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POLÍTICA

PODER
E
ESTADO
[ ]
• A política é a arte de determinar como vamos viver
juntos, conciliar nossos interesses e estabelecer
regras de convivência.

• Poucas atividades humanas lidam com questões tão


essenciais, que produzem tantas consequências.

• É através da política que se decide quais serão os


seus direitos, o quanto de liberdade você terá, e
quais serão suas chances de ter acesso aos bens e
oportunidades que possibilitam maiores escolhas
na vida de cada um
MAX WEBER
• Segundo o sociólogo alemão Max Weber o
centro da atividade política é a busca pelo
poder.

• Para Weber (1991, p.33), “poder significa toda


probabilidade de impor a própria vontade em
uma relação social, mesmo contra
resistências, seja qual for o fundamento dessa
probabilidade”
MAX WEBER
• Para o poder se estabelecer sobre um
grande número de pessoas por um tempo
razoável, é preciso que essas pessoas
obedeçam mesmo quando não se veem
explicitamente ameaçadas de violência.

• Weber chamou a probabilidade de


encontrar obediência em um grupo de
pessoas de dominação. A dominação,
para durar, precisa ser legítima: isto é, Na foto acima, de 1968, um cidadão da antiga Tchecoslováquia
precisa, de alguma forma, convencer as (país que se dividiu nas atuais República Tcheca e Eslováquia)
tenta impedir o avanço de um tanque do exército soviético. Entre
pessoas de que é certo obedecer 1945 e 1989, a União Soviética impôs pela força governos
comunistas em vários países da Europa. O cidadão da foto não
conseguiu impedir a invasão.
MAX WEBER
 Weber identificou três principais tipos de dominação legítima

 O texto de que parto é intitulado “Os Três Tipos de Dominação


Legítima” e se encontra na obra Economia e Sociedade;

 Partindo de influências historicistas e de forma a acabar com os


embates metodológicos do seu tempo, Max Weber (1864 – 1920),
sociólogo, historiador e político alemão, propôs a utilização do tipo
ideal, um instrumento de analise em que se conceituam fatos puros e
com eles se comparam os fatos reais, particulares, por meio de
aproximações e abstrações.
MAX WEBER

 É a dominação que se baseia no costume — quando se obedece


porque “sempre foi assim” — ou em um hábito tão forte que nos
pareceria estranho nos desviarmos dele.

 É o poder da tradição, da ordem


social em sua mais pura forma, das
instituições que perduram no tempo,
sendo a sua forma mais pura o
patriarcalismo, nessa dominação quem
manda é o Senhor, e quem obedece é
o súdito.
MAX WEBER

 No patriarcalismo se identifia a dominação do


pai da família, do chefe soberano; no quadro
administrativo se confunde o público e o
privado, o âmbito doméstico (a família é uma
célula tradicional, a agregação primeira de
qualquer um, donde a tradição se dissemina.)

 É esse tipo de dominação que aparece na obra de Sérgio


Buarque de Holanda ao retratar a sociedade brasileira e o
brasileiro com o homem cordial. Se trata do contexto de um dito
Estado de Direito com características fortes de um patriarcalismo;
MAX WEBER

 A tradição é uma das instituição mais forte dentro de uma


sociedade, já que é aceita como correta pela maioria, é
geralmente considerado incontestável.

 O declínio do poder tradicional,


dá-se com o contato com novos
povos, com a modernização e o
surgimento de novos hábitos,
que, aos poucos, podem mitigar
a tradição e assim provocam um
esvaziamento da legitimidade
dessa dominação
MAX WEBER

 A estrutura administrativa se baseia na fidelidade, ela é constituída de


pessoas próximas ao senhor, pessoas de confiança, familiares,
estreitando-se o elo público-privado.

 Na dominação tradicional, não existe nada, além da própria


tradição, para reger a conduta das pessoas, se por um lado o
senhor é limitado pela tradição, por outro, naquilo que ela não
especifica, ele pode decidir a vontade, de acordo com seus
princípios; não existe, nesse caso, direito formal
MAX WEBER

 A origem do poder é intrínseca às qualidades do líder, ao apreço


puramente dito, à admiração pessoal ao dominador e às suas qualidades,
seus poderes, suas qualidades excepcionais, seus dons extraordinários.

 Os dominados são convencidoa a obedecer, e não obedecem a posição


ou cargo, ou mesmo pela tradição, mas pura e simplesmente pelas
qualidades do lider, tendo esse carisma desaparecido assim desaparece
também sua dominação.
MAX WEBER

 A administração não é regida por regras estamentais ou estatuídas,


as decisões provém de decisões pessoais do chefe, e só podem ser
substituídas por outra decisão do Líder.

 Se o carisma acaba, o poder também acaba, logo o líder tem que


demonstrar suas qualidades constantemente, e uma falha nessa
prova leva a diminuição de sua autoridade.

 A Dominação Carismática tende a cessar


com a morte do líder, mas existem casos de
subsistência continuada, onde o poder passa
para um apóstolo
MAX WEBER

 Se quiséssemos caracterizar, em uma só idéia, a marca distintiva que


Weber identifica nas sociedades ocidentais contemporâneas, esta seria
de que o mundo tende inexoravelmente à racionalização em todas as
esferas da vida social

 Um dos meios através do qual essa tendência à racionalização se


atualiza nas sociedades ocidentais é a organização burocrática.

