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PERSONAGENS
 
Portolani Books Volume Dois: Misérias do Exílio
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 Personagens
Biografia Política Sumária

ALEGRE, Manuel de Melo Duarte Estas biografias


Poeta, antigo militante do PCP, exilou-se na Argélia em 1964 circunscrevem-se
depois de ter estado em Angola como oficial miliciano, onde uma basicamente a Argel.
conspiração com outros militares o levou à prisão na fortaleza de São
Miguel, em Luanda. Em Setembro daquele ano participou na IIIª ***
Conferência da Frente Patriótica, sendo eleito para a sua direcção.
Depois do desaparecimento de Humberto Delgado foi o principal
animador e locutor da rádio Voz da Liberdade, onde se notabilizou
em insultos ao general. A 25 de Fevereiro de 1965 com outros
indivíduos da Frente Patriótica, capitaneados por Tito de Morais,
tentou apropriar-se do arquivo e bureau da Frente Portuguesa de
Delgado, esbarrando no entanto na coragem de Adolfo Ayala.

ALMEIDA, Pedro Manuel Ramos de


Preso a 9 de Fevereiro de 1955 com Agostinho Neto e outros por
actividades no MUD-Juvenil. Como membro do Comité Central do
PCP, substituiu Pedro Soares na «Comissão Delegada» da FPLN em
Argel onde se destacou como um dos mais persistentes
perseguidores de dissidentes e opositor da luta armada preconizada
por Delgado. Devido à intervenção junto de Marcello Caetano, do seu
padrasto Abranches Ferrão, advogado da família Delgado, Ramos de
Almeida foi autorizado a entrar em Portugal antes do 25 de Abril para
prosseguir os seus estudos. Tornou-se o mais estridente apologista
da tese segunda a qual Delgado foi vítima de uma cabala
internacional inspirada pela CIA.

ALMEIDA, Zulmiro de
Médico psiquiatra, ex-assistente da Faculdade de Medicina do
Porto, desertou em Outubro de 1962 para Marrocos. Passou-se com
a mulher para a Argel ao saber da formação ali de um núcleo de
resistência anti-salazarista. Membro da FPLN e do MAR, signatário a
24 de Outubro de 1963 do apelo a Delgado para este se mudar
urgentemente do Brasil para a Argel, retirou-se para Orão quando
estalaram as lutas intestinas na Frente Patriótica. Regressou mais
tarde à capital e trabalhou na clínica psiquiátrica Ermitage até ao
golpe de Boumedienne.

ANDRADE, Mário Coelho Pinto de


Nacionalista angolano, ensaísta, estudou em Lisboa e foi aderente
do MUD-Juvenil. Em Paris, onde se refugiou em 1954, ligou-se a uma
célula do PCF. Em 1960, foi um dos fundadores do MPLA e seu
presidente até Julho de 1962, data da chegada de Agostinho Neto a
Léopoldville. Foi igualmente presidente da CONCP, cuja sede
funcionava em Rabat, Marrocos.

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ARRIAGA, Mário Alexandre de Carvalho


Membro influente de círculos oposicionistas em Roma. Estava
ligado ao dr. Ernesto Maria Bisogno e representava o general Delgado
naquela cidade. Acusado por muitos oposicionistas de informador da
PIDE, deve-se-lhe a carta dirigida a Delgado a tentar convencê-lo a
não ir a Badajoz.

AYALA, Adolfo Martins Dinis de


Militante anti-fascista desde os anos trinta. Fiel a Delgado,
acompanhou-o no assalto ao quartel de Beja e dentro da Frente
Patriótica jamais deu tréguas aos adversários do general. Opôs-se a
Tito de Morais, Manuel Alegre e outros de se apoderarem do bureau
e do arquivo da Frente Portuguesa depois do desaparecimento do
general. Seria preso pelas autoridades argelinas em Maio de 1965,
por instigação do grupo de Piteira Santos.

BEN BELLA, Ahmed


Antigo sargento do exército francês, tornou-se 1ª Presidente da
República argelina. Era um civil, participante da revolta de 1954.
Distinguia-se dos guerrilheiros do interior e dos «coronéis das
fronteiras» por não ser um arabizante. Foi deposto em 1965 por um
golpe militar liderado pelo coronel Houari Boumedienne, um
muçulmano ortodoxo.

BISOGNO, Ernesto Maria Bisogno


Médico que conseguiu os serviços do famoso clínico dr. Pietro
Valdoni para operar o general Delgado em Roma.

