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Constitucional A
3ª Constituição de 1838
• única vigência – menos de 4 anos (1838-1842).
4ª Constituição de 1911
• 1ª vigência – 6 anos (1911-1917);
• 2.a vigência (1918-1926)
Eva Brás Pinho 2
Direito Constitucional
1. As constituições monárquicas
1) Constituição de 1822
• Origem: Cortes /Fonte: Constituição de Cádis)
• Direitos e deveres fundamentais (artigos 1ª -19ª)
• Soberania nacional (artigos 26ª e 27ª)
• Tripartição dos poderes à legislativo, executivo e judicial
• Cortes
o 1 Câmara (artigos 32ª – 120ª )
o eleita por sufrágio direto e universal (v. artigo 33ª)
• Rei
o poder reduzido
§ (não tinha poder legislativo nem poder constituinte; tinha um
poder de sanção reduzido; exercia o poder executivo com
referenda ministerial).
§ Natural uma vez que se vinha
o Era assistido por um Conselho de Estado.
• Reino Unido
• Supremacia das Cortes
• Previa uma união real com o Brasil mas este declarou independência antes da
constituição entrar em vigor;
“DOM PEDRO POR GRAÇA DE DEUS, Rei de Portugal e dos Algarves, etc. Faço
Saber a todos os Meus Súbditos Portugueses, que Sou Servido Decretar Dar e Mandar
jurar imediatamente pelas Três Ordens do Estado a Carta Constitucional abaixo
transcrita, a qual de ora em diante regerá esses Meus Reinos e Domínios”
D) Constituição de 1938
• Origem: assembleia com sanção real
• Fonte: compromisso entre Constituição de 1822 e Carta de 1826
• Direitos e garantias da Constituição (artigos 9º a 32º)
• Soberania nacional (artigo 33º)
• Tripartição dos poderes: legislativo, executivo e judicial
• Cortes
o 2 Câmaras (Senadores e Deputados)
o eleita por sufrágio direto e censitário (v. artigos 72º- 73.º)
• Rei
o não tinha poder moderador, mas tinha veto absoluto sobre as leis e
poder de dissolução da Câmara dos Deputados
§ “quando assim o exigir a salvação do Estado” (artigo 81º);
o exercia o poder executivo com referenda ministerial.
o Não era assistido por um Conselho de Estado.
• Aqui existe uma partilha de poder à vontade do povo nas cortes + aceitação do rei
à revolução pacticia ( acordo entre 2 titulares de poder soberano)
2. A primeira República
A) Constituição de 1911
Pela 1º vez à direito de resistência contra quem atente aos meus direitos e garantias
a) Revisão de 1916
• motivada pela participação na I GM
• Pouco significativa
b) Decreto ditatorial de 1917 (Sidónio Pais)
• instituição de sistema presidencialista + reforma do Senado.
c) Revisão de 1919-1921:
• Previsão funcionamento das Câmaras em plenário e em secções
• PR passa a poder dissolver as Câmaras “quando assim o exigirem os superiores
interesses da Pátria e da República”
• Organização de um Conselho Parlamentar
• Bases para a criação de um amplo sistema de administração colonial
3. O Estado novo
Constituição de 1933
• Presidente da República eleito por sufrágio direto até 1959 com poderes
semelhantes ao poder moderador a carta constitucional;
o 1959 à PR perde o poder definitivamente à Salazar enquanto presidente
do conselho passa para si as competências do PR
o A partir daí, eleito por colégio eleitoral à perde poder porque como
deixa de ser diretamente eleito pelo povo, perde legitimidade
democrática;
• Assembleia Nacional
o 1 Câmara com poder reduzido
o (sessões legislativas curtas/ não demite o Governo)
o Começou com 90 deputados e foi aumentando
o Partido único à união nacional
Eva Brás Pinho 9
Direito Constitucional
o Servia para fiscalizar a ação do governo
o Votava leis da iniciativa dos deputados e do governo
o Tinha muito pouco trabalho ( o governo monopolizava a ação
legislativa)
1974 – 1976:
- vigoraram 35 leis constitucionais
- ex: lei que prende os funcioanrios da PIDE e que viola a proibição da retroatividade da
lei penal
lei 3/ 74 à obrigava q ate 31 de março de 1975 se devesse aprovar a constituição novo
e que ate la governaria o PR eleito pelo conselho de Estado e ainda governaria o
governo provisório
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Direito Constitucional
objetivos:
- democracia
-desenvolvimento
- descolonização
Ø Com o fim do verão quente os partidos querem um novo acordo com o MFA pq
com o antigo os partidos não conseguiam fazer passar aquilo em que realmente
acreditavam
o Prevê-se a leição do PR por sufrágio direto
o Restriçao das funções do conselho da revolução
o Suprimida a assembleia do MFA
o Definida a responsabilidade politica do governo perante a assembleia
o Supressão do direito de iniciativa
Revisões constitucionais:
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Direito Constitucional
1) 1982 à revisão muito extensa
• redução das marcas ideológicas
• Anteriormente os direitos fundamentais estavam mt virados para os
trabalhadores e não para todos
• Economia pluralista
o Economia era mt socialosta e marxista
• Extinsão do conselho da revolução e das funções politicas das FA
• Criação de um TC reequilíbrio das relações entre PR, AR, E GOv,
atendendo a extinção do conselho da revolução
2) 1989
• aligeiramento da intervenção do estado a nível económico
• redução das marcas ideologicas
• supressão da regra a irreversibilidade das nacionalizações
3) 1992
• revisão para tornar possível a ratificações do tratado fr Maastricht
• art 7º da construção da EU
• reconhecimento da capacidade eleitoral a cidadãos da UE
4) 1997
• revisão extensa
• tentativa do apagamento final das marcas ideológicas ( ex: através da
alteração de expressões linguísticas especificas da época)
• aumento dos poderes da AR e do TC
• Previsão da possi
5) 2001
• adaptra a constituição aos estatutos do tribunal penal internacional
• uma vez que estes estatutos prevê que Portugal pode ter de entregar
competências
• cidadãos portugueses não podiam ser extraditados e agora abre-se uma
exceção
6) 2004
• visou dar mais autonomia às regiões
• dar mais poder as assembleias regionais
• atribuição delimitação de mandatos de cargos políticos
• reforço no principio da igualdade
7) 2005
• adapta-se ao dirieto internacional admitindo os referendo aos tratados de
construção europeia
• Portugal não se reconhece como um estado que não parta deste o pilar
fundamental
• Na CRP :
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o Art 1º; art 26º nº2 e 3; art 59º nº1 alinea b); art 67º nº2 alinea e); art
206ª
Para entendermos o que é que dignidade da pessoa humana significa temos de entender
o que é que o legislador tinha em mente.
4) Tem de ser entendida com base no que se entende dos direitos fundamentais
(ou seja no modo como a CRP o explicita)
5) Não se exclui que este principio em situações limites possa ser diretamente
aplicável quando não houver nenhuma norma constitucional se concretize; ou
seja quando a constituição não explicite tao bem
Portugal:
Ø Paulo Otero diz que a dignidade da pessoa humana esta na base quer do estado de
direito, quer do estado democrático, diz por isso, que a dignidade da pessoa humana
se sobrepõem à vontade popular;
1) Poder constituinte
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Direito Constitucional
2) revisões constitucionais
3) função legislativa
Tipos de Democracia:
a) Representativa
• Acresce que muitas pessoas não têm literacia para tomar decisões de tamanha
relevância e não têm nem o distanciamento nem a formação e informação
necessária;
Se é o povo que faz o catalogo dos direitos fundamentais, questionamos o que é que o
povo que te há 40 anos fez a constituição, tem a mais para definir tudo isto mais do que
a geração atual;
Leva-nos à importância da interpretação atualista da constituição
Em Portugal:
• Art 1º à “A República Portuguesa (...) baseado na soberania popular..”
