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Evolução do pensamento político

 Origem do pensamento político (introdução)

Sócrates, Platão e Aristóteles foram os primeiros a se perguntar como deveria ser a organização
política.

Teve início na Grécia Antiga nas Polis século XI a.c. (Cidade Estado)
Cidade Estados era uma cidade dentro de outra cidade, era os centros políticos e econômico que
sobrevivia por si só, independente do país e com suas próprias leis.
Essas cidades eram Esparta e Atenas, Tebas, Creta e Troia.

Pensamento político antigo - Grego


 Baseado na filosofia.
 Perpectiva da “ideia do bem”
Os gregos, buscavam o bem; o bem no sentido de uma coisa suprema, correta, virtuosa,
verdadeira e os homens, por sua vez, tinham de procurar por esse bem tanto
individualmente quanto socialmente

Pensamento politico moderno


Nicolau Maquiavel, muitos identificam como o inaugurador do pensamento político
moderno.

 Separação da política e da religião


 Justiça, liberdade, igualdade, Contratualismo, Filosofia moderna

Contratualismo: É um modelo teórico criado para explicar o surgimento da sociedade. Esta


teoria é baseada na ideia de que os seres humanos viviam em um estado pré-social, chamado de
estado de natureza e abandonaram-no para firmar um pacto, o contrato social.
Texto de Apoio

O pensamento político grego era pautado em qual filosofia?

Os gregos buscavam o bem. Neste sentido, tanto os homens deveriam encontrar e praticar o seu
bem interior, como toda comunidade, estendendo-se, inclusive, ao governo
O pensamento político grego era pautado em qual filosofia? Artigos Cursos CPT
O pensamento político grego começa como uma espécie de pressuposto. Eles, os gregos,
buscavam o bem; o bem no sentido de uma coisa suprema, correta, virtuosa, verdadeira e os
homens, por sua vez, tinham de procurar por esse bem tanto individualmente quanto
socialmente.
Por isso, dentro da perspectiva da “ideia do bem” como virtude, encontramos também a ideia do
governo como uma virtude e, portanto, um bom governo.

E como esse bom governo deve ser?

Para os filósofos clássicos, o homem se realiza também na moral. Em outras palavras, isso quer
dizer que apenas na sua individualidade ele não se realiza plenamente. Ele tem um lugar no
mundo e sua realização está inscrita na atuação virtuosa que estabelece com os outros no
universo político.
Realiza-se justamente nas relações que trava (estabelece, faz) com o mundo a sua volta e dentro
desse mundo, naturalmente, outros seres humanos estão implicados.
Por viver em sociedade, o homem se realiza moralmente a partir do momento que elege sua
conduta, a partir do momento que está numa relação com os outros, a partir do momento que
escolhe fazer o bem, ser o bem para seus iguais. O homem realizar-se na moral, enfim, significa
realizar-se dentro da comunidade política que está inserido, sua cidade.
“Posteriormente, diversos autores passam a utilizar essa palavra “pensamento político”. A ideia
de governo, bondade, bem e política aparece dentro de uma redoma que é a cidade
Texto de apoio

Pensamento político moderno

1) FUNDAMENTOS DO PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO

O principal alicerce do pensamento político moderno é a separação da política e da


religião. Para que tal diferenciação fosse realizada foram necessários muitos séculos de
evolução tanto das formas de governo, quanto do pensamento humano. Esse processo
tornou-se crucial para todos os embates filosóficos posteriores como, por exemplo, a
noção de contrato social, tripartição do poder, liberalismo, e socialismo, para citar
apenas alguns, fossem possíveis.

É necessário, antes de se entrar no pensamento político moderno, procurar entender


como era tratada a política no período pré-moderno, tanto na Antiguidade clássica,
quanto no período medieval. De uma forma geral, há, nesses momentos, a visão da
política não como um campo autônomo, mas, sim, sempre dependente, inferior a outro,
como a própria religião, por exemplo.

A teoria política clássica, com Platão, por exemplo, tratava a política de forma
idealizada, sempre buscando realizar um determinado objetivo ligado à natureza
humana, ou seja, não como um fim em si mesmo, apenas como um “caminho”. Na sua
obra “A República”, Platão busca formular um Estado ideal, representando fielmente,
de acordo com a sua concepção, a natureza humana, ou seja, a política seria apenas uma
forma de se representar a essência humana.