BRAGANÇA, Aquino de
Nacionalista goês. Director do Departamento de Cultura e
Informação do Secretariado Permanente da CONCP. Trabalhou na
imprensa argelina. As suas cumplicidades com a Frente Patriótica de
Piteira Santos foram estreitas. Envolveu-se directamente com eles
em campanhas de descrédito junto do governo argelino contra a
FLNA/GRAE.

BROTAS, António
Engenheiro electrotécnico, militante anti-fascista, manteve até ao
fim amizade com Delgado, apesar da sua condição de membro da
Frente Patriótica, nunca deixando de denunciar os adversários do
general depois do desaparecimento deste em Fevereiro de 1965. Não
teve qualquer responsabilidade na prisão de portugueses em Maio de
1965 em Argel. No julgamento do «caso Delgado», em Outubro de
1978, no 2º Tribunal de Santa Clara, em Lisboa, o seu testemunho
seria rejeitado por razões de «ordem técnica». Resta, porém, a
entrevista que deu ao Expresso a 21 de Outubro de 1978, p. 5-R,
onde revela ter lido em casa do general, em Argel, a seguir ao seu
desaparecimento, uma carta da autoria de Mário Alexandre de
Carvalho Arriaga, em que este instava Delgado a não ir a Badajoz.

CABEÇADAS, Ruy
Advogado, membro fundador da Frente Patriótica e da «Comissão
Delegada». Representante máximo do MAR na Argélia. Foi acusado
de vários delitos por Delgado. Um dos responsáveis pela prisão dos
portugueses em Maio de 1965.

CABRAL, Amilcar
Dirigente nacionalista, natural da Guiné-Bissau, engenheiro

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agrónomo, fundou o PAIGC.

CAMPOS, Arajarir Moreira de


Brasileira, secretária de Delgado. Esteve sempre ao lado do
general em todos os perigosos lances da luta anti-fascista, como no
caso da abortada revoltada de Beja, em que serviu de elemento de
ligação em Marrocos, Espanha e Portugal. Acompanhou o general na
sua última viagem, encontrando a morte junto dele.

CASTANHINHA, Amílcar Apolinário Cardigos Ramos


Médico, cedo alinhou com Delgado contra os dirigentes da Frente
Patriótica. Foi nomeado representante do general junto das
autoridades argelinas. Preso em Maio de 1965 por instigação de
dirigentes da Frente Patriótica.

CASTANHINHA, Maria Fernanda Marçal


Médica, esposa de Amílcar Castanhinha. Detida com o marido na
mesma ocasião.

CERQUEIRA, Henrique da Penha


Representante de Delgado em Marrocos. Seguindo as instruções
do general, anunciou o seu desaparecimento. Acusado pelos
dirigentes da FPLN de provocador e agente da PIDE, ninguém até
hoje conseguiu exibir provas materiais que o incriminem como
colaborador da ditadura fascista. É autor do livro Acuso.

CRUZ, Viriato Francisco Clemente da


Nacionalista angolano, poeta, com um extenso percurso de luta
clandestina no interior de Angola nos anos 40/50, refugiou-se na
Alemanha Democrática em 1958. Pertence-lhe o mérito de ter sido o
criador do MPLA em 1960 e seu secretário-geral até Maio de 1962.
Era maoísta. Acabaria por ser apeado por Agostinho Neto,
representante da linha pró-soviética; e expulso em Julho de 1963
por propor a integração do MPLA no GRAE, liderado por Holden
Roberto. Fez uma passagem efémera pela FNLA. Em 1964 passou a
viver em Argel, tentando articular com os seus homens em
Léopoldville as actividades do seu novo grupo, conhecido como «Ala
Nacionalista do MPLA». Colaborou na Révolution Africaine.

CURIEL, Henri
Comunista egípcio e inspirador do réseau Curiel, cuja actividade
junto dos movimentos de libertação de vários países o tornou
notório. Constava ter boas relações com o PCF e com a polícia
francesa. Quando Delgado rompeu com a Frente Patriótica, penetrou
na nova organização do general.

D’ESPINEY, Rui Manuel Pires de Carvalho


Ajudou a fundar a FAP. Com outros seus companheiros seria
denunciado como provocador nas páginas do Avante.

