Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Início do constitucionalismo
Carta Constitucional 1820 - monarquia parlamentar
3 poderes:
Legislativo - cortes1, com sanção do rei (poder de veto2)
Judicial - juízes
Executivo - rei
1
- assembleia única
corte representativa - membros eleitos por 2 anos
2
- poder de veto suspensivo - volta para as cortes
cortes - assembleia única
voto era censitário- - não era acessível a toda a população - homens
de alguma prestígio social
4
- Por qualquer razão, quando não eram aprovadas as leis, o governo demitia-se. A
desconfiança no presidente causa uma necessidade de reforço no poder executivo, que
salvaguarde e impeça a instabilidade política no regime vigente no período seguinte.
Constituição de 1933
Poder Executivo forte
Regime político autoritário
Antiparlamentar e antipartidário
Poder Constituinte
19/10/22
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Todas as matérias que assegurem o poder político - Matérias com dignidade funcional
Constituição
Instrumental
Constituição
Formal
Constituição
Material
Critério de Revisão Constitucional
1. Tipos de constituições
Flexíveis - aquelas que podem ser revistas com o mesmo processo adotado para a
elaboração de leis ordinárias. Não há um processo específico para alterar as leis ordinárias.
Rígidas - aquelas que só podem ser modificadas mediante um processo específico nelas
previsto e distinto do processo legislativo ordinário.
Ex.: Constituição da República portuguesa art.º 284º-289º
Semi-rígidas - aquelas que, em certa parte, podem ser revistas por um processo análogo
ao legislativo ordinário e noutra parte só mediante um processo específico.
1º) iniciativa
2º) discussão
3º) votação
4º) aprovação
5º) assinatura
6º) promulgação
7º) referenda ministerial
8º) publicação
Eleições
Maioria simples – Ganha quem tiver maior nº de votos independentemente da
percentagem. Art.º 116º
Maioria absoluta – Vitoria com % igual ou superior a 50% +1.
Maioria qualificada – Exige nº de votos superior à maioria absoluta.
Geralmente cita-se ⅔ ou 3/5 dos deputados em efetividade de funções - Art.º 286
4. Conteúdo
A atual constituição pode ser classificada através do seu conteúdo como utilitária e ideológica-
programática.
Utilitária - Regulamenta apenas o poder e os direitos - faz o mínimo e essencial para regular
os direitos fundamentais.
Completude:
Normas Exequíveis
Constitucionais Não exequíveis
Eficácia:
Rígida
Percetivas Aplicação direta Exequíveis ou não exequíveis
Normas
Constitucionais Programáticas Aplicação diferida Não exequíveis
Flexível
25/10/22
Carta Constitucional 1826 - é carta e não constituição porque é o rei que ao escrever a
carta limita o seu próprio poder.
Caso Prático IV
O Governo português, invocando o seu direito de iniciativa legislativa, entregou na Mesa da
Assembleia da República uma proposta de lei de revisão do atual texto constitucional. Das
modificações propostas destacam-se as seguintes: a vontade de alterar o sistema eleitoral
proporcional utilizado nas eleições legislativas e substituí-lo por um sistema eleitoral
maioritário, a intenção de alterar o número de votos necessários para a aprovação de um
pedido de revisão constitucional extraordinária. Confrontados com esta proposta de revisão,
os partidos da oposição reagiram prontamente alegando que ela contém vários atropelos ao
texto constitucional.
Resposta
Incluir na resposta a definição de governo art 182-201, e mencionar a sua soberania art 110
definir assembleia da república, art 147-181, mencionando também a sua soberania art 110
governo pode ter iniciativa legislativa - art 197 n1 d), no entanto não pode ter iniciativa para
uma revisão constitucional, apenas podem os deputados art285 n1
propostas apresentadas não podem ser aceitas porque:
1. 288º/ h) - elementos essenciais para assegurar a democracia
2/11/22
Sistema de governo
1
2
3
1 Parlamentar
2 Presidencial
• O Chefe de Estado exerce poderes importantes. Ausência de responsabilidade política do
Executivo perante o Parlamento.
• O Chefe de Estado é eleito por sufrágio universal e normalmente direto.
• O Chefe de Estado pode formar livremente o seu Governo, não respondendo nenhum deles
perante o Parlamento, mas apenas perante o país.
• Não existe dualidade Presidente da República/Primeiro-Ministro, porque o Chefe de Estado
é simultaneamente Chefe de Governo.
• O Chefe de Estado dispõe de veto suspensivo em relação às leis do Parlamento.