Com o fim do Império Romano do Ocidente, em 476, tem início o momento histórico
caracterizado como Idade Média, no qual há uma forte ligação entre religião e política:
“Ao privilegiar a historicidade das idéias e do pensamento político medieval, não se
pode deixar de relacionar o poder, o Estado, as formas de governo e a legitimidade das
leis com a cultura clerical e com a valoração extremada das forças religiosas”
(WOLKMER, 2001, p.29). Com isso, o conceito de política torna-se subsidiário à
religião, essa sendo a pedra fundamental da legitimidade das formas de governo. A
política seria apenas a representação mundana do divino, dessa forma, o sistema político
absolutista, característico da época, é legítimo, pois o monarca é o representante de
Deus na Terra.

A partir desse cenário prévio já exposto, é possível tratar do pensamento político


moderno. Pensadores como Nicolau Maquiavel, Thomas More e Martinho Lutero, por
exemplo, estão inserido em um contexto de intensa efervescência cultural e política, o
chamado Renascimento, sendo o antropocentrismo, uma das principais ideias difundidas
nesse período. Dessa forma, o foco, agora, é na centralidade das ações humanas e como
estas influenciam todo o contexto no qual são desenvolvidas as práticas sociais. Como
afirma Luís Felipe Miguel:

A quase simultaneidade de Maquiavel, More e a Reforma não representa uniformidade


de conteúdo. Suas obras têm objetivos diferentes, relacionam-se de forma diferente com
os eventos da época, estão escritas em estilos diferentes e até tratam de problemas
diferentes. O príncipe é um manual de governo, enquanto A Utopia é uma narrativa
fantasista, para ficar apenas no exemplo mais óbvio. Em grande medida, seus autores
ignoravam as obras ou mesmo a existência uns dos outros. O que têm em comum é que,
embora involuntariamente, todas contribuíram para a autonomização de uma esfera
política, independentemente da religião (ou da moral). Há, em Maquiavel e More como
em Lutero e Calvino, a afirmação da ideia de que não havia qualquer ordem divina ou
natural determinando como deveriam ser as instituições políticas. (MIGUEL, 2015, p.
8)

Esse enfoque na centralidade das ações humanas e a, consequente, separação da política


e da religião foi o fator decisivo para que se pudesse discutir questões como a
legitimidade do Estado, direitos políticos e a cidadania a partir de fundamentos
autônomos. Isso se deve, justamente, ao fato de que a política, agora, é tratada como um
fim em si mesmo, com todas as suas formulações dependendo, não mais de fatores
extramundanos, mas, exclusivamente, das ações do homem. Ao fazer a distinção
política/religião, os pensadores não estão mais presos a dogmática religiosa, podendo,
assim, estruturar as mais diversas concepções políticas.

Com essa breve descrição do processo de transição do pensamento político pré-moderno


para o moderno, é possível relacionar com o próprio momento no qual estamos
inseridos, como os entraves à inclusão na esfera da cidadania e a garantia de igualdade
política nos regimes políticos contemporâneos. Apesar de ser um longo trajeto de
secularização da política, pode-se inferir que não houve uma inclusão de todos os
segmentos sociais no processo político.

O ator político, nos três períodos citados, Antiguidade, Idade Média e Modernidade, foi
sempre o ser humano do sexo masculino, rico e branco e esse fator gerou, e ainda gera,
importantes reflexões sobre noções de cidadania de outros grupos, como mulheres e
negros. Portanto, assim como a mais importante questão da teoria política antes da Era
Moderna foi separar os conceitos de política e religião, e poder, assim, discutir assuntos
sobre o Estado, direitos políticos e cidadania, a grande questão da teoria política
contemporânea deve ser como os grupos que foram marginalizados durante toda a
história possam, agora, ser completamente integrados na esfera da cidadania e tenham
sua igualdade política garantida.

2) O CONCEITO DE RAZÃO PARA OS FILÓSOFOS CONTRATUALISTAS

O conceito de razão é fundamental para o debate contratualista moderno, derivam dele


as noções de Estado de Natureza, contrato social e sociedade civil. De uma forma geral,
a razão seria uma faculdade natural dos homens, dado por Deus, no entanto, Locke,
Hobbes, Rousseau e Wollstonecraft possuem diferentes abordagens sobre o
enquadramento conceitual da razão.

Hobbes “não considerava a razão uma graça divina, mas a recompensa dos que faziam o
esforço necessário para alcançá-la. Para ele, o homem faz a si mesmo” (MCFARLANE,
1981, p. 19). Logo, a razão, através do esforço individual, seria o mecanismo de
fundamental para a formulação das leis da natureza e a noção de um contrato social. É
importante ressaltar que o Estado de Natureza hobbesiano é igual o Estado de Guerra,
ou seja, um ambiente, no qual todos sentem-se na condição de que são capazes de
possuir direito sobre todas as coisas e, devido à falta de um poder central, há um estado
de conflito permanente entre os indivíduos. Esse estado de permanente conflito é um
reflexo da própria natureza humana, servindo para que Hobbes qualifique-a como
naturalmente má.

