Você está na página 1de 25

POLÍTICA E PODER

SOCIOLOGIA
CONCEITO

Habilidades a serem desenvolvidas:(EM13CHS102), Identificar, analisar e discutir as


circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e
culturais da emergência de matrizes conceituais hegemônicas (etnocentrismo,
evolução, modernidade etc.), comparando-as a narrativas que contemplem outros
agentes e discursos.

TERCEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO


SLIDE 001
POLÍTICA

Quando você pensa em política, o que vem à sua cabeça?


Provavelmente algo relacionado ao governo, às pessoas que
administram a cidade, o estado ou o país. Você talvez pense
nas eleições, em candidatos, no voto.
E talvez tenha uma opinião desfavorável sobre a política: muita
gente, quando ouve falar em política, logo pensa em
corrupção. Mas você já pensou em quantas coisas boas na sua
vida foram conseguidas por lutas políticas?
POLÍTICA

Por exemplo, hoje você pode postar na internet uma frase


como “Odeio todos os políticos, o governo é corrupto”. No Brasil,
há menos de quarenta anos, quem criticasse o governo desse jeito
poderia ser preso, torturado e até morto. Isso só deixou de ser
assim graças a um movimento político forte que mudou a forma
de o país ser governado.
E quem achar que outros problemas graves do Brasil podem ser
resolvidos sem política está seriamente iludido. A Ciência Política
ajuda a entender como funcionam o governo, as leis, os partidos,
e tudo aquilo que influencia ou regulamenta a vida.
CIÊNCIA POLÍTICA E O PODER

O conceito fundamental da Ciência Política é o conceito de


poder. A definição do sociólogo alemão Max Weber mostra que
o centro da atividade política é a busca pelo poder.
Segundo Weber, a política é a luta por participar do poder ou
influenciar sua repartição, seja em um Estado, seja entre os
grupos de pessoas dentro de um Estado, seja na relação entre
Estados. Mas o que, afinal, é o poder? Essa é a definição
clássica de poder: a possibilidade de impor sua própria
vontade, mesmo que contra a vontade dos outros.
CIÊNCIA POLÍTICA E O PODER

Se um assaltante o ameaça com uma arma e lhe ordena que


entregue a ele seu dinheiro, você provavelmente obedecerá,
mesmo contra sua vontade.
Quando isso acontece, ele está exercendo poder sobre você. Se a
polícia interrompe o assalto e ordena ao ladrão que se renda, ele
provavelmente vai obedecer, mesmo não tendo nenhuma vontade
de ir preso.

Quando isso acontece, os policiais exercem poder sobre o ladrão.


Essas são formas de poder razoavelmente simples: alguém obriga
outro alguém a fazer alguma coisa por meio de ameaça de
violência física.
PODER

Mas o poder com base apenas na ameaça de violência é frágil. O


ladrão só consegue mandar no pequeno número de pessoas que
mantém sob a mira de sua arma.
Para o poder se estabelecer sobre um grande número de pessoas
por um tempo razoável, é preciso que essas pessoas obedeçam
mesmo quando não se veem explicitamente ameaçadas de
violência. Imagine, por exemplo, se o governo precisasse manter
um policial armado acompanhando cada um de nós, o tempo todo,
para que cumpríssemos a lei. Dificilmente um governo como esse
conseguiria se manter por muito tempo.
DOMINAÇÃO

Weber chamou a probabilidade de encontrar obediência em


um grupo de pessoas de dominação. A dominação, para durar,
precisa ser legítima: isto é, precisa, de alguma forma,
convencer as pessoas de que é certo obedecer.
Elas podem se convencer por motivos diferentes. Weber
identificou três principais tipos de dominação legítima. Eles
não são os únicos possíveis e, na prática, quase sempre se
misturam em um processo de dominação.
DOMINAÇÃO

Os três tipos de dominação legítima, segundo Weber, são os


seguintes:

1. DOMINAÇÃO TRADICIONAL;

2. DOMINAÇÃO RACIONAL-LEGAL;

3. DOMINAÇÃO CARISMÁTICA.
DOMINAÇÃO TRADICIONAL

É a dominação que se baseia no costume, quando se obedece


porque “sempre foi assim”, ou em um hábito tão forte que nos
pareceria estranho nos desviarmos dele.
Muitas monarquias, por exemplo, foram e são legitimadas pela
tradição: obedecer ao rei e à sua família já se tornou parte da
maneira de viver de determinada sociedade, e os súditos
achariam estranho viver de outro jeito. Em algumas religiões, é
comum que os fiéis obedeçam ao líder espiritual porque esse
comportamento já se tornou parte importante das crenças
daquela religião.
DOMINAÇÃO RACIONAL-LEGAL

É a dominação que se baseia na crença de que é correto obedecer à


lei. Não porque a lei seja inspirada por ordem ou crença divina, ou
porque se concorde com todos os detalhes de todas as leis, ou porque
obedecer seja sempre do seu interesse, mas porque a lei deve ser
cumprida.
Para entender o que é a crença na lei, basta pensar no que
consideramos, na sociedade moderna, um bom funcionário público.
Um bom funcionário público deve ter conseguido seu emprego por
competência técnica; deve sempre seguir o que diz a lei; e deve
aplicá-la igualmente a todos os cidadãos. Esse funcionário público
corresponde ao ideal da dominação racional-legal.
DOMINAÇÃO CARISMÁTICA

É a dominação que se baseia na crença de que o líder político


possui qualidades excepcionais, dons extraordinários. Os
liderados podem acreditar que o líder é inspirado por Deus, ou
que é excepcionalmente capaz de compreender o verdadeiro
destino da nação.
É possível, a propósito, que os liderados estejam enganados,
ou seja, que o líder não tenha nenhuma dessas qualidades.
Mas, enquanto o líder convencer de que as tem, ele exerce
poder sobre os liderados, muitas vezes inspirando-os a fazer
coisas que normalmente não fariam.
CIÊNCIA POLÍTICA E PODER

Vejamos como as coisas são mais complexas do que aparentam.


Começamos vendo que o poder é a possibilidade de impor a
vontade. Quando concluímos que o poder que é só imposto não
consegue se estabelecer por muito tempo, descobrimos que
aqueles que obedecem precisam de motivos para obedecer.
Esses motivos são muito mais complexos do que o medo da
violência: a dominação, para ser bem-sucedida, precisa respeitar as
tradições dos dominados, ou precisa oferecer-lhes a inspiração e o
entusiasmo que uma grande liderança é capaz de produzir, ou
precisa garantir a ordem segundo os princípios da lei.
CIÊNCIA POLÍTICA E PODER

No final da história, os dominados não se limitam a obedecer;


eles têm valores, expectativas e exigências que impõem limites
a quem exerce o poder.
O político que resolver ignorar completamente a questão
“Afinal, por que essas pessoas me obedecem?”, corre o risco de
descobrir que, com o tempo, elas podem parar de obedecer.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BOMENY, Helena [et.al]. Tempos Modernos, tempos de sociologia. Volume Único. São
Paulo: Editora Brasil, 2013.

MACHADO, Igor José [et.al] Sociologia hoje. Volume Único. São Paulo: Editora Ática, 2013.

Você também pode gostar