diversa,
não por violação da constituição mas com cobertura constitucional, porque o artigo
8.º, § 2.º, estabelecia que o exercício das liberdades de expressão do pensamento,
de ensino, de reunião e de associação carecia de regulação por lei. O preceito
mencionado era especialmente denso quanto à modelação prévia do conteúdo da
lei reguladora da liberdade de expressão na medida em que estabelecia que esta
deveria “impedir preventiva ou repressivamente a perversão da opinião pública na
sua função de força social e salvaguardar a integridade moral dos cidadãos”.
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das Constituições anteriores e o reconhecimento do papel da Sociedade Civil no
contexto da comunidade estadual. Neste contexto, o direito-dever do Estado
“coordenar e regular superiormente a vida económica e social” (artigo 31.º) era a
expressão máxima da modelação do texto constitucional segundo uma ideologia
corporativa que determinou, na esfera económica, a consagração de mecanismos
de condicionamento do mercado a nível interno, nomeadamente pela incumbência
de conseguir o menor preço e o maior salário compatíveis com a justa remuneração
dos outros factores de produção (artigo 31.º/3) e de medidas proteccionistas no
plano externo (artigo 30.º).
O Chefe do Estado era o Presidente da República, eleito pela Nação, isto é, por
sufrágio directo dos cidadãos eleitores, para um mandato de sete anos (artigo 72.º)
e perante a Nação respondia directa e exclusivamente pelos actos praticados no
exercício das suas funções (artigo 78.º). A Constituição de 1933 estabelecia a
inelegibilidade dos Reis de Portugal e seus familiares até ao sexto grau para o cargo
de Chefe do Estado (artigo 74.º).
A Assembleia Nacional era composta por noventa (90) deputados, eleitos por
sufrágio directo dos cidadãos eleitores, para uma legislatura de quatro anos (artigo
85.º). A duração da sessão legislativa era de três meses (improrrogáveis) em cada
ano civil, com início em 10 de Janeiro (artigo 94.º).
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A Assembleia Nacional era coadjuvada no exercício das suas funções pela Câmara
Corporativa, “composta por representantes das autarquias e dos interesses sociais”,
isto é, de ordem administrativa, moral, cultural e económica. Contudo, a
composição precisa do órgão, o modo de designação dos seus titulares e a duração
do respectivo mandato estavam regulados por lei (artigo 102.º). A acção da
Câmara Corporativa estava circunscrita à tarefa de “relatar e dar parecer por
escrito sobre todas as propostas ou projectos de lei que fossem presentes à
Assembleia Nacional, antes de nesta ser iniciada a discussão” (artigo 103.º).
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Constituição poderia no entanto ser revista no âmbito de um procedimento
antecipado, cuja característica específica residia no encurtamento do prazo de
revisão para cinco anos, sendo neste caso exigido o voto favorável de 2/3 dos
Deputados para abertura do procedimento de revisão (idem, §1.º). A Constituição
poderia ainda ser revista no âmbito de um procedimento urgente, isto é,
desencadeado a qualquer momento, por iniciativa do Chefe do Estado “quando o
bem público imperiosamente o exigisse”, depois de ouvido o Conselho de Estado
(órgão consultivo do Chefe do Estado) e com a concordância do Governo
determinar que a Assembleia Nacional a eleger assumisse poderes de revisão
constitucional em matéria referenciadas no decreto presidencial (artigo 134.º).
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A revisão constitucional de 1971 (primavera marcellista) foi momento de
reforço dos direitos das pessoas em sede de garantias do processo criminal e do
recurso contencioso de actos administrativos, do reconhecimento da religião
católica como “a religião tradicional da Nação Portuguesa” e da adopção da forma
unitária de Estado.
revisões
O procedimento constituinte
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O golpe de Estado de 28 de Setembro de 1974 configurou uma reversão no
procedimento constituinte por afastamento das elites dirigentes, nomeadamente
dos órgãos de soberania revolucionários, dos objectivos iniciais consagrados no
Programa do Movimento das Forças Armadas. Uma facção radical do Movimento
das Forças Armadas, dominada pelo Comando Operacional do Continente
(COPCON) colocou termo à tentativa de adopção de algumas medidas cesaristas
pelo Presidente da República em funções, General António Spínola, como a
realização imediata de uma eleição para o Presidente da República por sufrágio
directo universal e secreto, cujo decreto-lei não foi aprovado pelo Conselho de
Estado. O General Spínola, sentindo o golpe palaciano dos seus pares renunciou ao
cargo de Presidente da Republica e a Junta de Salvação Nacional, agora reduzida a
três vogais, designou o General Francisco da Costa Gomes, chefe do Estado Maior
das Forças Armadas, para Presidente da República interino.
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Revolução em funções até ao momento em que (no entendimento do próprio
Conselho da Revolução) estivessem consolidadas todas as conquistas
revolucionárias, a existência de uma Assembleia do Movimento das Forças Armadas
que representava as bases militares, enquanto o Conselho da Revolução
representaria as elites, e a eleição do Presidente da República por um colégio
eleitoral composto pela Assembleia Legislativa (eleita democraticamente pelos
cidadãos) e a Assembleia do Movimento das Forças Armadas (composta por igual
número de deputados que a Assembleia Legislativa e cuja função se circunscreveria
a esta competência eleitoral, assegurando assim a eleição de um militar para o
cargo de Presidente da República).
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Constituição). O termo inicial do procedimento de revisão constitucional foi o
projecto da Associação Social Democrata Independente (ASDI) apresentado em 23
de Abril de 1981 (entretanto retirado por a ASDI haver subscrito o projecto da
FRS), enquanto a votação final global, realizada em 12 de Agosto de 1982, foi o seu
termo final. Além deste partido, apresentaram projectos de revisão constitucional, a
Aliança Democrática (AD), a Frente Republicana e Socialista (FRS), o Movimento
Democrático Português (MDP/CDE) e o Partido Comunista Português (PCP).
A parte da Constituição mais alterada nesta revisão constitucional foi a Parte III,
respeitante à organização do poder político, com a extinção do Conselho da
Revolução e a consequente redistribuição das suas competências pelos demais
órgãos de soberania. Neste contexto, as competências do Conselho da Revolução
como conselho do Presidente da República foram confiadas ao então instituído
Conselho de Estado (órgão constitucional mas não órgão de soberania) e à
Assembleia da República (autorizar e confirmar a declaração do estado de sítio e do
Estado de emergência, testemunhar a tomada de posse do Presidente da República,
promover o processo de acusação contra o PR por crimes praticados no exercício
das suas funções). Por seu turno, as competências políticas e legislativas em
matéria militar foram distribuídas pelo próprio PR (presidir ao Conselho Superior de
Defesa Nacional e nomear e exonerar as altas chefias militares, embora neste
último caso, sob proposta do Governo), pela Assembleia da República (aprovar as
leis e as convenções internacionais em matéria militar) e pelo Governo (dirigir a
Administração militar). Por último, as competências de fiscalização da
constitucionalidade foram confiadas a um novo órgão de soberania, o Tribunal
Constitucional.
