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E.E.

Raul de Leoni

Poder, política e Estado

Material de Sociologia
4º bimestre - 2º ano
Profª. Duda
O que é o Na vida social, poder é a capacidade de
agir ou de determinar/influenciar o
comportamento de outra(s) pessoa(s).
poder?
Para o sociólogo Max Weber, poder é a
possibilidade de impor a própria vontade
numa relação social, mesmo contra a
resistência alheia.

Toda relação social (a que


estabelecemos com outros indivíduos, com
as instituições e coletividades) é uma
relação de poder.
O exercício O poder está presente na esfera privada
(como nas relações familiares, entre pais e
filhos) e na esfera pública (como o poder
do poder dos governantes sobre os governados, as
relações de trabalho, etc).

O poder pode ser legítimo (quando a


influência/autoridade é consentida por
parte daqueles que se submetem à vontade
do outro) ou ilegítimo (quando a
imposição da autoridade se dá
exclusivamente pelo uso da força).
Tipos de poder
Poder econômico: É aquele que se
baseia na posse e utilização de bens
materiais, como terras, dinheiro e meios
de produção, para exercer influência
sobre a conduta de indivíduos, instituições
e coletividades.
Tipos de poder

Poder ideológico: Consiste na


capacidade de influenciar a formação
das ideias e práticas sociais das
massas. Esse poder é exercido no âmbito
midiático (TV, jornais, redes sociais) e
religioso.
Tipos de poder

Poder político: É exercido pelas


instituições oficiais, ligadas ao Estado. O
poder político detém o monopólio do uso
da força física considerada legal ou
autorizada pelo direito da sociedade
vigente, com objetivos de manter a
coesão social.
Segundo Max Weber, o exercício do poder
é denominado dominação.

Os tipos de Para a Sociologia, o que importa é a


dominação legítima, quando o dominado
dominação aceita os termos do exercício do poder.

Segundo Weber, há três tipos puros de


dominação legítima: dominação
tradicional, dominação carismática e
dominação racional-legal.
Dominação tradicional
Consiste na crença em instituições e regras tradicionais de controle
conduzidas por um indivíduo ou grupo de pessoas que se baseia nos
costumes, normas e valores tradicionais para exercer a dominação.

A família patriarcal é um exemplo de


dominação tradicional. O patriarca se
refere ao chefe da família, a quem se
deve respeito e obediência, por conta da
tradição, do “sempre foi assim”.
Dominação carismática
Crença por parte dos dominados na existência de qualidades
excepcionais em um determinado indivíduo. É apoiada em uma devoção
que vem por parte de uma característica do líder: carisma, heroísmo,
discursos. Essa dominação é instável, nada segura a devoção para sempre.

Temos como exemplos os profetas


religiosos, lideres militares e líderes
de um partido. Na imagem, o guru
indiano, Osho.
Dominação racional-legal
Fundamentada em regras, estatutos e leis aprovadas e aceitas por
todos. É o modelo adotado pelo Estado moderno, onde as relações entre
cidadãos e Estado é marcado pela impessoalidade, pois o poder obedece
as regras, e não a vontade de uma pessoa.

Também é chamada de dominação


burocrática. É representada pelos
funcionários nomeados ou eleitos do
Estado: servidores, juízes, presidente
Política são os meios pelos quais um sujeito

O que é a ou grupo se organiza, exerce ou conquista


o poder.

política? Origem da política surge na Grécia antiga


e referia-se às questões relacionada à vida
na cidade. Na grécia, a política definia a
organização cotidiana e o futuro da polis
(cidade-Estado grega).

Para Weber, fazer política significa exercer


um papel de liderança no Estado ou na luta
pelo poder, para controlar a distribuição
deste, entre Estados ou entre grupos dentro
do Estado.
A palavra política passa a ser empregada para
indicar as atividades relativas ao controle do
Estado.

O PODER é um recurso essencial ao exercício da


POLÍTICA.
O que é o Modo específico do exercício do poder
sobre uma sociedade.

