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AULAS PRÁTICAS – HISTÓRIA DAS IDEIAS POLÍTICAS

Professor Regente: Susana Videira // Professor Assistente: Ulisses Gagliano

Constança Pinto – Subturma B13 – 2023/2024

26/02/2024

 Avaliação: participação em aula (debate, por exemplo), exercício escrito, trabalho, …;


 Trabalho curto (máximo 10 páginas), espaçamento 1.7, times new roman

NOTAS

 O direito é um fenómeno político?


o O direito não é dependente da política – é necessário existir uma divisão entre
direito e política, na medida em que o direito, durante a república, se propõe a
limitar o poder político - professor Vera Cruz;
o O poder legislativo é uma fonte de direito política.
o Não se pode confundir Direito e Política.
o POLÍTICA =
 No mundo de hoje não se verifica um debate de Direita e Esquerda
(desde a Guerra Fria) - este discurso polarizado surge durante a
Revolução Liberal (Revolução gloriosa – liberalismo inglês)
 Direita – Conservadores / Esquerda –
 Na Guerra fria, esta ideia mudou de corpo devido à propaganda
política: 2ª Guerra acaba, e Truman, Stalin e Churchill reúnem-se e
discutem a divisão da Alemanha durante o pós-guerra – elite
estalinista de um lado e do outro toda a construção do pensamento
económico liberal – duas visões do mundo que entraram em choque e
passou a entender-se a direita e a esquerda desta forma;
 China – Sistema dual; não se pode falar num comunismo como se
verificava nos anos 80;
 O partido governante é o Partido Comunista Chinês mas,
enquanto conceito político e os seus fundamentos, evoluíram
e desenvolveram-se. O mesmo aconteceu na Rússia.
 Países Escandinavos – Modelo democrático social –

O direito, quando baseado em fontes plurais, é mais dinâmico: elas fontes conformavam-se e
estruturavam-se no seio da comunidade. O intérprete não estava preso à lei positiva.

No mundo de hoje temos uma lei positiva: lei escrita, logo estática. A lei só pode ser alterada
passando por um novo processo legislativo.

Modelo Democrático – participação política direta do povo – conceito grego de democracia


(que também não era totalmente democrática, na medida em que as mulheres e os escravos,
por exemplo, estavam impedidos de votar)

Modelo Democrático ≠ Modelo Representativo

Modelo Republicano Representativo – participação política indireta do povo – escolhe um


candidato de entre uma lista de candidatos pronta - estes candidatos são escolhidos pelos
partidos, sendo que existe uma espécie de aristocracia partidária.
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Haja debate/diálogo político no âmbito da sociedade – não existir a imposição de um poder


autocrático.

Quando não há debate político há imposição de uma forma única de pensar/governar, há


apolitismo: há ideia política quando há debate político.

Roma – Começa por ser uma monarquia, mas porque o Rex era despótico, existe um desejo de
fixar um modelo participativo, com os magistrados. A partir do principado passa a existir uma
autoridade centralizada: o debate político seca na medida em que o Direito e a Política se
centram numa outra pessoa. Por sua vez, encaminha-se, para um modelo imperial.

No modelo imperialista chinês verificam-se formas de pensar que são propriamente apolíticas:
budismo.

O budismo estrutura-se com base na ideia de impermanência: tudo muda, tudo se transforma,
o mundo à sua volta está em constante mutação; tudo é vazio em si – conceito de vacuidade;
nada existe por si só – esvazio de importância da realidade objetiva, propondo-se a uma
análise subjetiva. O budista não se envolve no debate político.

Atualmente, a abstenção de voto produz efeito eleitoral: tem efeitos políticos. Numa sociedade
apolítica, não há possibilidade de participação política.

As filosofias tipicamente orientais (formas de pensamento oriental) tendem a ser apolíticas,


porque surgem no âmbito de um império, só podendo florescer nesse período. O modelo
imperial não quer uma filosofia que promova o debate político.

