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Conceito de ciência política é uma disciplina científica que procura conhecer, descrever, explicar e

sistematizar os fenómenos políticos. Tem por objeto uma realidade factual e trata-se de uma
ciência descritiva, não jurídica e não normativa. As análises da ciência política podem ajudar a
compreender melhor a realidade política cuja ordenação é estabelecida pela Constituição de um
determinado Estado.Objeto da ciência politica Como saber: A CP remonta à antiguidade clássica
sendo considerada como um saber, o saber conjugar uma boa atividade com uma boa organização
da cidade. A cidade, o objeto da CP, englobava todo a organização social. Como Arte: A política
seria o conjunto de regras a seguir para a obtenção e manutenção do poder. A política era a arte de
governar. Como Ciência:Surge como ciência procurando ordenar, sistematizar e dar a conhecer a
realidade política. Dedica-se ao estudo dos fenómenos políticos, empregando métodos
quantitativos e estabelecendo um conjunto de varáveis ou elementos que permitam chegar à
adoção de modelos teóricos. O objeto da ciência política flutua entre o poder e o Estado. O poder é
o objeto central da CP, é a sua sede, forma e ideologia. Toma o Estado como sistema de poder de
obediência ou de participação no poder. Leis q organizam o estado:• Homeostase: Segundo a qual,
o sistema tende para o equilíbrio, apesar dos impactos ou alterações. O sistema tem capacidade
para conservar o equilíbrio interno pois apesar de as pressões causarem destabilização, através dos
outputs, mantém o equilíbrio.• Entropia: Segundo o qual os sistemas tendem para uma ordem e
complexidade cada vez maiores , a fim de esbater a força dos inputs sobre o centro de decisão. O
sistema vai se organizando cada vez mais de forma a esbater a pressão e a que as demandadas
causem menos destabilização. ///Conceito de estado:O Estado é uma entidade abstrata que atua
através dos seus órgãos. A delimitação do conceito jurídico de Estado é por recurso a três
elementos fundamentais: povo, território e o poder político. O Estado surge-nos como uma
comunidade politicamente organizada, fixa em determinado território e tendo como características
a soberania e a independência. Todos os estados estão subordinados à respetiva Constituição, que
tem por finalidade organizar e limitar o poder político. Teses/Origem do estado: tese naturalista-
Partem da ideia de um Homem ser um ser que tende a viver em sociedade. O primeiro a defender
esta ideia foi Aristóteles. teses contratualistas- Com base numa explicação racionalista, a ideia base
é de que o Homem é um animal social, tem necessidade de viver em comunidades. De início, vive-
se no chamado estado-natureza, desorganizado, em conflito, sem regras, até que entende as
vantagens de associar-se para melhor se defender. Teses organicistas-Oscilam entre a consideração
do Estado como unidade espiritual e a equiparação a um organismo natural. Teses voluntaristas-
Segundo explicações etnológicas, o Homem foi obrigado a agrupar-se para poder sobreviver. Daí o
aparecimento de tribos e clãs em que existia imensa solidariedade entre o seus membros e que era
imposta pelo mais forte, visto que o aparecimento do Estado nunca pode resultar da vontade de
todos. O Estado resulta, assim, de um ato de vontade de um.// TIPOS HIST. DE ESTADOS: FASE PRE
CONST. ESTADOS ANTIGO;O Estado Oriental. No aspeto político poderá combinar uma teocracia
(um poder político reconduzido ao poder religioso, com uma forma monárquica sendo o monarca
adorado como um Deus). A ordem da sociedade é desigualitária e hierarquizada, e unificado pela
força. Em regra, é larga a extensão territorial e encontra-se numa propensão expansionista
aspirando à constituição de um império universal. O Estado Grego-O Estado é a comunidade dos