DELGADO, Humberto
General da Força Aérea portuguesa, candidatou-se pela oposição à
presidência da República em 1958. Refugiou-se na Embaixada do
Brasil em Janeiro de 1959 e, sob protecção diplomática, partiu para o
Rio de Janeiro em Abril desse ano. No exílio, assumiu a
responsabilidade pela captura do paquete Santa Maria, levada a cabo
a 22 de Janeiro de 1961 por Henrique Galvão e outros membros do
DRIL. Entrou clandestinamente em Portugal, em fins de 1961, para
tomar parte na revolta de Beja. Em Dezembro de 1963 é eleito

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presidente da Frente Patriótica de Libertação Nacional, com sede na


Argélia. Por desentendimentos com a corrente dominante, o PCP,
rompe com este partido e com a Frente em Setembro de 1964,
fundando a Frente Portuguesa. É assassinado perto de Badajoz a 13
de Fevereiro de 1965.

ERVEDOSA, Major
Major da Força Aérea portuguesa, desertou depois de missões em
Angola. Alinhando primeiro com Delgado, teve sob sua
responsabilidade a rádio Voz da Liberdade e os assuntos militares.
Mudou de campo e tornou-se adepto dos adversários de Delgado.

FANON, Josie
De origem francesa, naturalizou-se argelina. Viúva do psiquiatra e
escritor Frantz Fanon, exerceu a profissão de jornalista em Argel.
Graças à sua pronta intervenção junto do presidente Ben Bella,
conseguiu que este imediatamente mandasse libertar os portugueses
vítimas da cabala montada pela Frente Patriótica.

FERNANDES, António Marcelo de Sousa


Médico. Desertor do Exército português. Membro da FPLN em Argel.
Um dos signatários do apelo de 24 de Outubro de 1963 para o
general Delgado. Cedo entrou em conflito com os dirigentes da
Frente Patriótica e aderiu à FAP. Seria preso pelas autoridades
argelinas em Maio de 1965 por instigação de dirigentes da Frente
Patriótica.

FERNANDES, Joaquina de Sousa


Esposa do último, foi também militante da FAP e detida com o
marido.

FERREIRA, Fernando Echevarria


Poeta e apoiante do general Delgado, integrou a FPLN e o MAR,
mas politicamente não acompanhou Delgado quando este formou a
Frente Portuguesa. Retirou-se para Paris em 1965, não sem ter
deixado antes de tomar posição contra a Frente Patriótica,
denunciando a sua má fé no caso do desaparecimento de Delgado.

FIGUEIREDO, António Gomes Paula


Jornalista, apoiante de Delgado. Preso com outros portugueses em
Maio de 1965 por instigação de dirigentes da Frente Patriótica.

GOMES, Ruy Luís

Distinto professor de Matemática da Universidade do Porto.


Fundador do MUD e várias vezes preso por suas actividades anti-
salazaristas, foi cândidato à presidencia da República rem 1951 pelo
Movimento Nacional Democratico. Mais tarde exilou-se no Brasil.

GUERREIRO, Emídio
Exilado em Paris, foi representante de Delgado nessa cidade.
Rompeu com a Frente Patriótica por ocasião da IIIª Conferência.
Após o desaparecimento do general, foi dos mais activos em
incentivar um inquérito internacional. Viajou de Paris para Argel no
sentido de interceder pelos portugueses presos, no que seria
embaraçado pelo grupo de Piteira Santos.

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HARBI, Mohamed
Jovem político argelino, director do semanário Révolution
Africaine.

LANÇA, Carlos Alberto da Costa Hidalgo de Vilhena Correia


Militante anti-fascista desde a juventude em Portugal e Moçambique,
exerceu a profissão de jornalista em Argel. Não aderiu à Frente
Patriótica nem à Frente Portuguesa. O grupo de Piteira Santos tentou
a sua expulsão da Argélia, sem sucesso. Foi um dos quatro membros
do Grupo Revolucionário Português.

LANDEIRO, Jorge Fausto Mendes


Médico, membro da Frente Patriótica. Detido momentaneamente a
quando da prisão dos portugueses, foi libertado minutos depois ao
identificar-se como «patriótico».

MARQUES, José Moura


Desertor da Guiné, foi preso em Maio de 1965 por instigação de
dirigentes da Frente Patriótica.

MARTINS, Hélder
Médico, desertor da Marinha portuguesa. Originário de
Moçambique, aderiu aos elementos da CONCP que vieram a formar a
FRELIMO.

MORAIS, Manuel Alfredo Tito de


Engenheiro, com um longo itinerário na oposição anti-salazarista,
participou nas campanhas eleitorais de Norton de Matos em 1947 e
de Delgado em 1958 (em Angola, donde foi expulso pela PIDE em
1961). Membro fundador da Frente Patriótica e da Rádio Voz da
Liberdade, depressa entrou em conflito com o general, tornando-se
um dos seus mais ferozes adversários. Com o desaparecimento
deste em Fevereiro de 1965, procurou deitar mão ao arquivo e
bureau do general. Não conseguindo, a Frente congeminou a prisão
dos adeptos de Delgado ocorrida em Maio daquele ano. Representava
na Argélia a Acção Socialista da velha guarda republicana.