• Art 3º nº1 à “ A soberania, uma e indivisível, reside no povo, que a exerce
segundo as formas previstas na CRP”
Ø A república Portuguesa é soberana porque :
• é autodeterminada e autogovernada
• acolhe como título de legitimação a soberania popular
Ø A República é uma ordem de domínio de pessoas sobre pessoas, o domínio sujeito À
melho deliberação política de cidadãos livres e iguais.
Ø A forma republicana de governo está associada à ideia de democracia deliberativa
Historicamente:
1. Jean Bodin
• Constituição de 1826 à outorgada pelo rei o que vai contra esta ideia
• Constituição de 1822 à a titularidade da soberania e do poder esta no povo
2. Revolução francesa:
.
3. Revolução Americana
2ª redução:
Logo, o poder não podia ser absoluto e ilimitado por ter de se subjugar a isto.
Assim, este poder é originário. (= poder constituinte que não é nem absoluto nem
ilimitado por estar sempre limitado pelas ius cogens).
2. O conceito de soberania hoje já não tem nada a ver com o conceito de soberania
abrangente de Jean Bodin
Todos os poderes constituídos são derivados do poder originário
Não é absoluto porque está limitado pelas Ius cogens
a) Unilaterais singulares
• Quando compete a um único órgão ou sujeito
• Exemplos:
o Carta Constitucional de 1826
o Decreto do Presidente da República ou de outro órgão do Poder
Executivo ( Brasil em 1937)
o Aprovação por assembleia formada especificamente para isso (
assembleia constituinte)
b) Unilaterais plurais
c) Bilaterais ou plurilaterais
• Acordo de vontades entres dois ou mais sujeitos ou entidades
• Exemplos:
o Elaboração e aprovação da Constituição por assembleia
representativa, com sujeição a sanção do monarca
§ Portugal em 1838
Significa que o poder constituinte não tem de ser necessariamente democrático, só tem
de ter força suficiente para mudar a realidade.
O poder constituinte não tem de ter o apoio do povo, tem é de ter poder efetivo.
Exemplo:
Catalunha.
É um povo que reivindica tornar-se um estado. Não seria inconstitucional se
presumirmos que a Catalunha esta num momento originário e portanto a constituição
espanhola não teria qualquer vinculo a eles.
A questão é que a Catalunha não tem força para se impor, porque se tivesse tínhamos
simplesmente o nascimento de um novo estado.
Quando um Estado:
• Surge de novo
• Restaurado
• Ou sofre uma transformação radical da sua estrutura
Aparece dotado:
a) de uma Constituição material a que se seguirá de uma Constituição formal
b) de uma Constituição material já acompanhada de constituição formal
a) Constituição decretada pelos novos órgãos estatais, seja como definitiva seja
como provisória;
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Direito Constitucional
b) Constituição coincidente com a Constituição ou estatuto jurídico da
comunidade política preexistente
o Colónia autónoma, comunidade em situação internacional sui generis ou
território sob mandato ou sob tutela
Revolução:
• é uma manifestação da maioria do povo de que não está satisfeito com o
atual contrato social;
• Fenómeno profundamente jurídico
• Representa uma rutura;
• Tem em vista a introdução de uma nova ideia de direito, por norma,
contrária à existente
Por ordem de razão, e uma vez que o contrato social é um acordo, no momento em que
o povo demonstra vontade de romper com ele, o vinculo desaparece
• Com a Revolução francesa deixa de ser encarada tanto pelo sentido negativo e
mais pelo sentido positivo;
• Deixa de ser tão encarada como a substituição de um governo por outro e mais
como criação de uma ordem nova;
b) A transição constitucional
a) Transcendentes
• Dirigem-se ao poder constituinte material
• Antepõem-se e impõem-se à vontade de Estado e à vontade do povo;
b) Imanentes
• Dirigem-se especificamente ao poder constituinte formal
Exemplos:
o Não se concebe, num Estado soberano e que pretenda continuar a sê-lo, que
ele venha a ficar despojado da soberania à ex: aceitando a anexação a outro
Estado
o Nãos se concebe que num Estado federal e que pretenda continuar a sê-lo,
que ele passe a Estado unitário
c) Heterónomos
• Dirigem-se tanto ao poder constituinte formal como material
A revisão constitucional:
• é um poder constituído e não originário porque ela é só possível nos termos da
constituição
• é uma possibilidade de atualizar o texto constitucional sem se a desfigurar.
• Atualização da vontade do povo
a. Costume constitucional;
c. Revisão indireta
o há uma modificação do sentido de determinada norma em função da
modificação de outras normas constitucionais – resulta da interpretação
sistemática.
• Ex: Rui Medeiros e alguns outros autores consideram que a atual constituição
de 76 não é a de abril e que houve no fundo uma transição constitucional
Exemplo: O reino unido é um exemplo de constituição que não é muita rígida uma vez
que é apenas material e não escrita. É super flexível o e faz com que o parlamento possa
alterar o q quiser.
Constituições rígidas:
Fatores de rigidez:
o Temporal – 5 anos
o 2/3 dos deputados em efetividade de funções à art 284º
o Imensos limites materiais à art 288º
Critério temporal:
Ø Revisões ordinárias
• de 5 em 5 anos
• Art 284º nº2
Ø Revisões extraordinárias
• Para a aprovação de assunção a uma revisão 4/5 dos deputados
• Perceber se há 4/5 dos deputados disponíveis para aceitar a possibilidade de
uma revisão extraordinária
Problema:
à o art 286º nº1 não distingue se sendo revisão extraordinária ou não se em ambas é
exigido os 2/3 para aprovação
Requisitos de qualificação:
1. Intenção de revisão
Eva Brás Pinho 33
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o É preciso assumir que o que se deseja é uma alteração da constituição.
o Artigo 287º
2. Tempo de revisão
o 5 anos entre revisões ordinárias
o Revisões extraordinárias podem ser em qualquer altura mas necessitam de
uma assunção de 4/5 dos deputados
o Art 284º
3. Iniciativa da revisão
o a iniciativa tem de ser dos deputados
o Art 285º
4. Aprovação
o a aprovação por 2/3 dos deputados em efetividade de funções
§ ( 154 deputados)
§ maioria duplamente qualificada (em efetifidade de funções e maioria
relativa (há 230 deputados – quorum é o mínimo de deputados que
tem que estar presente na AR [116], contudo, neste caso têm que
estar os 230) – também vale para a revisão extraordinária
o Art 286º
PR e a promulgação
Nota: Contudo, se a “lei de revisão” não for verdadeiramente e juridicamente uma lei de
revisão, isto se faltarem requisitos de qualificação, afasta-se o art 286 nº3 e pode vetar.
Exemplo 1 – situação PR
Se eu enviar uma lei de revisão ao Presidente o que é que ele faz?
O Presidente neste caso não é obrigado a promulga. Falta o “sim” da outra pessoa,
juridicamente não uma única parecença com a lei de revisão. Poderá requerer fiscalização
preventiva ou simplesmente não promulgar. A violação da lei ou da Constituição não tem
sempre a mesma gravidade
Ex.: alcóol na condução – 0,5 g/l contraordenação grave; 0,8 g/l contraordenação muito grave;
1,2 g/l crime.
Casamento contrário à lei é inválido, mas, por vezes, um casamento contrário à lei é tão
irrelevante que não vale a pena invalidar o casamento (ex.: um menor casar, mas para o proteger
existe o regime de bens), pode conduzir apenas à mera irregularidade. Mas há casos em que a
contrariedade à lei é tão grave que o casamento é inexistente, artigo 1628o do Código Civil (ex.:
alínea c) um dos dois não disse o “sim”, falta um elemento essencial para poder qualificar
aquele ato como casamento).
Tipos de inconstitucionalidade:
a) Orgânica
• A lé provém de um órgão que não tem competência para a fazer
b) Formal ou procedimental
• Os requisitos formais da constituição não estão preenchidos
c) Material
• Em caso algum haverá pena de morte e uma lei vem permiti-lo
Limites materiais
Artigo 288º d)
o São declarativos
• Limites transcendentes
• O poder originário já estava por eles limitado (direitos fundamentais)
• São passíveis de ser ultrapassados através da transição constitucional –
Jorge Miranda.