cidadãos e a religião fundamenta esta comunidade, mas a autoridade não tinha natureza divina. O
Estado era a cidade-estado, de pequena expansão territorial, uma comunidade de homens livres
em que se exercia uma democracia direta na ágora. O povo apresentava um grau de civilidade,
onde só tinha direitos políticos um determinado estrato social (os cidadãos).O fator território tinha
pouca importância. O estado podia fazer tudo, mas so podia fazer pela via do direito. Estado
Romano- O desenvolvimento de noção de poder político, como poder uno e supremo cuja
plenitude deve ser reservada a uma única origem e a um único detentor. Surge a distinção entre
poder público (direito do Estado) e o direito privado. Aparece pela 1ªx a noção de poder uno,
politico e supremo corporizado numa única pessoa, o príncipe. Inicia-se com uma monarquia,
passando à república, principado e império (expoente da concentração de poderes). O cristianismo
abala todo o sistema ao reconhecer à pessoa humana uma nova posição dentro da comunidade
política e ao contentar o carácter sagrado ao imperador. FASE PRE CONST. O “Estado” Medieval O
poder real foi estreitado entre a autoridade de igreja e o poder parcelar dos senhores. A ideia de
poder político desvaneceu-se em favor de um sistema fundado uma rede de vínculos unindo
suseranos e vassalos: cada um era titular de privilégios de posições jurídicas particulares que lhe
advinham da posição social que ocupava na hierarquia social. O poder privatiza-se. Em vez do
conceito de poder público vem o de domínio, derivado da supremacia territorial (é a convenção
patrimonial do poder).. A sociedade torna-se numa cadeia de vassalos e senhores, no topo da
ordem está o rei que apenas beneficia do título. Os direitos das pessoas dependiam do seu estatuto
e da camada social a que pertenciam. O cristianismo projetou-se no plano politico como exigência
de limitação do poder. A ausência do Estado neste período deve-se tanto à força dos vínculos
feudais como à força dos vínculos de subordinação do rei ao Papa. FASE PRE CONST. Estado
Moderno Estado Estamental-É uma forma política de transição em que a centralização do poder no
rei tinha ainda como contrapartida a existência das Assembleias Estamentais representativas das
camadas e classes sociais que procuravam a conservação dos privilégios adquiridos na sociedade
medieval. Foi um período de certo equilíbrio entre o poder do rei e dos súbditos. O rei tem a
legitimidade e a efetividade do poder central, mas tem de contar com os estamentos cuja principal
forma de participação são as Assembleias Estamentais. Já existe a ideia de um sentimento nacional
O Estado Estamental só dura até o rei ganhar força para unificar o poder somente em si. O poder
vai-se então centralizando. Estado Moderno Estado Absoluto Patrimonial-O Estado é considerado
um bem patrimonial do Príncipe e o poder deste considerava-se de origem divina. O rei é escolhido
por Deus, governa pela Graça de Deus e exerce uma autoridade que se reveste de fundamento
religioso. Os direitos adquiridos, direitos individuais fundados, num título especial e protegidos pelo
tribunal, apresentam-se comos os limites aos direitos de superioridade territorial do príncipe. Mas
a título essencial (estando em causa o interesse público-raison dÈtat) reconhecia-se ao Príncipe a
possibilidade de ultrapassar esses limites, fazendo apelo a um direito supremo. Os particulares não
dispunham de qualquer mecanismo de defesa. Estado Moderno Estado Absoluto.de Polícia-O rei é
um déspota iluminado e esclarecido pela razão. O príncipe tem, o direito de intervir em todos os
domínios para a prossecução do bem público, em nome da Razão. É um Estado de máxima
intervenção, o rei pode intervir em todos os domínios da vida na sociedade. Os direitos dos
particulares eram obrigados a ceder perante a razão do Estado (é=à vontade do rei).
