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Nome: Chaiane Trindade Martins.

Matrícula: 201712923.
Data: 19.04.2018.

Tema: Soberania.

A Soberania

A tentativa de melhor conceituar a Soberania tem sido frequentemente parte de obras,


desde o século XVI (16), sendo desenvolvidas por filòsofos, juristas, historiadores e até
mesmo por estudiosos de teorias e fenômenos relacionados ao meio jurídico ou político.
Observa-se que o conceito de soberania é base para a concepção de Estado Moderno pois sua
importância acaba tornando-se uma característica fundamental do Estado.
É relevante as considerações históricas, nas primeiras percepções de algum poder como
a soberania, a mesma não era usada neste termo. Ou seja, já se manifestava antes do século
XVI a ideia de uma soberania, porém não era denominada como tal.
Sem usar de fato o termo Soberania: ​Os  Romanos  ​utilizavam Suprema Potestas/
Summum Imperium para designar o poder supremo do Estado na política e na administração.
E Imperium significava o poder político representado através do Imperador. ​Na  Grécia 
Antiga o soberania era denominada de autarquia, que significava que a Cidade-Estado se
diferenciava das demais. Aristóteles afirma no livro I de “A Política” a superioridade da
Cidade-Estado, como autarquia, que significava o poder moral e econômico da
Cidade-Estado por ser auto-suficiente. ​As  Monarquias no século XIII o monarca era
superior a todos no reino, tendo poder supremo na política e na justiça. No final da Idade
Média o termo soberania já era utilizado e é equivalente a suserania, os monarcas tinham
supremacia suas vontades não tinham limites. ​Maquiavel ​destaca que a experiência política é
uma experiência humana, de como o príncipe chega e se permanece no poder. Sem a ideia de
hierarquia medieval Maquiavel afirmava que qualquer pessoa poderia ascender ao poder, se a
Fortuna conspirar para isso e a virtú se faça presente. (Fortuna- são as circunstância e as
necessidades do presente e Virtú- é a capacidade do príncipe de controlar e manter seu
poder.), ou seja, para Maquiavel a soberania era manter o poder, sendo o príncipe ou o estado.
Utilizando o termo soberania: As tentativas de conceituação da soberania se deram a
partir de Bodin mais ou menos em 1576 na obra “Os seis livros da república”. Para ​Bodin a
soberania era o poder absoluto e perpétuo de uma república, a soberania por ser poder
absoluto não é limitada por nada, a não ser as leis divinas e naturais, pois o príncipe não pode
contrariá-las. E perpétuo pela continuidade do poder ao longo do tempo. ​Thomas  Hobbes 
autor do “Leviatã” compõe uma teoria contratualista de Estado, com o contrato surge o
soberano, os homens transferem seu poder ao soberano pela paz e segurança, “o soberano que
empunha uma espada e um cajado”, pois os homens viviam de guerra de todos contra todos.
Através do contrato todos serão submissos ao Estado que organizaria e distribuiria obrigações
e direitos, e exigirá garantia de respeito através de ameaças de punições. ​Jean  J. Rousseau 
autor da obra “Contrato Social” de 1762, defende a transferência da soberania de uma pessoa
governante para o povo, a soberania popular, se opondo a teoria da soberania de Bodin e do
poder soberano de Hobbes. O poder se origina do povo e se fixa com o contrato social, reúne
a soberania de cada pessoa para o Estado que deve manter a segurança. Se a soberania é de
vontade geral, o mesmo caracteriza como inalienável pois por ser de vontade geral não pode
ser alienada, indivisível pois como é vontade geral tem a participação de todos, limitada o
soberano não deve sobrecarregar e exigir coisas inúteis, sendo exigências iguais a todos.
No século XX há dois principais autores que se destacam como Hans Kelsen e Carl
Schmitt. ​Kelsen  ​define que a criação do Estado coincide com a criação da ordem jurídica,
não havendo Estado sem ordenamento jurídico, sendo o mesmo responsável por regular o
Estado. Schmitt discorda de Kelsen, pois não acredita em um sistema jurídico possa saber de
todas as suspensões do próprio sistema. ​Schmitt define a soberania como o poder de legislar
e suspender a lei, o soberano não decide só dentro do Estado como o mesmo o cria.
Por não ter um conceito exatamente concreto, há embates sobre diversas formas que
diferentes pensadores acreditam conceituar a soberania, como alguns acreditam que a