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para dissolver a AR, passou poder exercer livremente essa competência (o parecer
do CE não é vinculativo) com sujeição apenas aos limites temporais e
circunstanciais mas, em contra-partida, o Governo (aparentemente) deixa de estar
dependente da confiança política do PR.
A parte da Constituição mais alterada nesta revisão constitucional foi a Parte II,
denominada organização económica porque havia necessidade de alterar a matriz
colectivista das estruturas de produção por força dos compromissos a que o Estado
português se havia vinculado aquando da adesão à então Comunidade Económica
Europeia. Assim, na sequência do acordado entre PPD/PSD e PS, foi abolido o
princípio da irreversibilidade das nacionalizações e consagrada a obrigatoriedade de
aprovação de uma lei-quadro das privatizações vinculada a princípios consagrados
em norma constitucional transitória, foram redefinidos os sectores de propriedade
dos meios de produção, a regulação do planeamento da economia foi simplificada
em conformidade com o princípio da economia de mercado, deixando a Constituição
de mencionar a força jurídica dos planos na medida em que estes passaram a estar
articulados com o programa do Governo, foi criado o Conselho Económico e Social e
por último o título referente à reforma agrária foi substituído por outro de maior
abrangência, denominado política agrícola, comercial e industrial.
Além destas matérias, importa ainda destacar na Parte III da Constituição a criação
da Alta Autoridade para a Comunicação Social, a consagração do instituto do
referendo a nível nacional, a redução do número de deputado para um intervalo
entre 230, mínimo, e 250, máximo, a criação de um novo tipo de leis, as leis
orgânicas e o acolhimento de instrumentos e formas não jurisdicionais de
composição de conflitos.
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A revisão constitucional de 1992
Pá gina 24
Social e a imposição ao legislador ordinário do dever de criação de uma Entidade
Reguladora da Comunicação Social incumbida de assegurar os objectivos definidos
na Constituição em sede de meios de comunicação social (artigo 39.º), a limitação
republicana do exercício de cargos públicos (artigo 118.º/2) e o alargamento dos
poderes das regiões autónomas (artigo 226.º e ss.).
• Estado
• Constituição
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Corresponde ao conjunto de pessoas que relativamente a uma determinada
estrutura estadual, apresentam com a mesma um laço de vinculação jurídico-
política, que tem o nome de cidadania.
2.2. O Estado
Estado
Elementos do Estado
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Noção de Estado - Segundo Freitas do Amaral tem que existir três condições
cumulativas para haver “Estado”:
Pá gina 27
O conceito de Estado de Direito, à semelhança do sucedido com o movimento
constitucional, foi concebido e gerado em várias latitudes: Rule of Law, Etat légal e
Rechetsstaat. As características basilares do Rule of Law (Reino Unido e Estados
Unidos da América) são o due process, a superioridade das leis e dos costumes
(common law) sobre o poder régio e a subordinação do executivo ao parlamento.
A pedra de toque do Etat légal, por seu turno, consiste na estruturação de uma
ordem jurídica hierarquizada da cúpula para a base do seguinte modo: Déclaration
de Droits de L’Homme et du Citoyen (fonte de Direito supra e pré constitucional),
Constituição e Lei de modo a que as fontes de Direito situadas num escalão
superior desta cadeia hierárquica limitam progressivamente as fontes situadas num
escalão inferior e consequentemente o poder de actuação dos seus autores.
Conjunto pessoas ligadas por especial vínculo jurídico a um país, não confundir com
população que é o conjunto de pessoas a habitar um determinado território.
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a)O território define o âmbito espacial da soberania de um Estado
b)O território é que define a amplitude do que a cada Estado é licito exercer sobre
as pessoas
Nota: Certos autores defendem a existência de certos Estados mesmo sem terem
um território definido, sendo o melhor exemplo o caso da Palestina.
Ex: Guerra Civil dos E.U.A; Proibição da escravatura decretada por Washington e
que alguns Estados Sulistas não acataram, sendo o conceito de Estado posto em
causa.
Segundo Diogo Freitas do Amaral o Estado enquanto pessoa colectiva que tendo
uma unidade de povo, território e poder político actua com independência e
autonomia face a outros Estados.
Fins de Estado:
- Segurança
Pá gina 29
- Bem-estar – Função do Estado de garantir o bem-estar dos seus cidadãos. Este
bem-estar deve ser não só material mas também imaterial. Deve ser um bem-estar
económico mas também cultural, espiritual (art. 58º a 79º C.R.P.).
2.3. A Constituição
Pá gina 30
contexto escolar, definido em termos insuficientes ou mesmo incorrectos (JEAN
RIVERO), pelo que importa aclarar os contornos materiais deste ramo de Direito.
Pá gina 31
Foi sobretudo uma revisão de cariz económico – Alterações produzidas sobretudo
na Constituição Económica.
- Esta adesão ao Tratado implicou a futura abdicação por parte de Portugal da sua
moeda em detrimento do Euro
- Aumento das matérias que exigem uma maioria qualificada para a sua aprovação
Pá gina 32
Foi aprovada pela Lei Constitucional nº1/2001 de 12 de Dezembro
Parte II
Pá gina 33
- Art.277º a 289º - Garantia e revisão da Constituição
Pá gina 34
Portuguesa acolhe a tese da normatividade plena nos termos dos artigos 204.º e
277.º/1.
Classificação de Constituições
ii) Quanto à concordância das normas constitucionais com a realidade dos factos é
possível distinguir entre Constituições normativas, Constituições nominais e
Constituições semânticas (KARL LOEWENSTEIN).
iii) Quanto à relação do poder político com a Sociedade Civil, é comum distinguir-se
entre Constituições estatutárias (orgânicas ou processuais) e Constituições
programáticas.
Pá gina 35
iv) Quanto ao quantum de ideologias que acolhe, podemos distinguir entre
Constituições simples e Constituições compromissórias.
Entrou no mundo do Direito após 2ª Guerra Mundial deixando de ser uma realidade
extrajurídica.
