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PRINCÍPIO DA MORALIDADE · PRINCÍPIO DA LEGALIDADE · PRINCÍPIOS · PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA · MORALIDADE ADMINISTRATIVA

Princípios da Administração Pública.

jusbrasil.com.br
26 de Outubro de 2023

Princípios da Administração
Pública.
Pesquisa direcionada ao estudo da disciplina de
Direito Administrativo. O presente artigo tem como
objetivo elencar e apresentar os principios da
administração pública e seus conceitos.
Publicado por Lincoln Paulino há 2 anos

Conceito de Direito Administrativo:


Direito administrativo é um dos ramos do direito público, uma
vez que rege a organização e o exercício de atividades do Estado
voltadas para a satisfação de interesses públicos. São vários os
conceitos apresentados pela doutrina para o direito
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conta.
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tivo, especialmente porque há autores que adotam critérios dis-
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Princípios datintos
Administração
para aPública.
demarcação do campo de atuação desse ramo do
direito.

O Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello aduz um conceito sin-


tético de direito administrativo, definindo-o como "o ramo do
Direito Público que disciplina a função administrativa e os ór-
gãos que a exercem".

Para o Prof. Hely Lopes Meirelles, o direito administrativo con-


siste no "conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem
os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a reali-
zar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo
Estado".

A Prof.ª Maria Sylvia Zanella Di Pietro define o direito adminis-


trativo como "o ramo do direito público que tem por objeto os
órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que inte-
gram a Administração Pública, a atividade jurídica não conten-
ciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de
seus fins, de natureza pública".

Marcelo Alexandrino, conceitua o direito administrativo como o


conjunto de regras e princípios aplicáveis à estruturação e ao
funcionamento das pessoas e órgãos integrantes da administra-
ção pública, às relações entre esta e seus agentes, ao exercício da
função administrativa, especialmente às relações com os admi-
nistrados, e à gestão dos bens públicos, tendo em conta a finali-
dade geral de bem atender ao interesse público

Princípios do Direito Administrativo:


Princípios são os alicerces de uma ciência. São os parâmetros
para a interpretação do conteúdo das demais regras jurídicas. É
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a proposição pesquisa.
básica Faça login ouque
fundamental crie uma
alicerça o sistemaoujurídico.
conta. 
Os princípios têm um conteúdo indeterminado, variável e do-
tado de abstração. Não existe hierarquia entre os princípios, o
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Princípios daque
Administração
existe é Pública.
uma maior ou menor aplicação diante de certa
situação.

E, é dos princípios que decorrem as regras jurídicas. As regras


jurídicas têm papel certo, determinado. O ato praticado com vi-
olação a um princípio deve ser anulado, pois ilegal. Os princí-
pios conferem unidade e ordenação ao sistema jurídico. Para
que haja uma disciplina autônoma, é necessário que haja um
conjunto de princípios e regras.

Esses princípios e regras irão reproduzir, no geral, as caracterís-


ticas do regime de direito público adicionalmente a outras ca-
racterísticas específicas.

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello (Atos adminis-


trativos e direito dos administrados, p. 88):

“Violar um princípio é muito mais grave que transgre-


dir uma norma. A desatenção ao princípio implica
ofensa não a um específico mandamento obrigatório,
mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave
forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, con-
forme o escalão do princípio violado, porque repre-
senta insurgência contra todo o sistema, subversão de
seus valores fundamentais, contumélia irremissível a
seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura
mestra”.

Os princípios básicos da Administração estão previstos na Cons-


tituição Federal (art. 37), mas a eles somam-se outros expressos
ou implícitos na Carta Magna, e todos de indispensável aplica-
ção, tanto na elaboração como na aplicação das normas legais.
Esses princípios correspondem aos alicerces da ciência e deles
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decorre todo o sistema normativo. ou 
A Constituição de 1988 fez expressa menção a alguns princípios
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Princípios daaAdministração Pública.a Administração Pública Direta e Indireta, a


que se submete
saber, os princípios da legalidade, da impessoalidade, da morali-
dade administrativa, da publicidade e eficiência.

Já a Lei nº 9.784, de 29-1-99 (Lei do Processo Administrativo


Federal), no artigo 2º, faz referência aos princípios da legali-
dade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, in-
teresse público e eficiência.

Além disso, outras leis esparsas fazem expressa referência à


princípios administrativos. Mas, há também princípios não con-
templados expressamente no direito positivo, mas que estão im-
plícitos no modelo de Estado de Direito, como é o caso dos prin-
cípios do interesse público, da segurança jurídica, da boa-fé, da
motivação, da razoabilidade e proporcionalidade.