soberania é poder do Estado, alguns defendem como sendo a qualidade do poder do Estado,
além de outras opiniões que tentam melhor conceituar soberania.
Contudo há em comum em todas as concepções é que a soberania possui uma ideia de
poder, pois implicitamente tem a idealização de poder de unificação, sendo diferenciada por
diferentes formas de concepções, tanto política quanto jurídica. A concepção política define a
soberania como eficiência do poder, sendo conceituada como “o poder incontrastável de
querer coercitivamente e de fixar as competências.” Ou seja, o poder soberano é absoluto,
sem confrontação e que impõe suas determinações, sendo o poder do mais forte causando
desavenças entre os Estados, pois todos os mesmos se afirmam ser soberanos.  A  concepção 
jurídica conceitua a soberania como ”o poder de decidir em última instância sobre a
atributividade das normas”, essa concepção utiliza a soberania para fins jurídicos, pois todas
ações do Estado tem delimitações jurídicas. Por isso afirma não haver Estados fracos e fortes,
já que o Direito é igualitário para todos.
Uma terceira concepção não admite a posição política e nem a posição jurídica, sendo
a mesma denominada por Miguel Reale como Política ou Integração social, jurídico e político
do poder.  A  concepção  da  integração conceitua a soberania como “o poder de organizar-se
juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos
limites dos fins éticos de convivência”. A soberania tem limites em não contrariar os fins
éticos de convivência do bem comum, o soberano tem propriedade para utilizar a coação para
impor suas determinações.
As características da soberania que são encontradas em praticamente todos estudos são
definidas como​:  una  ​pois em um Estados não há duas soberanias.  Indivisível pois é a
universalidade do que acontecem no Estado, não existindo partes separadas da mesma
soberania​.  Inalienável  ​pois quem a possui desaparece quando sem ela ficar.
Imprescritível/permanente  ​pois se tivesse tempo para acabar não seria superior, o poder
soberano só acaba quando é forçado por algo superior.
Há outras características particulares de outros autores, mas que em suma representam
o que já foi explicado. Todavia a teoria da autolimitação do Estado é mais que a resposta a
uma crítica. Essa teoria trata do Estado que se quiser pode assumir obrigações externas, fixar
regras jurídicas na aplicação interna, sendo limitado por normas.
A soberania possui algumas relações como​:  1º  A  justificação  e  a  titularização  da 
soberania​, as teorias justificadoras se dividem em dois grupos, são eles: ​Teorias Teocráticas 
foram muito frequentes no fim da Idade Média, acreditavam que toda forma de poder vem de
Deus, o direito divino sobrenatural é quando Deus concede o poder ao príncipe, e o direito
divino provincial quando a soberania vem de Deus, nessa teoria quem detinha o poder da
soberania era o monarca. ​Teorias  Democráticas  ​defendiam que o soberano se originava do
povo, nessa teoria há três fases, primeiro a soberania pertence ao povo, segundo a soberania
pertence a nação, terceiro o soberano é o Estado. Se a soberania for considerada como um
direito ela só pode pertencer a uma única pessoa jurídica, mas quando a soberania é
titularizada ao Estado, o mesmo deve atender às exigências jurídicas e conservar o
fundamento democrático.
​2ºO  objeto  e  a significação da soberania, ​o poder soberano é sobre os indivíduos que
pertencem ao Estado e aqueles que não pertence a esse Estado mas encontra-se nos limites do
território desse Estado, havendo exceções para estrangeiros que não são afetados pela
soberania do Estado mesmo estando em seu território. Nas relações entre Estados, a soberania
tem ​significação de independência, o Estado reconhece que há outros poderes iguais mas
nenhum superior.
Visto que a soberania tem sido conceituada historicamente na concepção política, mas
quando posto em prática apresenta-se como na concepção jurídica. Todavia a soberania
continua sendo idealizada de duas formas: como sinônimo de independência, sendo a
explicação dos responsáveis pelo Estado para o próprio povo, de não serem dependentes de
potências estrangeiras. E também como expressão de poder jurídico mais alto, nos limites da
jurisdição do Estado, tem o poder de decidir em última instância.

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