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CURSO DE DIREITO

DISCIPLINA: CIÊNCIA POLITICA

TEMA DA AULA: ESTADO E DIREITO, TEORIA


SOCIAL DO ESTADO. Profº. M.e Juraci da Rocha Cipriano

Anápolis – 2024.1
Associação Educativa Evangélica
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: CIÊNCIA POLITICA

TEMA DA AULA: ESTADO E DIREITO

OBJETIVOS:
• Compreender a relação entre Estado e Direito.
• Entender a importância Teoria Social do Estado.

Associação Educativa Evangélica


CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: CIÊNCIA POLITICA

REFERÊNCIAS: MALUF, Sahid. RIBEIRO

Associação Educativa Evangélica


ESTADO E DIREITO
ESTADO E DIREITO

 O Estado Democrático de
Direito é aquele em que o poder do
Estado é limitado pelos direitos dos
cidadãos.
 Sua finalidade é coibir abusos do
aparato estatal para com os
indivíduos.
ESTADO E DIREITO

O que significa Estado Democrático de


Direito?.
ESTADO E DIREITO

• De acordo com o primeiro artigo da Constituição Federal, promulgada em 1988,


o Brasil é um Estado Democrático de Direito, formado pela união dos estados e
do Distrito Federal.
• Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:
• I - a soberania;
• II - a cidadania;
• III - a dignidade da pessoa humana;
• IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
• V - o pluralismo político
ESTADO E DIREITO

O Estado Democrático de Direito pode ser definido


pela soberania popular, por uma Constituição
elaborada conforme a vontade popular, por eleições
livres e periódicas, por um sistema de garantia dos
direitos humanos, pela divisão dos poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário - independentes e
harmônicos entre si - fiscalizados mutuamente.
ESTADO E DIREITO

• "No Estado Democrático


de Direito, as leis são
criadas pelo povo e para o
povo, respeitando-se a
dignidade da pessoa
humana", explica Edgar
Leite, professor e mestre
em Direito Constitucional”.
Estado de Direito e Estado Democrático de Direito.

• O Estado de Direito surgiu como uma consequência


das revoluções burguesas do século XVIII, sendo a
mais famosa delas a Revolução Francesa, que marcou
o fim do absolutismo e da monarquia na França.
• O Estado de Direito se caracterizou como o exercício
do poder do Estado limitado por um ordenamento
jurídico.
Estado de Direito e Estado Democrático de Direito.

• O Estado Democrático de Direito surge como


contraponto, pois as leis são criadas pela
vontade geral da população.
• Abraham Lincoln, ex-presidente dos Estados
Unidos, definiu o Estado Democrático de Direito
após a vitória na Guerra de Secessão como
"governo do povo, pelo povo e para o povo”.
Estado de Direito e Estado Democrático de Direito.

• O Estado Democrático de Direito também prevê


a participação popular efetiva e constante nas
decisões políticas, de modo que as leis
promovam justiça social.
• Além disso, liberdade e igualdade política são
valores que devem ser conservados.
ESTADO E DIREITO

 O Estado é a “sociedade politicamente


organizada”, objetivando manter, pela
aplicação do Direito, como uma técnica
social específica de “uma ordem da
conduta humana” as condições
universais da ordem social em
determinado território, povo e
governo.
 O Estado, portanto, caracteriza-se pela
Soberania, internamente representada
pelo seu “poder de império”, ou seja, a
faculdade de impor sua vontade,
através da força, se necessária,
independente da vontade do cidadão
em particular.
ESTADO E DIREITO

TEORIA MONISTA -
Também conhecida
como do estatismo
jurídico, segundo a
qual o Estado e o
Direito se confundem
em uma única
realidade.
ESTADO E DIREITO

Para os monistas só existe o direito estatal, pois


não admitem a ideia de qualquer regra jurídica
fora do estado.
E estado é a fonte única do Direito, porque quem
dá vida ao Direito é o estado através da força
coativa de que só ele dispõe.
Logo, como só existe o Direito emanado do Estado,
ambos se confundem em uma só realidade.
ESTADO E DIREITO