No Império Romano (Período do Dominado) a principal forma de pensamento é:

 epicurismo (caráter social, vivendo a vida da melhor forma possível, buscando a


felicidade moderada – controlo das paixões de forma equilibrada/distancia-se do
debate político);
 estoicismo (as coisas são como são e temos de agir na medida em que somos capazes
de agir – não posso sofrer por aquilo que não posso mudar, e tenho de saber distinguir
o que posso e não posso/ distancia-se do debate político na medida em que promove a
resignação, não buscando um ideal / Marco Aurélio – imperador romano);
 cristianismo (religião de caráter social muito grande – abre as portas a todos; propõe
um discurso apolítico – promove a pobreza (ser desprovido de bens era algo visto
como virtuoso).
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28/02/2024

Atenas – Modelo político corrompido;

Platão parte do conceito do mundo das ideias.

ALEGORIA DA CAVERNA

O pensamento platónico propõe-se a conciliar um problema que é muito próprio do seu


tempo – Pré Socrático os que vieram antes de Sócrates, tais como Tales de Mileto.

Os gregos tinham uma perplexidade face ao mundo e tentavam explicá-lo.

Tales de Mileto: o mundo é fluido e contínuo – está em constante transformação – água;

Heráclito – Fogo;

Escola dos Eleatas –Na verdade, do ponto de vista racional, o movimento não existe – Retórica
Argumento de Aburdo – Opõe-se Às teorias de Tales de Mileto.

A realidade é estática – existe algo que compõe o mundo que é absoluto

O pensamento pré-socrático não conseguiu explicar a realidade, do que esta é feita. Sócrates
diz que isso interessa aos deuses, não aos homens, que devem entender a realidade humana.

Sócrates foi acusado de corromper a juventude e, mesmo podendo negar o julgamento, em


nome da virtude e da verdade preferiu assumir que, em termos de moralidade, a sua posição
estava correta e assumiu a pena: suicídio.

Sócrates foi mestre de Platão.

Tudo o que existe, existe por conta/em função de um conceito não físico, isto é, metafísico. A
moralidade, por exemplo, não é física - é um ideal/conceito. Outro exemplo é o tempo: algo
metafísico.

Isto visão platónica é radical: existe um mundo sensível e um mundo metafísico (mundo das
ideias).

O cavalo do mundo sensível é um mero reflexo/sombra do conceito ideal de cavalo.


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Constança Pinto – Subturma B13 – 2023/2024

Platão aplica este pensamento e construção metafísica a toda a sua filosofia moral, ética e
política: tanta nas virtudes como na justiça.

Seria a sua república ideal – aristocrática, o governante tem de ser dotado de todas as virtudes
(rei filósofo e sábio). Este conceito ideal de república é, no entanto, de difícil transplantação
para a atualidade.

Modelo atuais de governação fundado numa ideologia – Comunismo – funda-se nas ideias de
Marx, que expôs ao mundo as vicissitudes capitalistas: o mundo perfeito de Marx encontrava-
se na ideia – modelo platónico. O comunismo é paraisidico: deivisão igualitária dos bens que
leva a uma vida boa para todos – todos têm acesso a saúde, educação, … no entanto, na prática
tal não é possível. O que a história nos ensinou - a vanguarda estalinista pretendia por em
prática o ideal comunista – primeiro, derruba o governo anterior, depois impõe o ideal (em vez
de compreender a sociedade, sendo que quem não concorda é oprimido).

O pensamento platónico é perigoso mas útil:

O marxismo e ideal comunista é útil, ele contrapôs ao liberalismo absoluto

ENTREVISTA – Filósofo inglês – 1920-

Ele conhece Stalin/

A Igreja também é platónica: ela nega a realidade.

ARISTÓTELES

 Platão teve um discípulo: Aristóteles.