ORIGENS:
➢ Melo Alex: não é dado directamente pela fórmula mas sim no seu “efeito
cascata” de princípios, subprincípios e regras – não tem conteúdo jurídico
autónomo. Ex: impede mudar de religião, ofende a dignidade da pessoa humana
mas o que viola é a integridade moral
Pá gina 36
FUNÇÕES: base do sistema constitucional como alicerce da CRP
Igualdade
Pá gina 37
Proibição do Excesso = Proporcionalidade
- liberdade da pessoa
- racionalidade da pessoa
Pá gina 38
- do facto de a pessoa se encontrar inserida socialmente
O ideal de justiça que o Direito Positivo deve alcançar acarreta que o desrespeito
daquele determine a desobrigação perante tal lei, assim considerada injusta
- é a pessoa solidária – a pessoa que está numa relação com os outros, com um
desejo constante de promoção social, em que o Direito está atento às
desigualdades reais (e não só da lei) através da consagração de direitos de
natureza social
Artigo 26.º, n.º 2 da CRP “A lei estabelecerá garantias efectivas contra a obtenção
e utilização abusivas, ou contrárias à dignidade humana, de informações relativas
às pessoas e às famílias”
Pá gina 39
A liberdade de um homem “consiste [na possibilidade de] fazer tudo o que ele
considere conveniente para garantir a sua própria preservação, bem como a dos
outros, dentro dos limites autorizados pela lei natural” (JOHN LOCKE, Dois tratados
de direito civil, p. 317; cfr. ainda artigo 4.º DDHC) ou, noutra formulação, consiste
“[n]a autonomia da razão pessoal existente em cada ser humano e a sua
inviolabilidade na regência da sua própria conduta social. Equivale à
autodeterminação da pessoa na sociedade” (A. BARBOSA DE MELO, Democracia e
Utopia, p. 18).
Pá gina 40
contexto, a soberania pode ser exercida pelo próprio povo (democracia directa),
pelos seus representantes (democracia representativa, cfr. artigo 10.º) ou pelos
representantes com a intervenção do povo em algumas decisões (democracia
participativa, cfr. artigo 2.º in fine e 10.º, n.º 1).
- as ditaduras
- as democracias
Pá gina 41
A Constituição alicerçou a dimensão participativa como outra componente essencial
da democracia
A Revisão de 1997 (4ª revisão constitucional) tornou explicita esta extensão aos
próprios partidos políticos exigindo a observância de regras democráticas na
formação dos órgãos dirigentes (artigo 57.º, n.º 5 da CRP).
O controlo da gestão (artigo 54.º, n.º 5 alínea b)), a gestão democrática das
escolas (artigo 77.º), a liberdade interna de imprensa (artigo 38.º, alínea a)), a
participação na administração local (artigo 233.º)
Pá gina 42
As formas republicanas de governo, surgiram com particular vigor no contexto do
Constitucionalismo.
- quanto à Chefia de Estado – a imposição de que ela deve ser atribuída a titulares
democraticamente designados, significa que o acesso a tal órgão fica aberto a todos
os cidadãos, não apenas àqueles, como sucede na monarquia, que nasceram em
“berço monárquico”
Pá gina 43
No caso do Direito Constitucional Português, o princípio concretiza-se logo pelo
facto de haver um Presidente da República, democraticamente legitimado com um
conjunto de competências constitucionais efectivas
- nos princípios fundamentais – artigo 1.º e 2.º CRP; sem esquecer que os símbolos
do Estado Português são símbolos instituídos pela Revolução Republicana de 5 de
Outubro de 1910, sinais que exprimem o ideal republicano na sua configuração
inicial – as cores ver-rubrada Bandeira Nacional e a letra do Hino Nacional a
Portuguesa
Pá gina 44
Anteriormente, o poder público era criado e executado livremente pelo monarca,
que concentrava em si todo o poder político e os seus momentos de criação,
execução e controlo
Num primeiro momento o Princípio do Estado de Direito foi uma simples construção
doutrinária, como objectivo de reprimir a arbitrariedade do poder monárquico
absoluto.
O Estado de Direito, após ter sido acolhido noutros textos constitucionais, chegou a
Portugal, encontrando-se consagrado na Constituição da República Portuguesa.
Pá gina 45
• A importância deste princípio é expressamente indicada logo no preâmbulo da
nossa Lei Fundamental, sendo confirmada na introdução do texto e concretizada em
várias disposições:
Pá gina 46
5.Princípio da igualdade
6.Princípio da proporcionalidade
- poder executivo – faculdade de aplicação das leis aos casos concretos através da
administração e através dos tribunais
Para MONTESQUIEU, que também adoptava uma separação material das funções
do Estado, havia que equacionar a existência de três poderes:
Pá gina 47
relacional de competências, tarefas, funções e responsabilidades dos órgãos
constitucionais de soberania
regionais
Governo Regional
A união europeia não é um estado soberano dotado de competências, mas sim uma
comunidade de Estados dotada das competências que os EM, através de tratados
internacionalistas, lhe vão atribuindo.
Pá gina 48
3.2.3.5. O princípio da cooperação internacional
4. Os direitos fundamentais
Art.17º e 18º CRP - Regime dos direitos, liberdades e garantias e ainda dos
restantes direitos fundamentais
Pá gina 49
- A Constituição apenas vincula o Estado, os particulares são regulamentados…
Pá gina 50
- Esta restrição apenas pode operar por lei em sentido estrito, ou seja a lei tem de
provir da Assembleia da República. Temos assim uma reserva absoluta da A.R,
salvo autorização expressa para actuação governamental
- Só pode ocorrer nos termos do art.19º, nº2, CRP, nas situações de estado de sítio
ou de emergência e nunca fora dessas situações, sendo que é a própria
Constituição que identifica em que circunstâncias estas situações podem ocorrer.
- Os actos que estão previstos no ponto 6 deste artigo 19º não podem de forma
alguma ser suspensos. Ficam então fora da abrangência do art.19º
Pá gina 51
previstos no Título II e os direitos análogos não são passíveis de serem diminuídos
através de uma Revisão Constitucional, mas somente passíveis de o seu conteúdo
ser aumentado por intermédio de revisão Constitucional.
Não existe uma definição apropriada sobre o que são os direitos análogos sendo
demonstrado através da doutrina e jurisprudência.
Segundo Gomes Canotilho deverão ser tidos em conta dois critérios para a
definição de um direito análogo:
1. Por norma os direitos análogos são direitos negativos sendo que podemos definir
um direito negativo como o direito a uma abstenção do Estado. Estes direitos
negativos contrapõem-se ao chamado direito a prestações por parte do Estado.
Este último implica um comportamento positivo e concreto por parte do estado.
São direitos com aplicabilidade imediata, não precisando de uma lei concretizadora.
Segundo o Dr. Jorge Canotilho e o Dr. Jorge Miranda serão direitos análogos os
seguintes direitos da CRP:
Pá gina 52
- Art.74º,nº2,al. a;b - Ensino
- Art.124º,nº1 – Candidatura s
Direitos programáticos
Serão considerados como direitos programáticos, todos os direitos que não estão
incluídos no título II ou os direitos análogos.
Direitos programáticos são direito que apenas impõe ao Estado objectivos, tarefas
que devem ser desempenhadas pelo Estado. No entanto a forma como esses
objectivos são atingidos, são definidos pelos próprios Governos e não está
estabelecido na Constituição.
- Essa restrição não pode ser de tal forma pronunciada que impeça o direito de
desempenhar a função para o qual foi criado.
Pá gina 53
- O direito de resistência apenas é aplicado quando não for possível o recurso em
tempo útil a uma autoridade pública.