Foram precursores do monismo jurídico: Hegel,


Hobbes e Jean Bodin. Desenvolvida por Rudolf von
Ihering e John Austin, alcançou esta teoria a sua
máxima expressão com a escola tecno-jurídica
liderada por Jellinek e com a escola vienense da
Hans Kelsen.
ESTADO E DIREITO

 TEORIA DUALISTA -Também conhecida com pluralista, que


sustenta ser o Estado e o Direito duas realidades
distintas, independentes e inconfundíveis.
 Para os dualistas o Estado não é a única fonte do Direito
nem com este se confunde.
 O que provém do Estado é apenas uma categoria especial
do Direito: O Direito Positivo.
 Afirma esta corrente ser o Direito uma criação social e
não estatal.
 O Direito assim, é um fato social em contínua
transformação.
 A função do Estado é positivar o Direito, isto é, traduzir
em normas escritas os princípios que se firmam na
consciência social.
ESTADO E DIREITO

O dualismo ou pluralismo, partindo de Gierke e


Gurvitch, ganhou terreno com a doutrina de Léon
Duguit, Santi Romano o qual condenou
formalmente a concepção monista, admitiu
a pluralidade das fontes do Direito Positivo e
demonstrou que as normas jurídicas têm a sua
origem no corpo social.
ESTADO E DIREITO

 TEORIA DO PARALELISMO- Segundo esta


doutrina: O Estado e o Direito são realidades
distintas, porém, por
natureza interdependentes.
 Reconhece a teoria do pluralismo com a
existência do direito não estatal,
sustentando que vários centros de
determinação jurídica surgem e se
desenvolvem fora do Estado, obedecendo
a uma graduação de positividade.
 Sobre todos estes centros particulares do
ordenamento jurídico, prepondera o
Estado como centro de irradiação da
positividade.
REFLEXÃO!!
TEORI@ SOCI@L DO EST@DO
Sociedade
 Sociedade é um conjunto de seres que
convivem de forma organizada. A palavra vem
do Latim societas, que significa "associação
amistosa com outros".
 O conceito de sociedade pressupõe uma
convivência e atividade conjunta do homem,
ordenada ou organizada conscientemente.
 O homem é um ser social por natureza.
 ARISTÓTELES de que "o homem é
naturalmente um animal político".
 Para o filósofo grego, só um indivíduo de
natureza vil ou superior ao homem procuraria
viver isolado dos outros homens sem que a
isso fosse constrangido.
TEORI@ SOCI@L DO EST@DO
• A sociedade é resultante de uma necessidade
natural do homem, sem excluir a participação da
consciência e da vontade humanas.
• E inegável, entretanto, que o contratualismo
exerceu e continua exercendo grande influência
prática, devendo-se mesmo reconhecer sua
presença marcante na ideia contemporânea de
O Estado: Conceitos, Personalidade Jurídica
 O conceito de Estado vem evoluindo desde a antiguidade, a partir da
Polis e da Civitas romana. A própria denominação de Estado, com a
exata significação que lhe atribui o direito moderno, foi desconhecida
até o limiar da Idade Média, quando as expressões empregadas eram
rich, imperium, land, terrae etc. Teria sido a Itália o primeiro país a
empregar a palavra Stato, embora com uma significação muito vaga
(SAHID MALUF, 19).
 Foi Maquiavel, criador do direito público moderno, quem introduziu a
expressão, definitivamente, na literatura científica.
O Estado: Conceitos, Personalidade Jurídica
• Von Ihering conceitua que “O Estado é a sociedade que se
coage; e para poder coagir é que ela se organiza tomando a
forma pela qual o poder coativo social se exercita de um
modo certo e regular; em uma palavra, é a organização das
forças coativas sociais” (SAHID MALUF, 21).
• No conceito de SAHID MALUF, 22, “Estado é o órgão executor
da soberania nacional”, considerando que a Nação é de
direito natural, o Estado é criação da vontade humana e que o
Estado não tem autoridade nem finalidade própria.
Teorias sobre a origem do Estado
 Teoria da Origem Natural ou Espontânea – entende que não há coincidência
entre as diversas formações dos Estados. Entende que o Estado surge
naturalmente, a partir da conjugação espontânea de diversos elementos, como
família, a sociedade e outros.
 Teoria da origem familiar (teorias de Aristóteles ou de São Tomás de Aquino) –
a família seria a célula-mãe do Estado, ou seja, a pessoa nasce em uma
pequena sociedade, pela própria natureza, não por invenção.
 Teoria da origem patrimonial – (Dalmo Dallari e Sahid Maluf) – teoria que leva
em consideração o fator econômico para o surgimento do Estado. Em virtude
das relações econômicas que surgem os Estados e suas feições serão de acordo
com o perfil econômico das suas relações sociais. O Estado Feudal ajustava-se
perfeitamente a um modelo econômico baseado no direito de propriedade.
Teorias sobre a origem do Estado
 Teoria da origem contratual – o Estado tem origem num
contrato social entre vários indivíduos independentes, numa
situação de liberdade plena ou “estado de natureza”, que, por
conta de uma situação de beligerância, convencionam por
mútuo acordo a substituição da liberdade plena pela
liberdade civil obediente à lei.
 Teoria da força – o Estado surgiu quando “os mais fortes
dominaram os mais fracos e os submeteram ao trabalho”. Ou
seja, uma organização social imposta por um grupo vencedor
a um grupo vencido, para mantê-lo dominado.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO
 Estado como “uma instituição organizada política,
social e juridicamente, ocupa um território
definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é
uma Constituição escrita.
É dirigido por um governo soberano reconhecido
interna e externamente, sendo responsável pela
organização e pelo controle social, pois detém o
monopólio legítimo do uso da força e da coerção”.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO

