Você está na página 1de 3

Constitucional II

Aulas teóricas 22/02/2023

Plano de estudos:
● Constituição de 1976

Bibliografia:
● Luís Pereira Coutinho - Sumários de Planos Legislativos
● Melo Alexandrino - Lições de Direito Constitucional II Volume

História Constitucional Portuguesa

● Enquadramento com a história constitucional francesa:


❖ 1ª fase: Inicia-se em 1789 com a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão
❖ Constituição de 1791- soberania nacional (corresponde a um
princípio de poder expresso na Constituição, pelo que
depois de aprovada a Constituição deixa de haver
soberanos); Estado como pessoa jurídica; separação de
poderes (a cada órgão corresponde uma função designada)
- estes princípios são perfeitamente harmónicos entre si
❖ Este esquema será adotado em Portugal, tendo sido eleita
uma Assembleia Constituinte que aprovou um documento
fundamental chamado de Bases Gerais da Constituição,
vigorando entre 1823 e 1824, possuindo direitos
fundamentais pelo que se verifica que o ano de 1791 em
França corresponde ao ano de 1822 em Portugal

❖ 2ª fase: Carta Constitucional de 1814 - queda de Napoleão


pelo que a Carta vigora até 1830, restaurando-se a
monarquia com o rei D.Luís XVIII; sendo a soberania do rei;
sendo o Estado equivalente ao Rei; poder legislativo
pertence ao Parlamento bicameral com uma câmara
aristocrática e outra eleita fortemente por sufrágio censitário;
rei possui um poder moderador que o permite ser a chave
da organização política; as leis só são aprovadas quando
sancionadas pelo rei; não se pode falar em separação de
poderes.
❖ Este esquema será adotado em Portugal em 1826, sendo
outorgada uma Carta Constitucional

❖ 3ª fase: Constituição de 1875 - Revolução Francesa termina


e recupera-se os princípios da Constituição de 1791, pelo
que esta Constituição vigorou até 1940; sendo um sistema
parlamentar de assembleia pelo que em 1911 deixa de
haver o poder de dissolução
❖ Em Portugal, verifica-se um modelo idêntico a este a partir
de 1911

24/02/2023

● Constituição de 1933: com a ditadura militar, entre 1926 e 1933,


afastou-se a Constituição de 1911. Surge, assim, a Constituição
de 1933, o documento fundador do Estado Novo.
- Esta Constituição é, por sua vez, uma constituição
semântica.
- Irá vigorar até 1974.
- Soberania reside na Nação
- Nação é superior ao indivíduo e o voto popular é
relativamente insignificante
- Sistema político português: havia um desfasamento entre o
regime consagrado na constituição e aquele que,
efetivamente, se observou na prática. Assembleia Nacional
eleita formalmente, não havia partidos. Estado formalmente
corporativo, no entanto, na prática, não se observava. O
regime assentava no Presidente da República. A chave
deste regime assenta na reversibilidade dos órgãos que o
constituía.
- Portugal não entra na Segunda Guerra Mundial
- União Nacional não era formalmente um partido, contudo, na
prática funcionava como tal
- Presidente da República só era Presidente da República por
possuir confiança de António Salazar, pelo que este
politicamente possuía muito pouco poder
- Outro aspeto fundamental do regime eram as eleições
presidenciais
- A lógica do sistema de governo é a de estabilidade política,
não podendo ser o Governo derrubado pelo Parlamento
- Era um governo forte, possuindo ampla competência
legislativa

Você também pode gostar