Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Normas ordinárias: são aquelas que não se encontram positivadas no texto constitucional
português, pese embora tenham a obrigatoriedade de respeitar a CRP, sob pena de incorrerem
em inconstitucionalidade.
Com a Revolução Francesa, em 1789, teve-se a pretensão de terminar com o absolutismo real,
através da consagração do princípio da separação de poderes:
O Direito Constitucional Geral é uma espécie que visa a fixação de uma dogmática
constitucional que sirva de enquadramento teórico ao estudo do Direito Constitucional
Particular.
3. Direito Constitucional Comparado.
O Direito Constitucional Comparado faz uma descrição dos vários sistemas constitucionais
positivos, tentando captar os seus aspetos caraterísticos, podendo fornecer contributos para o
Direito Constitucional Geral.
Assim, o Direito Constitucional Comparado, pode ser interno, quando a comparação do Direito
Constitucional é feita entre Constituições do mesmo país, por exemplo, em Portugal, comparar
a Constituição de 1911 com a Constituição de 1976 (atual) ou externa, quando a comparação
do Direto Constitucional é feita com Constituições de outros países, por exemplo, comparar a
Constituição de Espanha com a Constituição Portuguesa.
2º aula - 15/10/2020
Breve vigência, dado que foi suspensa no mesmo ano em que entrou em vigência.
Direitos Deveres
“Todo o Português deve ser justo. Os seus principais deveres são venerar a Religião; amar a
pátria; defendê-la com as armas, quando for chamado pela lei; obedecer à Constituição e às
leis; respeitar as Autoridades públicas; e contribuir para as despesas do Estado”.
Poderes do Estado
1. O poder legislativo era pertença das Cortes com sanção do monarca – art. 102.º.
2. O poder executivo era pertença do monarca e dos secretários de Estado – art. 122.º.
3. O poder judicial era pertença dos magistrados – art. 176.º.
As Cortes tinham uma câmara única, eleita nos moldes do seu art. 32.º e 33º e 44º.
Quanto às Cortes, as suas atribuições eram abundantes – arts. 102.º e 103.º, e apenas o
poder legislativo precisava de sanção real – art. 110.º.
Após a morte de D. João VI, em abril de 1826, D. Pedro IV outorga a Carta Constitucional, onde
ficam instituídas as Cortes Gerais, compostas pela Câmara dos Pares e pela Câmara dos
Deputados, artigo 14º, tendo vigorado até 1828, com um regresso ao absolutismo.
A Câmara dos Pares, aristocrática, com membros vitalícios e hereditários, sem número fixo, de
nomeação régia, artigo 39º. Por seu turno, a Camara dos Deputados, artigo 34º, eleita por
sufrágio indireto e restrito, de tipo censitário, artigo 63º e 65º.
O rei considera-se por direito próprio representante da Nação, artigo 12º, com direito de veto
absoluto, artigo 58º. No exercício do poder moderador, podia dissolver a camara dos
Deputados e nomear os Pares, artigo 74º.
Quanto aos eleitores de província, estes deviam possuir uma renda mínima de duzentos mil
réis e para se ser eleito deputado aumentava-se a exigência de renda mínima para
quatrocentos mil réis.
1. O princípio monárquico.
2. O princípio da divisão de poderes, embora que sem total divisão de funções.
3. O princípio censitário, mas aqui a participação no exercício do poder é
constitucionalmente limitada a uma pequena minoria de possidentes.
4. Reconhecimento de “Direitos Civis e Políticos dos Cidadãos Portugueses”
Poderes do Estado
Limitou-se a 100 o número de pares vitalícios nomeados pelo Rei e estabeleceram-se pares
eletivos e temporários em número de 50, mantendo-se os pares por direito próprio. Este Ato
Adicional regulamentou também o direito do Rei de dissolver a Câmara dos Deputados e a
parte eletiva da Câmara dos Pares, limitando este poder apenas aos "casos em que o exigir o
bem do Estado “
Apenas vigorou até 1942, havendo assim um retrocesso constitucional, uma vez que foi
retomada novamente a vigência da Carta Constitucional de 1826, tendo-se mantido esta Carta
Constitucional de 1826, desta vez, até 1910.
Poderes do Estado
1. A Câmara dos Senadores, artigo 58º, formada por certas categorias, artigo 77º, e
renovada por ocasião de eleições para deputados, artigo 62.º
2. Câmara dos Deputados, artigos, 53.º e 74.º, sendo as duas eleitas, por sufrágio
direto e restrito, de tipo censitário, artigos, 71.º e 72.º
O Monarca tinha direito de veto absoluto, artigo 81.º e tinha a faculdade de proceder à
dissolução da Câmara dos Deputados.
3º aula - 22/10/2020
Constituição de 1911
O termo liberalismo abrange o liberalismo político, ao qual estão associadas as doutrinas dos
direitos humanos e da divisão dos poderes, e ainda o liberalismo económico, centrado sobre
uma economia de mercado de cariz capitalista, isto é, uma economia mercantil livre.
a laicização social do Estado, com a absoluta separação de atividades entre o poder temporal
e o poder espiritual, além de se reduzir a influência social da Igreja Católica
Importa ainda realçar que as revisões dever-se-iam concretizar de 10 em 10 anos, artigo 82.º
da Constituição de 1911, competindo ao Congresso da República os poderes constituintes,
sendo, no entanto, permitida uma antecipação de 5 anos mediante decisão de 2/3 do
Congresso Republicano e jamais teriam a faculdade de abolir a forma republicana
governamental.
