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A Soberania é o pressuposto necessário para o entendimento do fenômeno estatal, visto que não

há Estado perfeito sem Soberania, ela é considerada um quarto elemento como os autores
pretenderam a incluir, para que esteja incluindo em um Estado Soberano é necessário que não seja
“semi-soberania.” ou “não-soberano”, daí a simples definição de Estado como a organização da
Soberania. Ela em seu sentido político ou jurídico, é o exercício da autoridade que reside em um povo
e que se exerce por intermédio dos seus órgãos constitucionais representativos.

Para diferenciarmos outros poderes existentes entres sociedades, temos uma autoridade superior
que não pode ser limitada por nenhum outro poder, ressaltando às evidências que não são soberanos
os Estados-Membros de uma Federação, ou seja, pessoas jurídicas de Direito Público Interno e têm
capacidade para auto-organização própria (Constituição Estaduais e Lei Orgânica do Distrito Federal).
Consequentemente, convencionou-se na própria constituinte de Filadélfia uma cidade da Pensilvânia
que é conhecida por sua rica história, e foi onde se instituiu o regime federalista, que as unidades
estatais integrantes da União se denominariam Estados-Membros.

Alguns teóricos do Federalismo norte-americano atribuem aos Estados-Membros soberania de


direito interno. Direito que é aplicável às situações públicas e privadas de âmbito interno do Estado,
enquanto o direito internacional é aplicável às relações externas, entre sujeito de direito
internacional. A Soberania é una, indivisível, inalienável e imprescritível. Una em razão de não se
admitirem num mesmo Estado a convivência de mais de uma soberania. A soberania é sempre
superior a todos os demais poderes que existem no Estado. Ela é indivisível em decorrência de se
aplicar a todos os fatos ocorridos no Estado, sendo inadmissível a existência de várias partes
separadas da mesma soberania.

Etimologicamente, o termo soberano provém de Superanos, Supremitas ou super e omnia,


configurando-se definitivamente através da formação francesa Souveraineté, que expressava, no
conceito de Bodin, “o poder absoluto e perpétuo de uma República”. A primeira teórica a respeito da
soberania teria sido a de Jean Bodin, chamada de “Os seis Livros da República”. O ano de seu
surgimento teria sido o de 1576. Para Bodin “... a soberania é o poder absoluto e perpétuo de uma
república, palavra que se usa tanto em relação aos particulares quanto em uma relação aos que
manipulam todos os negócios de Estado de uma República”. Notadamente no plano internacional, a
soberania é limitada pelos imperativos da coexistência de Estados soberanos, não podendo invadir a
esfera de ação das outras soberanias. Na legislação brasileira, a soberania popular está consagrada
na Constituição do Art. 1º.
Com o esclarecimento de Bodin sobre o poder absoluto, a soberania não pode ser limitada
no poder perpétuo, ela também não pode ser condicionada a um tempo certo de duração.
Com a posterior publicação “O Contrato Social” de J.J. Rousseau, grande realce foi dado a
soberania, passando está da pessoa do governante para o povo. A soberania ainda é
entendida como sinônimo de independência ou como expressão de poder jurídico mais alto,
ou seja, dentro dos limites da jurisdição do Estado, este é que tem o poder de decisão
em última instância, sobre a eficácia de quaisquer normas jurídicas o que se pode extrair de
todas as teorias formuladas, segundo Dallari, é que a noção de soberania está sempre ligada
a uma concepção de poder.

Diante disto, boa parte da doutrina atual entende haver uma necessidade de adequar o
conceito de soberania ao mundo globalizado, discutindo se este deve ser integralmente
reformulado ou meramente alterado Soberania compõe teorias que são elas:

 TE0RIA DA SOBERANIA ABSOLUTA DO REI- está teoria é de fundamento histórico e


lança suas raízes nas monarquias antigas fundadas no direito divino dos reis. Eram os
monarcas acreditados como representantes de Deus na ordem temporal, e na sua
pessoa se concentravam todos os poderes. O poder se soberania era o poder pessoal
do rei e não admitia limitações.
 TEORIA DA SOBERANIA POPULAR- teve como percursores Altuzio, Marcilio de
Padua, Francisco de Vitoria, Soto, Molina, Mariana, Suarez e outros teólogos e
canonistas da chamada Escola Espanhola. Reformulando a doutrina do direito divino
previdencial: poder público vem de Deus, sua causa eficiente, que infundi a inclusão
social do homem e a consequente necessidade de governo na ordem temporal.
 TEORIA DA SOBERANIA NACIONAL- ganhou corpo com as idéias político-filosóficas
que fomentaram o liberalismo e inspiraram a Revolução Francesa: ao símbolo da
Coroa opuseram os revolucionários liberais o símbolo da Nação.
 TEORIA DA SOBERANIA DO ESTADO- pertence às escolas alemã e austríaca, as quais
divergem fundamentalmente da Escola Clássica Francesa.
 TEORIA NEGATIVISTA DA SOBERANIA- é da mesma natureza absolutista. Formulou-a
Léon Duguit, desenvolvendo o pensamento de Ludwig Gumplowicz.
 TEORIA REALISTA OU INSTITUCIONAL- modernamente, vem ganhando terreno em
face das novas realidades mundiais.
Em sua acepção precisa, soberania designa não mais uma força, mais sim uma qualidade,
certa forma ser. A soberania é o caráter supremo de um poder, supremo no sentido de que
concorra consigo mesmo. O Estado é aquele que na esfera de sua autoridade, possui um
poder independente de todos os outros poderes. A soberania pode ser interior ou exterior.
A soberania interna ou externa, a soberania interna representa o poder que o Estado possui
uma autoridade suprema, no sentido de que sua vontade predomina sobre todas as
vontades os indivíduos com que se relaciona dentro de seu território. É mais alta autoridade
que existe dentro do território do Estado.

Já a soberania externa se manifesta nas relações internacionais dos Estados. Implica para
o Estado soberano a exclusão de toda subordinação, de toda dependência a respeito dos
Estados estrangeiros. Ambas as definições importam que o Estado é dono em seu território.
“A soberania se constitui na supremacia do poder dentro da ordem interna e no fato de,
perante a ordem externa só encontrar Estados de igual poder. Esta situação é a
consagração, na ordem interna, do princípio da coordenação. Ter, portanto, a soberania como
fundamento do Estado brasileiro significa que dentro do nosso território não se admitira força outra
que não a dos poderes juridicamente constituídos, não podendo qualquer agente estranho à Nação
intervir nos seus negócios”.

A lição apresentada nos mostra que o poder estatal não pode se limitar as fronteiras
geográficas que estabelecem o território, se fazendo também necessário o reconhecimento
do poder soberano dos demais Estados para que haja, em caráter recíproco, o
reconhecimento da sua própria condição de supremacia, possibilitando uma melhor
integração econômica com demais atores do Direito internacional. No que tange ao
desenvolvimento econômico, salientamos que em um mundo como o atual, em que há um
alto grau de integração econômica entre Estados, praticamente não existe a possibilidade de
uma Nação a tingir um grau de desenvolvimento satisfatório sem fazer parte desta rede
econômica global.

Em decorrência de diversos fatores principalmente econômicos, alguns Estados “São


mais soberanos que outros”. Entretanto, há nos dias atuais verdadeiros remédios para está
“redução” do poder soberano. A demais, dia após dia o princípio de igualdade soberana
assume uma importância cada vez maior na esfera das relações jurídicas internacionais,
reconhecendo os diferentes graus de desenvolvimento e a consequente desigualdade entre
Estados.

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