O documento discute o conceito de soberania ao longo da história, desde a Grécia Antiga e Roma até autores modernos como Bodin, Hobbes e Rousseau. Aborda as diferentes concepções de soberania (política, jurídica e de integração) e características como indivisível, inalienável e imprescritível.
O documento discute o conceito de soberania ao longo da história, desde a Grécia Antiga e Roma até autores modernos como Bodin, Hobbes e Rousseau. Aborda as diferentes concepções de soberania (política, jurídica e de integração) e características como indivisível, inalienável e imprescritível.
O documento discute o conceito de soberania ao longo da história, desde a Grécia Antiga e Roma até autores modernos como Bodin, Hobbes e Rousseau. Aborda as diferentes concepções de soberania (política, jurídica e de integração) e características como indivisível, inalienável e imprescritível.
A tentativa de melhor conceituar a Soberania tem sido frequentemente parte de obras,
desde o século XVI (16), sendo desenvolvidas por filòsofos, juristas, historiadores e até mesmo por estudiosos de teorias e fenômenos relacionados ao meio jurídico ou político. Observa-se que o conceito de soberania é base para a concepção de Estado Moderno pois sua importância acaba tornando-se uma característica fundamental do Estado. É relevante as considerações históricas, nas primeiras percepções de algum poder como a soberania, a mesma não era usada neste termo. Ou seja, já se manifestava antes do século XVI a ideia de uma soberania, porém não era denominada como tal. Sem usar de fato o termo Soberania: Os Romanos utilizavam Suprema Potestas/ Summum Imperium para designar o poder supremo do Estado na política e na administração. E Imperium significava o poder político representado através do Imperador. Na Grécia Antiga o soberania era denominada de autarquia, que significava que a Cidade-Estado se diferenciava das demais. Aristóteles afirma no livro I de “A Política” a superioridade da Cidade-Estado, como autarquia, que significava o poder moral e econômico da Cidade-Estado por ser auto-suficiente. As Monarquias no século XIII o monarca era superior a todos no reino, tendo poder supremo na política e na justiça. No final da Idade Média o termo soberania já era utilizado e é equivalente a suserania, os monarcas tinham supremacia suas vontades não tinham limites. Maquiavel destaca que a experiência política é uma experiência humana, de como o príncipe chega e se permanece no poder. Sem a ideia de hierarquia medieval Maquiavel afirmava que qualquer pessoa poderia ascender ao poder, se a Fortuna conspirar para isso e a virtú se faça presente. (Fortuna- são as circunstância e as necessidades do presente e Virtú- é a capacidade do príncipe de controlar e manter seu poder.), ou seja, para Maquiavel a soberania era manter o poder, sendo o príncipe ou o estado. Utilizando o termo soberania: As tentativas de conceituação da soberania se deram a partir de Bodin mais ou menos em 1576 na obra “Os seis livros da república”. Para Bodin a soberania era o poder absoluto e perpétuo de uma república, a soberania por ser poder absoluto não é limitada por nada, a não ser as leis divinas e naturais, pois o príncipe não pode contrariá-las. E perpétuo pela continuidade do poder ao longo do tempo. Thomas Hobbes autor do “Leviatã” compõe uma teoria contratualista de Estado, com o contrato surge o soberano, os homens transferem seu poder ao soberano pela paz e segurança, “o soberano que empunha uma espada e um cajado”, pois os homens viviam de guerra de todos contra todos. Através do contrato todos serão submissos ao Estado que organizaria e distribuiria obrigações e direitos, e exigirá garantia de respeito através de ameaças de punições. Jean J. Rousseau autor da obra “Contrato Social” de 1762, defende a transferência da soberania de uma pessoa governante para o povo, a soberania popular, se opondo a teoria da soberania de Bodin e do poder soberano de Hobbes. O poder se origina do povo e se fixa com o contrato social, reúne a soberania de cada pessoa para o Estado que deve manter a segurança. Se a soberania é de vontade geral, o mesmo caracteriza como inalienável pois por ser de vontade geral não pode ser alienada, indivisível pois como é vontade geral tem a participação de todos, limitada o soberano não deve sobrecarregar e exigir coisas inúteis, sendo exigências iguais a todos. No século XX há dois principais autores que se destacam como Hans Kelsen e Carl Schmitt. Kelsen define que a criação do Estado coincide com a criação da ordem jurídica, não havendo Estado sem ordenamento jurídico, sendo o mesmo responsável por regular o Estado. Schmitt discorda de Kelsen, pois não acredita em um sistema jurídico possa saber de