1) Princípio da Legalidade:
Dentre os princípios da Administração, o da legalidade é o mais
importante e do qual decorrem os demais, por ser essencial ao
Estado de Direito e ao Estado Democrático de Direito. Constitui,
assim, vetor basilar do dito regime jurídico administrativo.

O Art. 5º, inciso II da Constituição trata de direitos individuais


voltados à proteção dos particulares contra o Estado, temos
como corolário deste dispositivo que aos particulares é lícito fa-
zer tudo aquilo que a lei não proíba.

“Art. 5º, II, CF/88: [...]II - ninguém será obrigado a fa-


zer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei;”.

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Podemos de pronto perceber que a última asserção é inaplicável
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Princípios daàAdministração Pública.


atividade administrativa. Deveras, para os particulares a regra
é a autonomia da vontade, ao passo que a administração pública
não tem vontade autônoma, estando adstrita à lei. Assim, não é
suficiente a ausência de proibição em lei para que a administra-
ção pública possa agir, é necessária a existência de uma lei que
imponha ou autorize determinada atuação administrativa.

Dessa forma, a legalidade traduz a ideia de que a administração


pública somente tem possibilidade de atuar quando exista lei
que o determine (atuação vinculada) ou autorize (atuação discri-
cionária), devendo obedecer estritamente ao estipulado na lei,
ou, sendo discricionária a atuação, observar os termos, condi-
ções e limites autorizados na lei.

Essa é a principal diferença do princípio da legalidade para os


particulares e para a administração. Aqueles podem fazer tudo o
que a lei não proíba; esta só pode fazer o que a lei determine ou
autorize. Inexistindo previsão legal, não há possibilidade de atu-
ação administrativa.

A legalidade, como princípio de administração ( CF, art. 37, ca-


put), significa que o administrador público está, em toda a sua
atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigên-
cias do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob
pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade dis-
ciplinar, civil e criminal, conforme o caso.

“Art. 37. CF/88: A administração pública direta e indi-


reta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princí-
pios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publi-
cidade e eficiência e, também, ao seguinte:”.

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Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello: ou 
“O princípio da legalidade representa a consagração
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Princípios da Administração Pública.


da ideia de que a administração pública só pode ser
exercida conforme a lei, sendo a atividade administra-
tiva, por conseguinte, sublegal ou infralegal, devendo
restringir-se à expedição de comandos que assegurem
a execução da lei. Como a lei consubstancia, por meio
de comandos gerais e abstratos, a vontade geral, mani-
festada pelo Poder que possui representatividade para
tanto - o Legislativo -, o princípio da legalidade possui
o escopo de garantir que a atuação do Poder Executivo
nada mais seja senão a concretização dessa vontade
·geral”.

Além de atender à legalidade, o ato do administrador público


deve conformar-se com a moralidade e a finalidade administra-
tivas para dar plena legitimidade à sua atuação. Administração
legítima só é aquela que se reveste de legalidade e probidade ad-
ministrativas, no sentido de que tanto atende às exigências da
lei como se conforma com os preceitos da instituição pública.

Cumprir simplesmente a lei na frieza de seu texto não é o


mesmo que atendê-la na sua letra e no seu espírito. A adminis-
tração, por isso, deve ser orientada pelos princípios do Direito e
da Moral, para que ao legal se ajunte o honesto e o conveniente
aos interesses sociais. Desses princípios é que o Direito Público
extraiu e sistematizou a teoria da moralidade administrativa.

2) Impessoalidade:
Os autores tratam do princípio administrativo da impessoali-
dade sob dois prismas, a saber:

a) como determinante da finalidade de toda a atuação adminis-


trativa (também chamado princípio da finalidade, considerado
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um princípio pesquisa. Faça login
constitucional ou crie uma
implícito, inserido no princípio ex-
conta.
ou 
presso da impessoalidade);
b) como vedação a que o agente público se promova às custas
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Princípios dadas
Administração
realizaçõesPública.
da administração pública (vedação à promoção
pessoal do administrador público pelos serviços, obras e outras
realizações efetuadas pela administração pública).

Essa primeira é a acepção mais tradicional do princípio da im-


pessoalidade, e traduz a ideia de que toda atuação da adminis-
tração deve visar ao interesse público, deve ter como finalidade
a satisfação do interesse público.

A impessoalidade da atuação administrativa impede, portanto,


que o ato administrativo seja praticado visando a interesse do
agente ou de terceiros, devendo ater-se à vontade da lei, co-
mando geral. e: abstrato em essência. Dessa forma, impede per-
seguições ou favorecimentos, discriminações benéficas ou preju-
diciais aos administrados. Qualquer ato praticado com objetivo
diverso da satisfação do interesse público será nulo por desvio
de finalidade.