MORAIS, Maria Emília Tito de


Esposa do último, trabalhou no Ministério da Saúde argelino na
secção de colocação de pessoal.

MORGADO, José
Matemático e dirigente do MND Anti-salazarista de longa data,
também exilou-se no Brasil.

NETO, António Agostinho


Médico angolano, membro do PCP, desterrado para Santo
Antão/Cabo Verde em 1960. Evadiu-se de Portugal para Marrocos em
1962 com o apoio do aparelho clandestino daquele partido. Em Julho,
assumiu a presidência do MPLA por abdicação de Mário de Andrade.
Depois da Iª Conferência Nacional em Dezembro de 1962, expulsou
Viriato da Cruz (ex-secretário geral e criador do MPLA), juntamente
com outros militantes, provocando no movimento um profundo
«cisma político» que iria durar anos. Ao recusar a unificação do MPLA
com a FNLA proposta em Abril de 1963 pela Missão de Bons Ofícios
da OUA, perdeu a base de apoio que tinha em Léopoldville
transferindo o quartel-general do seu movimento para Brazzaville.
Recebeu directamente das mãos de Ben Bella em 1963 as chaves do

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bureau do MPLA em Argel.

NÓBREGA, Rui
Originário de Moçambique, exilou-se em Paris onde se filiou no
PCF. Simpatizante de tendências chinesas, foi membro do GPRL

PEQUENO, Joaquim Branquinho dos Santos


Estudante de medicina, exilou-se na Argélia onde esteve preso
durante um ano por envolvimento em actividades subversivas contra
o regime de Ben Bella. Aderiu depois à FAP.

PIRES, Hélder Veiga


Membro do MUD-Juvenil, foi preso em Maio de 1955. Cursava
Economia quando desertou para Inglaterra em 1961, passando ali a
integrar um grupo de democratas portugueses. Em Fevereiro de
1963 foi para a Argélia por sugestão de Patrícia Lança. Assinou o
apelo a Delgado a 24 de Outubro de 1963. Quando o general rompeu
com a FPLN, não o apoiou politicamente, mas a amizade entre
ambos não se desfez. Saiu da Frente de Piteira Santos em Maio de
1965, em sinal de protesto contra a prisão dos portugueses. Teve
indicações de que seria igualmente preso, mas Ruy Cabeçadas opôs-
se por ser do MAR.

RAPTIS, Michel (Pablo)


Grego, nascido no Egipto, dirigente da IVª Internacional
(trotskista). Depois da luta pela independência de Argélia na qual
participou activamente, foi nomeado conselheiro do presidente Ben
Bella. Protector da Frente Patriótica e da CONCP, fugiu da Argélia
com o golpe de Estado de Boumedienne em 1965.

RAZZAK, Emir Abdel Kader


Organizador de uma acção subversiva contra o regime de Ben
Bella em 1963.

ROBERTO, Holden
Nacionalista angolano, de etnia bakongo, líder da UPA/FNLA, a
única formação política com efectiva implantação em todo o território
de Angola desde os anos 50. Era apoiado pelo American Committee
on Africa, pela AFL-CIO e pela Igreja Metodista. Tinha igualmente na
Tunísia e em Habib Bourguiba um velho aliado. Em meados de 1963
formou o GRAE, com forte apoio norte-americano, argelino e
congolês, obtendo o reconhecimento da generalidade dos Estados
africanos. A Frente Patriótica de Piteira Santos, conivente com o
MPLA e a CONCP, não descansou enquanto não solapou o apoio que a
FLN e o governo da Argélia davam à FNLA/GRAE.

ROSA, Fernando Bettencourt


Originário de Moçambique, cumpriu ali a tropa como oficial do
exército. Exilou-se em Londres e depois na Argélia. Aderiu à Frente
Portuguesa e, na qualidade de adjunto de Delgado, recebeu deste a
incumbência de gerir os assuntos militares. Guardava a casa do
general quando se soube em Argel do desaparecimento deste último.
Levantaram-se dúvidas a seu respeito, mesmo entre os principais
correligionários de Delgado, e era tido como ligado ao réseau Curiel.
O general considerava-o um indivíduo de total confiança. Foi preso
em Maio de 1965 por instigação de dirigentes da Frente Patriótica.

