Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DO REGIME JURÍDICO
ADMINISTRATIVO
Professor Lúcio Antônio Machado Almeida
Doutor e Mestre em Direito pela UFRGS
1
• Conforme Bandeira de Mello:
• Segundo Mello,
• Existem os SUPRAPRINCÍPIOS do direito administrativo:
1) Supremacia do interesse público sobre o interesse
privado.
4
• Para Di Pietro:
8
TEORIA DOS PRINCÍPIOS DO
DIREITO ADMINISTRATIVO
9
• Para os nossos objetivos, cabe destacar a importantíssima obra
acerca da distinção entre princípios e regras do jurista
Humberto Ávila, a qual faz como ninguém no Brasil uma
brilhante exposição da matéria.
10
• Dever imediato - os princípios visam à promoção de um
estado ideal de coisas; já as regras a adoção de conduta
descritiva.
11
• Justificação – Correlação entre efeitos da conduta e o
estado ideal de coisas; já as regras, correspondência entre
o conceito da norma e o conceito do fato.
12
• Segundo Ávila,
14
• Ávila, também, elabora a tese da existência de metanormas, normas de
segundo grau.
• Segundo o autor,
• “Os postulados normativos situam-se num plano distinto daquele das
normas cuja aplicação se estruturam. A violação deles consiste na não
interpretação de acordo com sua estruturação. São, por isso,
metanormas, ou normas de segundo grau, porém, não deve levar à
conclusão de que os postulados normativos funcionam como qualquer
norma que fundamenta a aplicação de outras normas, a exemplo de
que ocorre no caso de sobreprincípios como princípio do estado de
Direito ou do Devido Processo Legal” (p.80).
15
• Em síntese:
17
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
18
SENTIDOS DO PRINCÍPIO DA
IMPESSOALIDADE
• Princípio da finalidade
19
SENTIDOS DO PRINCÍPIO DA
IMPESSOALIDADE
• No segundo sentido, o princípio significa, segundo José
Afonso da Silva (2003:647) , baseado na lição de Gordillo
que "os atos e provimentos administrativos são
imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao
órgão ou entidade administrativa da Administração
Pública, de sorte que ele é o autor institucional do ato.
Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a
vontade estatal".
• Ver por exemplo: art.37, 6º, CF/88.
20
SENTIDOS DO PRINCÍPIO DA
IMPESSOALIDADE
21
SENTIDOS DO PRINCÍPIO DA
IMPESSOALIDADE
22
SENTIDOS DO PRINCÍPIO DA
IMPESSOALIDADE
• Art. 2o , Lei 9784/99:
23
SENTIDOS DO PRINCÍPIO DA
IMPESSOALIDADE
• DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO/Lei 9784/99
• Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
• I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
• II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se
tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
• III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge
ou companheiro.
• Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à
autoridade competente, abstendo-se de atuar.
• Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para
efeitos disciplinares.
• Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou
inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros,
parentes e afins até o terceiro grau.
• Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito
suspensivo. 24
SENTIDOS DO PRINCÍPIO DA
IMPESSOALIDADE
• Explicação sobre impedimento e suspeição
25
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
26
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
• Preceitos (Di Pietro) que ou confirmam ou restringem o princípio da
publicidade:
27
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
• “O inciso LX deve ser combinado com o artigo 5º,X, que inova ao
estabelecer serem invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação; também os incisos XI e XII
do artigo 5º protegem o direito à intimidade; o primeiro garante a
inviolabilidade do domicílio, "salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro ou, durante o dia, por determinação
judicial'', e, o segundo, o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, "salvo, no último
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal“.
28
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
29
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
• “O inciso XXXIII, art.5º da CF/88 estabelece que todos têm direito a receber
dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado; essa norma deve ser combinada com a
do inciso LX, que garante o sigilo dos atos processuais quando necessário à
defesa da intimidade e proteção do interesse social. Tais dispositivos estão
disciplinados pela Lei 12.527/11”.
31
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
33
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
34
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE
LEGITIMIDADE OU DE VERACIDADE
• Presunção relativa –
• Decisões administrativas são de execução imediata - 35
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
36
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
• XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas
de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
37
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
• Lei 6404/76 – Dispõe sobre a sociedade por ações
• Art. 237. A companhia de economia mista somente poderá explorar os
empreendimentos ou exercer as atividades previstas na lei que autorizou a sua
constituição.
• § 1º A companhia de economia mista somente poderá participar de outras
sociedades quando autorizada por lei no exercício de opção legal para aplicar
Imposto sobre a Renda ou investimentos para o desenvolvimento regional ou
setorial.
• § 2º As instituições financeiras de economia mista poderão participar de
outras sociedades, observadas as normas estabelecidas pelo Banco Central do
Brasil.
38
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
• Art. 4° do Decreto-Lei 200/67: A Administração Federal compreende:
• I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na
estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
• II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de
entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
• a) Autarquias;
• b) Empresas Públicas;
• c) Sociedades de Economia Mista.
• d) fundações públicas.
39
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
40
• Quando a imoralidade consiste em atos de improbidade,
que, como regra, causam prejuízos ao erário, o diploma
regulador é a Lei nº 8.429/92.