• O Presidente da República não dispõe de poder de dissolução do Parlamento
3 Semi-Presidencial
• Caracteriza-se pela convergência das duas influências: parlamentar e presidencial.
• O Chefe de Estado é politicamente ativo.
• O Governo é politicamente responsável perante o Parlamento
• O Executivo depende simultaneamente do Presidente da República e do Parlamento:
necessita da confiança de ambos os órgãos. E, sendo ambos estes órgãos eleitos por
sufrágio universal, pode conduzir a uma situação em que o Parlamento disponha de uma
maioria contrária à do Presidente, tudo depende das relações entre os partidos e o sistema
eleitoral em vigor.
• Função Legislativa
Assembleia da República – Art.º 161º, 164º e 165º
Governo – Art.º 198º
Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas – Art.º 227º e 232º
• Função Administrativa
Governo – Art.º 182º e 199º
Governo regional e Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas – Art.º 232º
Autarquias locais – Art.º 235º
• Função Judicial
Tribunais – Art.º 202º
• Função Politico-governamental
Presidente da República – Art.º 133º a 138º
Assembleia da República – Art.º 161º a 163º
Governo – Art.º 197º
Governo Regional e Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas – Art.º 232º
3/11/22
Ilegalidade/ Inconstitucionalidade indireta – uma lei ordinária viola outra lei ordinária
que lhe é hierarquicamente superior.
Orgânicas – matéria que tratam, descritas no art. 166º al 2. Processo legislativo próprio. Tem
de ser aprovada por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções. Se esta lei
for vetada pelo presidente da república, a assembleia da república pode superar este veto se
tiver maioria de 2/3 e supere a maioria dos deputados em funções (art 136 n3). Tem valor
reforçado (art. 112/ 3)
Leis de base – fixam apenas os princípios gerais do regime jurídico de determinada matéria
(art.º 112º/ 2) (art.º 227º/ 1, al. c) compete à Assembleia da República fazer os princípios
gerais de determinado processo jurídico. (art.º 165º al. f, g, n, t, u, z). São desenvolvidas pelo
governo, através de decretos-lei de desenvolvimento, uma vez que desenvolve as bases -
previsto no art.º 198º/ 1, al. c + 198º/ 3. Se for contrário, é uma ilegalidade – vai contra a lei
ordinária que lhe é hierarquicamente superior (inconstitucionalidade indireta).
Leis de autorização legislativa – as matérias sobre as quais o governo pode legislar com a
autorização da assembleia da república são as do art.º 165º e 161º, al. d).
Discussão – 168º/ 1 e 2
Discussão na generalidade → Votação na generalidade (Plenário)
Discussão em especialidade → Votação na especialidade (Comissão especializada na
razão da matéria)
As leis de revisão são sempre analisadas pela comissão especializada
As leis orgânicas são votadas no plenário art 68 4 e 5
Decreto lei - vai para o concelho de ministros art 200 al d
Aprovação
Maioria necessária para aprovar maior parte das leis – maioria simples – artº 116º/ 3
Exceções por exemplo leis de revisão, têm de ter maioria de 2/3 de deputados em
efetividade de funções – art 286º
Decreto-lei – vai para um órgão com competência legislativa específico
1 - A eficácia jurídica dos atos a que se refere a presente lei depende da sua publicação no Diário da República.
2 - A data do diploma é a da sua publicação, entendendo-se como tal a data do dia em que o Diário da República se torna disponível no sítio da Internet
gerido pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S. A.
3 - Com respeito pelo disposto no número anterior, a edição eletrónica do Diário da República inclui um registo das datas da sua efetiva disponibilização no
sítio da Internet referido no mesmo número.
4 - O registo faz prova para todos os efeitos legais e abrange as edições do Diário da República desde 25 de abril de 1974.
5 - A edição eletrónica do Diário da República faz fé plena e a publicação dos atos através dela realizada vale para todos os efeitos legais, devendo ser
utilizado mecanismo que assinale, quando apropriado, a respetiva data e hora de colocação em leitura pública.
6 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, os exemplares impressos do Diário da República podem ser objeto de autenticação da sua conformidade
com a edição oficial eletrónica, nos termos legais aplicáveis.