- Este artigo permite responsabilizar o estado por actos praticados pelos seus
funcionários (no exercício das suas funções)
Pá gina 54
dano provocado, ou seja, tem que ficar demonstrado que o dano foi
directamente originado por essa conduta ilícita e culposa do agente.
pluralidade conceptual?
Constituição Portuguesa:
Existem princípios:
Pá gina 55
documental, os direitos fundamentais extra-documentais e os direitos
- Os que são reconhecidos pela constituição tem uma força jurídica superior aos
outros direitos. Em Sentido Formal. No Critério Material são direitos os que
asseguram a nossa dignidade humana. Legislador constituinte consagrou um
critério material, não definindo esses direitos, mas o artigo 16º, nº1 define um
critério material.
- Não constituem direitos directos na nossa esfera jurídica (esfera jurídica: conjunto
de direitos e deveres que cada um é titular).
- Artg.16º, nº1 reconhece outros direitos para além dos consagrados na CRP.
Pá gina 56
- São normas directamente aplicáveis (artg.18º CRP) – Força Jurídica.
Assim:
fundamentais
Nº1 do art.12º define o direito das pessoas singulares, já o nº2 define os direitos
das pessoas colectivas competentes à sua natureza, ou seja, que não estejam
directamente relacionados com a condição humana, ex: integridade física.
- Estado protege os cidadãos, mas o exercício dos direitos está sujeito aos deveres
que não sejam incompatíveis com a ausência do país. Ex: obrigatoriedade de
frequentar o ensino, não se impõe.
- Cidadãos com deficiência gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres de
acordo com a sua incapacidade – art.71º CRP.
Pá gina 57
- Diz respeito ao exercício dos direitos.
Art.18º CRP estatui que os direitos aplicados aos direitos liberdades e garantias
não precisam de suporte legislativo para se aplicarem (como acontecia na
constituição de 1933).
- Podem ser invocados sem lei e contra a lei. Valem apenas por estarem
consagrados na constituição.
➢ Estado deve actuar para com os cidadãos de modo a que seja confiável –
não decretando normas retroactivas, não alterando bruscamente a ordem jurídica,
não afectando sem fundamento as expectativas legítimas das pessoas quanto à
continuidade de certo regime jurídico.
Pá gina 58
FUNÇÕES: protecção subjectiva e função de controlo das actuações
estatais; a segurança permite a modelação dos efeitos das decisões de
inconstitucionalidade do TC
poder político
Pá gina 59
além dos casos (excepcionais) expressamente previstos alteraria a respectiva
configuração.
A separação de poderes, além das dimensões orgânica e funcional que lhe são
inerentes, necessita estar constitucional e legalmente assegurada como uma
separação pessoal de poderes de modo a impedir que o mesmo homem integre
dois poderes do Estado (CHARLES DE MONSTESQUIEU). Superada a estratificação
da Sociedade Civil (cfr. artigo 12.º/1 CRP) que, ainda segundo CHARLES DE
MONSTESQUIEU, constituía o critério adequado a delimitar os grupos sociais
adequados a ocupar os diversos órgãos do Estado (isto é, o Rei deveria ocupar o
poder executivo, enquanto a Nobreza e o Povo ocupariam as duas câmaras do
poder legislativo e os tribunais seriam um pouvoir neutre (!) de modo a assegurar
que o homem que faz a lei não a aplica ao caso concreto), as incompatibilidades e
impedimentos dos titulares dos cargos políticos e dos altos cargos públicos (cfr.
artigo 154.º CRP e Regime Jurídico de Incompatibilidades e Impedimentos dos
Titulares de Cargos Políticos e Altos Cargos Públicos, aprovado pela Lei n.º 64/93,
de 26 de Agosto, com sucessivas alterações, a última das quais pela Lei Orgânica
n.º 1/2011, de 30 de Novembro) constituem um mecanismo adequado a assegurar
a separação pessoal de poderes.
Pá gina 60
A capacidade eleitoral passiva, por seu turno, é reconhecida apenas aos
cidadãos eleitores, portugueses de origem, maiores de 35 anos (artigo 122.º). A
regra consagrada pelo legislador constituinte no artigo 122.º é a única excepção ao
princípio da universalidade dos direitos fundamentais (cfr. artigo 12.º/1 CRP),
justificada pela particularidade de ser um órgão de soberania com composição
singular e portanto ser exigida aos candidatos maturidade mais elevada que aquela
que é exigida em geral aos titulares dos cargos políticos.
Pá gina 61
O Presidente da República é por inerência Presidente do Conselho de Estado (cfr.
artigo 133.º/a) CRP) que a Constituição define como “o órgão político de consulta
do Presidente da República” (artigo 141.º) e que incorpora na sua composição
ainda o Presidente da Assembleia da República, o Primeiro-Ministro, o Presidente do
Tribunal Constitucional, o Provedor de Justiça, os Presidentes dos Governos
Regionais (que são membros designados por inerência simultânea, cfr. artigo
142.º/a) a e)), os antigos Presidentes da República eleitos na vigência da
Constituição (designados por inerência sucessiva, cfr. idem f)), cinco cidadãos
nomeados pelo Presidente (cfr. idem g)) e ainda cinco cidadãos eleitos pela
Assembleia da República (cfr. idem h)). O Conselho de Estado é titular apenas de
competência consultiva, havendo a distinguir as competências de consulta
obrigatória (cfr. artigo 145.º/a) a d)) das competências de consulta facultativa (cfr.
artigo 145.º/e)).
Secreto: óbvio
Ex: Nos Estados Unidos não se vota directamente para o Presidente, mas sim nos
grandes eleitores que posteriormente votam para o Presidente (voto indirecto).
Art. 121, nº2, CRP - Critério algo dúbio, logo basta ter a nacionalidade Portuguesa
para poder votar
Art. 122º, CRP - Implica recenseamento e ser Português de “origem” que segundo
a doutrina obedece a um destes dois critérios:
- Quem nasceu no estrangeiro, filho de pais portugueses e ter sido registado como
Português.
Art. 123º, CRP - Regras quanto à reeleição: O P.R. apenas pode exercer dois
mandatos consecutivos, podendo depois recandidatar-se após 5 anos de interregno
e inclusive recandidatar-se de novo a um segundo mandato (nesta segunda série)
Pá gina 62
Se o P.R. não cumprir o seu segundo mandato, a data de interregno conta a partir
da data de renúncia.
Art. 126º, CRP - Implica uma maioria simples por parte de um dos candidatos.
Caso não aconteça numa primeira volta, os dois candidatos com mais votos
disputam uma segunda volta no mesmo sistema.
Art. 128º, CRP - Delimitação do mandato do P.R. – o seu término coincide com a
posse do novo P.R.
- Tarefas protocolares
Pá gina 63
- Fiscalização por si realizada, fiscalização essa que incide sobre toda a produção
legislativa, poder de promulgar leis e iniciar processos de fiscalização.