 Platão não foi capaz de criar um esquematismo que Aristóteles fez.
 Aristóteles criou uma cadeia de conceitos a partir de género e espécie, que foi a base
do raciocino lógico dedutivo, o que influenciou o pensamento ocidental.
 Aristóteles discorda de Platão, no que toca ao conceito de ideia. Aristóteles é
materialista: afirma que apenas existe o mundo material, não existindo mundo ideal.
 Aristóteles coloca o conceito platónico nas próprias coisas do mundo: o conceito de
cavalo está no cavalo – o próprio cavalo tem o conceito de cavalo – o cavalo possui algo
que o constitui enquanto cavalo – não há ideias mas sim potências.
 Esta potência desenvolve-se na pessoa – podendo esta ter virtudes ou vícios, na
medida em que ao desenvolver-se esta potência constitui atos e hábitos.
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Constança Pinto – Subturma B13 – 2023/2024

 As pessoas são imperfeitas: têm virtudes e vícios, e aquilo que os distingue são atos e
hábitos.
 Por outro lado, temos várias causas. Decorremos, não de uma ideia única, mas de
várias causas.
 Atendendo a esta filosofia, observa os modelos políticos: olhando para a democracia:
as pessoas são imperfeitas pelo que podem praticar vícios ou virtudes, e nesse sentido,
qualquer regime de governo pode degenerar ou não. De forma observacional e
contemplativa, afirma quais os regimes mais adequados em determinadas situações.

04/03/2024

Nem todas as obras de Aristóteles chegaram aos nossos dias, sendo que, ainda assim, tivemos
bastantes referências aristotélicas.

Aristóteles começou a escrever as suas obras políticas enquanto era professor de Alexandre, o
Grande.

Alexandre é conhecido pelas suas grandes conquistas, sendo que a cada conquista instituía um
regime de governo diferente.

Monárquico tirânico

O tipo de governo e o que ele era para cada povo dominado era diferente, devido às
características da própria civilização.

Isto passa pela própria visão aristotélica de política

Monarquia, Aristocria, …

Tirania, Oligarquia, Democracia

Era natural identificar a elite com quem tinha mais poder (riqueza, por exemplo) – em qualquer
um dos seus regimes.

Dentro do grupo dos cidadãos ainda assim existe um grupo ainda menor de pessoas aptas a
governar: aqueles que possuem mais mérito – quem tem mais meios, no geral, na medida em
que é capaz de conseguir melhor formação e instituir-se enquanto pessoa melhor.

Aristóteles é muito pragmático e, nesse sentido, tem uma visão muito diferente da platónica.
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Constança Pinto – Subturma B13 – 2023/2024

A Apple, uma organização tipicamente capitalista privada, enquanto modelo de governação,


seria uma oligarquia tirânica. O funcionamento da nossa sociedade contemporânea cercada
dessas grandes organizações capitalistas, que possuem hierarquias e regras relativamente aos
seus funcionários.

O Estado contemporâneo nasce durante o absolutismo – quando as castas sociais, que antes
tinham poder política, deixam de ter e um único monarca ascende ao poder. Também a
burguesia ascende em termos de estatuto social, fruto de uma liberalização, social e
económica.

O capitalismo não deixa de ser um produto da Idade Média. Existe uma negação do
feudalismo.

Existiam companhias que tinham poder na sua sociedade, organizando-se numa estrutura
oligárquica.

O Estado de que o capitalismo necessita é de um Estado despótico. A origem do Estado é uma


necessidade revolucionário, sendo um conceito historicamente construído para assegurar
proteção e segurança a essas novas classes. O Estado precisa de assegurar estabilidade para a
burguesia. As revoluções liberais (francesa)

No séc. XIX os conceitos de fascismo e nazismo nascem antes da revolução bolchevique.

O interesse do Estado sobrepunha-se ao interesse individual. Pelo que o socialismo -


prevalência dos interesses da sociedade sobre os interesses individuais.

Dessa forma, num Estado oligárquico, os interesses coletivos são ditados pelos poucos que
estão no poder.

O conceito de Estado nação é recente, tendo vindo da Modernidade para cá.

Nasce despótico e organiza-se com base nessa realidade de Estado – hná um conflito na
orirgem histórica da formação do Estado entre os interesses que asseguram a estabilidade
jurídica e poítica, que o capitalismo exige, e a prossecução de interesses individuais, que o
capitalismo também exige.

Num Estado oligárquico os interesses coletivos são subordinados pelos que governam.