• b) ELEMENTO FORMAL
• 1.) GOVERNO
 Consiste no poder do Estado, exercido de forma soberana e
com a participação popular.
 Soberania, segundo Miguel Reale, é o “poder que tem uma
nação de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de
seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos
fins éticos de conivência”.
Evolução Histórica do Estado:
Evolução Histórica do Estado:

• O Estado na Idade Antiga


• Os Estados eram formados e
mantidos pela força das armas,
porque reuniam povos de
diferentes raças, conquistados e
escravizados.
• Era comum a concentração de
poderes numa mesma pessoa, que
acumulava as funções militar,
judicial, sacerdotal e de coleta de
impostos.
Evolução Histórica do Estado:

• As monarquias orientais
eram todas de feitio
teocrático: o monarca era
representante das
divindades, descendente
dos deuses.
• O poder do monarca era
absoluto, e, sendo
equivalente ao poder
divino, não encontrava
possibilidade de limitação
na ordem temporal.
Evolução Histórica do Estado:

a) Estado de Israel.
 Exceção entre os Estados antigos do Oriente o
Estado de Israel, que era caracteristicamente
democrático, no sentido de que todos os
indivíduos tinham a proteção da lei, inclusive
contra o poder público.
 Os Dez Mandamentos, ou as Tábuas do Sinai,
serviam como constituição do Estado de Israel e
limitação do poder dos soberanos.
 A legislação judia era impregnada de profundo
sentido humano e democrático.
 E ressurgiu em 1948, no novo Estado de Israel,
criado pela divisão da Palestina
Evolução Histórica do Estado:

b) Estado Grego.
 A partir do século IX a.C., o Estado grego era monárquico e tipicamente patriarcal.
 Cada Cidade tinha o seu Rei e o seu Conselho de Anciãos.
 Só em casos de maior importância se convocavam as Assembleias Gerais dos Cidadãos.
 Nesse período sob a liderança de Péricles, a população era de meio milhão de habitantes, cerca
de 60% de escravos, sem direitos políticos de qualquer espécie, além de cerca de 20.000
estrangeiros.
 Assim, os cidadãos encarregados de governar Atenas eram pouco mais de 40.000 pessoas.
 A Polis (Estado-Cidade) era uma associação política e ao mesmo tempo uma comunidade
religiosa, mas não se confundiam Estado e Religião nas mesmas instituições.
 As divindades gregas não conferiam caráter místico à autoridade, como ocorria nas monarquias
orientais.
 Os Estados-Cidades eram numerosos e, consequentemente, contavam com reduzida
capacidade de expansão.
 Por isso, surgiram Confederações de Estados. Instituiu-se o Senado em cada Polis e Assembleias
Regionais para as ligas ou confederações.
Evolução Histórica do Estado:

