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Professor Regente: José Alberto Vieira // Professor Assistente: João Pedro Marchante
SISTEMAS DE
DIREITO
O Direito Comparado ocupa-se da comparação, ou seja, da análise das
semelhanças e das diferenças, entre várias ordens jurídicas ou entre institutos de
diferentes ordens jurídicas.
A comparação de direitos que é realizada através do Direito Comparado pode ser
uma:
Macrocomparação: incide sobre as ordens jurídicas consideradas na sua
globalidade e permite distinguir os vários sistemas de direito.
Microcomparação: incide sobre institutos jurídicos e procura analisar que
semelhanças e diferenças existem na regulação de um mesmo instituto jurídico
em diferentes ordens jurídicas.
Para determinar os vários sistemas de Direito, há que utilizar um critério de
classificação e, segundo um dos mais utilizados, pertencem ao mesmo sistema as
ordens jurídicas que comportam o mesmo catálogo de fontes do direito.
SISTEMA ROMANO-GERMÂNICO
O sistema romano-germânico tem uma base romanística, isto é, consiste num grupo
de países herdeiro da tradição jurídico-filosófica greco-latina e do direito dos povos
germânicos. As ordens jurídicas pertencentes ao sistema romano-germânico – como é
o caso da portuguesa – formaram-se através da receção do direito romano, muito
facilitada pela compilação constante do Corpus Iuris Civilis e elaborada por Justiniano
e, mais tarde, durante a Pandectística alemã.
Através da colonização e de outros eventos históricos, o sistema romano-germânico
expandiu-se para outras zonas do globo, nomeadamente para a África, a América
Latina e o Extremos Oriente (com destaque para o Japão e a Coreia).
No sistema romano-germânico, a lei é a principal fonte do direito e dita o valor das
restantes fontes de Direito, o que motivou a elaboração de constituições políticas
escritas e a codificação das principais áreas jurídicas
Neste sistema, existe uma conceção do direito enquanto sistema e dessa conceção
advém a ideia de que as leis são abstratas (aplicáveis a uma multiplicidade
indeterminada de casos concretos) e gerais (aplicáveis a uma pluralidade
indeterminada de destinatários) e que a analogia entre o caso omisso e o caso
regulado é o primeiro critério de integração de lacunas.
A lei define, de modo geral e abstrato, as regras que valem antecipadamente na
resolução dos casos. Os tribunais limitam-se a aplicar as regras existentes, isto é, o
Direito criado no âmbito da via legislativa. As decisões jurisprudenciais esgotam-se em
termos de eficácia no caso concreto e por conseguinte, nenhuma constitui precedente
para casos futuros. Resolvido o caso, nenhum tribunal está vinculado a tal decisão, não
tendo a decisão judicial valor normativo.