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Lucas Pinheiro (nº10) | Mateus Sëgur (nº11) | 2º EM

Análise da Obra ‘’Triste Fim de Policarpo Quaresma’’


Matéria: Literatura | Professor Douglas
Triste Fim de Policarpo Quaresma
Triste Fim de Policarpo Quaresma é um romance
brasileiro, muito considerado como o ‘’mais expressivo’’
representante do movimento pré-modernista; escrito por
Lima Barreto (1881-1922), um escritor brasileiro, que
tinha a alcunha de “o romancista da primeira república. ”
Lima foi um importante escritor da escola literária Pré-
Modernismo, período da história anterior à Semana de
Arte Moderna.
Triste fim de Policarpo Quaresma foi publicado no ano de
1915. Nessa época, poucos dominavam a habilidade de
ler e escrever no Brasil, (pesquisadores dizem que apenas
cerca 10% cento da população).
Contexto Histórico
De 1500 a 1808, eram proibidos livros editados no Brasil,
e as pessoas ‘’comuns’’ também eram proibidas de tê-los
em casa; apenas em 1808, quando Portugal foi atacado
pelos franceses e o rei refugiou-se no Brasil, é que os
livros se tornaram realidade no país.
Até a independência, em 1822, só os burgueses podiam
se graduar médicos, advogados ou engenheiros (ou fazer
qualquer outro curso universitário), porque era
necessário o estudo na Europa, muito além da condição
financeira dos cidadãos da sociedade na época.
O livro é composto por três partes, divididas em cinco
capítulos.
A obra narra a história de Major Quaresma, um patriota
de bom caráter, porém, um tanto quanto inocente, que
almeja mudar a estruturalmente o país, com foco no
setor agrário.
O narrador é onisciente, em terceira pessoa, que em
alguns trechos passa a ser autor e comentarista ao
mesmo tempo, sinalizando e sintetizando pontos
importantes, demonstrados quando se apresentam
elementos provenientes da análise política do período
histórico no contexto do qual se desenrola a história do
protagonista.
A história ocorre no Rio de Janeiro, capital brasileira na
época, em meados dos anos pós-proclamação da
República, mais explicitamente durante o ‘’governo do
mal’’ (Floriano Peixoto tem presença como personagem).
A obra analisa a sociedade brasileira da época, com a
grande crítica focando sobre o meio político do país.
Lima Barreto busca evidenciar temas como as injustiças
sociais, a burocracia, os interesses pessoais e políticos, e
outros menos explícitos na obra.
Algumas guerras também, que obviamente ocorreram,
são citadas, por exemplo:
 A Revolta da Armada.
 A Guerra do Paraguai.
 Revolução Federalista.
História
O romance conta a história de Policarpo Quaresma, um
funcionário público que aspira dar mais valor a tradição
do país.
A história se desenrola ao final do século XIX, no Rio de
Janeiro; onde Quaresma é o subsecretário do Ministro de
Guerra; uma de suas atitudes é encarregar ao Ministro o
reconhecimento da língua tupi, como língua nacional
oficial, graças a sua intensa postura nacionalista (segundo
ele, os verdadeiros brasileiros são os povos indígenas).

Após isso tudo, Quaresma é julgado louco e fica um


tempo internado. Nesse período Olga, seu compadre e o
professor de violão, Ricardo Coração dos Outros, que
eram ambos de acordo com seus ideais, são os únicos a
fazerem visitas.
Deixando o hospício após a alta, ele decide se separar da
sociedade e passa a viver num recinto. O local ficou
conhecido como “Sítio do Sossego” se situava na cidade
de Curuzu no interior do Rio de Janeiro.

Mesmo que o conceito inicial fosse associado a plantação


e a dedicação ao meio rural, com o passar do tempo ele
foi se aproximando de algumas pessoas.
Daí então, Quaresma se depara políticos da região.
Durante a Revolta da Armada, ele viaja a até então
capital, na intenção de apoiar o governo de Marechal
Floriano em confronto com a Marinha nacional.
Porém, ele acaba indo parar na prisão. Desiludido com a
falta de nacionalismo da população, Quaresma descobre
na imagem do presidente ditador malvado e totalitarista,
assim, é indiciado de traição por Marechal Floriano.
Quaresma é enfim preso e condenado à morte por
fuzilamento.

Relação com o movimento


Aos Pré-Modernistas interessavam assuntos do
cotidianos e suas obras tinham clara identidade social.
Lima Barreto retratava a população mais pobre, menos
favorecida do Rio de Janeiro.
Opostamente dos Realistas e Naturalistas, dos
Parnasianos e Simbolistas, que procuravam retratar o
‘’homem genérico’’ e ‘’sua condição’’, o Pré-Modernismo
se baseava pela realidade, de fato, dos brasileiros.

Atualidade
As manifestações feitas pelas pessoas menos favorecidas
são muitas vezes tratadas como vandalismo pelas elites.
Isso pode ser visto explicitamente na obra "Triste Fim de
Policarpo Quaresma" que tentando reivindicar pautas,
como a língua nativa do país, foi motivo de chacotas e
ridicularizado.
Desde tempos atrás, como no período da Revolta
armada, conforme a obra, a autoridade intervém nas
revoltas populares, com reações bárbaras como a pena
de morte para quem se opor a sua ideologia, essas
contrarreações são atirar nos manifestantes, jogar spray
de pimenta, tais quais atitudes da Ditadura que o Brasil já
enfrentou, o que mostra claramente que a reação das
autoridades a seu favor contra as pessoas não acontece
desde hoje, mas desde muito tempo na história do país.

Policarpo na obra faz pedido ao governo: investimentos


para a agricultura e não é correspondido, havendo então,
atos contrários aos que inicialmente desejava, e hoje isso
ainda ocorre; por exemplo: no sertão, há a necessidade
de investir em sistemas de irrigação em locais onde há
estiagem, seca, porém, infelizmente não há a
reciprocidade entre população-estado.

É clara a continuação ao longo da história a repreensão


feita pelo governo sob a população (quando ela tenta
mostrar a realidade), que não há a preocupação de seus
representantes com a sociedade, que é muitas vezes
distorcida pelos veículos de mídia por ordens corruptas.
Dessa maneira, é perceptível que sempre haverá a
decepção da sociedade perante ao governo.

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