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Humberto Delgado

A este se chama o General sem medo, viveu num período crítico da política
portuguesa, quando Salazar não admitia oposição ao seu pensamento. Nascido em
Torres Novas, a 15 de maio de 1906. Filho de um militar de carreira. Seguiu também o
curso das armas em instituições militares. Surgiu como adjunto militar da legião
portuguesa em 1938. ( Participou no movimento militar de 28 de maio de 1926,
que derrubou a República liberal e abriu portas à ditadura). Nos anos de 41 a 43 foi o
representante português nos acordos secretos com o governo inglês sobre as bases
dos Açores. Fundou a TAP ( Transportes Aéreos Português). Representou
Portugal, no Canadá, na Organização Internacional da Organização Civil. Esta figura
carismática e ímpar da História de Portugal, também caracterizada como um patriota
dedicado, trouxe milhares de pessoas para a rua entusiasmadas com a possibilidade de
mudança. A verdade é que era um grande opositor do Regime de Salazar. Aquando da
sua estadia nos Estados Unidos, os seus pensamentos acerca da política portuguesa
foram encarados de uma forma rígida. É então em 1958 que disputa as eleições
presidenciais com o candidato da união nacional - Américo Tomás. “Quem é
geralmente de Ordenado, vota no Delgado. Queres estar como estás, vota no Tomás.
Queres um Portugal diferente, vota no Vicente” -> estas eram as votações feitas nas
turmas do Liceu de Pedro Nunes, onde ganhava sempre Delgado. Este ficou bastante
conhecido pela sua ilustre frase “Obviamente, demito-o!”, numa conferência de
imprensa da campanha eleitoral. Esta frase terá sido a resposta deste destemido
General quando questionado sobre o futuro político de Salazar. Foi devido a esta
coragem, a esta força de vontade por parte de Humberto Delgado que ficou conhecido
como o “General Sem Medo”, a vontade de recuperar o país, falando assim de
liberdade num tempo em que essa palavra era como um pecado capital através da
propaganda e organizando comícios, desafiando assim o Ditador. Diz-se que Salazar
tinha respeito por esta personalidade, por este ser demasiado direto. Humberto perde
as eleições, com quase 25% dos votos, devido ao controlo do Governo, apesar da sua
campanha animada que percorreu o país. Um dos momentos mais altos da campanha
ocorreu no Porto, a 14 maio do mesmo ano. O general é recebido de milhares de
pessoas apesar da forte vigilância e da forte presença de forças polícia. Quando
regressa a Lisboa, é recebido com uma enorme manifestação de apoio na Estação de
Santa Apolónia, a Polícia ousa de grande violência. O ano de 1958 ficou conhecido
como o ano do “ Furação Delgado”- Foi a primeira vez que, em ditadura, um homem
enfrentou o Sistema. Após esta derrota, cai em desgraça e é punido e exila-se no
Brasil. No fim, a sua coragem haveria de lhe custar a vida, por apresentar-se como uma
ameaça para o Regime é atraído para uma cilada a 13 de fevereiro, onde foi
assassinado em 1965 pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), em
Espanha. Esta cilada consistiu na viagem clandestina de Humberto para Badajoz,
convencido de que iria conhecer os seus supostos aliados. A morte de Humberto
Delgado demonstra a falsa moralidade do Regime.
Trabalho Realizado por Inês Galhardo nº14 12ºH

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