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Princípios Fundamentais
Princípio do
Estado de
Direito
Princípio da Proteção
Princípio da Segurança Princípio da jurídica e
Legalidade da Jurídica e Proibição do garantia de
Administração Proteção da Excesso acesso ao
Confiança direito
Princípio da
supremacia ou Princípio da Princípio da Poder legislativo Poder executivo Poder judicial
prevalência da lei reserva de lei precedência de lei
Princípio do Estado de Direito
• Estado de Direito – subordinar o poder estadual ao direito material; lógica de constituição escrita; parâmetros objetivos para
determinar o Direito.
• Rule of Law – nivelar os destinatários do direito; medida de controlo do poder, independentemente de uma constituição escrita;
limitação do direito por via institucional.
O princípio do Estado de Direito significa que o Estado não é absoluto e que a limitação do poder estadual não tem apenas
uma dimensão orgânico-funcional, correspondente ao modo como se divide o poder entre os diferentes órgãos de
soberania e se instituem mecanismos de freios e contrapesos entre esses órgãos e poderes, mas também uma dimensão
material, o que significa que o poder exercido pelas entidades públicas é limitado e cumpre parâmetros de juridicidade
Neste contexto, pretende significar o complexo orgânico e funcional em que hoje se estruturam os serviços do Estado,
ou seja, o universo de entidades públicas e privadas com delegação de poderes ou funções públicas cuja missão consiste
em assegurar a prossecução do interesse público e a realização das políticas públicas.
• A Administração Pública não pode atuar sem lei prévia habilitante, ou seja, os
Princípio da precedência de lei órgãos administrativos só podem atuar após ter sido aprovado um ato legislativo que
lhe atribua expressamente a competência para o exercício daquela atividade.
• A Administração Pública não pode praticar atos que violem o conteúdo das leis e
Princípio da supremacia ou
prevalência da lei tem a obrigação de dar exequibilidade às leis, ou seja, de praticar os atos que a lei
determina.
o O mesmo nasce com vista a limitar principalmente o poder executivo (estando ligado ao princípio da
legalidade da administração, tal como entendido no séc. XVIII). Pretende garantir-se que o Estado não
afete a pessoa humana de forma desnecessária, fútil ou desproporcionadamente.
Exigibilidade material:
◦ o meio selecionado deve ser o mais suave ao nível das restrições às liberdades
individuais;
Exigibilidade espacial:
◦ a medida restritiva deve ter um âmbito espacial de aplicação limitado;
Exigibilidade temporal:
◦ rigorosa delimitação do âmbito temporal da medida restritiva,
Exigibilidade pessoal:
◦ a medida só deve aplicar-se aos destinatários cuja privação da liberdade se
revela indispensável à consecução do fim de interesse público.
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da proibição do excesso ou proporcionalidade
em sentido amplo
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da segurança jurídica e proteção da
confiança
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da segurança jurídica e da proteção da confiança
A ordem de direito é
também uma ordem de
segurança
É preciso
calculabilidade A certeza do
em relação aos atos direito é também
do poder legislativo, uma forma de
do poder judicial e justiça
do poder executivo
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da segurança jurídica e da proteção da confiança
Princípio da
Proibição de normas jurídicas
segurança jurídica e Em relação ao poder judicial retroativas
proteção da confiança
Em relação ao poder
executivo
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da segurança jurídica e proteção da
confiança...
Em relação ao poder legislativo
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da segurança jurídica e da proteção da confiança
Normas prospetivas
Normas retroativas
Normas
retrospetivas
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da segurança jurídica e da proteção da confiança
o Leis prospetivas à São as que pretendem vigorar para o futuro (eficácia ex nunc). Em geral, estas leis respeitam o
princípio geral da segurança jurídica.
o Leis retroativas (retroatividade autêntica) à A norma pretende produzir os seus efeitos para o passado (eficácia ex tunc).
o Leis retrospetivas (retroatividade inautêntica) à Verifica-se quando uma norma pretende vigorar para o futuro (eficácia
ex nunc), mas acaba por tocar em situações jurídicas, direitos ou relações jurídicas que se constituíram no passado, mas que
ainda existem no momento presente.