Independentemente da matéria em causa, desde que o monarca o considerasse importante para a
prossecução do interesse público, os particulares tinham que se submeter ao Estado não dispondo
de qualquer mecanismo de defesa. O Estado de Polícia era um Estado acima do Direito, permitindo-
se o direito de intervir, sem limites, em todas as esferas da vida social ou privada. É criado o fisco
no sentido de resolver a contradição entre a necessidade de garantir o princípio supremo do Estado
de Policia e a necessidade de proteger os particulares eventualmente lesados pela atividade de
polícia. Uma vez que o aparelho do Estado se situava à margem do Direito é criado uma identidade
com a finalidade de se responsabilizar pelas lesões, provocados pelos atos do monarca, aos
cidadãos. O Estado torna-se intervencionista e desenvolve o mercantilismo. Incrementa-se o
capitalismo, a burguesia revela-se o setor mais dinâmico da sociedade. É considerado o antimodelo
contra o qual se constrói a teoria do Estado de Direito. FASE CONST., Estado de direito liberal-O
Estado de Direito Liberal foi a resposta ao Estado Moderno Absoluto do Estado de Polícia. Só
haverá Estado de Direito quando o Estado for limitado e organizado juridicamente. Pode dizer-se
que foi um conceito de luta política contra a atividade ilimitada do príncipe. É uma época marcada
pela ascensão social e política da burguesia e pela defesa da iniciativa e segurança privadas. O
projeto liberal assenta na ideia da separação do Estado com a economia. O bem estar coletivo
resultará naturalmente da livre concorrência de produtores e consumidores. O Estado tem como
única tarefa garantir a paz social que permita o desenvolvimento da sociedade civil de acordo com
as suas próprias regras naturais. Pretende-se uma separação entre o Estado e sociedade. A
atividade administrativa era meramente subsidiária. O único fim deste Estado abstencionista é a
garantia e proteção dos direitos e liberdades fundamentais. A substituição da soberania real pela
soberania nacional e popular. Os direitos fundamentais são concebidos como direitos originários
independentemente do seu estatuto social. São direitos pré e supra estaduais, porque estão acima
do Estado e por isso nenhum órgão do Estado os pode violar. Os direitos fundamentais estão
consagrados na Constituição. Referem-se a uma área em que o Estado se deve abster de intervir.
São liberdades negativas a preservar de invasões do Estado. Só se realizam quando o Estado não
intervém. O Estado de Direito Liberal distingue direitos do Homem: essencialmente individuais,
liberdade pessoal e de consciência, inviolabilidade de domicílio e propriedade privada, e do
cidadão: liberdade de culto, de associação e reunião e direito à greve. Toda a conceção do Estado
de Direito Liberal está ligada aos interesses da Burguesia, daí que o direito de propriedade surgia
entendido como um direito absoluto, um direito supremo. Só é verdadeiramente considerado
como cidadão aquele que foi proprietário. Só tinha voto quem tivesse um determinado grau de
riqueza, o voto censitário: A divisão de poderes enquanto elemento do Estado de Direito Liberal é
inseparável do seu papel de garantia dos direitos fundamentais do homem. Só no processo de luta
do constitucionalismo liberal contra o Estado Absoluto é que surge a ideia de divisão de poderes. O
Estado é divido em funções e cada uma é atribuída a um órgão legislativo (Parlamento), executivo
(Governo) e judicial (Tribunais).A divisão de poderes só se justifica em função da necessidade de
garantir a liberdade individual contra os abusos do poder. O Estado Liberal consagra a supremacia
da função legislativa entendida como a expressão de todo a sociedade. A lei devia prevalecer sobre
todos os atos como sendo um ato necessariamente justo. O Estado de Direito Liberal realiza-se
como Estado de razão através do império da lei. A Lei garantia a igualdade, a segurança e a
previsibilidade era igual para todos e todos iguais perante ela. O princípio de legalidade da
Administração impunha à função executiva uma estrita subordinação à lei. Garantindo o respeito
da lei asseguram a legalidade de todos os seus atos. A lei tinha duas dimensões: preferência da lei:
Administração pode atuar desde que a lei não o proíba; e a reserva da lei: Administração só atua
quando a lei o permite, nem no caso de omissões. FASE CONST. O Estado Social e Democrático de
Direito: Segundo, a “Teoria da Mão invisível”, as leis do mercado por si só conduziram a vida
económica ao aproveitamento máximo de riqueza. Mas verificou-se que não se criara uma situação
de equilíbrio, sendo o Estado chamado a intervir e superar a crise. O impacto provocado pela I
Guerra Mundial altera radicalmente a forma de conceber as relações entre o Estado e a sociedade.