• Limites imanentes
Gomes Canotilho:
• diz que os limites de revisão constitucional são limites absolutos.
Outra doutrina :
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Direito Constitucional
• diz que para podermos rever os limites temos de o fazer me duas revisões.
• 1ª retirar a alínea que se deseja do art 288 e depois revê-se as normas relativas
aquela alínea à tese da dupla revisão ( não esquecer q implica a espera de 5
anos entre elas).
• Relativiza de alguma maneira os limites.
Há quem diga que se a lei de revisão quer alterar os limites materiais, o TC não se pode
opor
A tensão que existe é entre o povo que definiu o limite ( o de 1976) e o povo atual que
quer atualizar a sua vontade
O professor diz que quando os limites são alterados estamos sem duvida sobre uma
transição constitucional mas que tem de existir essa possibilidade
Ø Assumir cada posição depende da postura que adotamos quanto à tensão poder
constituinte vs vontade democrática atual
Ø Requisitos de validade
• Em geral, a regra inválida tem que ser promulgada.
• Uma lei da Constituição só pode ser fiscalizada sucessivamente após a
publicação: artigo 28º nº3 CRP.
b) Jorge Miranda:
• o Presidente diz se o decreto é ou não lei de revisão constitucional
• a Assembleia envia o decreto com determinada qualificação e o
Presidente não pode promulgá-la com outra qualificação, mas esta só faz
sentido se for vinculativa.
• Logo, o Presidente não promulga, devolve à Assembleia da República e
explica o porquê da não promulgação.
• Se o Presidente tiver dúvidas insanáveis, pode enviar o decreto para o
Tribunal Constitucional (Jorge Miranda dá razão ao Professor Marcelo
Rebelo de Sousa, incoerente);.
Irregularidade à o ato por se contrario a lei pode ser anulado ; produz efeitos e é válido
Invalidade à o ato jurídico que viola a lei é destruído e não produz efeitos
Art 277 nº2 à um trado internacional pode manter se em rigor e se válido embora
inconstitucionalidade, ou seja, diz que este tratado formalmente não é considerado
inconstitucionalidade mas sim irregular
Historicamente:
1. Liberdade
2. Igualdade
Todos s homens têm a mesma dignidade e isso oferece a todos o mesmo direito de voto;
O principio democrático não aceita de maneira nenhuma a lógica de que há um grupo de
iluminados ou que alguns grupos não possam votar;
Critica:
Nem todos são informados ou têm formação para exercer um bom direito ao voto;
3. Fraternidade
São estes laços de afinidade que leva a aceitação quando saio vencido.
Lógica de que “eu só aceito a decisão da maioria” para mim porque me reconheço nos
outros. Caso contrário sinto uma “tirania” dos outros
Crítica:
Ø Num mundo global há cada vez mais pressão para que os Estados não possam
decidir quem é seu cidadão.
A ideia de que um Estado é totalmente e absolutamente soberano no seu território
começa a colocar-se em causa.
Ex: Povo francês tem dificuldade atualmente em encontrar o seu espirito unitivo de
nação com a diversidade que tem.
3 princípios fundamentais que não podem ser ignorados quanto ao estatuto da lei na nossa
ordem constitucional:
1. Princípio da competência
o Principio da competência vs principio da liberdade
o Significa que o Estado só pode fazer o que a lei permitir que ele faça por uma
qualquer norma
o Não basta referir-se ao Estado em geral ou ao Estado Administração.
Exemplo: Mesmo que não haja lei, a duração do estagio dos advogados nunca poderá ser
definido pela ordem dos advogados. Porque este domínio é de exclusiva responsabilidade
da lei.
Ora, isto nada tem a ver com o principio da prevalência da lei que apenas diria que um
regulamento da ordem dos advogados não poderia estabelece rum período de estagio
diferente do definido pela AR.
Simplesmente não se trata de hierarquia porque esta temática não pode ser de forma
alguma tratada pela ordem, apenas lei AR ou governo
1. Iniciativa:
• pertence :
o Deputados (qualquer um ou vários)
o grupos parlamentares
o Governo,
o Assembleias Legislativas Regionais
o grupos de cidadãos (mínimo de 35.000 eleitores).
• Há iniciativa reservada em certas matérias, de resto é iniciativa concorrencial:
artigo 167º
2. Apreciação:
• interna-genérica à Parlamento (dá-se em todos os casos, quanto a todos os
projetos e propostas de lei);
• externa-específica à outros órgãos constitucionais ou organizações de
sociedades civis (só tem que se dar quanto a matérias previstas na
Constituição).
4. Promulgação:
• conhecimento qualificado que o Presidente da República tem acesso acerca do
ato destinado a converter-se em lei, qualificação ou subsunção de cada ato
em concreto no tipo constitucional correspondente
• falta de promulgação determina inexistência jurídica, bem como através:
a) Referenda:
o a promulgação está sujeita a referenda ministerial.
o A referenda reduz-se a um concurso, mais formal do que
substancial, das vontades do Presidente.
o Artigo 140º à enumeração taxativa de atos que carecem de
referenda (é obrigatória); b
b) Veto:
o pode recusar a promulgação exercendo o veto jurídico ou
político;
o art 136 nº1 e nº 5
1. Leis constitucionais
• Art 119º n1 a) determina a sua publicação no Diário da República
• No art 166º nº1 prescreve-se a forma de lei constitucional para os atos
previstos n art 161º a) , ou seja, para as alterações à constituição nos termos
dos art 184º e 289
• As leis constitucionais identificam-se com as leis de revisão
o Só se podem considerar leis constitucionais aquelas que se dirigem
à modificação da constituição, de acordo com o procedimento
estabelecido nos art 284º
o A reserva de lei constitucional pertence ao poder constituinte ou
ao poder de revisão
Eva Brás Pinho 46
Direito Constitucional
2. Leis orgânicas
3. Leis de Bases
• Mas nem sempre as leis de bases se conseguiram manter com os seus contornos, ou
seja, disposições votadas pelo parlamento, limitadas ao estabelecimento das bases
ou princípios, a que o governo deverá dar operatividade prática através dos decretos
de desenvolvimento
Nível 2 ¹ Nível 3
2. Autolimitação da AR
o Significa que o legislador constituinte se bastou com uma reserva de
lei formal no que respeita às bases gerais dos regimes jurídicos
Problemas:
• Exemplos:
• Existem leis que são consideradas ( mesmo a constituição) como leis de bases,
mas em relação às quais é discutível se não serão, em rigor, leis de
enquadramento.
o Estas leis estabelecem um regime jurídico global de regras e princípios
para grandes espaços jurídico-materiais carecidos de ulteriores
concretizações, mas sem que essas concretizações se identifiquem com
o esquema de atos legislativos de desenvolvimento
Democracia representativa:
Ø O facto de haver 3 órgãos com competência legislativa significa que eles decidem
como entenderem, mas isso não significa que o principio da democracia
participativa não faça sentido.
Ø O principio da democracia participativa so serve para haver cooperação e mais
legitimidade na tomada de decisão
Ø Não obriga os órgãos decisores a decidir em qualquer sentido
Ø Artigo 2º é muito pouco densificado e por isso é concretizado no artigo 54º e no art
56º
• O principio da democracia participativa ( art 2º) nunca é suficiente para
declarar algo inconstitucional.
• Apenas conciliado com outros artigos é que se pode regular a
inconstitucionalidade
Na prática:
3. O referendo só pode ter por objeto questões de relevante interesse nacional que devam
ser decididas pela Assembleia da República ou pelo Governo através da aprovação de
convenção internacional ou de ato legislativo.
a) As alterações à Constituição;
número seguinte;
Eva Brás Pinho 53
Direito Constitucional
d) As matérias previstas no artigo 164.o da Constituição, com excepção do disposto
na alínea i).
