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Poder Coercitivo do Estado e

Dominação Legítima
Prof. Dr. Rodrigo Santiago
Max Weber (1864 – 1920)
• O que entendemos por política?

• O conceito é extremamente amplo e


compreende qualquer tipo de liderança
independente em ação

• Compreensão da política apenas como


a liderança, ou a influência sobre a
liderança, de uma associação política,
e, daí hoje, de um Estado
• O Estado não pode ser definido em
termos de seus fins

• Só podemos definir o Estado moderno


em termos dos meios específicos
peculiares a ele, como peculiares a
toda associação política, ou seja, o uso
da força física
• ““Todo Estado se fundamenta na
força”, disse Trotski em Brest-Litovsk”
(Weber, 1982, p. 98)

• “O Estado moderno é uma


associação compulsória que organiza
a dominação” (Weber, 1982, p. 103)
• Sem o uso da violência, o conceito
de Estado seria eliminado, e surgiria
uma situação que poderíamos
designar como anarquia

• A força não é, certamente, o meio


normal, nem o único do Estado –
mas um meio específico ao Estado
“Em última análise, só podemos definir o
Estado moderno sociologicamente em termos
dos meios específicos peculiares a ele, como
peculiares a toda associação política, ou seja,
o uso da força física.” (Weber, 1982, p. 98)

“Hoje, porém, temos de dizer que o Estado é


uma comunidade humana que pretende, com
êxito, o monopólio do uso legítimo da força
física dentro de um determinado território.”
(Weber, 1982, p. 98)
• Participação no poder ou a luta para influir
na distribuição do poder, seja entre Estados
ou entre grupos dentro dele  POLÍTICA

• “O meio decisivo para a política é a


violência” (Weber, 1982, p. 145)

• O Estado é uma relação de homens


dominando homens, relação mantida por
meio da violência legítima
• Para o Estado existir, é preciso que os
dominados obedeçam a autoridade
alegada pelos detentores do poder

• Quando e por que os homens


obedecem? Sobre qual justificação
íntima e sobre que meios exteriores
repousa esse domínio?
• É a probabilidade de encontrar
obediência a um determinado mandato

• Há três tipos de justificações


/legitimação básica do domínio:

1.Dominação legal:

• Seu tipo mais puro é a dominação


burocrática
• Obedece-se a uma regra estatuída –
que estabelece a quem e em que
medida se deve obedecer

• A norma é formalmente abstrata

• O tipo do funcionário é aquele de


formação profissional
• Há um contrato, pagamento fixo –
graduado segundo a hierarquia do
cargo – e com direito de ascensão.

“[...] sempre que sua competência esteja


fundada sobre regras estatuídas e que o
exercício do direito de domínio seja
congruente com o tipo de administração
legal.” (Weber, 2003, p. 130)
2. Dominação tradicional:

• Ocorre em virtude da crença na


santidade das ordenações e dos
poderes senhoriais existentes há
muito tempo

• Ontem eterno – reconhecimento


inimaginavelmente antigo – orientação
habitual para o conformismo
• Obedece-se por fidelidade

• O conteúdo das ordens está fixado pela


tradição

• Agir segundo seu prazer, sua


simpatia/antipatia e a partir de pontos
de vista puramente pessoais
• Familiares, funcionários domésticos,
favoritos, vassalos

• Falta o conceito burocrático de


competência

• Estrutura patriarcal e estamental


(privilégios)
“O patriarca, assim como o senhor
patrimonial, rege e decide segundo
princípios da ‘justiça do Cadi’ [islâmico],
ou seja: por um lado preso estritamente à
tradição, mas por outro e na medida em
que esse vínculo deixa liberdade,
conforme pontos de vista juridicamente
informais e irracionais de equidade e
justiça em cada caso particular, e ‘com
consideração da pessoa’.” (Weber, 2003,
p. 133)
3. Dominação carismática:

• Devoção afetiva à pessoa do senhor,


a seus dotes sobrenaturais (carisma),
faculdades mágicas, revelações,
heroísmo, poder intelectual ou de
oratória

• Dominação do profeta, herói guerreiro


e do demagogo
• Quem manda é o líder, quem obedece
é o ‘apóstolo’

• Falta o conceito racional de


‘competência’, e o estamental de
‘privilégio’

• Caráter revolucionário – caráter


autoritário e dominador
Rodrigo Uprimny (1993, p. 91), Violência, ordem democrática e direitos
humanos na América Latina.
Rodrigo Uprimny (1993, p. 95), Violência, ordem democrática e direitos
humanos na América Latina.
Rodrigo Uprimny (1993, p. 103), Violência, ordem democrática e
direitos humanos na América Latina.

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