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da segurança jurídica e da proteção da confiança
Atenção: entre nós, não existe uma proibição genérica da retroatividade das normas.
o Em nome da liberdade de conformação da ordem jurídica que se reconhece ao legislador, a CRP apenas
proíbe a retroatividade em três casos:
o Leis retroativas restritivas de direitos, liberdades e garantias (art. 18.º/3 CRP);
o Retroatividade da lei penal desfavorável ao arguido (art. 29.º CRP);
o Leis fiscais desfavoráveis para o contribuinte (art. 103.º/3 CRP).
o No entanto, temos ainda um caso de retroatividade exigida: leis penais de conteúdo mais favorável ao
arguido (art. 29.º/4 CRP).
Fora destes casos, as normas retroativas não são proibidas pela Constituição. As leis retrospetivas também não são
proibidas.
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da segurança jurídica e da proteção da confiança
As leis retroativas (desde que não proibidas) ou retrospetivas só serão inconstitucionais se violarem
ostensivamente/excessivamente o princípio da segurança jurídica e da proteção da confiança. E quando é que
tal acontece?
1.º - Há que verificar se houve uma afetação das legítimas expetativas dos cidadãos. A mesma existirá quando
estivermos perante uma alteração na ordem jurídica com que razoavelmente os destinatários da nova norma não podiam
contar (não basta uma mera convicção psicológica).
Aqui releva, fundamentalmente, a dimensão da segurança jurídica que tem que ver com a respetiva estabilidade ou eficácia ex
post, e não tanto com a sua previsibilidade ex ante.
o Nos atos jurisdicionais, o problema reside na figura do caso julgado: quando uma decisão judicial alcança carácter
definitivo, isto é, se torna insuscetível de recurso, diz-se que faz caso julgado ou que transita em julgado (princípio da
intangibilidade do caso julgado).
o O instituto do caso julgado traduz-se na estabilidade definitiva das decisões judiciais, quer devido à impossibilidade de
recurso ou reapreciação de decisões já tomadas (caso julgado formal), quer porque a relação material controvertida é
decidida em termos definitivos, impondo-se a todas as autoridades (caso julgado material).
o Este princípio não está expressamente consagrado na CRP, mas decorre de vários preceitos do texto constitucional (art.
29.º/4 e 282.º/3 CRP). Este é fundamental para garantir a estabilidade da jurisprudência, obrigando os juízes a tomar
medidas com convicção e responsabilidade.
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da segurança jurídica e proteção da
confiança...
Em relação ao poder executivo
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da segurança jurídica e da proteção da confiança
O ato administrativo é uma declaração de vontade unilateral da administração que produz efeitos jurídicos externos e estáveis
(ideia de estabilidade).
o No que respeita a atos da administração, fala-se em força de caso decidido dos atos administrativos, já que o mesmo goza
de uma tendencial imutabilidade traduzida na (1) auto-vinculação da administração na qualidade de autora do ato e como
consequência da obrigatoriedade do mesmo e na (2) tendencial irrevogabilidade do ato normativo a fim de salvaguardar os
interesses dos particulares destinatários do ato.
o Apesar disso, na atual sociedade de risco, cresce a necessidade de se tomarem atos provisórios e atos precários para que a
administração possa reagir à alteração de situações fáticas, prosseguindo o interesse público e salvaguardando outros princípios
constitucionais.
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da proteção jurídica e das garantias
processuais
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da proteção jurídica e das garantias processuais
Num Estado de Direito, é necessária a existência de um procedimento justo e adequado de acesso e realização do Direito,
acompanhado de garantias gerais de procedimento e de processo.
O art. 20.º da CRP consagra ainda um princípio do acesso ao direito ou garantia da via judiciária:
o Abertura da via judiciária enquanto imposição diretamente dirigida ao legislador para dar operatividade
prática à defesa dos direitos;
o Controlo judicial enquanto “contra-peso” clássico em relação ao exercício dos poderes executivo e
legislativo;
o Garantia da tutela jurisdicional efetiva;
o Garantia do patrocínio judiciário (art. 20.º/2 e 208.º CRP)
Princípio do Estado de Direito
Subprincípio da proteção jurídica e das garantias processuais
A proteção jurídica exige a consagração de institutos que garantam uma compensação no caso de violação de direitos,
liberdades e garantias pelos prejuízos derivados dos atos do poder público.
o Responsabilidade do Estado e consequente dever de reparação dos prejuízos (arts. 2.º, 22.º e 271.º da CRP);
o Indemnização dos sacrifícios especiais impostos a determinados cidadãos (art. 62.º/2 CRP).