6. Cada referendo recairá sobre uma só matéria, devendo as questões ser formuladas com
objetividade, clareza e precisão e para respostas de sim ou não, num número máximo de
perguntas a fixar por lei, a qual determinará igualmente as demais condições de
formulação e efetivação de referendos.
11. O referendo só tem efeito vinculativo quando o número de votantes for superior a
metade dos eleitores inscritos no recenseamento.
13. Os referendos podem ter âmbito regional, nos termos previstos no n.o 2 do artigo 232º
Ø O eleitorado não se substitui aos órgãos legislativos e, por isso, estes podem não
aprovar os atos que, por força do resultado positivo do referendo, devem
aprovar.
Referendo vinculativo:
• Não é em si uma lei à tem estrutura de ato político
2. Negativa
o Recusa dessa lei
o Ficam impedidos de aprovar um ato legislativo no sentido contrário à
resposta do referendo
o Traduz uma força formal negativa afim quando se traduza em dever de não
legislar;
o Assim aproximam-se das leis de valor reforçado de vinculação específica
8. Não é lei reforçada a lei que publique em sua obediência, porque o que é objeto de
salvaguarda é o sentido referendário e não as normas concretizadoras e até para o
mesmo sentido pode haver diversos modos de concretização\
1) Assembleia da república
• Leis legitimadas pelo povo através dos seus representantes
• Leis em sentido estrito
• Art 161º CRP
2) Governo
• Decretos-Lei
• Artigos 197º, 198º, 199º, 200º e 201º
• Órgão democraticamente legitimado ( indiretamente)
• Também é um órgão porque tem apoio parlamentar
• Escolhido pelo PM nos termos do art 287º
a. Primária
o Concorrencial à art 198º nº 1 a)
§ Com a da AR em matérias a esta não reservadas
o Reservada à art 198º nº2 e art 183º nº 3
§ Organização e funcionamento do Governo
b. secundárias
o Derivada ou autorizada à art 198º nº 1 b) e art 165º
§ Reserva relativa da AR
o Complementar à art 198º nº 1 c)
§ Desenvolvimento dos princípios ou das bases gerais dos regimes jurídicos
contidos em leis que a eles se circunscrevem
o Absoluta
§ art 164º
§ art 161º b) , g)
ü se a constituição não diz que há possibilidade de
delegação, então é exclusiva do órgão a que se
refere
o Relativa à art 165º
§ Alínea a), b), c) à regime e ponto final
§ Aliena d) e e) à regime geral
§ Alínea g), f), n), t), u), z) à bases
§ Contudo, a regra é de que é todo o regime reservado
Nota: art 198º nº1 c) à cabe na função legislativa do governo legislar as bases. A lei de
base não pode ser desenvolvida por um regulamento apenas por um ato legislativo
formal .
Discute-se se a AR pode desenvolver a sua própria lei base
§ Faz sentido que quando o estado é inclino ou senhorio haja regras algo
diferentes
Não, segundo o Princípio da Competência o que não está escrito na Constituição não é
permitido, logo, se o artigo 161º g), diz que é a Assembleia quem aprova o Orçamento
então o Governo não o pode fazer. É da reserva absoluta da Assembleia, contudo, o
Governo pode propor ou apresentar um Orçamento para a Assembleia aprovar ou
recusar.
o É a data da publicação?
o É a data a promulgação?
§ O prof Jorge Miranda diz que a data que deve relevar é
aquela em que o DL é enviado para belém ( não a data
da promulgação)
§ Esta posição deve-se ao facto de muitas vezes os DLs
serem formalmente aprovados e na verdade ainda andarem
meses ( já fora do período autorizado) a ser debatido e
alterado à forma do governo manipular o prazo estipulado
de autorização
§ Assim, a única forma de provar mais aproximadamente um
momento em que o DL foi verdadeiramente concluído, é a
data em que ele é enviado para aprovação
4. Apenas se pode fazer um Decreto-Lei pela mesma autorização à artigo 165º nº3;
• apesar da sua execução poder ser parcelada
5. Intuita persona à art 165 nº 4
• só desta concreta Assembleia da República conferida aquele concreto
Governo
6. Autorização das Leis do Orçamento para criar ou alterar impostos ao Governo
caduca no fim do ano económico
Eva Brás Pinho 63
Direito Constitucional
• Porque as leis fiscais não podem ser retroativas.
• Não caducam com outra coisa (a demissão do Governo), apenas com o uso até
ao final do ano, não é precisa a indicação do prazo: artigo 165o, n5.
Artigo 165º
(Reserva relativa de competência legislativa)
3. As autorizações legislativas não podem ser utilizadas mais de uma vez, sem prejuízo
da sua execução parcelada.
E nas áreas concorrenciais? Em que não há reserva? Pode sempre ser legislado pelo
governo na mesma?
Posso dizer se há outras matérias para além das que estão formalmente reservadas pela
AR devam ser apenas tratadas por um ato formalmente legislativo?
Matérias que pela sua maior relevância devem ser tratadas apenas por atos mais
solenes
A essencialidade delas?
Há quem diga que tendo em conta a extensão da reserva absoluta e relativa em<<
Portugal, não devo admitir outras hipóteses de reserva.
Doutrina:
a. Interpretado literalmente, o artigo não se refere as leis de base
reservadas mas sim a todas ( ou seja, mesmo as concorrenciais)
d) Regime do veto
• Artigo 136º
• De uma lei à suspensivo
o Quando vetada, a lei pode ir a uma segunda revisão e votação pela ARà
prazo de20 dias para promulgar
o Caso seja novamente aprovado pelo AR o PR já não pode tornar a vetar
E nas áreas concorrenciais? Em que não há reserva? Pode sempre ser legislado pelo
governo na mesma?
Posso dizer se há outras matérias para além das que estão formalmente reservadas
pela AR devam ser apenas tratadas por um ato formalmente legislativo?
Matérias que pela sua maior relevância devem ser tratadas apenas por atos mais
solenes
A essencialidade delas?
Há quem diga que tendo em conta a extensão da reserva absoluta e relativa em<<
Portugal, não devo admitir outras hipóteses de reserva.
3. Têm valor reforçado, além das leis orgânicas, as leis que carecem de aprovação por
maioria de dois terços, bem como aquelas que, por força da Constituição, sejam
Eva Brás Pinho 68
Direito Constitucional
pressuposto normativo necessário de outras leis ou que por outras devam ser
respeitadas.
5. Nenhuma lei pode criar outras categorias de atos legislativos ou conferir a atos de
outra natureza o poder de, com eficácia externa, interpretar, integrar, modificar,
suspender ou revogar qualquer dos seus preceitos.
o 2ª parte à
13. objetivo de salvaguardar que não existam outro atos normativos, que tenham mais
força que as 3 formais. Isto porque poderia contornar-se o a 1ºparte, não criando
uma nova forma de lei mas concedendo a algo que não é uma lei a mesma força
jurídica que uma lei tem
14. Um regulamento que seja contrario a lei é ilegal. Se o regulamento dispuser contra a
lei porque a lei o permite é inconstitucional
• Isto nada tem a ver com deslegalização mas sim com o facto da lei permitir que o
regulamento fosse contrario a outra lei
•
• O regulamento tem de respeitar os princípios da reserva de lei
Nota: mas será que não é sentido que os ministérios clarifiquem e interpretem normas
formais da sua área?
Deslegalização:
• Tirar da lei matéria que estava legalizada
• É a matéria de lei que degradada a matéria de regulamento , restringe-se
Eva Brás Pinho 69
Direito Constitucional
• Passa a matéria da lei a regulamento e o órgão legislativo a órgão
regulamentário
• A lei deslegalizante não fixa por si só o conteúdo, estava fixada por um ato
legislativo que posteriormente é revogado por um da mesma hierarquia,
permitindo a um ato infra-legal regular sobre essa matéria que deixa de estar
legalizada.
• É permitida exceto em matéria reservada.
Desregularização:
Pormenores de execução:
• São regulamentos que apenas têm eficácia interna, atos infra- legais.
