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AULAS PRÁTICAS – DIREITO CONSTITUCIONAL II

Professor Regente: Jaime Valle // Professor Assistente: Mariana Melo Egídio

Constança Pinto – Subturma B13 – 2023/2024

26/02/2024

Casos Práticos: Estado (de Direito Democrático - pessoa coletiva) – princípios gerais e
fundamentais; Jurisprudência (do Tribunal Constitucional) e a sua influência na criação,
interpretação e aplicação dos princípios; Sistema político/de Governo Português
(semipresidencialismo); Procedimento legislativo e da lei; Relações entre atos legislativos;
Vicissitudes constitucionais e Revisões constitucionais; Fiscalização da constitucionalidade –
fiscalização abstrata vs fiscalização concreta.

Bibliografia: Lições de Direito Constitucional, vol.II (Prof.Melo Alexandrino); Curso de Direito


Constitucional Tomo I (Prof. Blanco Morais – Atos legislativos); Constituições anotadas; História
Constitucional (Vital Moreira); Observador – O resto é História – Constituição de 1822

Avaliação: Participação oral (30%) + Exercício Oral (20%) + Frequência (50%)

Lei e Regimento da Assembleia da República

Cortes Gerais e Extraordinárias (1820) –

Súplica de Constituição (= Limitar o poder através da sua separação e interdependência e


garantir os direitos do povo).

Cronologia

Verificar que não existe uma sucessão entre as constituições.

27/02/2024

Poder constituinte material – Tirando a Carta Constitucional de 26 todos os textos seguiram-se


de uma revolução;

Poder constituinte formal – O exercício do poder constituinte ocorreu de forma diferente nas
diferentes constituições.

Só podemos falar em sufrágio universal para a assembleia constituinte de 76.

A designação de Carta Constitucional (Ato unilateral de outorga real) advém da forma como é
uma constituição outorgada – foi o rei D.Pedro IV que, unilateralmente, concedeu aos súbditos
a Constituição - insere-se na tradição europeia – experiência francesa influenciou a s
constituições portuguesas tanto a nível da sua génese como do seu conteúdo – Carta
Constitucional Francesa de 1814, que sofreu influência de Benjamin Constant - poder
moderador – modera os outros 3 poderes (judicial, legislativo e executivo) – constituição
material, histórica (quando podemos reconduzir um conjunto de princípios e ideias básicas a
tradição).

Em 1926 exerceu-se, pela última vez, o poder monárquico absoluto.

CONSTITUIÇÃO DE 1822

O Rei exercia ao mesmo tempo o poder moderador e o poder executivo – como pode ser
moderador e moderado?
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Art. 2.º, art.3.º, art.5.º, art.6.º - CONSTITUIÇÃO DE 1822 – encontram-se fixados também na
Constituição portuguesa

Art.9.º - A lei é igual para todos (há, no entanto, divisões relacionadas com o sexo, a
capacidade económica – p.e. o direito de sufrágio não era aberto a todos) – a igualdade era
limitada: o sufrágio não era universal.

Liberdade de expressão, exceto em matéria eclesiástica.

A norma dizia que os chefes de estado podiam votar – o marido de Beatriz Ângelo faleceu e,
sendo chefe de família, apresentou para votar – a lei foi modificado.

Constituição de 1933 – As mulheres, desde que tuteladas pelo pai/marido e com certo nível de
instrução, podiam votar porque se entende que as mulheres são, tipicamente, mais
conservadoras, pelo que o seu voto era importante para manter o regime político vigente.

No entanto, só em 1975 é que as mulheres teriam um direito, alargado, ao voto.

DIREITO AO VOTO – Art.33.º da Constituição

 Incentivo à instrução – art.33.º, VI

Art.34.º da Constituição – Quem não pode ser eleito;

Art.20.º da Constituição – Norma, do ponto de vista da teoria da Constituição, nominalizou-se:


havia uma intenção de esta norma ser aplicada ao Brasil, no entanto o Brasil tornou-se
independente.

