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Noções e agentes do
pensamento político
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Noções e agentes do
pensamento político
Apresentação
Os prenúncios que levaram ao surgimento do Estado sempre foram objeto de
estudo da Teoria Política. Nesse campo, destacaram-se as contribuições de
filósofos clássicos como Hobbes, Locke e Rousseau. Este último, em O Contrato
Social, inicia sua obra questionando o porquê de o homem nascer livre se,
entretanto, a todo momento, ele se encontra sob ferros.
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Atenção
Independentemente da circunstância, a filosofia política, tal como
a sociedade a conhece na atualidade, nasceu como uma crítica
radical à democracia e ao movimento dos sofistas que a apoiaram.
Aristóteles (384-322 a.C.) foi discípulo de Platão, mas foi além de seu mentor,
pois não tinha uma visão platônica da República – diferentemente de Platão, ele
não buscava um rei filosófico que, por meio da ciência política, fosse capaz de
solucionar todos os problemas do Estado.
Para Aristóteles, o conhecimento teórico não era suficiente, pois era necessário
algum tipo de conhecimento prático para saber como aplicar os princípios gerais
às circunstâncias particulares, variáveis, contingentes e irrepetíveis, pensamento
esse que ele denominava como “prudência”. Por essa razão, desenvolveu um
corpo de pesquisa muito mais empírico sobre a política, tendo recolhido material e
comentado, por exemplo, sobre as constituições das cidades bárbaras e gregas.
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Saiba mais
A visão doutrinária da política aristotélica é caracterizada por
tentar encontrar um meio termo entre os abusos democráticos (o
despotismo) e os abusos da oligarquia.
A política de Maquiavel
O trabalho de Maquiavel (1469-1527) é um marco fundamental na história do
pensamento, já que materializa o fim do agostinianismo político. A política é
definitivamente secularizada de suas reflexões sobre a religião. Não podemos
esquecer que Maquiavel atuou como diplomata e secretário da República Florentina,
ou seja, era um exímio conhecedor das complexidades do poder e, além disso,
teve a oportunidade de observar de perto diversas maneiras e estilos de exercer
o governo em diferentes regiões, visto que, como diplomata e secretário, viajava
em missões. Ainda, escreveu livros, entre os quais destacam-se duas importantes
obras: O Príncipe e Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio.
Saiba mais
Na clássica obra O Príncipe (1532), Maquiavel, trata da política,
que, para ele, é uma luta ativa para alcançar o poder e a prática das
virtudes tradicionais, em um contexto de conflito e instabilidade
política que pode levar ao fracasso do político e à ruína do Estado.
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Curiosidade
Naturalismo: Corrente filosófica que defendia a natureza como
princípio único daquilo que é considerado como real.
A longo prazo, seria insustentável a existência dos homens e, por esse motivo, os
indivíduos deveriam concordar em deixar o estado de natureza e alcançar garantias
mínimas de paz. Nasceria, então, o contrato social. Com ele, as partes delegariam
poderes ao soberano, que seria responsável por manter a lei e a ordem dentro de
um novo estado civil.
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Atenção
Para Hobbes, o poder do monarca deveria ser absoluto, a fim
de garantir a instabilidade ou a possibilidade de conflitos entre
membros do corpo político, denominado por ele como o Leviatã.
Saiba mais
De acordo com Rousseau, toda a dificuldade política consiste
em estabelecer a devida relação entre a vontade particular e a
geral. Ou seja, segundo o contrato social e a Filosofia Política
a ele subjacente, não haveria um melhor esquema de leis, visto
que o contrato constituiria a sociedade anterior ao governo e,
independentemente de alterações governamentais, ela seria
mantida.
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Curiosidade
Liberalismo: Filosofia política baseada em ideais de liberdade
individual e igualitarismo.
Locke questionava o que seria o poder político e, de acordo com seu pensamento,
a sociedade política seria uma invenção e criação humana, mas tal aparato
artificial, uma vez que fosse criado, teria natureza própria, logo, seria aplicável
uma lei natural. Assim, a sociedade política somente persistiria se o governo fosse
constituído de uma única vez, em que a sociedade política necessitaria do governo.
Para Locke, não há liberdade onde não há lei, pois, na condição natural do homem,
não há lei preestabelecida, e, na visão do pensador, para ser livre, os homens
deveriam ser legisladores.
Saiba mais
A obra de Locke chamada Dois tratados sobre o governo (1689)
é de grande importância para o estudo da política, sendo muito
indicada sua leitura.
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• Estado é perverso
Nietzsche • Política deve existir para reconstrução do povo
Já Karl Marx (1818-1883) era discípulo da filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel
e buscou, de maneira explícita, demonstrar que a realização da ordem de direito
é um subproduto necessário do conflito dialético, das cegas paixões egoístas no
processo da história.
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Saiba mais
Convém ressaltarmos que Marx criou a dialética marxista, também
chamada de materialismo dialético, que recorre à dialética – a arte
do diálogo, poder de persuasão, convencimento da verdade por
meio de um discurso – para entender as lutas de classes sociais.
Marx afirmava que seu professor Hegel criticou o formalismo moral de Kant, pois
para ele Kant contrastava com uma filosofia da História em que o motivo se torna
consciente de si, nunca de maneira individual e unilateral, mas seguindo uma
evolução coletiva de grandes momentos e tempos.
Atenção
Para o autor, a política é possível se for orientada à reconstrução
do povo e, para isso, haveria que resgatá-la do estado catastrófico
no qual se encontraria pela ação do igualitarismo democrático
promovido pela modernidade, visto ser o povo essencialmente
político.
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Max Weber (1864 – 1920), jurista e economista alemão, também tem em seus
escritos as bases do pensamento político contemporâneo. Considerado um dos
pioneiros do pensamento sociológico, influenciou as áreas das ciências jurídicas
econômicas, políticas, filosóficas, entre outras afins.
Curiosidade
Em seu livro A política como vocação, conferência transcrita e
datada de 1919, Weber formula um importante tese que se constitui
na base do pensamento político ocidental, definindo o Estado
como aquele que é caracterizado pelo exercício do monopólio
legítimo da violência em um determinado território, em que o uso
da força física é característico na sua atuação. Portanto, a política
se traduziria na construção de uma entidade em que homens
dominam homens por meio da violência legitimada.
Assim, temos nessa estrutura a atuação política dividida por meio de preceitos
éticos:
1. Ética da responsabilidade:
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Conclusão
O conteúdo aqui desenvolvido possibilita ao estudante comparar os principais
destaques dos pensadores que influenciaram a formação do Estado que nas
primeiras impressões desses filósofos iriam resolver os problemas existentes do
homem vivendo em sociedade que, naquela época, já apresentava sinais de que
seria necessário seu estudo.
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Referências
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da
versão inglesa de W. D. Ross In: Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1973, v.4.
HOBBES, T. Leviatã. Tradução: João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva.
São Paulo: Martins Fontes, 2003.
LOCKE, J. Dois tratados sobre o governo civil. São Paulo, Martins Fontes, 2001.
MAQUIAVEL, N. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Tradução MF. São
Paulo: Martins Fontes, 2007.
MARX, Karl. O Capital. Vol. 2. 3ª edição, São Paulo, Nova Cultural, 1988.
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