Nota: os regulamentos distinguem-se pelo conteúdo e são de alguma forma uma claúsula
aberta.
b. Apenas paramétricas
• Lei que tem que ser respeitada por outras leis, mesmo não sendo
pressuposto normativos dessas leis
• Quem defende que a lei de bases também prevalece sobre decreto de
desenvolvimento em matéria concorrencial, o Governo pode fazer o
Decreto-Lei que quiser e não está dependente de uma lei da AR, apenas
se já existir lei da AR de bases é que o Governo teria que respeitar;
o ex: lei do orçamento face à lei de enquadramento orçamental
• Quando existe leis de bases que Têm de ser respeitadas pelos decretos de
desenvolvimento
1. Leis orgânicas
Ø As leis reforçadas precisam de ter uma maioria de aprovação maior porque por
serem tão relevantes, precisam de uma maior legitimação
• Leis de bases
o Porque os decretos-lei e os decretos legislativos regionais de
desenvolvimento têm, pela natureza das coisas, de se mover no âmbito
precetivo das bases
o Art 112º nº2, art 198º nº1 c) e nº3; art 227º nº1 c)
Se um certo decreto não satisfizer estes requisitos, ainda que use o nomen júri, valerá
como lei comum, eventualmente inconstitucional ou ilegal por desconformidade com
esta ou com aquela norma da Constituição ou com etsa e aquela lei reforçada
a) Referendo político
Eva Brás Pinho 76
Direito Constitucional
• vinculativo a nível de Estado ou de Região Autónoma
• (115º; 131º nº 2; 256º nº3);
Limites ao poder:
• Princípios do Estado de Direito;
• Separação de poderes;
• Força normativa da Constituição;
• Sistema de fiscalização da Constitucionalidade das Leis;
a) Igualdade na lei
• Igualdade na aplicação e criação do direito à vinculação do legislador
• “O princípio da igualdade vincula diretamente os poderes públicos,
tenham eles competência legislativa, administrativa ou jurisdicional”
• Assim, o principio da igualdade tem desde logo como destinatários os
próprios órgãos de criação do direito
• Este é um principio que é limite material implícito de revisões
constitucionais
• Também os tribunais devem respeitar o princípio da igualdade
o Inclusivamente o tribunal constitucional quando fixar os efeitos da
inconstitucionalidade com alcance mais restritivo ( art 282º nº4)
• Também os órgãos e agentes administrativos devem respeito tendo em
conta a possibilidade de escolha de critérios de decisão pelos diversos
órgãos da administração direta, indireta e autónoma à e necessária
objetividade da atividade administrativa, mesmo em caso de exercício
de poderes discricionários ( art 266º)
b) Positivo
Pode a lei de um Estado declarar que os casais homossexuais não podem adotar?
O Estado de Direito serve para limitar o poder em geral, pôr um travão às arbitrariedades da
maioria contra as minorias.
Deve haver um critério imparcial que permita resolver cada caso concreto, ex.: o bem estar da
criança.
Será prejudicial para a própria criança ser criada por um casal homossexual do que em casas
de apoio?
Há quem diga que sim, é preciso uma figura maternal e paternal, a ausência de uma destas
figuras influencia a maneira como a criança cresce. Pode até sentir-se marginalizada por não
ter, como as restantes crianças, um pai e uma mãe;
Há quem diga que não, pois o que interessa é a criança ter direito a uma vida melhor,
independentemente de quem a adotar, pois as crianças são mais felizes e têm acesso a uma vida
melhor quando alguém as decide criar e mostra preocupação para com elas. Logo, a
orientação sexual em nada influencia num sentido pejorativo, pois o argumento da
necessidade de uma figura maternal e paternal é fraco, visto que há, de facto, mães solteiras e
pais solteiros, esses têm igual direito a adotar como um casal homossexual. (
subjetivo!!!!!!!!!!!!)
Eva Brás Pinho 80
Direito Constitucional
A questão é que o caso do pai homossexual que perde a possibilidade de estar com a filha (
caso 18) nada tem a ver com casais homossexuais quererem adotar
O vinculo afetivo com o pai nada tem a ver com o ( não)vinculo que uma criança podes ter com
um casal que a va adotar
Logo, a sua satisfação e o impacto nada tem a ver num caso e no outro
1. Proibição de arbítrio
• O controlo mínimo por base deste critério que é a proibição do arbitrio dá mais
liberdade ao legislador
• Dar amplo espaço ao legislador democrático é uma forma de suavizar o órgão que
representa o povo com a sua legitimidade ( legislador) e os tribunais
• Consiste essencialmente num critério negativo, com base o qual são censurados
apenas os casos de flagrante e intolerável desigualdade;
i. Fundamento sério
o Exigem uma valoração e qualificação do fundamento
o Necessidade de encontrar “ elementos de comparação” que implicam:
1)insuficiência do “ arbítrio” como fundamento de “ valoração” e de “
comparação”
• logo são tomadas quase como inconstitucionais à priori, a menos que no caso
concreto sejam justificáveis e se consiga ilidir a presunção de
inconstitucionalidade
2. Obrigação da diferenciação
• Tratar o que é igual o que é igual e o que é desigual de forma desigual é vazio.
Esta máxima permitia uma lei como “ as mulheres não podem estar em boards de
empresas cotadas na bolsa” à es mulheres são diferentes dos homens
Este principio aceitava critérios de distinção intoleráveis pelo estado de direito
• O Estado deve olhar para cos cidadãos como membros da comunidade e com
respeito, logo o Estado deve procurar ter uma ação de acordo com so cidadãos
enão de “ quero posso e mando”
Dimensão necessidade à o Estado não deve entrar logo com normas imperativas sem
antes tentar negociar
Exemplo:
Um velhote que tem uma mercearia e um miúdo pequeno tenta roubar algo.
A finalidade da ação lesiva do velhote será ter de volta a maçã que o miúdo roubava
• Quando existem vários meios para alcançar o mesmo fim, deve utilizar-
se o meio menos lesivo possível à o cidadão tem direito à menor
desvantagem possível
• Um velhote com 70 anos, sem recurso à policia e sem pessoas na loja, não
vai conseguir obter uma maçã roubada de um miúdo sem ser a tiro
o É efetivamente necessário
o ( * mesmo que neste caso o custo sacrificado não justifique o
custo que se salvou mas isso vemos no teste seguinte*)
• Também é preciso notar que nem todos os meios alcançam um resultado com o
mesmo grau de eficácia
Ø Muitas vezes o problema não é a adoção da medida ( necessidade absoluta) mas sim
a necessidade relativa
o se o legislador poderia ter adotado outro meio igualmente eficaz e menos
desvantajoso para os cidadãos
• Exige-se que o meio seja proporcional ou apenas que não seja desproporcional?
Formas de violação:
• Atenção: direitos adquiridos (por lei, contractos, etc.) são diferentes dos direitos
fundamentais (Direitos, liberdades e garantias, consagrados na CRP)
o Art. 18 refere-se aos fundamentais
• Num estado de direito, os direitos adquiridos
Eva Brás Pinho 88
Direito Constitucional
Para que a proteção da confiança opere, é preciso:
1. Que haja uma situação de confiança que merece ser tutelada
o Que o Estado crie, através de um comportamento, uma espectativa de
continuidade daquele comportamento
3. Investimento de confiança
o Com base na confiança que o Estado passou, tomei decisões que não
tomaria de outro modo
o Investimento de tempo e dinheiro
o Assim, este investimento merece ser tutelado
Mesmo assim pode não ser suficiente: vai haver uma ponderação se se justifica sacrificar
a confiança em prol de um objetivo maior à Razões ponderosas do interesse público
o As razões que justificam as medidas são suficientemente ponderosas para o
sacrifício que se impõe ao violar a confiança
o desde que não haja interesses ponderosos públicos (de todos, não é um interesse
abstrato) que justifiquem o sacrifício de uma situação de confiança.