Constituição mexicana de 1917 – Estado Social

Rei - Representante Divino

CONSTITUIÇÃO DE 1838

Constituição pactuada/pacticia – pacto entre o órgão representativo dos súbditos e o Rei

1911 - Assembleia Constituinte

1933 – As abstenções contaram como voto a favor – o plebiscito não era, efetivamente, um ato
representativo da vontade do povo.

1976 – Há autores que entendem que o processo constituinte não foi tão democrático quanto
isso:
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Os deputados foram sequestrados pelos populares e os militares salvaram-nos – essas


pressões, instabilidades e cercos contribuem para a ideia de que este poder constituinte não
foi tão democrático.

Separação de Poderes;

Constituição rígida ou flexível (existiram revisões?)

Vigência de cada um dos textos

Visão transversal das constituições – olhar para o constitucionalismo atendendo a tudo o que
foi o constitucionalismo – constituição histórica;

Existe uma constituição anterior à constituição moderna

Separação de poderes, garantia de direitos e liberdades e existência de texto escrito.

INTERREGNO – De constituições em sentido Instrumental, moderno e formal – há sempre


constituições materiais.

Bases da Constituição – Conjunto de princípios que vinculava as próprias Cortes de 1822

Garantia de direitos e separação de poderes, de forma limitar o poder;

O monarca preservava o poder (executivo) mas a partir do momento em que temos uma
separação de poderes, temo as Cortes (poder legislativo), sendo que perante este poder,

Um órgão executivo, não sendo titular do poder legislativo, pode promulgar, vetar ou requerer
a participação do TC, da lei. Nesta época o veto era suspensivo, isto é – o executivo não tinha o
poder de impedir que o ato entrasse em vigor.

Não havia nobres nas Cortes Constituintes, antes havia burgueses, juristas e médicos – pessoas
cultas e letradas.

Do ponto de vista da feitura da constituição tivemos as bases da Constituição, a obrigação do


Rei a jurar sobre a constituição.

Há veto suspensivo em relação aos atos da Assembleia da República e, no caso do Governo, há


veto absoluto. Sendo que o procedimento também caduca de a AR não atingir a maioria
necessário para superar o veto.

Não houve um órgão de base representativa – Cosntituição de 1838


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O sufrágio era restrito pelo que também não era propriamente um órgão representativo – 1822

Atender ao contexto político e social e também contexto normativo.

Do ponto de vista das constituições monárquicas (22, 26 e 38).

26 – a quadripartição era nebulosa visto que o Rei, titular do poder moderador e do poder
executivo – quem controla não pode ser um controlado – não é uma verdadeira separação com
interdependência de poderes.

Muitas das competências do poder moderador pertencem, atualmente, ao poder executivo e,


por outro lado, muitas das competências do poder executivo passaram para o poder legislativo
– CONSTITUIÇÃO DE 1926

Do ponto de vista histórica há uma preocupação com a possibilidade de os reis fugirem do


país, visto que ainda hoje perduram alguns mecanismos que impedem o PR de, livremente, sair
do país – necessita de uma justificação e de autorização por parte da AR.

Todos os atos do Rei estavam legitimados, visto que era descendente de Deus, pelo que
qualquer ato do mesmo era justificado ainda que prejudicasse os súbditos. O rei que
representa Deus e tem origem divina, pelo que não pode estar errado. No entanto, quando se
começam a introduzir teoria de legitimação popular – o povo pode destituir o rei se este não
executar bem as suas funções; o rei está a exercer um cargo, pelo que pode ser destituído se
mal representar a sua função. Fala-se, portanto, agora, em erros.

O rei/Estado pode, afinal, cometer erros – referenda ministerial (os ministros assinam os atos
do rei e, assim, se algo correr mal, são eles responsabilizados). Ainda hoje temos isso – os atos
do PR precisam de ser referendados pelo PM – corresponsabilizar os ministros pelos atos do
Chefe de Estado.

O Conselho de Estado tem de ser ouvido relativamente a certas matérias, no entanto, se não
for vinculativo então o CE não tem de seguir essa indicação. Se fosse vinculativo, não ouvir
seria uma inconstitucionalidade formal.

