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Relações de poder
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Magalhães, C.; Rodrigues, J.


SST Relações de poder / Carlos Magalhães / Jocimara
Rodrigues
Ano: 2020
nº de p.: 9

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Relações de Poder

Apresentação
Nesta Unidade, iremos estudar o poder e suas relações, ou seja, onde este irá atuar
e quais as formas de dominação.

As relações de poder é que fazem com que um grupo ou sociedade perdure no


tempo como uma organização específica. Quando falamos em ordem e mudança, o
poder tem um papel essencial. Ele pode ser conservador de uma dada ordem, mas
também transformador da ordem instituída.

O poder e suas faces


Para Karl Marx, a questão do poder diz respeito inevitavelmente à divisão da
sociedade em classes e ao fato de que uma classe, ou classes, exercer domínio
econômico sobre as outras, podendo transfigurar-se em domínio ideológico. Isto
é, um domínio essencialmente econômico pode aparecer como resultado de uma
vontade dos deuses, uma necessidade da sociedade ou a consequência natural de
que uns são mais capazes do que outros.

Posições sociais e poder

Fonte:Plataforma Deduca (2020)

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O conhecimento científico sobre a estrutura da sociedade e de sua organização


para exploração pode ser fundamental para a luta revolucionária que pretende
extinguir a exploração de uma classe sobre outra. Com isso, notamos que a
sociedade, da forma como é enxergada por Marx, é o lugar do conflito permanente
entre as classes. Mesmo quando esse conflito não é aberto, está presente, sendo a
característica básica do sistema.

Pela posição que ocupam na produção, as classes são objetivamente antagônicas.


A própria estrutura econômica da sociedade coloca-as em confronto. Instituições
como o Direito ou a Religião poderiam exercer a função ideológica de mascarar
a dominação e o conflito, mas este não deixaria de existir. Mesmo que patrões e
empregados fizessem um acordo, isto seria, na concepção de Marx, equivocado.

Para Marx, esse conflito terminaria com a instituição da sociedade comunista onde
não existiriam classes sociais e, portanto, o conflito de classes estaria terminado.
Marx não detalhou muito as características que o comunismo teria. O mais
importante seria a ausência de exploração e de conflito entre classes sociais.

Quanto a Émile Durkheim, ele não deixou de abordar as questões do poder, embora
preferisse tratá-las sob o termo coerção. Para o autor, a coletividade impõe-se em
relação aos indivíduos. A força da imposição vem da coerção que é exercida pela
coletividade. Quando falamos dos dois tipos de solidariedade, vislumbramos dois
tipos importantes de coerção formal considerados por Durkheim.

A sociedade e o poder

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Nas sociedades simples prevalece o direito repressivo. A preocupação principal


desse tipo de direito é punir aquele que não cumpre determinada norma social
por meio da imposição de dor, humilhação ou privação de liberdade. Desta forma,

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entende-se que todo erro punido repressivamente representa uma agressão não
somente contra uma parte da sociedade, mas contra toda ela. As sociedades
simples, na visão de Durkheim (1973), são duramente coercitivas em relação às
manifestações de liberdade individual.

No direito restitutivo, a preocupação é fazer com que situações perturbadoras sejam


restabelecidas e retornem ao seu estado original. Ao infrator cabe, simplesmente,
reparar o dano causado. Isso acontece porque o dano causado não afeta a
sociedade como um todo, mas apenas uma função específica desempenhada nela.

Nas sociedades modernas, industrializadas, onde há intensa divisão do trabalho,


seriam onde prevalece o direito restitutivo, na concepção durkheimiana. A coerção
contra as manifestações de liberdade individual seria muito menos frequente.

O poder a dominação
As questões de poder, seja como poder econômico e de classes, como coerção
exercida pela coletividade, seja na relação entre poder e dominação, são
extremamente atuais. É interessante pensar nas ideias dos clássicos em relação
aos problemas com os quais nos deparamos no dia a dia. Estas são conjuntos
de pessoas que pensam da mesma forma, têm as mesmas opiniões, as mesmas
visões de mundo, apesar de fazerem parte de uma sociedade complexa em que os
integrantes são muito diferentes uns dos outros. O fato é que tem havido pouca
disposição para o convívio com as diferenças. As pessoas têm preferido viver em
pequenos grupos de iguais.

As lutas emancipatórias visam garantir o respeito aos diferentes e suas diferenças.

