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PARTE I

HISTORIA CONSTITUCIONAL PORTUGUESA


Capítulo I
História pré-constitucional

1- Principais momentos político-constitucionais


A história constitucional formal portuguesa começa em 1820 com a revolução liberal. Esta
importa para Portugal os efeitos da revolução francesa. Porém, o Estado português já existia
antes de 1820, ou seja, já existia uma Constituição, mas informal (Constituição histórica e
institucional, pois é o produto do decurso do tempo, derivado da existência do Estado e da
interpretação de diferentes costumes e práticas), em que não havia preceitos formalistas de
aprovação ou sanção.
Sempre que há Estado, tem de haver Constituição, pois esta é a lei fundamental que regula
o poder político.

Capítulo II
História constitucional

4- Perspetiva geral
Periodificação
Existem dois métodos sobre a periodificação da História Constitucional:
- Baseado no tipo de regime:
- Monárquicas (Constituição de 1822; Carta Constitucional de 1826; Constituição de
1838)
- Republicanass (Constituição de 1911; Constituição de 1933; Constituição de 1976)

- Baseado no intervencionismo económico:


- liberais (Constituição de 1822; Carta Constitucional de 1826; Constituição de 1838;
Constituição de 1911)
- intervencionistas (Constituição de 1933; Constituição de 1976)

Segundo o Professor Jorge Miranda:


- Época liberal: há separação dos poderes e direitos individuais
- Constituição de 1933: quase aniquilação do Estado constitucional, representativo e de
Direito, substituído por um Estado com um constitucionalismo corporativo e autoritário
- Constituição de 1976: regime democrático pluralista, com tendências de
descentralizadoras e de Estado Social; só se pode falar de constitucionalismo democrático
nesta altura, pois só a partir de 1975 foi determinado o sufrágio universal

5- Constituições liberais
Constituição de 1822
Na idade moderna o Estado era absoluto, havia monarquia absoluta.

Em 1820 acontece uma revolução liberal, com 3 propósitos:


- impedir que Portugal continuasse ocupado por ingleses
- impedir que Portugal continuasse como colónia, ou seja, que a família real regressasse
- instauração de uma Ordem Constitucional Liberal:
- existência de um texto formal constitucional
- garantir a separação de poderes (segundo o
pensamento de Montesquieu, Rosseau e Locke)
- garantir direitos fundamentais (direitos, liberdades e
garantias)

Em 1820 a monarquia absoluta é derrubada, mas continua-se a querer uma monarquia,


onde o rei fica com o poder executivo, estando sujeito à primazia da lei (não podia interferir
na lei).
Estamos perante uma monarquia constitucional parlamentar.

Sendo que uma constituição demora a fazer-se, formam-se as cortes constituintes, que
escrevem, em 1821 as “Bases da Constituição”, fixando os grandes princípios a que iria estar
sujeita a Constituição de 1822.

Direitos fundamentais:
- igualdade de todos perante a lei
- garantia dos direitos fundamentais (liberdade, segurança e propriedade)
- formam-se os embriões dos direitos sociais (direito à educação e direito à assistência aos
necessitados)

Organização do poder político:


- afirmação da separação de poderes (30º)
- as Cortes não podiam ser dissolvidas pelo rei
- o governo era apenas responsável perante as Cortes
- o rei passa a ter legitimidade conferida pelas cortes
- o rei não pode interferir na lei, se este a sancionar é publicada na mesma (110º), se o rei
não sancionar ou aprovar a lei nos prazos estabelecidos, ou se este se recusar a assinar o
diploma, esta é publicada em seu nome de qualquer das maneiras (114º); há primazia da lei

Não havia fiscalização da lei, ou seja, se uma lei violasse o direito à vida ou à
propriedade, não acontecia nada.