1926 – Revisões à constituição através de um ato adicional – alguns destes atos explicam-se
por contexto histórico -vieram alterar a questão do voto. Quanto mais anos está em vigor, há
necessidade de adequar o texto constitucional à evolução dos tempos – recolheu o contributo
de movimentos políticos e preocupações sociais e políticas.
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1911

Marbudy Vs Madison – fiscalização da constitucionalidade das leis nos Estados Unidos

Sistema político/de governo – parlamentar de assembleia imperfeito e atípico – não existia o


poder de dissolução da assembleia (passa a existir em 1919, com a revisão da constituição);

Sidonismo - Ditadura de Sidónio Pais – O presidente-rei –

33- Nominal, não semântica – BLANCO MORAIS – Presidencialismo de chanceler

Estatuto das Colónias e do Indígena

Antes da aprovação da Constituição de 76 – a constituição entrou em vigor a 25/04/76 e


aprovada em 02/04/1976, sendo que neste período vigoravam normas de 33, no que
estivessem de acordo com os princípios revolucionários.

ART.290.º E 292.º CRP

05/03/2024

BICAMERALISMO AO LONGO DO CONSTITUCIONALISMO PORTUGUÊS

Princípio da constitucionalidade das leis- art.46.º CRP

ART.290.º E 292.º CRP

ART.290.º CRP - Leis constitucionais posteriores a 25/04/1974 até 02/04/1976 – houve leis
constitucionais que ainda não eram constituição em sentido próprio – Se estas leis não forem
ressalvadas, perdem a sua força, tornando-se leis ordinárias, face à nova realidade normativa -
o fundamento de validade passa a ser a CRP76.

Quando entra em vigor uma nova Constituição, permanecem em vigor as leis que entraram em
vigor aquando da vigência da Constituição antiga, desde que não seja contrária à mesma ou
aos princípios nela consagrados

Tempus regit actum - não envolve desconformidade relativamente a normas materiais (mas
sim formais e orgânicas) – CC pré 76, na parte da Família fixava discriminação face aos filhos
nascidos fora do casamento – esta norma não permaneceu válida aquando da entrada em
vigor da CRP76

Novação

INCONDICIONALIDADES SUPERVENIENTES – Alterou-se o parâmetro normativo (nova


Constituição ou revisão constitucional) e, nesse sentido, leis que antes vigoravam tornam-se
inválidas.
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ART.292.º Caráter excecional ao princípio geral do Art.29.º CRP (Princípio da Não


Retroatividade da Lei Penal) – derrogação constitucional

Se não se verificasse esta norma de receção, estas normas seriam inconstitucionais.

 INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE – Art.282.º, n.º2 CRP (decorre de algo que


surge depois, uma nova constituição ou uma revisão constitucional)
 INCONSTITUCIONALIDADE ORIGINÁRIA – quando a norma nasce já é inconstitucional.

Desde 2005 que não temos revisões constitucionais, embora já tenhamos tido iniciativas
que, por diversas razões, não prosseguiram.

PRINCÍPIO DO ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO

 Princípio da segurança jurídica _ nem todas as situações são invocáveis – ele próprio,
embora não expresso na CRP,
 Princípio da Proporcionalidade - Art.18.º, n.º2 CRP;
o Adequação – o meio tem de ser apto ao fim;
o Necessidade – proibição do excesso – qual o meio que ainda apto ao fim é o
menos lesivo;
o Proporcionalidade – ponderar os bens em questão e o custo-benefício.