Em um cenário no qual sua vida está em risco, o homem utiliza a razão, realizando o
esforço necessário, para formular mecanismos de saída desse estado de conflito, que
ameaça a própria vida. É importante ressaltar que, através da razão, o homem formula
leis da natureza, que será de fundamental importância para a elaboração do contrato
social, e a mais importante lei é a que afirma que o homem deve preservar sua vida a
qualquer custo. Argumento esse que leva a conceitualização de uma sociedade civil,
com o intuito de impedir a guerra de todos contra todos. Nesse sentido, Mcfarlane,
também, afirma:

O homem, no entanto, não é um escravo completo da sua própria natureza. Possuindo a


razão, reconhece que a consequência da concentração de todos os seus esforços no
sentido de auto-realização, às custas dos demais, é a anulação desses desejos. Recua de
uma condição que promete insegurança e morte, em vez de auto-expansão e prazeres
fáceis. A razão sugere um caminho para sair dessa situação, porque torna possível ao
homem determinar o que lhe é verdadeiramente vantajoso. A razão lhe dá o que Hobbes
chama de Articles of peace, “que podem ser chamados também de leis da natureza, mas
que diferem destas últimas, tão mencionadas nos textos medievais, porque se destinam
exclusivamente à preservação do indivíduo. (MCFARLANE, 1981, p.20)

Portanto, a razão seria um presente natural de Deus para os homens, mas que, para ser
usada, os homens deveriam se esforçar. Essa é a principal característica de indivíduo, ou
seja, um ser racional, e, por isso, é capaz de conceber uma sociedade na qual sua vida
não é ameaçada.

Assim como Hobbes, Locke formula uma teoria de Estado de Natureza e de um contrato
social. No entanto, o estado de natureza, em Locke, é de uma relativa paz e os homens,
dotados naturalmente de razão, criam uma sociedade civil, através de um contrato
social, que respeitasse as Leis da Natureza, acessíveis através da própria razão. “Esse
estado de natureza hipotético baseava-se nas concepções de Locke sobre a natureza do
homem. A característica mais notável do homem era sua racionalidade”
(MCFARLANE, 1981, p. 24). Nesse estado natural, o homem possui direitos naturais,
como vida, liberdade, propriedade e o direito de procurar a felicidade. Todos esses
direitos derivam justamente da razão que os homens possuem naturalmente.

Já para Rousseau, o homem, no seu estado de natureza, não é um ser dotado de razão,
mas na medida em que a sociedade evolui, o homem, aos poucos, torna-se um ser
racional devido “a pressão causada por uma população crescente sobre os recursos
alimentares naturais, terminando por provocar a gradual alteração do homem natural no
homem racional.” (MCFARLANE, 1981, p.30).

Wollstonecraft considerava a razão humana como natural, mas diferencia-se dos outros
pensadores supracitados ao afirmar que a mulher é sim um ser racional, ou seja, não é
inferior ao homem, mas igual. Isso ocorre devido ao fato de que a educação por qual
elas passam acaba por enfatizar o aspecto emocional, desconsiderando-se, assim, o lado
racional. Dessa forma, a autora prega uma educação equânime entre os gêneros, para
que a mulher possa usufruir, de forma completa, sua racionalidade natural. Como a
própria afirma em:
Em poucas palavras, todo o teor da educação feminina (a educação da sociedade) tende
a tornar as mais bem-dispostas e românticas e inconstantes, e as restantes, vãs e
desprezíveis. No atual estado da sociedade, temo que pouca coisa possa ser feita para
corrigir esse mal; caso algum dia uma ambição mais louvável ganhe terreno, as
mulheres poderão ser levadas para mais perto da natureza e da razão e serão mais
virtuosas e úteis à medida que se tornem mais respeitáveis. (WOLLSTONECRAFT,
2016, p. 101)

Após essa breve explanação sobre o enquadramento conceitual de razão para Hobbes,
Locke, Rousseau e Wollstonecraft, é possível debater sobre o legado por eles deixado
para a teoria política, como um todo. A noção de um ser humano naturalmente racional,
é o principal legado deixado pelas teorias desses pensadores, pois a partir do conceito de
indivíduo, questões como direitos fundamentais, legitimidade dos governos, feminismo
e as formas modernas de governo, como democracia, puderam ser debatidas. Portanto, a
base de todo o pensamento político subsequente possui raízes nessas discussões.

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