- o sistema de governo aproximava-se a um parlamentarismo de assembleia

A constituição de 1822 tem as seguintes particularidades:


- pré-determinada pelas bases de 1821
- a Constituição assenta num sistema de governo de um sistema parlamentar de assembleia,
mas que não foi efetivado
- a Constituição criou um conflito jurídico, pois os constituintes queriam que a rainha jurasse
a Constituição

Isto faz com que a coroa se oponha à Constituição, surgindo, em 1823, a Vila
Francada, em que D. Miguel lidera a oposição à Constituição, fazendo esta cessar a
vigência.

Havia uma democracia censitária, em que só alguns eram representados.

A Constituição de 1822 durou menos de um ano.

Carta Constitucional de 1826


Entre 1823 e 1826 não há Constituição (interregno constitucional).

Há um problema de sucessão à coroa, pois fica a dúvida se pode D. Pedro ascender a rei
depois de ter cometido um crime contra a pátria ao ter reconhecido a independência do
Brasil.
Por um lado temos os liberais, adeptos de D. Pedro, defensores da Constituição de 1822, e
por outro lado temos os apoiantes de D. Miguel.
Os liberais ganharam a guerra civil.

Na base da Carta Constitucional está um compromisso, D. Pedro abdica do trono a favor da


sua filha mais velha que casa com o seu tio, D. Miguel. Porém, antes, D. Pedro redige a Carta
Constitucional, sendo esta uma Constituição fortemente defensora do poder real. Assim,
reserva para si os principais poderes, incluindo o moderador.
Aqui vê-se o entendimento de Benjamin Constant, grande defensor da Monarquia Limitada.

Direitos fundamentais:
- presente a trilogia liberal (propriedade, segurança e liberdade)
- liberdade religiosa (145 nº4)
- pela primeira vez consagrados os seguintes direitos, entre outros: não retroatividade da
lei, liberdade de deslocação e emigração, instrução primária e gratuita, criação de
estabelecimentos de ensino

Estes correspondiam à última parte da Constituição, mostrando um menor relevo


sistemático.

Organização do poder político:


- o sistema de governo era o de monarquia limitada, tendendo para o parlamentarismo
- o poder do Estado repartia-se em poder legislativo, executivo, judicial e moderador
- o sistema era bipartidário e caracteriza-se pelo rotativismo
- o governo podia legislar quando tivesse autorização ou quando as Cortes estavam
dissolvidas

Esta Constituição consagra quatro poderes:


- executivo: rei e ministros
- legislativo: cortes, com estrutura bicamaral:
- camara alta: composta pelos Pares hereditários, vitalícios, sem numero fixo
e de nomeação regia
- camara baixa: composta pelos deputados eleitos por voto censitário e
indireto

- judicial: aplica as leis em nome do rei; os atos em que o rei intervém não podem ser objeto
de fiscalização por parte dos tribunais
- moderador: cabia ao rei, enquanto Chefe de Estado

Os ministros do Governo podem ser demitidos ou demitirem-se a eles próprios. Porém, o rei
nunca era responsabilizado (artigo 72º).

O rei tinha algumas formas de controlo:


- não precisava vetar uma lei, podendo matá-la à nascença, pois a camara dos pares era
controlada pelo rei, já que era este que nomeava e não havia um numero fixo, fazendo com
que o rei só precisasse nomear outros
- o rei nomeava e suspendia os magistrados

Quando D. Miguel é proclamado rei, este derruba a Carta Constitucional, iniciando uma
monarquia absoluta.

Constituição de 1838
D. Miguel derruba a Constituição por não achar que haja poderes suficientes para o rei,
retomando a vigência da Constituição de 1822.

Em resposta a esta revolução, no mesmo ano, decorre o movimento belenzada, em que é


imposta a elaboração de uma nova Constituição e a convocação de cortes constituintes.
Surge, então, a Constituição de 1838, que procurou ser uma síntese entre a Constituição de
1822 e a Carta Constitucional de 1826.