- Compete ao P.R. nomear o P.M. nos termos do art.187º, nº1, assim como
exonerar o mesmo se tal for necessário. A mesma situação se aplica aos membros
do Governo – art.133º al. f), g) e h
- Nomeação e exoneração das altas cúpulas das Forças Armadas, após proposta do
Governo – art.133º al. p)
Veto Presidencial
1. Promulgação da lei
2. Veto jurídico
3. Veto político
Pá gina 64
- Caso o T.C. considere o diploma inconstitucional o P.R. irá (2) vetar o diploma
com base em critérios jurídicos.
No caso de ser uma lei (proveniência da A.R.), a A.R. ao receber o diploma vetado
tem várias hipóteses:
- Abdicar da lei
- Não acatar as alterações e promover nova votação da lei. Jorge Miranda apelida
esta situação de “postura confrontacional assumida pela A.R.”
Esta votação de acordo com o art.136º, nº2, terá que existir uma maioria absoluta
de deputados em efectividade de funções (116) para que seja aprovado e enviado
novamente para o P.R.
No caso de um veto político, após esta nova votação da A.R. o P.R. é obrigado a
promulgar o diploma.
No caso de um veto jurídico, após nova aprovação por parte da A.R. o P.R. deverá,
segundo alguma doutrina (Gomes Canotilho e Jorge Miranda, p. ex), vetar
novamente o diploma, pois o P.R. é considerado o guardião supremo da
Constituição.
No entanto, outra parte da doutrina, considera que além desta possibilidade o P.R.
poderá optar por promulgar o diploma mesmo aferido de inconstitucionalidade,
baseado na legitimidade democrática da A.R.
- Abdicar do decreto-lei
Pá gina 65
- Acatar as alterações sugeridas pelo P.R.
competência e funcionamento
Pá gina 66
divisão administrativa pré-existente acolhe um bom princípio da Ciência Política
destinado a evitar o gerrymandering, isto é, a manipulação dos limites dos círculos
eleitorais com vista a favorecer um partido ou lista concorrentes. O número de
deputados a eleger por cada círculo eleitoral do território nacional é proporcional ao
número de cidadãos eleitores nele recenseados (cfr. artigo 149.º/2 CRP e Mapa
Oficial n.º 2-A/2015 da Comissão Nacional de Eleições, pub. in DR I, de
10.Agosto.2015).
Pá gina 67
Os deputados estão investidos num mandato meramente representativo (não
imperativo), na medida em que representando também eleitores que não
contribuíram para a sua eleição, isto é, de outros círculos eleitorais, não é legítimo
que estes últimos possam dispor dos seus mandatos (cfr. artigo 152.º/2 CRP).
Pá gina 68
maiorias parlamentares entenderem como credoras de regulação por acto
legislativo (cfr. artigo 161.º/c) CRP), salvo as reservadas pela Constituição ao
Governo (cfr. infra) e beneficia ainda de reserva de competência legislativa nas
matérias que o legislador constituinte qualificou como mais importantes no âmbito
do Estado de Direito Democrático e que por esse motivo devem ser aprovadas
mediante um debate público (princípio do Estado de Direito) e plural (princípio
democrático) (cfr. artigos 164.º (reserva absoluta) e 165.º (reserva relativa) CRP).
Quanto às segundas, a Assembleia é titular de competências políticas strictu sensu
(cfr. artigo 161.º), de competência de fiscalização (artigo 162.º, 169.º e 227.º/4, in
fine) e de competência quanto a outros órgãos (artigo 163.º).
Pá gina 69
especializadas, como o controlo sobre o Governo e a Administração pública em
geral.
Pá gina 70
- O partido com o maior número de votos obtém a totalidade dos deputados a
serem eleitos por determinado círculo eleitoral.
Uninominal: 1 deputado
Assim no art.149º, temos referência que a eleição dos deputados é realizada pelo
sistema de representação proporcional e o método da média mais alta de Hondt
Este quociente eleitoral vai indicar o número de votos necessário para a eleição de
um deputado e que nos permitirá estabelecer essa contagem.
Pá gina 71
Exemplo:
Círculo eleitoral de Leiria registou um total de 400.000 votos que iremos dividir pelo
número de deputados a eleger pelo seu círculo: 10.
De seguida iremos dividir o número de votos obtidos por cada partido político por
1,2,3 e assim sucessivamente até ao número total de deputados a eleger no total.
É normal existir esta cláusula em países com uma maior tendência regionalista,
para evitar o aparecimento no parlamento de movimentos separatistas, e também
para evitar acesso parlamentar a partidos extremistas.
Pá gina 72
Hipóteses de referendo propostas pela Assembleia da República carecem de
aprovação presidencial – art.134,al c), CRP
Tem o poder/dever de convocar extraordinariamente a A.R. – art.133º,al c),
CRP
Prazo de dissolução da A.R. – art.133, al. c), CRP com remissão para o
art.172º,nº1,CRP
Relacionado com o veto presidencial - art.136º, CRP
Se o P.R. opta por vetar um diploma será por um destes dois motivos:
- Plenário da A.R.
- Presidente da A.R.
- Mesa da A.R.
- Comissões da A.R.:
Permanentes
Pá gina 73
Had-oc (comissões extraordinariamente constituídas para análise de um
determinado evento/ são chamadas comissões de investigação)
- Poder normativo/legislativo:
- Poder de auto organização interna: Significa que em muitos dos aspectos do seu
funcionamento, é a A.R. que auto define os seus parâmetros.
- Apenas podem ser eleitos pelas listas propostas por partidos políticos:
art.151º,CRP
Marcelo Rebelo de Sousa chama esta situação de monopólio dos partidos políticos
quanto á apresentação de candidaturas a deputados.
b) Pode ser eleito mas nem sequer assumir o seu cargo. Se assumir o seu lugar e
tiver um número de faltas que exceda o Regimento (regulamento interno A.R.),
perde o seu mandato.
Pá gina 74
a) Por pedido expresso do deputado invocando motivo relevante: art.153,nº2,CRP.
Remete para a lei eleitoral a relevância de tais motivos, mas na prática tem o
deferimento assegurado.
Um processo legislativo
Um processo de revisão constitucional
Um processo referendário
Pá gina 75
Poder Normativo/Legislativo da Assembleia da República: pode elaborar e
aprovar diplomas legais
Pá gina 76
- Art.165, nº4- A autorização só persiste enquanto a autoridade que a permitiu,
existir; limita a possibilidade do exercício da autorização á permanência de funções
da A.R.
- Art.161º al. j)
- Art.162º al. a): é da competência da A.R. garantir o respeito pela lei e pela
Constituição, dos actos do Governo e da Administração Pública.
- Fiscalização jurídica: Nos termos dessa fiscalização a A.R. vai impor o respeito
pela juridicidade a outros órgãos políticos, nomeadamente ao Governo e à
Administração Pública.