Marca a crise definitiva do dogma liberal de uma ideal separação entre o Estado e a sociedade,
pondo termo ao otimismo liberal (abstenção geral do Estado). A sociedade deixa de ser considerada
auto-suficiente para ser encarada como um objeto suscetível e carente de uma transformação a
prosseguir pelo Estado com vista à realização da justiça social. Como Estado social assiste-se a um
duplo processo: Estadualização da sociedade, a sociedade requer a intervenção global do Estado,
intervém em todos os domínios, mas sempre subordinada às normas jurídicas. O Estado define
metas a atingir e começa a orientar, dirigir e controlar a atividade económica. Empenha-se na
prossecução de uma justiça social com vista a assegurar uma vida digna e protegida aos cidadãos;
Socialização do Estado, a sociedade preocupa-se em atuar sobre o Estado. Os cidadãos organizam-
se por interesses e aumentam a sua influência e controlo sobre o aparelho do Estado. Através de
grupos de pressão, associações, partidos públicos q exigem coletivamente a intervenção estadual.
Diferenças entre o Estado de Direito e Estado de Direito Liberal: No plano dos direitos e liberdades
fundamentais as alterações são as seguintes: surgem os direitos sociais em sentido amplo, positivos
cuja realização depende fundamentalmente da intervenção do Estado e abrangem direitos
económicos e culturais. O cidadão exige uma intervenção positiva tendente a conferir-lhes
realidade existencial; os direitos liberais e garantias tradicionais são reavaliadas de acordo com o
novo principio da sociedade. O Estado preocupa-se em garantir a possibilidade do seu exercício
efetivo por todos os homens; É desvalorizado o direito de propriedade, perde o seu anterior caráter
de direito absoluto. Perde o caracter de medida suprema de todos os outros direitos, é regulada
para impedir abusos na sua aplicação e para permitir a todos o acesso à propriedade. A conceção
da dignidade da pessoa humana é agora independente do grau de riqueza de cada um; Verifica-se a
generalização de atribuição dos direitos políticos sendo instalado o sufrágio universal no direto de
voto. Dá-se a generalização da atribuição dos direitos políticos sem quaisquer discriminações. Os
direitos fundamentais são agora concebidos como valores que se impõem genericamente a toda a
sociedade. Com este alcance o princípio democrático confere um novo entendimento aos
elementos do Estado de Direito. No campo de divisão de poderes: Perde-se a repartição
mecanicista de funções legislativas, executivas e judiciais: institucionalização de iniciativa legislativa
e competência legislativa delegada no governo; o parlamento mostrou-se insuficiente na produção
legislativa; o parlamento invade os domínios da política e da administração e o poder judicial
controla também o parlamento. Consagra-se pela 1ªx, a justiça constitucional, a fiscalização judicial
da constitucionalidade das leis que é atribuída aos tribunais. Se a Administração violava a lei era
possível o recurso à justiça como forma de controlar a legalidade dos atos da administração. As
constituições do Estado de Direito elaboradas em função da garantia dos direitos fundamentais
remetiam para o pleno conhecimento de caráter formalmente superior das normas constitucionais
e para a exigência da constitucionalidade das leis e garantia do seu controlo. A fiscalização judicial
afirma-se como mecanismo de compensação das tentações de arbítrio. O princípio da legalidade da
Administração vê o seu alcance expandido. O princípio da legalidade assume o caráter mais
ambicioso de submissão da Administração ao Direito. Não só à lei ordinária, mas onde se
encontram normas de constituição e os princípios gerais do direito. A Administração só pode atuar
com base na lei, só quando a lei o permitir, tem que a respeitar. Surgem novos mecanismos de
limitação do poder: pluralismo partidário, direitos de oposição, direito de alternância politica,
divisão territorial das funções, entre outras. FASE CONST. Os Estados Autocráticos Surgem outros
modelos alternativos que rejeitam simultaneamente o legado liberal e o novo quadro
económico,no entanto, a diversidade de fins que entre si manifestam leva a uma distinção este tipo
histórico de Estado entre: matriz revolucionária anticapitalista e matriz conservadora. A
Constituição apresenta-se como elemento formal. É um mero instrumento de legitimação dos