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

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Os tipos de dominação

Tipos puros de dominação legítima

Baseada na crença na legitimidade das ordens


estatuídas e no direito de mando daqueles que, em
virtude dessas tradições, representam a autoridade.
Dominação Esse é o tipo de dominação do feudalismo,
tradicional da monarquia, do coronelismo brasileiro, das
empresas familiares. Não é própria da sociedade
contemporânea, mas não deixou de existir. Ainda
podemos encontrá-lo em algumas situações.
Baseada na veneração extracotidiana da santidade do
poder heróico ou do caráter exemplar de uma pessoa
e das ordens por esta reveladas ou criadas. Esse tipo
Dominação de dominação pode ocorrer a qualquer momento,
carismática já que diz respeito a uma qualidade estritamente
individual do líder. A dominação racional está fundada
na lei; a dominação tradicional está fundada no tempo,
nos usos e costumes há muito praticados.
Fonte: autor.

Dominação legitima
A dominação tradicional é baseada na crença da legitimidade das ordens
estatuídas (presentes em estatutos, regulamentos, leis, códigos de conduta) e do
direito de mando daqueles que, em virtude dessas ordens, estão nomeados para
exercer a dominação. Podemos listar termos que têm relação com a dominação
racional-legal: competência, regras, burocracia racional, qualificação, concurso,
contrato, profissão, regras fixas. Esse é o tipo de dominação próprio da sociedade
capitalista.

Dominação Tradicional
A dominação tradicional é o tipo de dominação do feudalismo, da monarquia,
do coronelismo brasileiro, das empresas familiares. Não é própria da sociedade

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contemporânea, mas não deixou de existir. Ainda podemos encontrá-la em algumas


situações.

Dominação carismática
A dominação carismática é a baseada na veneração extracotidiana da santidade,
do poder heróico ou do caráter exemplar de uma pessoa e das ordens por esta
reveladas ou criadas. Esse tipo de dominação pode ocorrer a qualquer momento,
já que diz respeito a uma qualidade estritamente individual do líder. A dominação
racional está fundada na lei; a dominação tradicional está fundada no tempo, nos
usos e costumes há muito praticados.

Esta dominação é disruptiva, ou seja, quando surge, quebra a ordem existente, seja
essa ordem racional-legal, seja tradicional. Enquanto os seguidores conferirem a
qualificação extraordinária ao líder, ele exercerá o mando. Líderes carismáticos, em
geral, são religiosos, militares vencedores, políticos de oratória convincente. Hitler,
Lênin, Antônio Conselheiro no Brasil são exemplos de líderes carismáticos.

Dominação carismática que exercida através da perfomance da pessoa

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Um dos maiores problemas da dominação carismática é a sua “rotinização”, ou


seja, a transformação de algo que é extraordinário em algo rotineiro, cotidiano. Em
geral, as ordens carismáticas acabam por estabelecer, com o passar do tempo, uma
tradição ou uma burocracia racional-legal.

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Fechamento
Esta Unidade apresentou o poder e sua atuação em sociedade, onde relacionou
os pensadores que construiram a temática. Após, observou a relação poder e
dominação.

Em relação à dominação, trouxe consigo os seus tipos e, por fim, relacionou os


desafios apresentados em sociedade e a necessidade de conviver com os diferentes
e suas diferenças, bem como o respeito a estas.

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Referências
BERGER, P.; BERGER, B. Socialização: como ser um membro da sociedade. In
FORACCHI, M. A. M.; MARTINS, J. S. Sociologia e sociedade: leituras de introdução à
sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

CASTRO, C. Textos básicos de sociologia: de Karl Marx a Zygmunt Bauman. São


Paulo: Zahar, 2014.

DURKHEIM, E. Da divisão do trabalho social. 2.ed. São Paulo: Abril Cultural, 1999.

FORACCHI, M. A. M.; MARTINS, J. S. Sociologia e sociedade: leituras de introdução à


sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

MARX, K. A mercadoria: os fundamentos da produção da sociedade e do


seu conhecimento. In: FORACCHI, M. A. M.; MARTINS, J. S. Sociologia e
sociedade:leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

SIMMEL, G. O âmbito da sociologia. In: CASTRO, C. Textos básicos de sociologia: de


Karl Marx a Zygmunt Bauman. São Paulo: Zahar, 2014.

WEBER, M. Ação social e relação social. In: FORACCHI, M. A. M.; MARTINS, J. S.


Sociologia e sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro: LTC,
2006.

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