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Definição e objeto
Existem variadas definições de Ciência Política, devido à diversidade de perspetivas de investigação que é
possível utilizar no seu estudo, sendo a definição do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa geralmente aceite:
É o estudo científico de uma modalidade de factos sociais: os factos políticos, que são aqueles que
se relacionam, direta ou indiretamente, com o acesso (ex: eleições), a titularidade (ex: primeiro-
ministro), o exercício (ex: legislar) e o controlo do poder político (ex: tribunal constitucional)”.
Poder
O Poder divide-se em 2 partes:
Este último considera que o Homem vive em sociedade e, consequentemente, desenvolve diferentes
relações de poder e vários níveis de relações pessoais (progressivamente mais complexas e abrangentes), e
por isso pressupõe a potencialidade de alguém impor aos outros um determinado comportamento.
Aristóteles
o Poder despótico (poder do senhor sobre os seus súbditos, privilegiando o seu interesse);
Locke – fundamento do poder que é exercido, com base na mesma distinção de poderes. Está
associado à ideia de aplicação de sanções e é um poder limitado pelos direitos das pessoas. A sua
grande preocupação era a defesa do indivíduo perante o Estado.
Poder Político
Segundo o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa o poder político corresponde ao “poder de injunção dotado de
coercibilidade material”.
Função: resolver os conflitos de interesses que podem surgir entre aqueles que concorrem na
utilização de bens finitos.
O poder político exerce-se através da força e da autoridade, ou seja, da legitimidade dos seus
detentores, para atingir os seus objetivos.
Legitimidade tradicional: associada a sistemas onde se possui a crença de que se o poder for
exercido de acordo com as tradições está a ser bem executado e considerado legítimo;
Legitimidade carismática: associada à admiração por alguém, que possui características excecionais
e que o destacam em relação aos restantes;
Tipos de Legitimidade:
Legitimidade de exercício – resulta do modo como é exercido o poder político pelos governantes.
Legitimidade e Legalidade:
Legalidade – analisa as mesmas formas, mas de acordo com as regras jurídicas em vigor.
Assim, é possível uma ação política ser legal e ilegítima ao mesmo tempo.
O Poder Político e o Estado
O Estado é a manifestação por excelência do poder político.
O Estado é uma sociedade política de fins gerais, que deve prover todos os fins relativamente às
necessidades coletivas. O Estado é regido por uma Constituição. Este é abalado e/ou condicionado por
realidades de âmbito infra e supraestadual.
1- Enquanto comunidade: como sociedade, de que fazemos parte e em que se exerce um poder para
a realização de fins comuns;
2- Enquanto poder, enquanto forma de regulação das relações entre as várias entidades e o poder
supremo estadual: poder político manifestado através de órgãos, serviços e relações de autoridade.
O “Estado” tal como o conhecemos começou a ser usado principalmente depois do século XVIII
(revoluções liberais).
A palavra “Estado” é utilizada pela primeira vez no século XVI, numa obra de Nicolai Maquiavel – O
Príncipe de Maquiavel.
É originária do verbo latino “sto, stas… statum” (estar/permanecer) e aponta para o facto de este
permanecer no tempo, já que podem mudar os governantes e os titulares e o Estado é uma
realidade política que permanece. É uma realidade atemporal, que corresponde a uma necessidade
social coletiva sentida sempre ao longo dos tempos.
Características do Estado
Coercibilidade: suscetibilidade ou possibilidade de o direito estadual ser imposto pela força, isto é,
caso as normas não sejam cumpridas, há instrumentos que permitem a sua aplicação.
Os três elementos que nos permitem caracterizar o Estado enquanto Estado, partindo do princípio de que
são cumpridas todas as características já enunciadas, são os seguintes:
O Poder Político e o
Direito
Existe uma nítida relação entre o poder político e o Direito: a organização do grupo humano é o resultado
do poder político. Paralelamente, para a organização do grupo humano são necessárias normas que o
regulem, produzidas através de mecanismos do Direito, que são, por sua vez, exercidos pelo poder político.
O século XIX e a afirmação das ciências sociais – Alexis de Tocqueville e Karl Marx.
A Ciência Política nos séculos XX e XXI – perspetiva empírica inicia-se nos Estados Unidos já no
século XIX. Com a eclosão da II Guerra Mundial, a Europa começa a adotar esta perspetiva.