o Grau de confiança e peso do interesse público;
b. Momento de Ponderação:
o se a frustração é justificativa ou não no caso concreto (à semelhança da
proporcionalidade em sentido estrito)
• Nenhum funcionário publico saberia em que casos a lei poderia ou não ser
apicada. E.: “tu não és do meu partido, vais para a rua”. Assim, esta lei não é
suficientemente determinada
b. Dimensão impositivo-constitucional
o Porque muitas das suas concretizações assentam no cumprimento de
fins e tarefas por parte de órgãos de entidades públicas
Através:
Rendimento social de inserção à para quem vive na miséria e não tem mais nenhum
apoio do estado à 186€
• Significa isto que os direitos sociais e económicos uma vez obtido um determinado
grau de realização, passam a constituir, simultaneamente, uma garantia
constitucional e um direito subjetivo
2. Separação de poderes
• Surge nos sec 18 e 19 com Montesquiou com o objetivo de limitar a monarquia
absoluta
• Art 16º Declaração dos direitos do homem e do cidadão à Séc 18 e 19
• Séc 20 há uma serie de revoluções e alterações no constitucionalismo que o vem
alterar. Muito embora a ideia base de fiscalização interorgânica se mantenha
1. Poder administrativo:
• Principio da legalidade à Estado e . Administração publica estavam
submetidos à lei
o Objetivo de evitra abusos e garantir o respeito pela lei
• A AR também tem vindo a legislar cada vez mais nas área de competência
originária governamental
Orgãos de soberania:
AR- 131º
Governo à 117º
PR
Tribunais
2. Poder Político:
• Benjamin constant
• Ato não normativo
• Pelo PR, AR. E governo
o Note-se que o art da CRP é muito especifico e deve ser interpretado
restritivamente no que toca as competências do PR para evitar abusos
• Tem legitimidade democrática
• Função primária
• Há órgãos locais, centrais e regionais
• Há muitas competências políticas que não tem qualquer controlo por parte do
TC
o Por isso é que os artigos referentes a tos politicos têm de ser
interpretados restritivamente.
o Uma vez que não há reivindicações possiveis a tribunal, tem de estar
bem claro tudo
Função legislativa:
• Primeira preocupação de Montesquiou
• É o poder com mais liberdade
• O legislador pode fazer o que entender
3. Poder Judicial
• Função secundária porque não estão vinculados apenas à CRP mas também a
toa a legislação existente
• Art 203º
• Art 4º nº3 alina a) ETAF
Ø Nunca podem ser verdadeiramente leis como disposto no art 112º nº1 se não forem
gerais abstratas
Ø É importante que a distinção seja clara por uma questão de proteção jurisdicional
• O TC pode fiscalizar as leis mas não pode fiscalizar os atos adminsitrativos
Ø As leis individuais e concretas não deixam de ter força de lei e de poder derrogar
outras leis.vv
• Porque não há nada na CRP que diga que as leis têm de ser gerais e abstratas
• Art 18 nº3 à se especifica apenas um tipo de lei em que se exige generalidade
e abstração, então, a contrario, não se exige isso às outras
• Entendimento geral da doutrina e jurisprudência ( excetuando JM)
• JM dizia que o direito constitucional era como o direito romano que não servia
para nada na atualidade
• Ex: caso 27 da mudança de sexo e consequente vontade de mudança do nome
Porque é que este salto foi difícil de executar durante a revolução francesa?
Eva Brás Pinho 99
Direito Constitucional
• Na revolução francesa impunha-se penas fixas e havia muita desconfiança face
aos tribunais
• A escola de exegese tem subjacente a mesma ideia, de que o juiz não deve ter
grandes poderes
Isto porque o juiz não tinha nenhuma legitimidade democrática e era um cargo que
estava nas mãos da velha nobreza
o Posso resolver um caso não regulado na lei ordinária por aplicação direta
de preceitos constitucionais
Artigo 204º
Reserva da Constituição:
Normas constitucionais
• As regras são aplicáveis no estilo de tudo ou nada dos factos que preveem
• Os princípios, ao invés, não comportam consequências jurídicas que decorram
automaticamente;
• São mandatos de otimização à são normas que ordenam que algo seja realizado
na maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes;
o Podem ser cumpridos em diferentes graus
o Regras, por outro lado, ou é cumprida ou não, se é válida tem de ser fazer o
que ela exige
4. Princípios-garantia
o Visam instituir uma garantia dos cidadãos;
b) Princípios político-constitucionais
1. Normas precetivas:
Nota:
O regime dos direitos, liberdades e garantias aplica-se aos enunciados no título II e aos
direitos fundamentais de natureza análoga.
• Art 61º nº1 à direito que em tudo é semelhante aos direitos liberdades e
garantias! Portanto também a liberdade de empresa é diretamente aplicável
• Art 62º
o Aplica-se “ nos termos da lei” que significa que não é assim tao
diretamente aplicável
• Exemplo: se estiver em causa a vida de uma pessoa o medico pode invocar a
objeção de consciência ( ex: aborto) à art 41º nº6
2. Normas programáticas:
• Normas que estabelecem objetivos ideais mas que são difíceis de concretizar
na sua plenitude
• Tratam-se dos direitos sociais à titulo III da 1º parte da CRP
• Excluem-se os que estão patentes nesta secção da constituição mas que são
análogos aos direitos, liberdades e garantias enquanto normas precetivas
Ø Se são quase utópicos, estamos a criar direitos que na pratica não passam de uma
proclamação politica sem realização pratica?
• A ideia destas normas é estabelecer um caminho ou um objetivo ultimo a
seguir
• Faz da constituição, uma constituição dirigente que vincula o legislador
Eva Brás Pinho 106
Direito Constitucional
• Art 283 à inconstitucionalidade por omissão
o Mecanismo para “ obrigar” o legislador a tentar garantir a efetivação
dos direitos sociais
o Contudo, os particulares não podem interpor uma ação para isto ( não
tem competência)
o Nº 2 à não tem grande relevância prática porque mesmo sendo
declarada a inconstitucionalidade por omissão, apenas se informa os
órgãos competentes , não tem mais nenhum efeito
c)Materiais ou de Fundo
• relação Estado e Sociedade
d) Orgânicas ou Organizativas
• definidoras de órgãos do poder
e)Procedimentais ou De Forma
• atos e atividades do poder
• Maior ou menor abertura e indeterminação.
A problemática da interpretação
Ø A interpretação é sempre necessária, não pode haver aplicação de normas sem a sua
interpretação. Passa pela letra mas deve ir além dela.
2. Identidade
o A unidade da constituição é a chave da sua identidade
o A partir da unidade da constituição chega-se à constituição material
de cada Estado em cada momento, permitindo assim saber o sentido de
disposições particulares
3. Adequação
4. Efetividade
o Decorre da incindibilidade da interpretação e da aplicação
o Porque são expressões verbais correspondentes a verdadeiras normas
jurídicas, há que ser encontrada uma função útil no ordenamento, um
sentido conformador dos factos e situações apto a servir de
parâmetro de decisão judicial.