Pá gina 77
Remete-nos para o art.281º,nº1, CRP, segundo o qual o Presidente da A.R. ou em
alternativa 1/10 dos deputados podem requerer ao T.C. que declare a
inconstitucionalidade com força obrigatória geral do ato fiscalizado.
Órgão colegial é composto por mais do que uma pessoa, em oposto por exemplo ao
Presidente da República que é um órgão singular.
Art.116º da CRP:
Pá gina 78
3) Determina o número de votos necessários para a aprovação de uma
determinada medida, estabelecendo as seguintes regras:
Art. 168º, nº6, da CRP - Para as matérias dispostas nas alíneas deste número é
necessário 2/3 (+1) dos deputados presentes desde que esse valor seja superior á
maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções (230).
Art. 136º, nº2, da CRP - Após veto presidencial, uma lei que volte a discussão à
A.R. terá que obter maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções.
A A.R. não pode ser considerada um órgão administrativo, pois não produz
actividade administrativa contínua, somente pratica alguns actos administrativos
extremamente limitados: somente regula a sua organização.
competência e funcionamento
Pá gina 79
República, consubstanciada numa moção de rejeição do seu programa aprovada
por maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções (artigo 192.º/4).
Não sendo matérias previstas nos artigos 164º e 165º, o Governo tem competência
legislativa embora em concorrência com a A.R.
- 198º al. c) – decretos lei que desenvolvam princípios escritos em leis de base que
necessitem desse mesmo desenvolvimento; lei de base bastante abstracta e como
tal é necessário que sejam criadas leis que complementem a ideia inicial
Pá gina 80
Tribunais - As normas que regulam o funcionamento dos tribunais estão entre os
art.202º e 224º da CRP
Arbitragem:
- Realizado fora dos tribunais por entidades que não tem de ser juízes
- Por sua vez, uma eventual responsabilidade disciplinar dos juízes é também
dirimida no Conselho Superior de Magistratura (órgão independente), que por seu
turno também não está na dependência de qualquer outra entidade estadual.
Nº1
- Este ponto impõe um requisito formal e substancial para qualquer sentença, que é
a obrigatoriedade da sua fundamentação tanto em matéria de facto como em
matéria de direito.
Pá gina 81
- Implica que uma sentença não fundamentada ou não suficientemente
fundamentada é inválida, logo não produz efeitos
- Em termos práticos impõe que haja uma descrição dos factos da realidade tida
como provada.
Nº2
Nº3 - Remissão para a lei comum quanto às regras da execução das sentenças
- A lei tem que garantir a independência dos advogados; Tem que garantir que
estes não estejam sujeitos a pressão que os impeçam de desenvolver a sua
actividade
- Tem que exigir leis que garantam o acesso a todos os cidadãos a advogados, não
se impedindo esse direito por uma carência económica (lei de apoio judiciário).
- Tribunal do comércio
- Tribunal da família
- Tribunal do Trabalho
Pá gina 82
Nº1 al. a) e b)
- Cria uma diferenciação entre o processualismo dos tribunais que vão resolver
litígios relativamente a matérias administrativas e fiscais das restantes matérias
que vão ser discutidas noutros tribunais.
Nº1 al. c)
Nº4
- A Constituição limita a sua acção, uma vez que não pode ser atribuída
competência exclusiva para o julgamento de certas categorias de crimes
Pá gina 83
Art. 212º (Tribunais Administrativos e Fiscais) - Tribunais Administrativos e
fiscais
Estatuto dos Juízes (art. 215º a 218º) - Este capítulo procura garantir o
exercício da função judicial em condições de imparcialidade e irresponsabilidade
Nº2
- Procurador-geral da República:
Pá gina 84
Legitimidade cooperativa; porque é representativa de uma determinada
classe profissional
Provedor de Justiça
- Tem como função garantir o respeito pelos direitos fundamentais e pela legalidade
Competências:
- Competência Administrativa
Pá gina 85
Nota: Estes dois órgãos supracitados (C.E. e C.S.D.N), são órgãos autónomos mas
que funcionam na estrita competência do P.R. auxiliando-o.
Conselho de Estado
- Esses pareceres sendo obrigatórios não são vinculativos. O P.R. não é obrigado a
decidir em conformidade com a decisão do C.E
Pá gina 86
Tem como função garantir o respeito pela legalidade de um determinado serviço,
de uma forma independente e não sujeita a pressões políticas, subtraindo essas
entidades a influências governamentais.
Exemplos:
➔ Definição: dada pela ordem Constitucional – tendo em conta a CRP real e não
só a escrita.
Matriz Originária
Características principais:
MRS (1979)
JOMI (2014)
Pá gina 87
Primado da função legislativa na AR
Governo na condução política, podendo PR presidir conselho de ministros
Eleição direta PR
Mandato presidencial ≠ legislatura
AR sujeita a dissolução pelo PR
Governo formado pelo PR “tendo em conta resultados eleitorais”
Governo politicamente responsável perante AR e PR
- Conselho das Finanças Públicas – escolhido pelo Governo, mas colabora com a
A.R. no controlo orçamental, sobretudo quanto à execução. Faz a avaliação das
soluções de orçamento, dando um parecer sobre o documento, enquanto este está
a debate na A.R. Também deve dar um parecer sobre a execução do orçamento ao
longo do tempo. Tem sobretudo uma função consultiva.
As regiões autónomas
Pá gina 88
O governo regional é politicamente responsável perante a assembleia legislativa
da região autónoma – art.231º/3. O Presidente do governo regional é nomeado
pelo Representante da República, de acordo com os resultados eleitorais para a
assembleia legislativa – art.231º/3. O governo regional é órgão superior da
administração regional autónoma.
Madeira, que por mais amplas que sejam nelas nunca reside um vital poder de
autoorganização, porquanto não desfrutam de qualquer poder independente do
poder do Estado.
Nas RA existem também órgãos que, não integrando essa pessoa colectiva, sobre
ela projectam a sua actuação. Não são órgãos do governo próprio, mas são órgãos
que actuam exclusivamente nas RA: é o caso dos Representantes da República, um
para cada uma delas.
- Assembleia Legislativa
- Governo Regional
- Representante da República
O Representante da República
Pá gina 89
A soberania da República é representada em cada região autónoma por um
Representante da República, cuja nomeação e exoneração compete ao PR, ouvido o
governo – art.230º/1.
Pá gina 90
A revisão da constituição de 2004 modificou a lógica da competência legislativa
regional, simplificando-a e aumentando-a.
De acordo com esta nova concessão do poder legislativo regional, é à CRP, assim
como a cada estatuto político-administrativo, que incumbe definir a amplitude da
competência legislativa, sendo certo que as RA podem “Legislar no âmbito regional
em matérias enunciadas no respectivo estatuto político-administrativo e que não
estejam reservadas aos órgãos de soberania”.