 Da administração pública à gestão dos negócios privados, da máfia à


polícia, escolas, clubes, partidos políticos, igrejas, todas as instituições,
tenham elas fins ideais ou materiais, estruturam-se e atuam através do
instrumento cada vez mais universal e eficaz de se exercer a dominação
que é a burocracia.
MAX WEBER

 Entre os três tipos puros de dominação legítima, a racional-legal é a


forma de organização que se baseia nas leis ou regulamentações
administrativas.

 As ordens passam a ser dadas de maneira


previsível e estável;

 Apelam-se para as normas e os registros escritos,


os arquivos, o sistema de leis, aplicadas judicial ou
administrativamente de acordo com determinados
princípios, vale para todos os membros do grupo
social
MAX WEBER

 A regra dá as diretrizes de como se deve governar,


não se obedece a pessoa, e sim o cargo estatuído.

 A organização burocrática é hierárquica, e o


recrutamento para seus quadros dá-se através de
concursos ou de outros critérios objetivos

 Tanto o funcionário quanto o chefe agem


imparcialmente, sem caprichos pessoais, enquanto
está em seu cargo, e em seu turno ele é a
personificação do cargo, um profissional;
MAX WEBER

 O Estado moderno faz parte desse tipo de dominação,

 O governante eleito tem poder legitimado em seu cargo,


não em sua pessoa, ao término de seu mandato o poder
não muda de lugar, continua no cargo, estabelecido por
um estatuto (uma constituição em geral), e outra pessoa
assume esse cargo e a responsabilidade sobre o poder.

 Caracteriza assim o poder institucionalizado, fincado


numa estrutura organizada para cumprir determinadas
funções do poder obedecendo normas previamente
estabelecidas
EM MAX WEBER
 O Estado é uma relação de pessoas dominando pessoas, e tenta ser a única
instituição à qual a população reconhece, em determinadas ocasiões, o direito
de praticar a violência

 A definição de Estado mais utilizada pelos


especialistas também foi formulada por Max
Weber:

“O Estado é aquela comunidade humana que,


dentro de determinado território – este, o
‘território’, faz parte de suas características –
reclama para si (com êxito) o monopólio da
coação física legítima”5 (Weber, 1982, p. 98)
EM KARL MARX

 A concepção de Estado para Karl Marx surge a


partir da propriedade privada e da divisão
social do trabalho.

 O Estado para ele, criaria as condições necessárias para o


desenvolvimento das relações capitalistas.

 A leitura de Marx do Estado é que esse é essencialmente classista,


ou seja, representante de uma classe e não da sociedade em sua
totalidade como afirmavam os Contratualistas. Para Marx, “[…] o
poder político do Estado representativo moderno nada mais é do
que um comitê para administrar os negócios comuns de toda a classe
burguesa”
EM KARL MARX
 Marx ao discordar da leitura dos Contratualiatas, afirma ser essa,
uma visão ideologizada que atente aos interesses da classe
dominante.
 O Estado seria originário da necessidade de um grupo, ou classe
social, manter seu domínio econômico a partir de um domínio
político sobre outros grupos o classes.

Segundo Marx (1993, p.96), “toda classe que aspira à dominação


[…], deve conquistar primeiro o poder político, para apresentar
seu interesse como interesse geral, ao que está obrigada no
primeiro momento”. É por isso que as ideias dominantes de uma
época, segundo Marx, são as ideias dos grupos dominantes.
EM MARX
 “Através da emancipação da propriedade privada em relação à comunidade,
o Estado adquiriu uma existência particular, ao lado e fora da sociedade civil;
mas este Estado não é mais do que a forma de organização que os burgueses
necessariamente adotam, tanto no interior como no exterior, para garantir
recíproca de sua propriedade e de seus interesses (MARX, 1993, p.98)

 A função do Estado na teoria


marxiana estaria em
defender os interesses das
classes dominantes por meio
de seus instrumentos de
regulação: sistema jurídico e
o aparado militar e policial.
EM DURKHEIM
 A definição do Estado parte de sua concepção
social, onde o mesmo não seria a confluência
dos interesses individuais e grupais, mas um
órgão, independente e autônomo, que ordena a
vida social.
 Para Émile Durkheim, a concepção de Estado estaria preocupada com a coesão
social e com a ordem social.

 Diferentemente do que pensa Max Weber, Durkheim não acredita ser o estado
um resultado de confluências de forças e conflitos políticos, ou diferente do que
percebe Marx, como uma parte da superestrutura, direcionada pelo modo
capitalista de produção. Durkheim sustenta ser o estado o “cérebro social”, o
“poder diretor”, um tipo coletivo encarnado, mas que não é o coletivo, pelo
contrário, se impõem a ele.
EM DURKHEIM
 Durkheim apresenta o Estado como aquele que cumpre uma
função social demasiadamente importante, além de,
sobretudo, organizar a vida social.

 Esse grupo de pessoas que formam o Estado “organizam ideias, sentimentos,


depreendem resoluções, transmitem essas resoluções” (DURKHEIM, 2002, p. 71) e
ainda mais, criam “representações” e “classificações sociais”

 Assim, o Estado não organiza apenas pelo ‘mando’, mas porque criam um conjunto
de representações, comunica-as, e estas acabam por ser internalizadas pelos
indivíduos. A moral civil criada acaba por fazer parte do conjunto daquilo ao qual
os indivíduos serão socializados.

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