detentores do poder. Perde o conteúdo material que lhe conferia o liberalismo e o caráter de
limitação jurídica do Estado e dos detentores do poder. Estado Autocrático de matriz
revolucionária anticapitalista URSS-Fundado na crítica marxista do Estado capitalista e no seu
programa revolucionário, o projeto do Partido Bolchevique situava-se em oposição frontal ao
absolutismo czarista prevendo a instauração de uma ditadura do proletariado como 1ºpasso para o
advento da sociedade comunista. Pretende mudar as estruturas económicas. A chamada “teoria
marxista-leninista” do Estado vai então ser uma tentativa de teorizar um movimento
revolucionário. Assim, para conservar o poder e levar a cabo um processo de apropriação coletiva
dos meios de produção através do Estado começa a revolução proletária. Desaparece uma
instituição representativa de todos os cidadãos, de tipo parlamentar, e o poder é atribuído aos
Sovietes, organizações representativas dos trabalhadores onde o Partido era maioritário, numa
organização escalonada da base ao topo. É a supressão dos mecanismos democráticos. O Partido
Bolchevista vai suprimindo os outros partidos e transforma-se no partido único, reconhecido pela
Constituição. Estado Autocrático de matriz conservadora. Tipo histórico de Estado surge
marcadamente conservador: anti-liberal e anti-soviético. Criticava o individualismo e egoísmo da
burguesia; rejeitava o parlamentarismo e representativismo democrático; combate à luta de classes
e ao projeto marxista; fazia culto da autoridade do Poder e depositava as esperanças de
regeneração no génio de um indivíduo. Autoridade plena e ilimitada do Estado; não
reconhecimento de direitos e liberdades à margem do Estado; identificação da comunidade
nacional com o Estado, caráter dogmático do Estado, Culto das elites. Estado fascista italiano- O
fascismo é uma doutrina que assenta no conceito de vida do homem, encarado apenas como
indivíduo isolado mas que só inserido em grupos sociais se realiza material e espiritualmente. O
Partido Fascista era contra as greves, violência e desordem e incarnou o orgulho e respeito italianos
como país vencedor da 1ªGM. O movimento fascista italiano, era essencialmente uma reação
instintiva contra as instituições do Estado Liberal. É a recuperação da ideia de Estado como fim em
si mesmo, o objetivo essencial era fortalecer o Estado. O grande objetivo do fascismo italiano é a
construção de um Estado forte, de grande intervenção, anti socialista Resulta uma necessária
desvalorização dos direitos do cidadão, na medida em que o Estado totalitário fascista não há
esferas de autonomia dos particulares à margem da intervenção e da soberania absoluta, exclusiva
e ilimitada do Estado. Não são admitidos grupos fora do Estado. A Nação é, no fascismo, um
organismo espiritual, de carácter mitológico e divino. Realiza-se no Estado Fascista, como realidade
primeira e fundamental. Decorre da natureza da Nação o caráter eminentemente espiritual do
Estado. O Fascismo é anti-individualista, os interesses do individuo só devem ser protegidos quando
e enquanto coincidem com os do Estado. Sendo a Nação algo de metafísico, a sua vontade não
pode ser determinada pelos mecanismos tradicionais de representação democrática. É um Estado
corporativista, rejeita o individualismo liberal e a luta de classes entre patrões e sindicatos. FASE
CONST. Conservador nacionalsocialista alemão- Na base de toda esta construção temos a ideia de
comunidade do povo alemão. Privilegia-se uma elite e o líder, o Führer, guia da comunidade, que o
direito natural e quase biológico a exercer o poder. É o eixo em torno do qual funciona todo o
sistema político nacional-socialista. Ele é o único detentor do poder O seu poder não emana do
voto, é pessoal, originário e autónomo detém-no por direito próprio. Como consequência, a
Constituição não faz sentido como limite à sua atividade. O Parlamento é reduzido a um corpo
meramente consultivo. O Fhürer é o chefe do Governo fascista. À Administração ao poder judicial
incumbia agora impregnar a sua atuação e decisões de todos os princípios jurídicos revelados pela
vontade de Fhürer, independentemente da sua consagração legal. O ato criador do direito não
significa imposição estadual de regras abstratas com o objetivo de proteção de interesses
individuais, mas é antes a revelação do espírito do povo, quando este se apresenta juridicamente.