Direitos fundamentais:
- presente a trilogia liberal (liberdade, segurança e propriedade)
- consagradas, pela primeira vez, as liberdades de expressão e de reunião e o direito de
resistência

Organização do poder político:


- mantém-se o veto absoluto do rei, poder de dissolução das Cortes do Rei, entre outros
- regressa a tripartição de podes (legislativo, judicial e executivo)
- o rei não tem poder moderador, mas todas as faculdades que integravam o poder
moderador passam a integrar o poder executivo
- o sistema de governo aproximava-se ao sistema orleanista

A principal cedência da rainha é já não controlar a camara dos pares, pois a camara dos
senadores é eletiva.

A monarquia começa a ficar desgastada por haver muito rotativismo, sem se encontrar
soluções.
Constituição de 1911
Entre 1910 e 1911 acontece um interregno.

Os republicanos reagem a uma constituição defensora de um forte poder executivo,


fazendo um sistema parlamentar de assembleia.

Direitos fundamentais:
- presente a trilogia liberal (propriedade, segurança e liberdade)
- abolida a pena de morte
- clausula aberta de direitos fundamentais
- habeas corpus (permite a libertação dos indivíduos, quando não há suficiente sustentação
dos factos para que estes estejam presos, evitando, assim, abusos judiciários)
- os direitos fundamentais eram determinados pela lei

Organização do poder político:


- o poder político divide-se em legislativo, judicial e executivo
- o Congresso da República era bicamaral, com membros eleitos por sufrágio direto e
indissolúvel
- o Presidente da República era eleito por sufrágio indireto (eleito pelo Congresso), sendo
uma figura meramente decorativa; assim, o PR não pode dissolver o Congresso, mas este
ultimo pode destituir o PR
- não há veto presidencial
- o poder executivo é fraco, sendo exercido pelo Presidente do Ministério e não pelo Chefe
de Estado
- o sistema de governo era parlamentar de assembleia, pois o Congresso tem um maior
peso, há um apagamento do PR, e há responsabilidade dos ministros perante as camaras
- sistema caracterizado por um bipartidarismo desorganizado, segundo o Professor Paulo
Otero
- o sufrágio é limitado, pelo sexo e idade
- pela primeira vez, na Europa, é consagrado o regime da fiscalização da constitucionalidade
pelos tribunais (63º)

Este regime criou mecanismos para eliminar qualquer eficácia do sistema de


fiscalização constitucional das leis, pois estes eram, estrategicamente, posicionados
para proteção do programa constitucional.

Esta Constituição consagra três poderes:


- legislativo: cabe ao Congresso da República:
- camara alta: Senado
- camara baixa: Camara dos Deputados

- judicial
- executivo: Presidente da República e Ministros

Até 1926 existiram mais de 40 governos, pois havia instabilidade, já que eramos um país
habituado a uma monarquia estável.
Assim, em 1926, os militares derrubam a Constituição, recebendo os portugueses a ditadura
de braços abertos por preferirem esta em vez de um governo instável.

Há mais um interregno entre 1926 e 1933.

6- Constituição de 1933
Faz-se a Constituição de 1933, que tem como preocupações a família, a intervenção do
Estado e trabalho.

Características:
- o cargo da presidência é ocupado por militares
- o Presidente era eleito diretamente, mas, a partir de 1958, passa a ser indireto
- não existia responsabilidade política do governo
- as eleições eram diretas, mas com apenas um partido

Direitos fundamentais:
- pela primeira vez são consagrados os seguintes direitos, entre outros: direito à vida e à
integridade social; direito ao bom nome e à reputação
- clausula aberta quanto aos direitos individuais dos cidadãos
- quanto aos direitos das Corporações, há proteção da família, associação do trabalho à
empresa, direito à educação e cultura, e a liberdade criação de escolas particulares

Organização social e económica:


- há um corporativismo do Estado
- o Estado assume a direção da economia, pondo entraves à livre concorrência

Características do sistema político:


- estabilidade governativa e Estado forte
- o poder político está centrado no Presidente da República (poder de dissolução da
Assembleia Nacional; nomear e demitir o Presidente do Conselho de Ministros)
- o Presidente da República delega o seu poder ao Conselho de Ministros (Chanceler)
- a competência legislativa é da Assembleia, podendo o Governo legislar, até 1945 (depois
passa a ser uma competência normal), com autorização, situações de urgência
- o governo não é responsável perante a AR, não podendo esta aprovar moções de censura

Não havia um totalitarismo, pois os poderes estavam limitados. Assim, é um autoritarismo.