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SANTOS, Eduardo Macedo dos


Médico angolano, um dos fundadores do MPLA. Na crise que se
seguiu à 1ª Conferência Nacional deste movimento em Dezembro de
1962, tomou o partido de Agostinho Neto. Negociou com o governo
argelino a abertura do bureau do MPLA em Argel.

SANTOS, Fernando António Piteira


Chegou a ser membro do Secretariado do Comité Central do PCP
em meados dos anos 40. Foi expulsou desse órgão em 1948 por
mau comportamento na polícia, tendo revelado os nomes de todo os
membros do CC. Contudo, só foi expulso do partido em 1951, agora
por motivos ideológicos. Foi acusado de propagar as ideias de Tito
de Jugoslávia e do dirigente comunista americano, Earl Browder.
Continuou activo nas fileiras anti-salazaristas e refugiou-se em
Marrocos no Verão de 1962. Principal fundador da FPLN, conseguiu,
através da CONCP e de Pablo-Raptis e Jacques Vergès, a aceitação
deste organismo pelo governo Argelino. Foi um dos mais
intransigentes opositores de Delgado.

SANTOS, José Joaquim Hipólito dos Economista, redactor da


Seara Nova, preso 18 meses por participação no levantamento de
Beja e dirigente da JAPPA. Um dos quatro signatários do Apelo a
Delgado de 28 de Outubro.

SANTOS, Marcelino dos

Dirigente nacionalista moçambicano, sociólogo, um dos fundadores


da CONCP. Amigo pessoal do rei Hassan II de Marrocos. Entretinha
estreitas cumplicidades com os dirigentes da Frente Patriótica, seus
aliados naturais. Criou a FRELIMO em Dar-es-Salam com Eduardo
Mondelane.

SEABRA, Alzira Sousa Franco de Carvalho


Advogada, esposa de José Augusto Seabra.

SEABRA, José Augusto Baptista Lopes


Advogado, poeta e ensaísta. Membro do MUD-Juvenil e militante
do PCP, foi julgado no tribunal Plenário do Porto em 1956. Exilou-se
em Paris e Moscovo antes de ir para a Argélia. Aqui integrou a Frente
Patriótica e o MAR. Em Março de 1965 tomou posição contra um
comunicado da FPLN, denunciando as suas contradições e má fé.

SILVA, José Ferreira da


Topógrafo. Dizia ter participado em Angola na campanha presidencial
de Humberto Delgado. Foi um dos portugueses preso em Maio de
1965 pelas autoridades argelinas.

SILVA, Américo Nunes da


Originário de Moçambique, exilou-se em Paris e depois na Argélia.
Foi um dos quatro membros da GRPL.

SILVA, Manuel Sertório Marques da


Advogado e amigo do general Delgado no Brasil onde se
encontrava exilado. Representante do general na Iª Conferência da
Frente Patriótica, foi eleito membro da «Comissão Delegada». Dias
depois de chegar a Argel, chamado por Delgado, assistiu à IIIª
Conferência e aderiu aos adversários do general.

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SOARES, Pedro
Participou em 1941 com Álvaro Cunhal e outros na reorganização
do PCP. Detido em 1942, esteve preso no Tarrafal até 1946.
Seguiram anos de clandestinidade, prisão e exílio. Foi o primeiro
representante do CC do PCP na «Comissão Delegada» da FPLN em
Argel até ser substituído por Ramos de Almeida. Morreu junto com a
mulher num acidente de automóvel ocorrido no dia 10 de Maio de
1975 próximo de Lisboa.

VALENTE, João de Moura Pulido


Médico e militante do PCP até juntar-se à FAP. Partiu de Argel no
Outono de 1964. Entrou clandestinamente em Portugal e foi
denunciado pelo Avante, órgão do PCP.

VAZ, Manuel Fernandes


Desertor do exército português em Moçambique. Apoiante de
Delgado, foi vítima da Frente Patriótica, passando alguns dias,
incomunicável, na prisão.

VERGÈS, Jacques
Advogado francês de origem franco-vietnamita. Militante do PCF,
tornou-se mais tarde publicamente maoista. Figura importante entre
apoiantes franceses dos nacionalistas argelinos. Rival ideológico de
Pablo-Raptis, também patrocinou a aliança entre a CONCP e os
futuros dirigentes da Frente Patriótica. Foi um dos principais
conselheiros de Ben Bella e o primeiro director da revista Révolution
Africaine, funções que desempenhou durante poucos meses.

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