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26/02/2024
Casos Práticos: Estado (de Direito Democrático - pessoa coletiva) – princípios gerais e
fundamentais; Jurisprudência (do Tribunal Constitucional) e a sua influência na criação,
interpretação e aplicação dos princípios; Sistema político/de Governo Português
(semipresidencialismo); Procedimento legislativo e da lei; Relações entre atos legislativos;
Vicissitudes constitucionais e Revisões constitucionais; Fiscalização da constitucionalidade –
fiscalização abstrata vs fiscalização concreta.
Cronologia
27/02/2024
Poder constituinte formal – O exercício do poder constituinte ocorreu de forma diferente nas
diferentes constituições.
A designação de Carta Constitucional (Ato unilateral de outorga real) advém da forma como é
uma constituição outorgada – foi o rei D.Pedro IV que, unilateralmente, concedeu aos súbditos
a Constituição - insere-se na tradição europeia – experiência francesa influenciou a s
constituições portuguesas tanto a nível da sua génese como do seu conteúdo – Carta
Constitucional Francesa de 1814, que sofreu influência de Benjamin Constant - poder
moderador – modera os outros 3 poderes (judicial, legislativo e executivo) – constituição
material, histórica (quando podemos reconduzir um conjunto de princípios e ideias básicas a
tradição).
CONSTITUIÇÃO DE 1822
O Rei exercia ao mesmo tempo o poder moderador e o poder executivo – como pode ser
moderador e moderado?
AULAS PRÁTICAS – DIREITO CONSTITUCIONAL II
Professor Regente: Jaime Valle // Professor Assistente: Mariana Melo Egídio
Art. 2.º, art.3.º, art.5.º, art.6.º - CONSTITUIÇÃO DE 1822 – encontram-se fixados também na
Constituição portuguesa
Art.9.º - A lei é igual para todos (há, no entanto, divisões relacionadas com o sexo, a
capacidade económica – p.e. o direito de sufrágio não era aberto a todos) – a igualdade era
limitada: o sufrágio não era universal.
A norma dizia que os chefes de estado podiam votar – o marido de Beatriz Ângelo faleceu e,
sendo chefe de família, apresentou para votar – a lei foi modificado.
Constituição de 1933 – As mulheres, desde que tuteladas pelo pai/marido e com certo nível de
instrução, podiam votar porque se entende que as mulheres são, tipicamente, mais
conservadoras, pelo que o seu voto era importante para manter o regime político vigente.
CONSTITUIÇÃO DE 1838
1933 – As abstenções contaram como voto a favor – o plebiscito não era, efetivamente, um ato
representativo da vontade do povo.
1976 – Há autores que entendem que o processo constituinte não foi tão democrático quanto
isso:
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Separação de Poderes;
Visão transversal das constituições – olhar para o constitucionalismo atendendo a tudo o que
foi o constitucionalismo – constituição histórica;
O monarca preservava o poder (executivo) mas a partir do momento em que temos uma
separação de poderes, temo as Cortes (poder legislativo), sendo que perante este poder,
Um órgão executivo, não sendo titular do poder legislativo, pode promulgar, vetar ou requerer
a participação do TC, da lei. Nesta época o veto era suspensivo, isto é – o executivo não tinha o
poder de impedir que o ato entrasse em vigor.
Não havia nobres nas Cortes Constituintes, antes havia burgueses, juristas e médicos – pessoas
cultas e letradas.
O sufrágio era restrito pelo que também não era propriamente um órgão representativo – 1822
26 – a quadripartição era nebulosa visto que o Rei, titular do poder moderador e do poder
executivo – quem controla não pode ser um controlado – não é uma verdadeira separação com
interdependência de poderes.
Todos os atos do Rei estavam legitimados, visto que era descendente de Deus, pelo que
qualquer ato do mesmo era justificado ainda que prejudicasse os súbditos. O rei que
representa Deus e tem origem divina, pelo que não pode estar errado. No entanto, quando se
começam a introduzir teoria de legitimação popular – o povo pode destituir o rei se este não
executar bem as suas funções; o rei está a exercer um cargo, pelo que pode ser destituído se
mal representar a sua função. Fala-se, portanto, agora, em erros.