Para garantir um Estado autoritário, a Constituição, no seu artigo 8º 2º parágrafo, permite


que os legisladores limitassem os direitos, sem que os tribunais pudessem fazer nada.

Há um intervencionismo do Estado. Esta Constituição (e a nossa atual) defende que o Estado


não pode ser defensivo, tem de redistribuir a riqueza.

Sendo uma Constituição programática (delimita linhas orientadoras dos grandes objetivos
que o Estado procura atingir) obriga a um executivo forte, pois um Estado que só tem de
defender a propriedade, não precisa de estar sempre a legislar.
Contudo, um Estado que é intervencionista precisa de um governo legislador, já que o
parlamento é lento.

Com a revisão de 1945, legislar passa a ser uma competência normal para o Governo. Assim
surge uma competência legislativa concorrencial, já que o parlamento e o governo são
concorrentes entre si, podendo qualquer um legislar.

A separação de poderes era fictícia, pois o governo tinha o poder de:


- legislar
- governar
- controlar os tribunais
- controlar a formação da assembleia

Entre 1974 e 1976 há um novo interregno. Porém, vigorava a Constituição de 1933 nos
aspetos que não afetassem os pressupostos da revolução.

7- Constituição de 1976
Os principais objetivos, condensados na política dos três D´s, eram:
- democratizar o país
- descolonizar os territórios ultramarinos
- desenvolver a economia

Características:
- afirma o princípio socialista, com a construção de sociedade sem classes e de transição
para o socialismo
- havia um conflito entre a legitimidade revolucionária e a legitimidade democrática
- amplo elenco de direitos fundamentais
- poder político está dividido entre os militares e a sociedade civil
- permanência do Conselho da Revolução
- há uma clausula militar que exige que, para que o
Presidente da República fosse eleito por sufrágio
direto, o primeiro Presidente tinha de ser um militar

- havia uma partilha da soberania entre o Povo (representado pela Assembleia da República)
e o Movimento das Forças Armadas (representado pelo Conselho da Revolução)

Num primeiro momento, os órgãos do Poder Político eram:


- Presidente da República: escolhido entre os membros da Junta de Salvação Nacional
- Junta de Salvação Nacional: tinha poder constituinte, legislativo e administrativo
- Conselho de Estado: tinha poder constituinte até à eleição da nova Assembleia
Constituinte; aprovava os decretos-lei do Governo; órgão de consulta do Presidente da
República
- Governo Provisório: competência legislativas e administrativas; responsável politicamente
perante o Presidente da República
- Tribunais
Entretanto, foram aprovadas algumas alterações:
- extinta a Junta de Salvação Nacional e o Conselho de Estado
- criado o Conselho da Revolução, que recebe os poderes constituintes e legislativos dos
órgãos que foram extintos; competência exclusiva em matéria militar
- criada a Assembleia do Movimento das Forças Armadas

Órgãos de Soberania:
- Presidente da República: eleito por sufrágio universal e direto, por maioria absoluta,
tendo, então, legitimidade para dissolver a Assembleia da República e vetar
suspensivamente os diplomas da Assembleia da República; pode nomear o Primeiro-
Ministro, tendo em conta os resultados eleitorais

- Conselho da Revolução: garantia e regulava o funcionamento das instituições


democráticas, aconselhando o Chefe de Estado; garantia o cumprimento da Constituição,
fiscalizando a constitucionalidade dos atos normativos; tinha competência exclusiva para
efeitos legislativos, políticos e administrativos em matéria militar; pronunciava-se sobre a
nomeação e exoneração do Primeiro-Ministro e sobre o exercício do direito de veto
suspensivo do Presidente da República; tinha legitimidade militar

- Assembleia da República: tinha legitimidade democrática

- Governo: duplamente responsável politicamente (perante o Presidente da República e