Há uma determinada elite capitalista – o regime nazi tinha interesse proteger uma elite
industrial
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Constança Pinto – Subturma B13 – 2023/2024

O Estado Novo - O Estado intervinha bastante na economia, mas no que tocam aos direitos
sociais, não eram permitidos os direitos de reunião e associação

O capitalismo precisa do Estado/criou o Estado. As revoluções liberais constroem o Estado


porque ele é preciso para o capitalismo.

O capitalismo tem a necessidade de um Estado controlar e centralizador, mas isso pode sufocar
ou impedir o desenvolvimento do Estado.

Revolução industrial – gera uma tecnologia que permite a centralizam na guerra e uma
centralização do poder.

Napoleão – Modelo tirânico

Há desejo das elites de assegurar uma estabilidade política

Protegem uma determinada elite ou indústria nacional – o que prejudica o capitalismo – é


através da concorrência de mercado que se dá o desenvolvimento dos produtos

Através de Estado controlador e dominador, a única indústria que se mantêm em concorrência


é a indústria bélica.

O modelo aristotélico mostra-nos a “quero um estado forte que proteja a minha elite – possa
enfraquecer coletivamente o desenvolvimento do capitalismo e limitar a própria participação
política e exercício das liberdades políticas”.

Modelo Liberal Político – o modelo liberal económico já era protegido – igualdade, fraternidade
e liberdade

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM

Direitos da mulher – contrarrevolucionários

Nem toda a sociedade estava a ser representada por aquela revolução – mas as classes
buscavam igualdade face às elites estatais, fraternidade, sem perseguição política, etc.

Nada diz foi concretizado durante a revolução em si – a revolução foi extremamente


persecutória.

06/03/2024
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Professor Regente: Susana Videira // Professor Assistente: Ulisses Gagliano

Constança Pinto – Subturma B13 – 2023/2024

Aqueles que não têm acesso à educação tendem ao vício e não à virtude?

Na visão de um grego, quando se falava em direitos e virtudes falava-se apenas em cidadãos.


Naquele mundo antigo, por exemplo, a escravidão era um facto incontestável.

Aristóteles viveu numa realidade diferente da nossa e com valores ainda mais diferentes. Na
visão Aristotélica, o homem virtuoso é sempre um cidadão – apenas o cidadão grego é um
animal político, ainda que falemos em democracia e princípios democráticos.

Uma república justa depende de um governante justo – na base do discurso está uma
moralidade vincada. Interessa, do ponto de vista político, o estatuto ético e moral do
governante. Atualmente tal não se verifica – o poder soberano não é pessoal, tendo sido criado
numa perspetiva do Estado – a soberania do Estado permanece e continua no tempo ainda que
os seus titulares mudem.

O conceito de Estado Soberano é muito diferente da estruturação político do povo grego


antigo. Alguém olha para a razão de Estado e a sua forma de organização de uma forma não
moralista – isto começa com o Iluminismo, Maquiavel (na sua visão, a república tem virtudes,
sendo o modelo preferível – visão amoral,).

Na visão aristotélica, no âmbito do conjunto de valores morais, que são virtuosos – a pessoa
tinha o direito de vingança – valores defendidos. A guerra vingativa podia ser virtuosa.

Esta visão moral e ética não é comparável com a atual.

Maniqueísmo – Propunha extremos relativamente aos conceitos éticos e morais. Trata-se de


uma visão moral que não admite meios termos: ou é bom ou mau.

A Hollywood é maniqueísta – não há zonas cinzentas – as pessoas ou são boas ou são más?

Santo Agostinho converte-se ao neoplatonismo e cristianismo;

A Cidade de Deus de Santo Agostinho.

O Reino de Deus é o reino ideal e a cidade dos Homens é o que existe.

Trata-se de uma visão prescritiva de um Ideal – é um pensamento que visa impor uma ordem
na sociedade, que tem de acatar - IMPOSIÇÃO POLÍTICA DE UM CONJUNTO DE IDEIAS

Patrística -

Dialética Medieval -

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