Constituição de 1933
Com o Golpe Militar ocorrido em 28 de maio de 1926 foi colocado um término à I República,
tendo tomado conta do poder a II República, ou seja, o “Estado Novo” passou a entrar em
ação, tendo-se tido como fontes inspiradoras o autoritarismo e o fascismo, Estado Fascista
Italiano.
Com o projeto político e institucional este novo regime do Estado Novo pretendeu fazer
algumas imposições:
1. De cariz antiliberal;
2. De cariz antiparlamentar (focando-se mais no poder executivo);
3. De cariz anti partidário;
4. De cariz antidemocrático (porque renegava o princípio democrático, impondo uma
ideologia de Estado autoritário).
Ora, durante a vigência do Estado Novo (1933-1974) as abstenções eram consideradas votos a
favor desta Constituição de 1933.
A ordem social, a Constituição de 1933 operou uma mudança para uma conceção corporativa
do Estado e da sociedade, com determinados direitos fundamentais sociais inseridos nesta
nova conceção, designadamente:
1. Esta foi a 1.ª Constituição portuguesa a aferir uma direta importância à estruturação
societária, mesmo que num prisma de um Estado autoritário, de ideologia fascista.
2. A escolha essencial foi a do corporativismo, que aliás representou uma ótica ordenada
da sociedade, num contexto grupal, onde os interesses da sociedade se espelhariam a
partir das variadas instituições sociais, desde a família às corporações profissionais e
sindicais, passando pelos corpos administrativos.
O Chefe de Estado: durante bastante tempo, foi eleito por sufrágio direto, ainda que
deveras restringido, para um mandato, ilimitado relativamente à sua renovação, de 7 anos,
ilimitação que ainda se desenvolvia mais pela expressa consagração de um princípio de
irresponsabilidade política quanto aos demais órgãos, artigo 78.
Atividade praticada pela Assembleia Nacional: ver o artigo 102.º da Constituição de 1933.
O Governo: era formado pelo Presidente do Conselho e pelos Ministros, e ainda pelos
Subsecretários de Estado, sendo o Governo politicamente responsável perante o Chefe do
Estado, artigo 107. º da Constituição de 1933.
Esta CRP surge após o 25 de abril de 1974 que pôs termo ao regime ditatorial.
Após o golpe militar que colocou fim ao regime autoritário de António de Oliveira Salazar, fora
criadas várias Leis novas, de entre as quais a Lei n.º 1/74, de 25 de abril que, “destituiu” o
Presidente da República, “exonerou” os membros do Governo e “dissolveu” a Assembleia
Nacional e o Conselho de Estado, tendo transferido ainda todos os poderes desses órgãos
para a Junta de Salvação Nacional, que os acumulou.
Por seu turno, a Lei n.º 2/74, de 14 de maio, procedeu à extinção da Assembleia Nacional e
da Câmara Corporativa.
Note-se que estas 3 Leis foram consideradas pela Junta de Salvação Nacional como se tratando
de verdadeiras leis constitucionais.
Tomaram-se medidas para a convocação de uma Assembleia Constituinte que teria como
função a elaboração da nova Constituição com a ideologia subjacente ao movimento
revolucionário.
Esta Assembleia Constituinte seria eleita por sufrágio universal direto e secreto, de acordo com
uma lei eleitoral feita pelo Governo provisório.
A atual CRP consagra os denominados «princípios fundamentais» por escrito que são:
artigo 1 a 11
Constituição material: onde se atende ao seu objeto ou ao seu conteúdo, quando se delimita a
matéria com dignidade constitucional. (no seu conteúdo tem normas jurídicas – conteúdo
normativo)
Constituição formal: onde se atende ao posicionamento das normas jurídicas e ao modo como
se articulam e se recortam no plano sistemático do ordenamento jurídico, via de regra
inseridas num texto escrito elaborado por um órgão com poderes especiais, através de um
processo próprio e onde constam os princípios fundamentais de determinada ordem jurídica.
(forma que a constituição adota, no nosso caso é escrita)
Requisitos da Constituição formal:
1. A intencionalidade na formação.
2. A consideração sistemática.
3. A força jurídica própria.
a) Constituição flexível: é a que pode ser revista pelo mesmo processo adotado para
a elaboração de leis ordinárias.
b) Constituição rígida: é a que apenas pode ser alterada através de um processo
específico, nela previsto e divergente do processo legislativo ordinário. Como é o
caso da nossa CRP.
c) Constituição semirrígida: é a que em determinada parte pode ser revista por
processo similar ao legislativo ordinário e noutra parte apenas mediante um
processo específico. Este tipo de Constituição não existe na atualidade.
****NOTA****
É valida quando entra em vigo (vacatio leggis).