Assembleia da República)

Realça-se a responsabilidade perante o Presidente da República, pois:


- o Governo só começa as suas funções depois de ser nomeado pelo Presidente da
República
- o programa de Governo tem de ser apresentado à Assembleia da República, mas
não tem de ser votado; para que caia o Governo, tem de ser rejeitado por maioria
absoluta
- a Assembleia da república só pode demitir o Governo depois da aprovação, por
maioria absoluta, de duas moções de censura

- Tribunais

É uma Constituição preocupada com os direitos fundamentais dos cidadãos e dos


trabalhadores, e com a divisão do poder.

A sistematização da Constituição adotada em 1976 mostra uma opção pelo pensamento


constitucionalista, liberal e democrático, em oposição às conceções marxistas. Ou seja, os
direitos fundamentais vêm antes da organização económica.

Outros
Existem três fases históricas da competência legislativa do governo:
- monarquia e primeira república: costume contra constitutione para a legislação do governo
- 1933 e 1945: reconhece-se a competência legislativa do Governo, mas a título excecional
- 1945: o governo tem uma competência legislativa normal, em concorrência com o
parlamento

Revisão de 1982
Alterações:
- extinção do Conselho da Revolução e criação de novos órgãos

As competências tiveram de ser redistribuídas:


- as funções consultivas do PR passaram para o Conselho de Estado
- as funções de fiscalização da constitucionalidade foram assumidas pelo Tribunal
Constitucional
- as competências políticas e legislativas em matéria militar passaram para o Governo
e para a AR

- poder presidencial de dissolução da AR

Até 1982 este poder era condicionado, pois o PR precisava da autorização do


Conselho da Revolução.
Porém, a partir de 1982, o PR passou a poder exercer este poder de forma livre e
autónoma. Apesar de ter de ouvir o Conselho de Estado, o seu parecer é consultivo e
não vinculativo.

Existiam condicionantes materiais também, como o PR não poder dissolver a AR em


consequência da rejeição parlamentar do programa de governo. Ainda era obrigado
a dissolver a AR no caso desta ter recusado a confiança ou votado a censura ao
Governo.
Ainda que estes condicionamentos tenham desaparecido, outros foram introduzidos:
- condicionantes temporais: o PR não pode dissolver a AR nos seis meses que se
seguem à sua eleição ou no ultimo semestre do mandato presidencial

- condicionantes circunstanciais: o PR não pode dissolver a AR durante o estado de


sítio ou de emergência

- poder presidencial de demissão do Governo

Até 1982 o poder de exoneração do PM era entendido como a demissão do Governo.

Depois da revisão, distinguiram-se os poderes de exoneração do PM e de demissão


do Governo.
O PR passa a só poder demitir o Governo “quando tal se torne necessário para
assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas”.

- responsabilidade do Governo perante o PR

Até à revisão, o Governo era politicamente responsável perante o PR e pela AR.


Porém, em 1982 distingue-se esta responsabilidade, sendo a responsabilidade
perante a AR uma responsabilidade política, e a responsabilidade perante o PR é
entendida como “institucional”, pois este perdeu o poder de demitir o Governo
quando entendesse.

Compensando o desaparecimento da responsabilidade política do Governo perante o


PR, a revisão constitucional consagrou essa responsabilidade como um dever de
informação, pois o PM deve “informar o PR acerca dos assuntos respeitantes à
condução da política interna e externa do país”.

- poder presidencial de veto

Na versão original da CRP havia um prazo para vetar, mas não um prazo para
promulgar.
Assim, a revisão vem a estabelecer um prazo para a promulgação, não podendo ficar
em silêncio.

A revisão também alargou o elenco de diplomas que precisam de uma maioria de


dois terços dos deputados para superar o veto presidencial

- responsabilidade política do Governo perante a AR

Antes de 1982, eram necessárias ser aprovadas duas moções de censura para que a
AR demitisse o Governo. Contudo, a partir de 1932, apenas é necessária uma moção
de censura.

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