Competência legislativa
Governo produz decretos-lei de:
Competência própria
Exclusiva (art.º 198º/ 2)
Concorrencial (art.º 198º/ 1, al. a)
Competência relativa
Autorizada (art.º 198º/ 1, al. b) no uso de autorização legislativa - DL autorizado
Decreto lei de desenvolvimento – relação direta com leis de base
Abstratamente – a norma pode nem estar em vigor, os casos são fiscalizados sem nenhum
exemplo
Concretamente – a norma é analisada em relação a um caso concreto, se é ou não
constitucional
Caso seja verificado que uma norma seja inconstitucional, os efeitos podem ser:
Gerais – aplicado a todos os casos
Particulares – aplicado apenas naquele caso em concreto
Formal – a forma do ato normativo é diferente do que está constitucionalmente previsto – falta
de forma, ou formalidade, ou a prática desta
Orgânica – ato é feito por um ato que não tem competência para tal
Total – aplicada a todo o diploma
Parcial – aplicada apenas a uma parte do diploma
Originária – a norma já nasce inconstitucional
Superveniente – a norma era constitucional, passa a ser inconstitucional por entrar em vigor
uma revisão constitucional
Veta politicamente – 136º e 223º pr considera momento inoportuno para aquele diploma
– veto suspensivo – desistência, alteração ou reaprovação do diploma (AR) / governo só pode
desistir ou alterar o diploma
Veta juridicamente – envia para o tribunal constitucional
Caso prático 4 – sistema de governo
Em primeiro lugar, definição de presidente da república, governo e assembleia da república.
Presidente da república, segundo o artigo 120º da crp, define-se como o representante
máximo da república portuguesa, que garante a independência nacional, a unidade do estado
e regula o funcionamento das instituições democráticas, fazendo dele comandante supremo
das forças armadas. Nas suas competências, estabelecidas do artigo 133 ao 135 da crp,
salienta-se o poder de promulgação e veto (artigo 136º), ao qual compete ao presidente da
república promulgar as leis que a ele chegam através da Assembleia da República. Assim
ditado no artigo 136º/ 5, o presidente assume o poder de veto segundo os artigos 278º e 279º,
assegurando a fiscalização da constitucionalidade.
Assembleia da República, segundo o artigo 147º da crp, entende-se como a assembleia
representativa de todos os cidadãos portugueses, visto que é composta por um mínimo de
180 deputados e um máximo de 230, eleitos por estes cidadãos (art 148º). No artigo 161º e
163º estão estabelecidas as competências da assembleia da república, no entanto, a par do
presidente da república, a assembleia tem também competência de fiscalização de
inconstitucionalidade, segundo o artigo 162º. À Assembleia da república estão reservadas
competências legislativas, as quais podem passar para o Governo caso esta autorize,
estando estabelecidas no artigo 165º. É a este órgão que compete a iniciativa de lei, segundo
o artigo 167º.
Governo, decretado no artigo 185º, é o órgão de condução política geral do país e o órgão
superior de administração pública. Dentro das suas competências, estabelecidas nos artigos
197º a 199º, salienta-se a sua competência legislativa, visto que, para além das competências
autorizadas pela assembleia da república já referidas anteriormente, a este está reservada
competência sobre a elaboração de decretos-lei sobre matérias não reservadas à
assembleia, e sobre leis de bases e regimes jurídicos; sobre a sua própria organização,
apenas ele pode legislar.
Segundo as definições já apresentadas, o presidente da república pode, segundo o artigo
133º, al. g), demitir o governo. No entanto, no caso prático apresentado, indo contra o
estabelecido na remissão ao artigo 195º/ 2, o governo apenas pode ser demitido, ouvindo-se
o conselho de estado e assegurando o bom funcionamento das instituições políticas. Como
no enunciado não há nenhuma menção ao conselho de estado, deverá se considerar que
este não foi ouvido, declarando-se incorreto no ponto de vista jurídico-constitucional.
Previsto no artigo 133º, al. f), o presidente da república pode convidar o líder do partido
vencedor para a elaboração do governo, remetendo-se para o artigo 187º, que estabelece
que a formação de governo é feita através da nomeação pelo presidente da república, e os
restantes membros são eleitos através de nomeação pelo presidente, sob proposta do
primeiro-ministro. Por isso, o convite feito no enunciado é válido no contexto jurídico-
constitucional.
1
TRÊS TESES SOBRE OS LIMITES MATERIAIS DA REVISÃO CONSTITUCIONAL
Tese da relevância jurídica absoluta
Tese da relevância jurídica relativa (os limites materiais podem ser ultrapassados)
Tese da irrelevância jurídica (o poder constituinte originário não deve estar preso no tempo/congelado)
284º/ 2 – indica a necessidade e uma maioria de 4/5 para a aprovação da realização de uma
lei de revisão extraordinária – resolução de antecipação de revisão constitucional
A maioria necessária para aprovação de uma lei constitucional, sendo ela ordinária ou
extraordinária, é sempre 2/3 de deputados em efetividade de funções (artigo 286º/ 1)