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A Constituição não escrita é o conjunto não codificado de normas sobre o poder político,
umas escritas e outras consuetudinárias, existentes antes da implementação do
constitucionalismo moderno, pela Revolução americana de 1776, pela Revolução
francesa de 1789 e, em Portugal, pela Revolução liberal de 1820.
Trata-se de constituições materiais que regulam o poder, bem como as relações entre o
poder e os membros da comunidade, impondo direitos e deveres para ambas as partes.
O Reino Unido é apontado como paradigma da constituição não escrita, uma vez que
não aderiu ao movimento codificador dos séculos XVIII-XIX, dispensando a solenização
dos seus dispositivos sobre o poder político e os seus limites num único documento
constitucional formal, aprovado em assembleia constituinte.
O seu substrato constitucional radica em costumes ancestrais e diversos textos escritos
de essência constitucional, desde a Magna Carta até às várias leis de conteúdo
constitucional aprovadas ao longo dos séculos.
Poder moderador
O poder moderador, teorizado por Benjamin Constant, consiste num quarto poder que
foi acrescentado à separação clássica de poderes, de forma a garantir uma certa
autoridade arbitral do monarca no sistema político constitucional, deixando de chefiar
o poder executivo, o qual estava subordinado à Constituição e à lei.
Entre as prerrogativas do poder moderador constava o poder de veto legislativo e o
poder de dissolução parlamentar, bem como o poder de nomear e demitir o Governo.
Foi pela primeira vez instituído na Constituição brasileira de 1824, passando para a Carta
Constitucional de 1826, e, caracterizando, hoje, os poderes do Presidente da República
na Constituição de 1976.
Princípio da laicidade
Laicidade quer dizer Estado laico, ou seja, Estado onde não existe religião oficial, sendo
o Estado neutro em matéria religiosa, existindo liberdade religiosa e separação entre o
Estado e as igrejas.
Os principais corolários da laicidade do Estado surgem plasmados na Constituição, não
somente no princípio nuclear da separação entre o Estado e as igrejas – artigo 41º/4 –,
mas também na não confessionalidade do ensino público – artigo 43º/3 – na proibição
de beneficiar ou prejudicar alguém em função das suas convicções, crenças ou práticas
religiosas, ou falta delas – artigo 41º/2 – na proibição de os partidos políticos adotarem
nomes e símbolos religiosos – artigo 51º/3.
A laicidade do estado não tem a ver somente com a autonomia e neutralidade do estado
face às religiões, mas sim em relação a qualquer sistema de mundividências de natureza
fisiológica ou ideológica. Pelo que a laicidade do estado é tanto uma garantia básica da
liberdade religiosa como da própria liberdade de consciência, impedindo a existência de
posições oficiais em matéria de religião, convicções filosóficas, ideológicas ou
doutrinárias.
Lei orgânica
As leis orgânicas são leis ordinárias de regime especial e de valor reforçado, não sendo
leis constitucionais. Só existem em matérias de competência exclusiva da Assembleia da
República e estão vinculadas ao princípio da tipicidade, só o sendo aquelas que a
Constituição considerar como tais – artigo 166º/2.
A Constituição delimita o seu universo através de dois critérios, a matéria e o
procedimento.
As matérias sujeitas a lei orgânica são, em geral, de importância político-institucional
especialmente relevante.
No que respeita o procedimento legislativo de elaboração e aprovação destas,
apresenta especificidades: a votação na especialidade da maior parte das leis orgânicas
é feita no plenário e não em comissão – artigo 168º/4; têm de ser aprovadas por maioria
absoluta dos deputados em efetividade de funções – artigo 168º/5 – e em alguns casos
exigem maioria de 2/3 – artigo 168º/6; a sua confirmação após veto presidencial carece
da maioria de 2/3 dos deputados presentes, desde que superior à maioria absoluta dos
deputados em efetividade de funções – artigo 136º/3; a sua fiscalização pode ser pedida
pelo Presidente da República, bem como pelo Primeiro Ministro ou um quinto dos
deputados em efetividade de funções – artigo 278º/4.
Sendo leis reforçadas têm de ser respeitadas por outras leis sob pena de ilegalidade
reforçada, cujo regime se aproxima da fiscalização da constitucionalidade, sendo
competência do Tribunal Constitucional.
Revisão constitucional extraordinária
A Constituição, além de poder ser revista a título ordinário decorridos cinco anos sobre
a última revisão ordinária – artigo 284º/1 – pode ser objeto de revisão extraordinária
em qualquer momento, desde que desencadeada por decisão de uma maioria de 4/5
dos deputados em efetividade de funções – artigo 284º/2. De destacar que as revisões
extraordinárias não interrompem a contagem do quinquénio necessário para a retoma
do poder de revisão ordinária.
Estas reuniões só se justificam em caso de urgência e a sua convocação deve indicar as
normas a rever na Constituição.
Uma vez deliberada a assunção de poderes de revisão extraordinária, o procedimento
de revisão é aberto pela apresentação de qualquer projeto de revisão, devendo os
demais ser apresentados no prazo de 30 dias, tendo as alterações constitucionais de
obter uma maioria de 2/3 dos deputados. Não existe prazo para a conclusão do
procedimento, mas este caduca com o termo da legislatura.
As leis de autorização legislativa são leis através das quais a Assembleia de República
delega competências legislativas da sua reserva relativa – artigo 165º - a outro órgão,
passando este ater competência legislativa para emanar atos normativos com força de
lei.
No nosso ordenamento constitucional há dois tipos de leis de autorização: as leis de
autorização ao Governo e as leis de autorização às assembleias legislativas regionais.
Ao conceder a autorização de legislar a Assembleia da República não perde o poder de
legislar sobre as mesmas, podendo a todo o tempo revogar a autorização legislativa
concedida.
A concessão legislativa limita-se às matérias de reserva relativa da competência
legislativa da AR – artigo 165º - nunca podendo ser concedidas no âmbito de reserva
absoluta da competência legislativa da AR – artigo 164º - sob pena de
inconstitucionalidade orgânica, sendo desnecessária em matérias concorrentes, onde o
Governo já possuí competência legislativa originária – artigo 198º/1/a.
Constituição material
Constituição de Cádis
Moção de censura
As leis de base são leis que se limitam a definir aos opções político-legislativas
fundamentais, cujo desenvolvimento legislativo será deixado ao Governos e às
assembleias legislativas regionais.
Consagram os princípios vetores de um regime jurídico, o parlamento traça a moldura
dentro da qual o Governo vai exercer os seus poderes legislativos, através de decretos-
lei de desenvolvimento.
As leis de base gozam de poder legislativo reforçado, nos termos do artigo 112º/3 CRP,
sendo ilegais os decretos-leis ou decretos legislativos regionais que as infrinjam.
Regiões autónomas
Feito depois da norma entrar no ordenamento jurídico, antes de ser promulgado como
lei ou decreto-lei, à posteriori.
Efeitos: a norma não se aplica ao caso sub judice (ao caso em concreto), mas mantêm-
se plenamente em vigor, podendo vir a ser aplicadas em outros casos submetidos a
julgamento
Fiscalização preventiva