42
PRINCÍPIO DO CONTROLE OU
TUTELA
• “A Administração Pública direta fiscaliza as atividades dos referidos
entes, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades
institucionais .
43
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
44
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
• Súmula 346/STF
45
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
• Súmula 6/STF
48
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
49
PRINCÍPIO DA HIERARQUIA
50
PRINCÍPIO DA HIERARQUIA
• Conforme Di Pietro:
51
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO
SERVIÇO PÚBLICO
• “Por esse princípio entende-se que o serviço público, sendo a forma pela
qual o Estado desempenha funções essenciais ou necessárias à coletividade,
não pode parar” (p.71-72, Di Pietro).
52
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO
SERVIÇO PÚBLICO
• A) necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição
para preencher as funções públicas temporariamente vagas;
• B) a impossibilidade, para quem contrata com a Administração, de invocar a
exceptio non adimpleti contractus nos contratos que tenham por objeto a
execução de serviço público;
• C)a faculdade. que se reconhece à Administração de utilizar o s
equipamentos e instalações da empresa que com ela contrata, para
assegurar a continuidade do serviço;
• D) com o mesmo objetivo, a possibilidade de encampação da concessão de
serviço público.
53
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
• “A lei deve estimular as formas de participação do
usuário na administração pública direta e indireta,
regulando especialmente: a) reclamações relativas a
prestação dos serviços públicos em geral; b) o acesso
dos usuários a registros administrativos e informações
sobre atos de governo; c) a disciplina da
representação contra o exercício negligente ou
abusivo do cargo, emprego ou função” (p.115,Mazza).
• Art.37, §3º, CF 88
54
PRINCÍPIO DA CELERIDADE
PROCESSUAL
55
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO
LEGAL
• Devido processo legal formal e material (art. 5º, LIV,
da CF):
56
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO
LEGAL
• Fonte: Mazza.
57
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO
LEGAL
59
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
60
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
61
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
62
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
63
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• Princípio da Legalidade
64
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
65
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• Como bem explica Mazza, os atos administrativos dependem da sua validade a edição anterior de lei.
67
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• De acordo com Mazza:
69
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• “Quanto ao princípio da reserva legal, ou legalidade em
sentido positivo, preceitua que os atos administrativos só
podem ser praticados mediante autorização legal,
disciplinando temas anteriormente regulados pelo
legislador. Não basta não contradizer a lei. 0 ato
administrativo deve ser expedido secundum legem. A
reserva legal reforça o entendimento de que somente a
lei pode inovar originariamente na ordem jurídica”.
70
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• Mazza destaca, também, o princípio da juridicidade,
isto e, a obrigação dos agentes públicos respeitarem a
lei e outros instrumentos normativos existentes na
ordem jurídica.
71
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• Destinatários: privados
• Fundamento: autonomia da vontade
• Significado: podem fazer tudo que a lei não proíba
• Silêncio legislativo: equivale a permissão
• Sentido da norma específica: normas permissivas excepcionam
proibições gerais
• Norma geral implícita: permissiva
73
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• Legalidade pública apresenta os seguintes elementos:
• Destinatários: agentes públicos
• Fundamento: subordinação
• Significado: só podem fazer o que a lei autoriza
• Silêncio legislativo: equivale a proibição
• Sentido da norma específica: normas proibitivas excepcionam
permissões gerais ou reforçam vedações
• Norma geral implícita: proibitiva
74
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• Mazza adverte três exceções ao princípio da
legalidade, destacando a reflexão de Celso Antônio
Bandeira de Mello:
78
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
79
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
• Princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos : pode
ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público,
do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições,
para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de
organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também
com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na
prestação do serviço público.
80
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
81
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA
JURÍDICA
• Conforme Di Pietro:
83
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO À
CONFIANÇA
84
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
• “O princípio da motivação exige que a Administração Pública
indique os fundamentos de fato e de direito de suas
decisões. Ele está consagrado pela doutrina e pela
jurisprudência, não havendo mais espaço para as velhas
doutrinas que discutiam se a sua obrigatoriedade alcançava
só os atos vinculados ou só os atos discricionários, ou se
estava presente em ambas as categorias. A sua
obrigatoriedade se justifica em qualquer tipo de ato, porque
se trata de formalidade necessária para permitir o controle
de legalidade dos atos administrativos” (Di Pietro). 85
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
• Ver:
86
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ
87
REFERÊNCIAS:
• BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de direito administrativo.
26. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.
• BANDEIRA DE MELLO, Oswaldo Aranha. Princípios gerais de direito
administrativo. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2007. v. 1.
• CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
• CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. Bahia:
Juspodvm, 2017.
• DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 20ª ed. São
Paulo: Atlas, 2011.
88
• FIGUEIREDO, Lucia Valle. Curso de direito administrativo. 3. ed. Sao
Paulo: Malheiros, 1998.
• GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo:
Saraiva, 2008.
• JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. São Paulo:
Saraiva, 2005.
• LIMA, Ruy Cirne. Princípios de direito administrativo brasileiro. 2. ed.
Porto Alegre: Livraria do Globo, 1939.
89
• MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo:
Saraiva, 2016.
• MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo:
Malheiros, 2014.
• RIVERO, Jean. Direito administrativo. Coimbra: Almedina, 1975.
90