• Estado romano
• O Estado romano tinha sua origem, efetivamente, na ampliação da família.
• A família era constituída pelo pater, seus parentes, os parentes destes, os escravos (servus) e mais os
estranhos que se associavam ao grupo.
• A autoridade do pater família era absoluta: pontífice, censor dos costumes, juiz e senhor, com poder de
vida e morte sobre todos os componentes do grupo.
• O ESTADO ROMANO, MUITO SEMELHANTE AO ESTADO GREGO, TINHA SUAS CARACTERÍSTICAS
PECULIARES:
 Distinguia o direito da moral, limitando-se à segurança da ordem pública:
 A propriedade privada era um direito que o Estado tinha o empenho em garantir;
 O homem gozava de relativa liberdade em face do poder estatal, não sendo obrigado, praticamente, a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
 O Estado era havido como nação organizada;
 A vontade nacional era a fonte legítima do Direito.
• Na época republicana, o poder supremo – imperium – pertencia ao povo, que o exercia nos comícios
responsáveis pela fonte legislativa, que posteriormente foram restringidas, passando ao Imperador e ao
Evolução Histórica do Estado:

• O Estado na Idade Média;


• Os usos e costumes foram as fontes
principais do direito, em consonância
com as regras superiores do direito
natural.
• O direito natural é a própria lei eterna,
incontingente, imutável, que Deus inseriu
na consciência de todos, tendo como
preceito basilar que o homem não deve
fazer aos outros o que não quer que lhe
façam.
• O Estado medieval que emergiu das
invasões bárbaras cristalizou-se em torno
da Igreja Romana. Assim, toda a história
política da Idade Média gira em torno das
relações entre o Estado e a Igreja
Romana.
Evolução Histórica do Estado:

• O Estado na Idade Moderna;


• Um dos primeiro expoentes do absolutismo monárquico que se inicia no século XV
foi Luiz XI, Rei da França.
• Sua obra principal, denominada “O príncipe”, foi publicada em 1531. Nessa obra
Maquiavel se desliga de todos os valores morais, tradições e princípios éticos, para
pregar o oportunismo desenfreado e o cinismo como arte de governar.
• Maquiavel na obra “Discursos sobre Tito Lívio”, em que glorifica a república romana
e, baseado nos exemplos tirados da sua história, deduz os meios pelos quais podem
as repúblicas expandir-se e durar.
• Em suma: ao Príncipe tudo é permitido, até mesmo a infâmia, a hipocrisia, a
crueldade, a mentira, contanto que atinja o seu escopo. Todos os meios que forem
por ele utilizados no exercício do poder são admissíveis e justificados.
• A natureza humana e as circunstâncias de cada momento indicam os meios e os
instrumentos de que o Príncipe deve lançar mão.
Evolução Histórica do Estado:

• O Estado na Idade Contemporânea: Estado Liberal


• O liberalismo teve seu berço na Inglaterra.
• O próprio termo liberalismo tem a seguinte origem: O segundo Bill of Rights que o Parlamento
impôs à Coroa, em 1689, em um dos seus treze artigos que estabeleciam os princípios de
liberdade individual, especialmente de ordem religiosa, autorizava o porte de armas pelos
cidadãos ingleses que professavam a religião protestante, para que pudessem defender suas
franquias constitucionais.
• O absolutismo monárquico, que surgiu no fim da Idade Média e triunfou em todo o continente
europeu, procurou instalar-se na Inglaterra com Carlos I, mas ali encontrou a reação de uma
consciência liberal já amadurecida, cujo processo de evolução se iniciara com a revolta das
baronias em 1215.
• John Locke foi uma figura importante na defesa da limitação da autoridade real pela soberania
do povo, a eliminação dos riscos da prepotência e do arbítrio.
• Montesquieu defendeu a ideia de poder limitado, Em sua também célebre obra De I'esprit des
lois, o escritor francês admitiu que o homem investido no poder tende naturalmente a dele
abusar até que encontre limites. E afirmou que o poder só pode ser limitado pelo próprio
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RETOMADA DOS OBJETIVOS:

• Entender a importância TEORIA SOCIAL DO ESTADO

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