O rei/Estado pode, afinal, cometer erros – referenda ministerial (os ministros assinam os atos
do rei e, assim, se algo correr mal, são eles responsabilizados). Ainda hoje temos isso – os atos
do PR precisam de ser referendados pelo PM – corresponsabilizar os ministros pelos atos do
Chefe de Estado.
O Conselho de Estado tem de ser ouvido relativamente a certas matérias, no entanto, se não
for vinculativo então o CE não tem de seguir essa indicação. Se fosse vinculativo, não ouvir
seria uma inconstitucionalidade formal.
1926 – Revisões à constituição através de um ato adicional – alguns destes atos explicam-se
por contexto histórico -vieram alterar a questão do voto. Quanto mais anos está em vigor, há
necessidade de adequar o texto constitucional à evolução dos tempos – recolheu o contributo
de movimentos políticos e preocupações sociais e políticas.
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1911
05/03/2024
ART.290.º CRP - Leis constitucionais posteriores a 25/04/1974 até 02/04/1976 – houve leis
constitucionais que ainda não eram constituição em sentido próprio – Se estas leis não forem
ressalvadas, perdem a sua força, tornando-se leis ordinárias, face à nova realidade normativa -
o fundamento de validade passa a ser a CRP76.
Quando entra em vigor uma nova Constituição, permanecem em vigor as leis que entraram em
vigor aquando da vigência da Constituição antiga, desde que não seja contrária à mesma ou
aos princípios nela consagrados
Tempus regit actum - não envolve desconformidade relativamente a normas materiais (mas
sim formais e orgânicas) – CC pré 76, na parte da Família fixava discriminação face aos filhos
nascidos fora do casamento – esta norma não permaneceu válida aquando da entrada em
vigor da CRP76
Novação
Desde 2005 que não temos revisões constitucionais, embora já tenhamos tido iniciativas
que, por diversas razões, não prosseguiram.
Princípio da segurança jurídica _ nem todas as situações são invocáveis – ele próprio,
embora não expresso na CRP,
Princípio da Proporcionalidade - Art.18.º, n.º2 CRP;
o Adequação – o meio tem de ser apto ao fim;
o Necessidade – proibição do excesso – qual o meio que ainda apto ao fim é o
menos lesivo;
o Proporcionalidade – ponderar os bens em questão e o custo-benefício.
AULA DE 11/03/2024
AULA DE 19/03/2024
CASO N.º17 – Princípio da Proporcionalidade (lato sensu) – tem de se analisar as suas três vertentes:
proporcionalidade stricto sensu, adequação e necessidade.
Os princípios estruturantes do Princípio do Estado de Direito Democrático são princípios de ação e ainda
parâmetros de controlo.
Art.277.º, n.º2 CRP – “normas” – não apenas provenientes de leis mas também de regulamentos;
Argumento Histórico: antecedentes históricos para se ver como se evoluiu;
Quais é que são os nómadas que com esta norma se queria regular?
Quem aprovou o regulamento da GNR preferiu a expressão “nómadas” – com o recurso a palavras
deve evitar-se eventuais inconstitucionalidades – quis-se criar um conceito mais geral, mas na
prática quer se saber se se refere ao mesmo contexto;
Suscita-se uma violação do art.13.º CRP;
Fundamento para controlar mais intensamente comunidades nómadas: pessoa não sedentárias
são mais propicias a violar o direito;
O Tribunal Constitucional não considerou inconstitucional esta norma – considerou-se que esta
norma possuía fundamento;
o Há, no entanto, pessoas de raça cigana não abrangidos por esta medida: feirantes. ….;
Comparação entre outras situações em que a GNR deve vigiar – mendigos, feiras, etc. – as pessoas,
por terem menos, são mais propensas a infringir o Direito;
Rua do Século – Tribunal Constitucional – Palácio???
Declarações de Voto: O Tribunal Constitucional é um órgão colegial constituído por 13 juízes – se
uma norma é inconstitucional vota-se por maioria – os que votaram vencidos, fazem uma
declaração acerca da dua decisão – o argumento do chefe de família, dado por Vital Moreira – não
há chefes de família a não ser que se fale na raça cigana – o objeto principal do n.º1 era,
efetivamente, as pessoas de raça cigana;
PR, AR, GOV E SISTEMA DE GOVERNO – CASOS PRÁTICOS
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