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Respostas da prova de Ciência Política

Aluna: Millena Kelly Brito dos Reis

Questão 1:

Política segundo os gregos: para os gregos a política tem um carácter lúdico, o


poder político era para discutir e decidir sobre a comunidade e o bem de todos,
como também decidir entrar ou não em guerras, já que para os gregos era uma
questão de honra. A política só era de fato dicutida e exercida por homens livres,
naquela época, somente estes poderiam tomar decisões e ter voz na Àgora, um
lugar onde se reuniam para debater, outro ponto de diferença é que tudo era
discutido abertamente e todos tinham conhecimento. Para os gregos a política tem a
ver com ética, moralidade e civilidade.
Para Aristóteles o poder político consiste no interesse de quem governa e de quem
é governado, no livro Bobbio diz que as formas viciadas de Governo levam em
consideração seus próprios interesses.

Política segundo os modernos: para Maquiavel e Schmitt, a política é baseada em


associações, uma relação de amigos e inimigos onde o objetivo seria aniquilar o
inimigo e com o apoio de amigos, ter o poder. Uma frase clichê atribuida a
Maquiavel diz “o meio justifica os extremos”, a frase ilustra a visão deles a respeito
da política como uma forma de atingir objetivos, mesmo que para isso use de meios
sujos e imorais ou amorais como o professor pontuou. Diferente dos gregos, os
modernos vêem a política como uma atividade suja, sem virtudes e feita às escuras,
em segredo.

Questão 2:

O poder material do Estado se relaciona com o poder constitucionalmente


organizado, de modo que deixa clara a diferença entre estes poderes.
O poder constitucionalmente organizado diz respeito às leis, diretrizes e decisões
que necessitam da obediência dos indivíduos. O poder material do Estado é aquele
que materializa o cumprimento dessas leis e decisões vindas do poder
constitucional.
Podemos usar como exemplo a decisão do STF em tornar a vacina obrigátoria, tal
decisão foi emitida pelo poder constitucionalmente organizado, e carece da
obediência dos indivíduos. Mas, para que essa decisão se materialize é necessaria
a ação do poder material que irá materializar as sanções previstas para quem
desobedecer tal decisão.
Questão 3:

A diferença entre dominação e poder é um tanto simples de ser compreendida.


O poder pode ser definido como uma relação de imposição em que impõe sua
própria vontade a outro indivíduo, e dessa forma determina o seu comportamento.
Um exemplo disso é o poder do patrão que determina o comportamento de seu
colaborador. Aristóteles fala a respeito do poder do homem sobre o homem, ou seja,
é uma relação de poder, imposição da própria vontade sobre o outro.

Já a dominação pode ser entendida da seguinte forma, o indivíduo concorda em


obedecer, não se trata de uma imposição, como no caso do poder, a dominação é
aceitação e subordinação. Segundo Weber, existem 3 formas de dominação:
dominação legal, dominação tradicional e a dominação carismática. Em todas as
formas existe esse caráter de aceitação.

Um exemplo de dominação é no caso de líderes religiosos, como Jesus, Maomé,


Buda dentre outros, que exerciam uma dominação carismática, através de seu
poder de persuasão e sua liderança carismática, estes conseguiram mobilizar um
grande número de pessoas que passaram a segui-los e se subordinar a eles.
Diferente do poder que impõe sua vontade e não usa de persuasão ou
convencimento.

Questão 4:

Os tipos de poder para Aristóteles eram: poder paterno, poder despótico e poder
político.
● Poder paterno: poder do pai sobre o filho, no interesse do filho;
● Poder despótico: poder do senhor sobre o servo, no interesse do senhor;
● Poder político: poder do governante sobre quem é governado, no interesse
de ambos. (na forma não viciada de governo).
Já Hobbes acreditava no uso instrumental do poder como forma de atingir
determinados interesses, digamos que seja um poder persuasivo para usar em seu
próprio benefício.
Max Weber tinha uma visão ligada à dominação, que Bobbio diferenciou de poder.

As tipologias modernas de poder são: poder econômico, ideologico e politíco.


O poder econômico se dá pela posse de bens e meios de produção, que podem ser
usados para determinar o comportamento de seus empregados; o poder ideologico
diz respeito ao saber, no livro de Bobbio diz que é exercido por sábios, sacerdotes e
cientistas; já o poder politíco se vale de um poder coator, que remete ao
supramencionado poder material do estado.
Questão 5:

De acordo com o que foi exposto em aula, burocracia se trata de uma organização
que se caracteriza por regras e procedimentos, tem um caráter meritocrático e
preza por uma impessoalidade das relações.
Já o patrimonialismo é bastante distinto, segundo Weber, no patrimonialismo não
existe uma diferença entre o que é público e o que é privado. Muito comum no
absolutismo, onde o poder se concentrava nas mãos do soberano. Ou seja, tudo é
patrimônio de quem governa.
A burocracia diferente do patrimonialismo é impessoal e sugere essa distinção entre
o que é público e o que é privado, o que é público pertence a todos, mas ao mesmo
tempo não pertence a ninguém e é gerido por uma organização burocratica
impessoal que não favorece a ninguém sem ser por merito.
Um exemplo de burocracia é o concurso público, um processo burocratico,
impessoal e meritocratico que leva em consideração a capacidade do indivíduo em
exercer determinada função. No patrimonialismo é diferente, os empregos, funções
etc, levam em conta o interesse pessoal de quem governa, é algo pessoal e não
impessoal como no caso da burocracia.

Questão 6:

O Estado de Direito teve sua origem no século XVIII, sua criação foi influenciada por
experiências culturais e políticas.

Dessa forma, tendo um conjunto de normas e direitos fundamentais definidos a fim


de garantir liberdade aos indivíduos, o Estado de Direito se contrapõe a sistemas de
governos totalitários e absolutos.

Podemos dizer que Estado de Direito é quando tudo é determinado e limitado pelo
direito.

As características do Estado de Direito são:


● a lei é imposta a todos, até mesmo ao próprio Estado;
● existe a separação dos poderes, no caso do Brasil temos os 3 poderes: poder
executivo, legislativo e o judiciário, esses poderes devem ser independentes,
o executivo não pode anular o legislativo e o judiciário deve julgar e
acompanhar o funcionamento deles;
● por último há os direitos individuais fundamentais, como no artigo 5° da
Constituição Federativa do Brasil.
Ou seja, o Estado não deve impor sua vontade, seus poderes são divididos e
limitados pelo direito, e deve ter como objetivo a busca pelo bem comum.

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