Esse espírito jurídico assenta no espírito do povo ainda vago, para se transformar em ato concreto
necessita da decisão e do ato do Fhürer. Admite-se o sacrifício dos direitos fundamentais para o
bem comum do Estado, para sua conservação e grandeza. Regime político português face à
constituição: O TIPO HISTÓRICO DO ESTADO PORTUGUÊS FACE À CRP: O Estado Português é,
como tipo histórico de Estado, um Estado Social e Democrático de Direito (art 2). Possui uma
Constituição escrita à qual se subordina o Estado e os seus órgãos (art 3 n2) elaborado por uma
Assembleia Constituinte eleita democraticamente (art 110). Consagra formas de limitação do poder
político, tais como: fiscalização da constitucionalidade, princípio da legalidade da Administração,
direito de oposição, princípio da renovação, responsabilidade titulares cargos políticos e autonomia
das Autarquias e Regiões Autónomas (art 228). Também consagra o princípio de separação de
poderes, com interdependência entre os órgãos de soberania (art 111).
REGIMES POLÍTICOS: um conceito que procura identificar cada uma das diferentes formas de
exercício do poder político, tendo em conta a relação entre governantes e governados e o grau de
participação dos cidadãos no exercício do poder. Aristóteles, ao reportar-se às Constituições dos
vários Estados, estabeleceu uma verdadeira distinção de regimes políticos: as que confiam o poder
político a um só homem, consagravam um regime chamado monarquia; aquelas em que o poder
político é exercido por um grupo de homens, consagravam aristocracias; aqueles em que o governo
pertencia à coletividade, nela se integrando apenas os cidadãos ativos, consagravam repúblicas. As
constituições perversas traduziam formas de organização política do Estado degeneradas. Dentro
destas, aquelas em que o exercício do poder cabe a um só homem, mas no seu exclusive interesse,
consagram tiranias; as que confiam o governo a um grupo de homens no interesse dos mais ricos,
consagram oligarquias; as que confim o governo à coletividade prossegue em exclusivo os
interesses dos mais explorados, consagram a demagogia. Maquiavel distinguiu pela primeira vez
entre monarquia e república, atendendo a três critérios essenciais, adotados em vários momentos
históricos: na Monarquia, o poder supremo exercido por um só titular, o exercício do poder
soberano caberia a um só individuo por direito próprio, resultante de investidura derivada, da
alienação da coletividade ou apropriação do poder pela violência e o chefe de Estado seria
hereditário; na República, o poder supremo pertence a um grupo de indivíduos, formado por todos
os cidadãos ativos, a soberania caberia ao povo ou à nação, só podendo ser exercida em nome e
por delegação da coletividade através de titulares, eleitos, submetidos à lei geral e a inexistência de
Chefe de Estado, ou pelo menos não hereditário. De acordo com classificações mais recentes,
temos a distinção entre: o regime político liberal obedece a uma conceção personalista das relações
entre o indivíduo e o Estado, subordinando o poder político ao respeito dos direitos fundamentais
dos indivíduos, de acordo com o princípio da legalidade e o regime político totalitário, obedece a
uma conceção transpersonalista das relações entre o individuo e o Estado subordinando os direitos
fundamentais do individuo ao interesse geral, de acordo com o primado do princípio ilimitado da
autoridade .O regime político define-se atendendo a três elementos cumulativos primordiais: pela
assunção do poder político de uma filosofia de Estado sobre a sua relação com o individuo, tendo
em conta os interesses pessoais; existência ou não de um aparelho político para aplicar essa
filosofia e adoção de formas autocráticas ou democráticas na designação dos governantes, bem
como do controlo do exercício do poder político. Isto leva-nos a dar relevância a outra distinção: o
regime político ditatorial, em que há imposição de uma filosofia de Estado, uma aplicação
sistemática dessa filosofia através de um aparelho político, civil ou militar que subordina os direitos
fundamentais à ideologia dominante e à conveniência do aparelho político. Os governantes são
autocraticamente designados de modo a não se verificam desvios à linha ideológica adotada; o
regime político democrático, em que há respeito pelo pluralismo, quer no plano das conceções
filosóficas, quer no domínio institucional. Salvaguardam-se os direitos fundamentais dos cidadãos,
que participam na designação e controlo dos governantes.

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