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, a impessoalidade,


especialmente na acepção ora em foco, é decorrência da isono-
mia (ou igualdade) e tem desdobramentos explícitos em disposi-
tivos constitucionais como o art. 37, inciso II, que impõe o con-
curso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou
emprego público (oportunidades iguais para todos), e o art. 37,
inciso XXI, que exige que as licitações públicas assegurem igual-
dade de condições a todos os concorrentes.

Enquanto que a segunda acepção do princípio da impessoali-


dade está ligada à ideia de vedação à promoção pessoal das rea-
lizações da administração pública, à promoção pessoal do
agente público. Está consagrada no § 1º do art. 37 da Constitui-
ção, nestes termos:

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“Art. 37, § 1º, CF/88: A publicidade dos atos, progra-
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Princípios da Administração
mas, Pública.
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orien-
tação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de au-
toridades ou servidores públicos”.

Observa-se que esse segundo desdobramento do princípio da


impessoalidade tem por escopo proibir a vinculação de ativida-
des da administração à pessoa dos administradores, evitando
que estes utilizem a propaganda oficial para sua promoção
pessoal.

O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de


1988, nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual
impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu
fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Di-
reito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de
forma impessoal. Assim, a impessoalidade está relacionada: à fi-
nalidade; à imputação (o ato é atribuído à entidade e não ao
agente); à isonomia (todos são iguais perante a Administração);
à imparcialidade (a todos o mesmo tratamento).

3) Moralidade:
O princípio da moralidade torna jurídica a exigência de atuação
ética dos agentes da administração pública. A denominada mo-
ral administrativa difere da moral comum, justamente por ser
jurídica e pela possibilidade de invalidação dos atos administra-
tivos que sejam praticados com inobservância deste princípio.

É importante compreender que o fato de a Constituição haver


erigido a moral administrativa em principio jurídico expresso
permite afirmar que ela é um requisito de validade do ato admi-
Evite interrupções durantee sua
nistrativo, nãopesquisa. Faça login
de aspecto ou crie uma
atinente ao mérito.
Vale dizer, um
conta.
ou 
ato contrário à moral administrativa não está sujeito a uma aná-
lise de oportunidade e conveniência, mas a uma análise de legi-
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Princípios datimidade,
Administração
istoPública.
é, umato contrário à moral administrativa é nulo,
e não meramente inoportuno ou inconveniente.

Em consequência, o ato contrário à moral administrativa não


deve ser revogado, e sim declarado nulo. Mais importante, como
se trata de controle de legalidade ou legitimidade, este pode ser
efetuado pela administração e, também, pelo Poder Judiciário
(desde que provocado). A moral administrativa liga-se à ideia de
probidade e de boa-fé.

Para atuar observando a moral administrativa não basta ao


agente cumprir formalmente a lei na frieza de sua letra. É neces-
sário que se atenda à letra e ao espírito da lei, que ao legal junte-
se o ético. Por essa razão, muito frequentemente os autores afir-
mam que o princípio da moralidade complementa, ou toma
mais efetivo, materialmente, o princípio da legalidade.

A doutrina enfatiza que a moralidade administrativa independe


da concepção subjetiva (pessoal) de conduta moral, ética, que o
agente público tenha; importa, sim, a noção objetiva, embora in-
determinada, passível de ser extraída do conjunto de normas
concernentes à conduta de agentes públicos, existentes no orde-
namento jurídico.

Dessa forma, a moralidade administrativa constitui, hoje em


dia, pressuposto de validade de todo ato da Administração Pú-
blica. Não se trata, diz Hauriou, da moral comum, mas sim de
uma moral jurídica, entendida como "o conjunto de regras de
conduta tiradas da disciplina interior da Administração". De-
senvolvendo sua doutrina, explica o mesmo autor que o agente
administrativo, como ser humano dotado da capacidade de
atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o ho-
nesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o ele-
Evite interrupções
mentodurante
ético sua
depesquisa. Faça loginAssim,
sua conduta. ou crie uma
não terá que decidir so-
conta.
ou 
mente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e
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Princípios daoAdministração Pública.


inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre
o honesto e o desonesto.

Por considerações de Direito e de Moral, o ato administrativo


não terá que obedecer somente à lei jurídica, mas também à lei
ética da própria instituição, porque nem tudo que é legal é ho-
nesto, conforme já proclamavam os romanos: "non omne quod
licet honestum est". A moral comum é imposta ao homem para
sua conduta externa; a moral administrativa é imposta ao
agente público para sua conduta interna, segundo as exigências
da instituição a que serve e a finalidade de sua ação: o bem
comum.

4) Publicidade:
O princípio da publicidade apresenta uma dupla acepção em
face do sistema decorrente da Constituição de 1988, a saber:

a) exigência de publicação oficial, como requisito de eficácia,


dos atos administrativos que devam produzir efeitos externos e
dos atos que impliquem ônus para o patrimônio público;

b) exigência de transparência da atuação administrativa.