Estado? Algumas característica da organização do


Estado: racionalização da gestão do
poder, presença de uma máquina
administrativa burocrática, composta
por um corpo qualificado de auxiliares
técnicos, que operam com base em
procedimentos preestabelecidos e
impessoais, para evitar a pessoalidade
nas relações entre soberanos e súditos.
Quando falamos de Estado Moderno ou Estado-nação, falamos de um modo
específico de organização social do poder político. Surgiu na Europa, como
forma de superação do regime feudal, a partir do século XIV.
Teorias sociológicas clássicas
sobre o Estado
Para Karl Marx:
Divisão do trabalho e propriedade privada, que geram as classes sociais,
são a base do surgimento do Estado;
O Estado é a expressão jurídico-política da sociedade burguesa;
Em 1848, no Manifesto Comunista, Marx e Engels afirmaram que os
dirigentes do Estado Moderno funcionam como um comitê executivo da
classe dominante (burguesia);
O Estado nasce para conter as diferenças entre as classes sociais;
O Estado é, portanto, uma organização cujos interesses são os da
classe dominante na sociedade capitalista.
Teorias sociológicas clássicas
sobre o Estado
Para Émile Durkheim :
Via o Estado como um órgão de solidariedade social, que tem como
papel fundamental a promoção da coesão social e manutenção da
ordem;
A integração e regulação da sociedade só é possível por meio do Estado;
O Estado é uma organização com um conteúdo inerente, ou seja, os
interesses coletivos.
Solidariedade social é o laço que une os indivíduos à coletividade. Coesão social é
o grau de consenso entre indivíduos de um grupo social, marcada pelos valores,
normas, condutas.
Teorias sociológicas clássicas
sobre o Estado
Para Max Weber:
O Estado é a instituição que possui o monopólogio legítimo do uso da
força (física ou não), em um determinado território, com um poder
centralizado;
O monopólio legítimo é caracterizado pela regulação e controle do uso da
força, manutenção da ordem, de maneira legal e em conformidade com
as leis e regulamentos do Estado.
O Estado é apenas mais uma das muitas organizações burocráticas da
sociedade.
Aplicação
de penalidades legais

Prisões Defesa
nacional
Controle de Exemplos de instituições do Estado que
detem o monopólio legítimo do uso da força:
manifestações Polícia e Forças Armadas.
Formas de governo

Quem administra o Estado é o governo. A forma de governo é a maneira pela


qual está instituída a relação entre governantes e governados, isto é, quais são
as estruturas e as relações de poder.

Existem duas formas básicas de organização do Estado moderno: Monarquia


e República.
Monarquia
Originalmente a monarquia significa o governo de um só, podendo ser
definido como um Estado dirigido segundo a vontade de um indivíduo (rei
ou rainha).

Nesse caso, o cargo do chefe de estado é hereditário e vitalício (não tem


prazo de validade).

É uma forma absolutista de governar, pois concentra o poder nas mãos de


um só. Essa forma de governo foi predominante durante a Idade Média e até
meados do século XVIII.
Monarquia
Hoje, as monarquias são majoritariamente limitadas e constitucionais. O poder
soberano é restrito, e ele tem que aceitar o papel e o poder de outros órgãos,
como parlamentos e gabinetes.

No Brasil, o regime monárquico durou de 1822 (Indepêndencia do Brasil) até


1889, ano da Proclamação da República.

Nas imagens, os
imperadores do
Brasil: Dom Pedro I
e Dom Pedro II
República
A República é oposta à monarquia. Nessa forma de governo, o bem comum
está acima de interesses particulares, de classes, grupos, corporações ou
famílias.

O chefe de Estado é eleito pelo povo ou seus representantes, tendo a sua


chefia uma duração limitada.
República

Presidentes da Primeira República Presidentes da Nova República


(1889 - 1930) (1985- dias atuais)
Sistemas de governo

O sistema de governo depende do relacionamento entre os poderes Executivo


e Legislativo.

O modo como esses poderes interagem no exercício de suas funções


constitucionais caracteriza dois sistemas de governo que predominam no
mundo ocidental: o presidencialismo e o parlamentarismo.
Parlamentarismo

Há uma forte interação entre o Executivo e o Legislativo, fundada na


distinção entre chefe do Estado (monarca ou presidente) e chefe do governo
(chanceler ou primeiro-ministro).

Nesse sistema de governo, quem governa é o Parlamento, por meio do


gabinete formado pelo primeiro-ministro e demais ministros.

O primeiro-ministro é eleito para exercer a função de chefe do governo e


depende da maioria parlamentar para governar.
Países que possuem o sistema parlamentar: Inglaterra,
Portugal, Itália, Suécia, Alemanha.
Presidencialismo
O presidente é eleito, direta ou indiretamente, para um mandato
determinado, no qual exercerá a função executiva. Ele acumula a chefia do
Estado e do governo.

Todo o poder executivo se concentra no presidente, que tem como prerrogativa


escolher seus ministros (os gestores das políticas públicas).

No presidencialismo, há independência entre os poderes Executivo e


Legislativo, pois a constituição desses poderes é independente na origem, isto
é, a eleição dos representantes desses poderes é desvinculada.
As formas de governo e os sistemas de governo podem ser combinados.
Exemplos:

Monarquia Parlamentar: Reino Unido, Suécia, Países Baixos

República Presidencialista: Brasil, Argentina, Estados Unidos

República Parlamentar: Alemanha, Portugal

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