Pá gina 91
parlamento no Estado Liberal em consequência, por um lado, de fenómenos de
globalização (Direito internacional directamente aplicável no espaço geográfico do
Estado e Direito da União Europeia) e, por outro lado, de fenómenos de autonomia
legislativa de comunidades infra estaduais de âmbito territorial (decretos
legislativos regionais).
n.º 1 da CRP.
Pá gina 92
ii) O princípio da regulação da produção normativa dos actos de escalões inferiores
pelas fontes de escalão superior; em especial o princípio da tipicidade
constitucional dos actos legislativos (artigo 112.º, n.º 1 e n.º 5, 1.ª parte, CRP),
Uma lei goza de valor reforçado em relação a outra(s) lei(s), ou a outro(s) acto(s)
legislativo(s), sempre que revestir aptidão para derrogar este(s) último(s) sem que
por ele(s) seja susceptível de ser derrogada (GOMES CANOTILHO, 783). Se
compulsando a CRP, verificamos a qualificação das seguintes categorias de actos
legislativos como leis com valor reforçado:
Leis orgânicas - A CRP estabelece uma reserva de lei orgânica, isto é, carecem
ser reguladas sobre a forma de lei orgânica, as seguintes matérias: as eleições
dos titulares dos órgãos de soberania, dos deputados às Assembleias Legislativas
das regiões autónomas, dos presidentes os órgãos executivos das autarquias locais,
bem como as demais eleições a realizar por sufrágio directo e universal, o regime
jurídico dos referendos, a organização, o funcionamento e o processo do Tribunal
Constitucional, a organização da defesa nacional, o regime do estado de sítio e do
Pá gina 93
estado de emergência, a aquisição, perda e reaquisição da cidadania portuguesa, as
associações e partidos políticos, o regime do sistema de informações da República e
do segredo de Estado, o regime das finanças das regiões autónomas e a criação de
regiões administrativas no continente (artigo 166.º/2)
Leis que carecem de aprovação por maioria de 2/3 - A CRP estabelece que a
lei sobre a organização, funcionamento e competência da Entidade Reguladora da
Comunicação Social, as leis que estabelecem limites à renovação sucessiva de
mandatos dos titulares dos cargos públicos, a lei que regula o exercício do direito
de voto dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro nas eleições
presidenciais, a lei eleitoral que estabelece o número (exacto) de deputados à
Assembleia da República, que configuram os círculos eleitorais para a Assembleia
da República e que regulam as eleições dos órgãos das autarquias locais, as leis
que restringem o exercício de direitos por militares e agentes militarizados dos
quadros permanentes, bem como por agente das forças de segurança e as
disposições dos estatutos político-administrativos das regiões autónomas que
enunciam as matérias que integram a respectiva autonomia legislativa, carecem
de aprovação por maioria de 2/3 (artigo 168.º/6),
Leis que devem ser respeitadas por outras leis - A CRP consagra os seguintes
casos de leis que devem ser respeitadas por outras leis e pelos demais actos
legislativos: a lei do orçamento deve respeitar as obrigações decorrentes de outras
leis (artigo 105.º/2) mas, em contra-partida, os actos legislativos não podem
implicar aumento das despesas ou diminuição das receitas estabelecidas na lei do
orçamento do Estado (artigo 167.º/2 e 3), enquanto as leis da Assembleia da
República e os decretos-lei do Governo devem respeitar os direitos das regiões
autónomas previstos nomeadamente nos seus estatutos político-administrativos
(artigo 281.º/1/g)/2.ª parte).
Leis de bases:
Pá gina 94
O decreto-lei de desenvolvimento deve indicar lei de bases ao abrigo do qual é
aprovado, art.198.º, n.º3.
Se não o fizerem têm de ser considerados para todos os efeitos como decretos-leis
não autorizados, sendo portanto inconstitucionais, caso versem sobre matéria
reservada à AR.
Pá gina 95
As leis de enquadramento não se confundem com as leis de bases. Elas fixam mais
ou menos pormenorizadamente um regime jurídico estruturante que deverá ser
respeitado por actos legislativos caracterizadores desse regime.
6.4. Os decretos-lei
Pá gina 96
Os decretos legislativos regionais só podem incidir sobre matéria de interesse
específico para as regiões autónomas, o que significa:
- um interesse especial
115º – Referendo
112º/3 – Leis com valor reforçado (lei que carece de aprovação por > de 2/3)
Pá gina 97
A publicação 119º b)
A iniciativa pode ser interna quando provém dos deputados e dos grupos
parlamentares, adoptando a forma de projectos de lei, ou externa, quando provém
do Governo, das Assembleias Legislativas das regiões autónomas ou de grupos de
cidadãos eleitores nos termos estabelecidos na lei, tomando a forma de propostas
de lei (cfr. artigo 118.º e ssg. Do Regimento da Assembleia da República).
Pá gina 98
nos n.ºs 4 e 5 do artigo 168.º da Constituição, e no Regimento, a discussão e
votação na especialidade cabem à comissão parlamentar competente em razão da
matéria ”.
A votação final global deve existir sempre e não apenas quando o texto é aprovado
em comissão de especialidade – art. 155.º do Regimento da AR.
A regra geral de aprovação dos actos legislativos é por maioria simples ou relativa,
ou seja à pluralidade de votos (art.116.º, n.º3 da CRP).
No entanto, de acordo com o artigo 168.º, n.º 5 da CRP, as leis orgânicas carecem
de aprovação, na votação final global, por maioria absoluta dos deputados. Um
caso particular é a lei de revisão constitucional em que cada alteração tem de ser
votada por 2/3 dos deputados (art. 286.º, n.º1 da CRP).
Os projectos ou propostas de lei uma vez aprovados são enviados com o nome de
decretos da Assembleia da República ao PR para promulgação (art.136.º da CRP).
1 – o veto jurídico ou por inconstitucionalidade (artigo 134.º, al. g), art. 136, n.º5,
278.º e 279.º CRP),
Pá gina 99
Esta fase abrange os actos que se destinam a tornar eficaz o acto legislativo
nomeadamente através da sua publicação.
- deve ser enviado para promulgação do PR, que promulga como decreto-lei e
manda publicar (art.134.º, al. b) da CRP),
legislativos regionais
Pá gina 100
Antecedentes: ratificação legislativa; Constituição de 1933, projecto de constituição
do PPD (1975) e versão inicial da CRP.
- Basear-se numa organização durável cujo tempo de vida seja superior ao dos
seus fundadores.
Pá gina 101
(sindicatos, comunicação social, ordens profissionais, etc.) Estes movimentos
podem no tempo evoluir para partido político
Sistemas de partidos
Pá gina 102
para o exercício do poder de se coligar com um terceiro partido de menor
dimensão. Temos como exemplo a Alemanha (SPD/ CDU recorrem a coligações com
o partido liberal)
Acontece neste sistema que nenhum partido político está capacitado para exercer o
poder político sozinho, sendo necessárias coligações. A sua natureza perfeita ou
imperfeita tem a ver com o grau de pulverização dos partidos.