o A uma norma fundamental tem de lhe ser conferido sentido que maior
eficácia lhe dê
o Implica consideração, na inconstitucionalidade material, de fenómenos
de desvio de poder legislativo, traduzimos na contradição entre os fins
das normas e dos atos e os fins das normas constitucionais,d e forma a
precaver a violação de princípios
5. Supremacia
o Não é a constituição que deve ser interpretada de acordo com a lei; é a
lei e todo o direito infraconstitucional que devem ser interpretados
em conformidade com a Constituição
Interpretação integrativa:
Diferentes impactos:
Fiscalização concreta à Cabe ao TC fazer a interpretação conforme a constituição e
ela impor-se-á ao tribunal, devendo a mesma ser aplicada
Fiscalização abstrata
o uma decisão do TC no sentido da não inconstitucionalidade não tem,
nem pode ter eficácia jurídica vinculativa;
o apenas a pronúncia ou declaração pela inconstitucionalidade tem força
obrigatória geral
o Se o TC não concluir pela existência de inconstitucionalidade com base
em certa interpretação conforme com a constituição, esta não obrigará
• A lei constitucional não regula tudo quando dela deve ser objeto. Veja-se
o Declaração universal dos Direitos do Homem – art 16º nº2
o A devolução para a lei ordinária e para regras de Direito internacional da
previsão de direitos fundamentais afora os contemplados na constituição
( art 16º nº1)
o Omissões legislativas:
§ Reportam-se a situações previstas, mas a que faltam as estatuições
adequadas a uma plena efetivação das respetivas normas no
programa ordenador global da constituição
§ Só podem ser fiscalizadas especificamente pelos órgãos de
fiscalização da inconstitucionalidade por omissão
Atos jurídico-constitucionais:
1) Pressupostos
o Objeto mediato
§ A realidade do facto que lhe subjaz
§ O conjunto de situações que o ato conforma ou
sobre que faz recair os seus efeitos
c) Fim
o Que o órgão prossegue através do ato
o Distinga-se a causa ou função típica objetiva e o fim
assumido especificamente em relação a cada ato em
concreto
d) Forma
o Declaração ou exteriorização da vontade, de ordinário
traduzido numa forma típica consoante o tipo de ato de que
se trate e que comporta as formalidade necessárias a
prepará-lo ou a completá-lo;
3) Requisitos
• São os pressupostos e os elementos tomados não tanto da perspetiva da
estrutura quanto dada sua conformidade com a norma jurídica e da
apreciação que esta faz sobre eles
a. Requisitos de qualificação
o De recondução ou subsunção do ato em qualquer dos tipos de
constitucionais de ato estabelecidos
o Ex: lei de revisão constitucional, decreto-lei etc
o A preterição destes requisitos conduz a inexistência jurídica do
ato
b. Requisitos de validade
o ou de perfeição do ato ou de plena virtualidade de produção dos
seus efeitos jurídicos típicos
o a sua preterição acarreta invalidade que se desdobra em nulidade e
anulabilidade
c. Requisitos de regularidade
o Ou de adequação do ato às regras constitucionais ( formais),
independentemente da produção dos seus efeitos
o A sua preterição conduz a irregularidade do ato
c) Atos livres
o o órgão pode escolher se deve ou não praticar esses atos
o ex.: feitura das leis, sem contar com as normas não exequíveis por si mesmas
e) Atos tácitos
o a norma presume uma vontade ou, doutra perspetiva, liga à não manifestação
de vontade certa consequência.
o A vontade ainda é relevante no ato tácito, mas não o é na preclusão.
o Preclusão à pelo decurso do tempo, se esgota ou deixa de poder ser exercido
certo poder ex: veto político ao fim de x dias
à Pode haver inconstitucionalidade por omissão de atos legislativos (ex.: normas não
exequíveis por si mesmas).
• A maioria das constituições escritas são rígidas ou porque existe uma larga
maioria ou porque existe a exigência de um grande espaçamento temporal para
as alterações
o A constituição inglesa por não ser escrita, por definição, não é rígida
o Em Inglaterra o parlamento pode mudar as regras constitucionais de forma
simples
o No reino unido não tem sentido falar sequer de leis inconstitucionais porque
a nova lei afasta a suposta lei constitucional antiga.
2. Autocontrolo político
• Caso francês à controlo político da constituição pelo próprio legislador
• Uma lei inconstitucional não é nula e por isso não pode deixar de ser
aplicada
• Os tribunais não têm poder para deixar de aplicar leis inconstitucionais; não
têm poder de controlo e fiscalização da constituição
• O fiscalizador à o legislador;
• Há um auto-controlo do legislador que controla tendo em conta a sua leitura
e portanto há um bocadinho a logica de que se faz o que quiser
Fiscalização em abstrato:
a) Abstrata sucessiva à art281º; dispõe as entidades que podem requerer a
fiscalização ao TC; Não exige uma justificação especialmente relevante, não se
prende a um caso concreto;
Fiscalização em concreto:
a) Difusa à art 204º permite que outros órgãos tenham acesso
b) Concentrada à artigos 280º; regime de recurso para o TC
Ø Uma lei pode ser simultaneamente inconstitucional por violação direta de uma
norma da constituição, e ilegal, por violação de uma lei de valor reforçado
Ilegalidades:
• Princípio da legalidade da administração à art 266º
• A administração está sujeita à constituição e à lei
• Importante à ver caso 34
Tipos de violação:
a) Violação indireta:
VS
b) Violação Direta:
Conclua-se:
• Note-se que só fiscaliza inconstitucionalidades diretas;
• alínea a) art 281º
• Porque as hipóteses de inconstitucionalidade indireta são chamadas de
ilegalidade, para as quais há situações especificas previstas à al b), c) e d)
a) A ilegalidade sui generis por infração por norma de direito interno de normas de
Direito da União Europeia
b) A ilegalidade também sui generis por infração de normas dimanadas de órgão da
União Europeia ou de qualquer organização internacional de normas dos
respetivos tratados institutivos
c) A ilegalidade de normas regulamentares fora da hipótese contemplada na
Constituição ( infração direta de estatuto político-administrativo regional por
regulamento emanado de órgão de soberania ou de órgão regional)
Não são a decisão final, mas garantem uma solução em tempo útil para garantir a
utilidade da decisão futura.
Ex: querem demolir a minha casa, se a decisão so chegar aqui a 10 anos, é inútil a
decisão ser a meu favor se ela já tiver sido demolida. Assim, requere-se uma
providencia cautelar para se suspender a demolição
1. Não incide sobre quaisquer normas mas só sobre as normas mais mais
importantes à art 278º nº1
o convenções internacionais
o atos legislativos ( Leis, DLs e DLR)
Criticas :
• Prolonga demasiado o procedimento legislativo e o de conclusão de
convenções internacionais; q
• ue, feita logo após a aprovação dos diplomas envolve o risco de trazer o TC
para a praça pública, situação em que as conotações dos juízes com os partidos
que os propuseram, mais se observam
a) Veto político
o Razões políticas e não jurídicas, exclui a iniciativa da fiscalização preventiva
o AR pode superar lei vetada por inconstitucionalidade pelo PR com uma
maioria de 2/3
§ Art 136º nº2 à o PR é obrigado a promulgar naquela situação
o Mas isto não impede as seguintes fiscalizações de constitucionalidade
sucessiva na mesma;
§ Até porque, eventualmente, o TC pode mudar de opinião em
plenário
• As modificações têm que ser substanciais, caso não o sejam, incorrem fraude à
Constituição, é preciso obter maioria exigivel à confirmação;
o Geral à absoluta;
o 2/3 à leis orgânicas, leis sobre matérias tidas como politicamente
significantes;
o Paulo Otero considera esta situação absurda porque não teria sentido que
uma norma inconstitucional possa entrar em vigor
Artigo 280º
2. Cabe igualmente recurso para o Tribunal Constitucional das decisões dos tribunais:
d) Que apliquem norma cuja ilegalidade haja sido suscitada durante o processo
com qualquer dos fundamentos referidos nas alíneas a), b) e c).
• É sempre interposto pelas partes, para o fazerem têm que intentar uma
ação que invoque a inconstitucionalidade.
• É mais gravoso o Tribunal recusar aplicar a norma por ser
inconstitucional ou ilegal:
o artigo 280º nº 1
§ – inconstitucional – nº2 a) b) c)
2. Pode ser interposto não só pela parte vencida ( particular) como pelo
Ministério Público
4. Alguns casos só podem ser interpostos para o TC pela parte que questiona a
constitucionalidade
2. Declarar que o requerente não tem razão, dizendo que a lei é constitucional
o Art 280º b)
c) O Primeiro-Ministro;
d) O Provedor de Justiça;
e) O Procurador-Geral da República
O princípio do pedido:
• art 278º
• art 281º nº2 a)- f) à entidades que podem pedir a apreciação e a declaração de
inconstitucionalidade
a) Orgãos políticos
o Gozam de larga discricionariedade
o PR à ponderando diferentes interesses constitucionais e políticos, tem
que decidir, com vista à garantia do regular funcionamento das
instituições democráticas. ( art 120º)
o PM à pode exerce-lo quer antes da apreciação programa do Governo
pelo parlamento, quer estando o Governo demitido
o Representantes da República
c) Frações de titulares
o 1/5 dos deputados da AR
o 1/10 dos deputados das ALR
o Está ligada não propriamente a um intuito de defesa de posições politicas
mas de defesa de direitos de minorias que se inserem na prossecução do
interesse público no âmbito da democracia pluralista
ü Isto significaria que a lei antiga não vigorava desde o ano em que
foi declarado inconstitucional e que todos os seus efeitos seriam
válidos – ERRADO
• Uma lei inconstitucional é uma lei doente no ordenamento jurídico, porque não
respeita a CRP, a primeira das leis.