Proporcionalidade – ponderar os bens em

AULA DE 11/03/2024

 Princípio do Estado de Direito Democrático – conceito guarda-chuva;


 A constituição tem as bases do ordenamento, necessitando do legislador para concretizar,
do ponto de vista político, qual as prioridades do Estado – o legislador é que densifica o que
é necessário em cada momento;
 A Administração está abaixo da Lei e da Constituição - é mais do que a constitucionalidade,
na medida em que, além de ter de respeitar à Constituição também tem de respeitar a Lei –
só pode atuar na medida daquilo que lhe é permitido – autorização concedida pela lei -
precisa de uma lei para poder agir;
 Princípio da Legalidade da Administração - Art.266.º e 267.º CRP;
 Operação material – demolição de uma estrutura;
 Igualdade de armas –
 Patrocínio oficioso – advogados para pessoas sem recursos económicos;
 Não serve ter o direito se não tenho meios para o exercer;
 Litigância de má-fé;
 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA:
 Caso de Manuel Wacknheim Vs França - O caso ganhou repercussão internacional quando
Wackenheim apresentou uma reclamação ao Comité de Direitos Humanos da ONU,
sustentando que a proibição violava sua dignidade humana já que o impedia de exercer
uma profissão. E ainda, que a decisão afrontava sua liberdade, a sua privacidade e
configurava um ato discriminatório contra os portadores de nanismo. O Comité de Direitos
Humanos da ONU confirmou a decisão do Conselho de Estado francês, reconhecendo que o
lançamento do anão violaria a dignidade da pessoa humana e, portanto, deveria ser
proibido.
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AULA DE 19/03/2024

CASO N.º17 – Princípio da Proporcionalidade (lato sensu) – tem de se analisar as suas três vertentes:
proporcionalidade stricto sensu, adequação e necessidade.

 Art.266.º CRP – A princípio da proporcionalidade tem uma expressão constitucional relativamente


à atividade administrativa;
 Do ponto de vista da proporcionalidade, entende-se, no entanto, que havia outros meios
igualmente aptos a prosseguir o fim da segurança que eram menos intensos/excessivos;
o Há possibilidade de realizar a manifestação e, ainda assim, fazê-lo em segurança – é
necessário aferir, por outro lado, outros parâmetros – há um problema com a necessidade,
mas é necessário continuar;
 No que toca à proporcionalidade stricto sensu, tem de se ponderar o custo-benefício – tenho
vantagens e prejuízos – nem todos os direitos serão conseguidos com a mesma amplitude – há
direitos que terão de ceder face a outros;
 Tem de invocar as 3 vertentes do princípio da proporcionalidade, dizendo o que elas são e como se
aplicam ao caso;
 Art.19.º CRP – suspensão do exercício de direitos - num estado de Direito Democrático estas
decisões têm de ser fundamentadas;

Os princípios estruturantes do Princípio do Estado de Direito Democrático são princípios de ação e ainda
parâmetros de controlo.

ACORDÃO N.º 452/89

 Art.277.º, n.º2 CRP – “normas” – não apenas provenientes de leis mas também de regulamentos;
 Argumento Histórico: antecedentes históricos para se ver como se evoluiu;
 Quais é que são os nómadas que com esta norma se queria regular?
 Quem aprovou o regulamento da GNR preferiu a expressão “nómadas” – com o recurso a palavras
deve evitar-se eventuais inconstitucionalidades – quis-se criar um conceito mais geral, mas na
prática quer se saber se se refere ao mesmo contexto;
 Suscita-se uma violação do art.13.º CRP;
 Fundamento para controlar mais intensamente comunidades nómadas: pessoa não sedentárias
são mais propicias a violar o direito;
 O Tribunal Constitucional não considerou inconstitucional esta norma – considerou-se que esta
norma possuía fundamento;
o Há, no entanto, pessoas de raça cigana não abrangidos por esta medida: feirantes. ….;
 Comparação entre outras situações em que a GNR deve vigiar – mendigos, feiras, etc. – as pessoas,
por terem menos, são mais propensas a infringir o Direito;
 Rua do Século – Tribunal Constitucional – Palácio???
 Declarações de Voto: O Tribunal Constitucional é um órgão colegial constituído por 13 juízes – se
uma norma é inconstitucional vota-se por maioria – os que votaram vencidos, fazem uma
declaração acerca da dua decisão – o argumento do chefe de família, dado por Vital Moreira – não
há chefes de família a não ser que se fale na raça cigana – o objeto principal do n.º1 era,
efetivamente, as pessoas de raça cigana;
 PR, AR, GOV E SISTEMA DE GOVERNO – CASOS PRÁTICOS
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