LEGITIMAÇÃO DEMOCRÁTICA
Limites:
Pá gina 103
• Não há verdades absolutas nem decisões finais em democracia – natureza
da maioria, que não detém o monopólio da verdade
Democracia Representativa
➔ Processo que deve realizar-se, mas não excluindo que se possa não realizar.
Democracia Participativa
Pá gina 104
no processo de decisão e na avaliação das decisões tomadas pelos órgãos e
instituições.
Referendo Nacional
Iniciativa – Pertence á AR, ao Governo e aos cidadãos (art. 115, nº1 e 2). O
procedimento referendário é um procedimento semelhante ao procedimento
Pá gina 105
legislativo (cfr. artº. 170). Não se confunda iniciativa com decisão. A decisão de
referendo pertence exclusivamente ao PR (artº. 115, nº 1).
governativa
Pá gina 106
- Âmbito europeu coloca-se na revisão de 1989. Na revisão de 1997 no artg.161º,
n) que a A.R. se podia pronunciar sobre matérias no âmbito da EU que estejam no
que confere à sua competência reservada.
(Prof ñ deu)
deu)
Pá gina 107
Acto próprio do PR – Artº 134, al. d), observando o art. 19 e 138 CRP
Só pode poderá ser declarado tanto um, como outro pelo PR com a assentimento
da AR (é a chamada interdependência)
No Estado de sítio - a poder passa a ser exercido pelos militares (Art. 8 – Lei do
Estado de Sítio)
8. A defesa da Constituição
da legalidade
português
legalidade
Não pode existir lei ou decreto-lei que contrarie o que está disposto na
Constituição.
Pá gina 108
O Presidente da República tem um papel fundamental (Cf art.134º, al b), CRP )
Sistemas de Fiscalização
- Sistemas Difusos - Nos países que adoptem este sistema a fiscalização pode ser
realizada por diversos órgãos, nomeadamente por diversos tribunais.
Ex: Nos EUA qualquer tribunal pode declarar a inconstitucionalidade de uma norma
Quando no âmbito de um processo judicial o juiz se recusa aplicar uma norma por a
considerar inconstitucional. Neste caso o Ministério Público é obrigado a recorrer
dessa decisão, sendo que esse recurso é dirigido directamente ao T.C.
A decisão do T.C. apenas produzirá efeitos para aquela decisão em concreto e a lei
continuará em vigor
Quando uma das partes envolvidas num litigio venha invocar que uma das normas
aplicáveis viola a Constituição. Neste caso o recurso para o T.C. só é possível por
iniciativa de uma das partes e apenas quando existir uma exaustão dos recursos
ordinários. Depois da 1ª Instância, sobe para a Relação, posteriormente ao
Pá gina 109
Supremo Tribunal de Justiça e só então poderá chegar ao Tribunal
Constitucional para aferir da sua Constitucionalidade
- Político
Ex: Caso Aquapark: Nesta situação foi interposta acção contra o proprietário e
também contra o Estado por este não ter legislação criada, que regulamentasse a
segurança no funcionamento dos parques aquáticos, pondo assim em causa direitos
constitucionais: O direito à vida e o direito à integridade física.
Pá gina 110
- É necessário que a Norma Constitucional não seja exequível por si mesma: É
necessário que a norma Constitucional em causa, tivesse uma incompletude que
exigisse ao legislador uma actuação, logo num plano negativo não pode existir
inconstitucionalidade por omissão relativamente a normas constitucionais que por si
mesmas, e sem necessidade de desenvolvimento posterior pudessem ser
aplicáveis.
Se nos casos dos direitos do título II e análogos é sempre possível existir uma
inconstitucionalidade por omissão legislativa, a doutrina divide-se na questão da
possibilidade de inconstitucionalidade legislativa por omissão no caso de direitos
programáticos, assumindo 2 posições:
- Alguns autores como Manuel Afonso Vaz, afirma que não é possível pois: “Como
os condicionalismos económicos e sociais são aferidos pelo legislador, a
possibilidade de criação de leis que desenvolvam direitos programáticos só pode ser
definida pelo legislador”. Conclui-se que segundo esta opinião, não pode existir
inconstitucionalidade legislativa por omissão relativamente a direitos
programáticos.
Gomes Canotilho e Vital Moreira, afirmam que pode existir inconstitucionalidade por
omissão legislativa de direitos programáticos desde que se comprove o seguinte:
- Que nesse momento histórico, em que a lei era possível, tendo em conta o
referido enquadramento social e económico, não tivesse sido criada.
Inconstitucionalidade Orgânica/Formal/Material
Pá gina 111
Inconstitucionalidade orgânica: é decorrente de um ato normativo se
proveniente de um órgão incompetente de acordo com a CRP.
Ex: um decreto-lei que legisle uma matéria prevista no art.164ª (reserva absoluta
da A.R)
Pá gina 112
Os limites à revisão constitucional podem ser orgânicos, procedimentais ou formais,
temporais, materiais e circunstanciais.
Revisão Constitucional
Uma alteração do Regime Constitucional sem que se altere a sua essência e os seus
princípios estruturantes.
Pá gina 113
- Art.287º: Impõe a publicação da Lei da RC e também da própria Constituição no
seu novo texto
Limites circunstanciais:
1. Literal: que proíbe qualquer outro sistema que não o nosso sistema republicano,
proibindo por exemplo o regresso à monarquia.
Pá gina 114
f) A Constituição prevê a coexistência desses 3 sectores, não sendo passível de
alteração.
h) Impõe que qualquer revisão quanto á eleição de órgãos não possa pôr em causa
a proporcionalidade do sistema eleitoral, nem os elementos constantes dessa
alínea.
j) Não se pode por em causa os relacionamentos entre órgãos: PR, AR, Governo.
No entanto, nada impede uma RC que altere os poderes dos diversos órgãos
públicos, desde que não se ponham em causa os princípios consagrados nesta
alínea.
Esta posição é criticada por retirar qualquer sentido ao estatuído no art. 288º, pois
assim com a possibilidade de alteração deste artigo, na prática não existiriam
limites materiais a qualquer RC.
Entende que o art. 288º, não é possível de RC, ou seja ao art. 288º é inalterável.
Pá gina 115
Para ele, este artigo deve ser interpretado como o ultimo reduto relativamente aos
mais basilares e estruturantes princípios da nossa sociedade, sem os quais a
concepção da sociedade prevista na CRP, não seria possível
Defende que o art. 288º é possível de RC, mas que os efeitos da RC apenas se
poderiam repercutir numa futura revisão. Assim uma alínea deste artigo poderia ser
revisto numa RC, mas os efeitos sobre as matérias previstas nessa mesma alínea
só poderiam ser revistos numa próxima RC., e nunca na mesma altura.
Pá gina 116