todas as suspensões do próprio sistema. Schmitt define a soberania como o poder de legislar e suspender a lei, o soberano não decide só dentro do Estado como o mesmo o cria. Por não ter um conceito exatamente concreto, há embates sobre diversas formas que diferentes pensadores acreditam conceituar a soberania, como alguns acreditam que a soberania é poder do Estado, alguns defendem como sendo a qualidade do poder do Estado, além de outras opiniões que tentam melhor conceituar soberania. Contudo há em comum em todas as concepções é que a soberania possui uma ideia de poder, pois implicitamente tem a idealização de poder de unificação, sendo diferenciada por diferentes formas de concepções, tanto política quanto jurídica. A concepção política define a soberania como eficiência do poder, sendo conceituada como “o poder incontrastável de querer coercitivamente e de fixar as competências.” Ou seja, o poder soberano é absoluto, sem confrontação e que impõe suas determinações, sendo o poder do mais forte causando desavenças entre os Estados, pois todos os mesmos se afirmam ser soberanos. A concepção jurídica conceitua a soberania como ”o poder de decidir em última instância sobre a atributividade das normas”, essa concepção utiliza a soberania para fins jurídicos, pois todas ações do Estado tem delimitações jurídicas. Por isso afirma não haver Estados fracos e fortes, já que o Direito é igualitário para todos. Uma terceira concepção não admite a posição política e nem a posição jurídica, sendo a mesma denominada por Miguel Reale como Política ou Integração social, jurídico e político do poder. A concepção da integração conceitua a soberania como “o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência”. A soberania tem limites em não contrariar os fins éticos de convivência do bem comum, o soberano tem propriedade para utilizar a coação para impor suas determinações. As características da soberania que são encontradas em praticamente todos estudos são definidas como: una pois em um Estados não há duas soberanias. Indivisível pois é a universalidade do que acontecem no Estado, não existindo partes separadas da mesma soberania. Inalienável pois quem a possui desaparece quando sem ela ficar. Imprescritível/permanente pois se tivesse tempo para acabar não seria superior, o poder soberano só acaba quando é forçado por algo superior. Há outras características particulares de outros autores, mas que em suma representam o que já foi explicado. Todavia a teoria da autolimitação do Estado é mais que a resposta a uma crítica. Essa teoria trata do Estado que se quiser pode assumir obrigações externas, fixar regras jurídicas na aplicação interna, sendo limitado por normas. A soberania possui algumas relações como: 1º A justificação e a titularização da soberania, as teorias justificadoras se dividem em dois grupos, são eles: Teorias Teocráticas foram muito frequentes no fim da Idade Média, acreditavam que toda forma de poder vem de Deus, o direito divino sobrenatural é quando Deus concede o poder ao príncipe, e o direito divino provincial quando a soberania vem de Deus, nessa teoria quem detinha o poder da soberania era o monarca. Teorias Democráticas defendiam que o soberano se originava do povo, nessa teoria há três fases, primeiro a soberania pertence ao povo, segundo a soberania pertence a nação, terceiro o soberano é o Estado. Se a soberania for considerada como um direito ela só pode pertencer a uma única pessoa jurídica, mas quando a soberania é titularizada ao Estado, o mesmo deve atender às exigências jurídicas e conservar o fundamento democrático. 2ºO objeto e a significação da soberania, o poder soberano é sobre os indivíduos que pertencem ao Estado e aqueles que não pertence a esse Estado mas encontra-se nos limites do território desse Estado, havendo exceções para estrangeiros que não são afetados pela soberania do Estado mesmo estando em seu território. Nas relações entre Estados, a soberania tem significação de independência, o Estado reconhece que há outros poderes iguais mas nenhum superior. Visto que a soberania tem sido conceituada historicamente na concepção política, mas quando posto em prática apresenta-se como na concepção jurídica. Todavia a soberania continua sendo idealizada de duas formas: como sinônimo de independência, sendo a explicação dos responsáveis pelo Estado para o próprio povo, de não serem dependentes de potências estrangeiras. E também como expressão de poder jurídico mais alto, nos limites da jurisdição do Estado, tem o poder de decidir em última instância.
Democracia e Jurisdição Constitucional: a Constituição enquanto fundamento democrático e os limites da Jurisdição Constitucional como mecanismo legitimador de sua atuação