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A Justiça Divina

segundo o Espiritismo
Instintivamente o homem acredita no futuro;
mas não possuindo até agora uma base
certa para o definir, a sua imaginação há
concebido sistemas que originaram a
diversidade de crenças.

O Espiritismo tem a seu favor a lógica do


raciocínio e a sanção dos fatos, e é por
isso que o têm combatido em vão.
O estado das almas depois da morte não é
mais um sistema, porém o resultado da
observação.

Os motivos dessa confiança decorrem dos


fatos testemunhados e da concordância
desses fatos com a lógica, a justiça e a
bondade de Deus, correspondendo às
íntimas aspirações do homem.
A felicidade depende das qualidades
próprias dos indivíduos, e não do estado
material do meio em que se encontram;
pode existir portanto, em qualquer parte
onde haja Espíritos capazes de a gozar.
Onde quer que se encontrem, os Espíritos
puros podem contemplar a majestade
divina, porque Deus está em toda parte.
[Jesus] Limitou-se a falar vagamente da vida
bem-aventurada e dos castigos
reservados aos culpados, sem se referir
jamais nos seus ensinos a castigos e
suplícios corporais, que constituíram para
os cristãos um artigo de fé.
Eis aí como as idéias do inferno pagão se
perpetuaram até aos nossos dias.
O Evangelho não faz menção alguma do
purgatório, que só foi admitido pela Igreja
no ano 593. É incontestavelmente um
dogma mais racional e mais conforme à
vontade de Deus que o do inferno, porque
estabelece penas menos rigorosas e
resgatáveis para as faltas de mediana
gravidade.
A doutrina das penas eternas teve a sua
razão de ser, como a do inferno material,
enquanto o temor podia constituir um freio
para os homens pouco adiantados
intelectual e moralmente. Impossibilitados
que estavam de captarem as nuanças
tantas vezes delicadas do bem e do mal,
bem como o valor relativo das
circunstâncias atenuantes e agravantes,
os homens não se impressionariam, a não
ser pouco ou mesmo nada, com a idéia
das penas morais.
Não há uma única imperfeição da alma que
não acarrete conseqüências funestas e
inevitáveis, como não há uma só qualidade
boa que não seja fonte de um gozo.
Arrependimento, expiação e reparação são
as três condições necessárias para apagar
os traços de uma falta e suas
conseqüências.
Os anjos são, pois, as almas dos homens
chegados ao grau de perfeição que a
criatura comporta, gozando, em sua
plenitude, da felicidade prometida.
Segundo o Espiritismo os demônios são
Espíritos imperfeitos, mas que se
melhoram; ainda estão na base da escala,
mas subirão um dia.
As acusações da Igreja, contra a prática
das evocações não atingem, portanto, o
Espiritismo, mas as práticas da magia, com
a qual este nada tem de comum. O
Espiritismo condena tanto quanto a Igreja
as referidas práticas, ao mesmo tempo que
não confere aos Espíritos bons um papel
indigno deles; enfim, nada pergunta ou
pretende obter sem a permissão de Deus.
Se os que invocam a lei de Moisés contra
os espíritas se tivessem dado ao trabalho
de aprofundar o sentido das palavras
bíblicas, teriam reconhecido que não existe
qualquer analogia entre o que se passava
entre os hebreus naquela época e os
princípios do Espiritismo.
“Por mim mesmo juro — disse o Senhor
Deus — que não quero a morte do ímpio,
senão que ele se converta, que deixe o
mau caminho e que viva.”
(EZEQUIEL, 33:11.)
Bibliografia
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1ª
edição. Rio de Janeiro: FEB, 2009. 1ª parte, Cap. I, item 14-13, Cap. II, item
10, Cap. III, item 15, Cap. IV item 6, Cap. V item 1, Cap. VI item 2, Cap. VII,
p. 122, p. 126, Cap. VIII, item 13, Cap. IX item 21, Cap. X item 15, Cap. XI,
item 4, Cap. VI, item 25.
ORTOGRAFIA ORIGINAL

ro@rodrigomartins.net

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