• À partida diríamos que um médico perante um doente deve dar o tratamento mais
eficaz para tratar a doença = declarar a lei inconstitucional retroactivamente
• Mas, se p.ex. um doente for alérgico a um remédio, o médico vai ter que ajustar
o tratamento (no final do dia, quer-se é que viva bem e o mais tempo possível)
Artigo 283º
Omissão:
• Entende-se a falta ( total ou parcial) de medidas legislativas necessárias
• Pode provir :
o da completa inércia do legislador
o da deficiente atividade do legislador
1. O próprio art 283º nº1 fala em não cumprimento da CRP e portanto justifica-se
uma interpretação extensiva do preceito
3. Nem sito redunda em desvalorização dos direitos sociais, até porque também
estes envolvem um vetor negativo carente de medidas de proteção.
O processo de fiscalização:
Ø Têm sido poucas as vezes em que foi exercida fiscalização por omissão em Portugal
A declaração de inconstitucionalidade com força erga omnes, não viola o art. 112º/5
CRP? Não é um facto com força de lei?
• Não, porque:
1. São ambas normais constitucionais
Eva Brás Pinho 143
Direito Constitucional
2. Não se trata duma lei ordinária que está a permitir, mas é sim a
própria CRP (no art. 282º/1 CRP)
1. Retroativo:
• o facto de uma lei ter sido revogada não impede a fiscalização abstrata
sucessiva, pois poderá ter produzido efeitos que importam.
• O artigo 282º nº1 estabelece a retroatividade para a fiscalização abstrata
sucessiva, mas também vale para a fiscalização concreta, pois, apesar de a letra
apontar apenas para a abstrata, atendendo à ratio, à teleologia do preceito, a
inconstitucionalidade é um vício originário (uma vez reconhecido deve ser
destruido – via conceptual) e, devido ao artigo 3o, a Constituição é a expressão
2. Repristinatório:
• se uma lei nova que revoga uma lei antiga é declarada inconstitucional,
faz ressuscitar a lei antiga (repristina), pois se todos os efeitos são
revogados, primeiro efeito que a lei nova produz é a revogação da lei antiga.
• Vale para a fiscalização abstrata e concreta sucessivas, pelas mesmas razões,
a primazia da Constituição não deve ceder temporalmente.
3. Inconstitucionalidade originária
• desde o momento em que é aprovada que é inconstitucional, logo, não muda
o ordenamento jurídico, mantém-se como estava – repristinação opera
automaticamente e não por nova intervenção legislativa.
4. Inconstitucionalidade superveniente
• começaram por ser conforme à Constituição, mas em virtude de uma
modificação desta é declarada inconstitucional, artigo 282º nº2.
• Produz efeitos para o passado desde o momento em que a lei se tornou
inconstitucional, não desde origem.
Inconstitucionalidades:
Artigo 6º
(Estado unitário)
1.Regiões administrativas:
• função administrativa
2.Regiões autónomas
Regra geral à aprovação do estatuto é por maioria simples à art. 116º CRP
É preciso ter presente que a categoria de leis de valor reforçado, acolhida no art.
112º/3 CRP, é uma forma composta que mistura noções diferentes:
• Por outro lado, as leis que apenas são de valor reforçado pelas seu
procedimento agravado de elaboração
o lei orgânica e lei que carece de aprovação por maioria de 2/3
o Estas podem ser agravadas não só pelo procedimento de aprovação, mas
também pelo procedimento de elaboração
Logo, seria inconstitucional uma qualquer lei que definisse ou mudasse tal
• Em 1976 a função legislativa regional foi delimitada à volta três requisitos que
deveriam ser observados quando se fazia um decreto legislativo regional:
1980 à o Estatuto dos Açores definiu de forma diferente à uma lei cuja razão de ser
impõe uma aplicação em todo o país
o Revisão de 1982: adoptou esta noção
1989 e 1987 à As regiões já não tinham de respeitar qualquer LGR, mas apenas os
princípios fundamentais da LGR
o E só tem de o fazer se a lei se autoclassificar como LGR
• Açores fizeram uma lista enorme de matérias de interesse específico que nunca
foi respeitado pelo TC
• Madeira inventava interesses específicos onde não existiam
Novo critério à a região pode legislar sobre aquilo que estiver estabelecido no
estatuto da região
• Estatuto dos Açores só surgiu depois de 2004 enquanto que o Estatuto da Madeira
surge antes de 2004
Quadro atual:
• É territorialmente delimitado?
Não vale também para os açorianos e madeirenses que não estão no território?
Não está na letra da lei.
• Estes 3 limites acabam por limitar pouco e podem levar as regiões a poderem fazer
coisas que não deveriam, o que leva à criação de outros critérios:
1. livre circulação
Eva Brás Pinho 152
Direito Constitucional
2. vinculações a tratados internacionais
Globalização é heterogénea e faz com que as fronteiras territorias tenham cada vez
menos relevância
3. Globalização económico- financeira
• Incremento do comercio internacional
• Aumento dos fluxos financeiros entre os diferentes estados
• Aumento das multinacionais que conseguem desmembrar-se por todo o mundo
• Poder dos privados à agências de ratings
• Ex: uma descida nestas agencias de ratings há uma descida no rating
da república e da constituição
Artigo 80º a)
Já não estamos a falar apenas da organização politica.
Falamos de uma constituição que pretende controlar toda a vivecnia em sociedade
Se o povo é quem mais ordena, então também este deve controlar a organização
económica.
Ø Por essa razão, as constituições hoje já não conseguem cumprir com aquilo a que se
propõe
Hoje em dia temos de ler os tratados da união europeia para que possamos
verdadeiramente compreender a material ordem económica em Portugal.
4. Globalização ambiental
• Problemas ambientais não se resolvem apenas dentro fronteiras dos estados
5. Terrorismo internacional
6. Mundo virtual internacional ( “poligamia do lugar”)
Artigo 87º
• Necessidade de interpretação restritiva
• Não chega o art 87º
• legislação portuguesa que o concretize para que o Estado Português controle a
entrada de uma empresa estrangeira europeia
• Tem um alcance relativo à pode resolver uma situação com uma empresa
extraeuropeia, mas se for europeia é impossivel
O desafio é olhar para o direito constitucional como ele é hoje e não como era a nível
histórico
CASO 42
I. Limitar o Poder
Ø Inglaterra ainda hoje não tem Constituição em sentido formal, num quadro
atualista de um modelo Ocidental.
• Passou a constar de uma lei, de um documento escrito (ou não, como por
exemplo: Inglaterra) à fonte específica da lei;
• Consta de uma lei autónoma à lei constitucional consta da Constituição, lei a
se, separada, autónoma;
• Lei fundamental à primeira das leis que tem primazia sobre todas as outras;
2. Uma constituição-quadro
Ø A Constituição é um quadro de ponderações, não regula apenas aspetos essenciais.
Ø Não dá respostas claras, embora as soluções tenham que ter fundamento na
Constituição está não dá as respostas.
Interpretação da Constituição:
I. Savigny:
V. Método científico-espiritual:
A Constituição é aberta
Ø Categorias de princípios:
Uma síntese:
Principios fundamentais do estado de direito
Segurança jurídica
Separação de poderes
Ideia de que a constituição é sustentada pela soberania popular
A constituição tem primazia e é a lei fundamental do país