Na primeira acepção, a publicidade não está ligada à validade do


ato, mas à sua eficácia, isto é, enquanto não publicado, o ato não
está apto a produzir efeitos.

A rigor, não se pode dizer sequer que o ato já esteja inteira-


mente formado (perfeito) enquanto não ocorre a sua publicação,
nas hipóteses em que esta é obrigatória, vale dizer, o ato que
obrigatoriamente deva ser publicado é um ato imperfeito (não
concluído) enquanto a sua publicação não ocorre.
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Evidentemente, em um Estado de Direito, é inconcebível a exis-
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Princípios datência
Administração
de atos Pública.
sigilosos ou confidenciais que pretendam incidir
sobre a esfera jurídica dos administrados, criando, restringindo
ou extinguindo direitos, ou que onerem o patrimônio público.

Já na segunda acepção, deriva do princípio da indisponibilidade


do interesse público, diz respeito à exigência de que seja possibi-
litado, da forma mais ampla possível, o controle da administra-
ção pública pelos administrados.

Decorrência lógica do princípio da transparência é a regra geral


segundo a qual os atos administrativos devem ser motivados.
Com efeito, a motivação (exposição, por escrito, dos motivos
que levaram à prática do ato) possibilita o efetivo controle da le-
gitimidade do ato administrativo pelos órgãos de controle e pelo
povo em geral. De forma mais ampla, a cidadania fundamenta a
exigência de motivação, uma vez que esta é essencial para asse-
gurar o efetivo controle da administração, inclusive o controle
popular, uma das mais evidentes manifestações do exercício da
cidadania.

Um dispositivo que deixa bem clara a exigência de atuação


transparente de toda a administração pública é o inciso XXXIII
do art. 5º da Constituição, reproduzido abaixo:

“Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos ór-


gãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalva-
das aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança
da sociedade e do Estado;”.

O dever de dar publicidade, ou seja, de levar o conhecimento do


ato ou da atividade administrativa a terceiros, a fim de facilitar
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o controle e conferir possibilidade de execução é, portanto,
ou um 
dever da Administração Pública. A atuação transparente do Po-
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Princípios dader
Administração Pública.a publicação, ainda que meramente interna,
Público exige
de toda forma de manifestação administrativa, constituindo esse
princípio requisito de eficácia dos atos administrativos. A publi-
cidade está intimamente relacionada ao controle da Administra-
ção, visto que, conhecendo seus atos, contratos, negócios, pode
o particular cogitar de impugná-los interna ou externamente.

O princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos,


além de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu co-
nhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo povo em
geral, através dos meios constitucionais - mandado de segu-
rança (art. 5º, LXIX), direito de petição (art. 5.º, XXXIV, a),
ação popular (art. 5.º, LXXIII), habeas data (art. 5.º, LXXII),
suspensão dos direitos políticos por improbidade administrativa
(art. 37, § 4.º) -, e para tanto a mesma Constituição impõe o for-
necimento de certidões de atos da Administração, requeridas
por qualquer pessoa, para defesa de direitos ou esclarecimento
de situações (art. 5.º, XXXIV, b), os quais devem ser indicados
no requerimento.

5) Eficiência:
Eficiência conjuga o binômio produtividade e economia, ve-
dando o desperdício e o uso inadequado nos recursos públicos.
Traduz-se nas seguintes máximas: “melhor desempenho possí-
vel por parte do agente público” e “melhores resultados na pres-
tação do serviço público”.

A Emenda Constitucional nº 19, de 1998, inseriu o princípio da


eficiência entre os princípios constitucionais da Administração
Pública, previstos no artigo 37, caput.

Hely Lopes Meirelles (2003:102) define a eficiência como:


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“A eficiência é um dos deveres da Administração Pú-
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Princípios da Administração
blica,Pública.
definindo-o como “o que se impõe a todo agente
público de realizar suas atribuições com presteza, per-
feição e rendimento funcional. É o mais moderno prin-
cípio da função administrativa, que já não se contenta
em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo
resultados positivos para o serviço público e satisfató-
rio atendimento das necessidades da comunidade e de
seus membros”.

Para a Professora Maria Sylvia Di Pietro o princípio em foco


apresenta dois aspectos:

a) relativamente à forma de atuação do agente público,


espera-se o melhor desempenho possível de suas atri-
buições, a fim de obter os melhores resultados;

b) quanto ao modo de organizar, estruturar e discipli-


nar a administração pública, exige-se que este seja o
mais racional possível, no intuito de alcançar os melho-
res resultados na prestação do serviço público.

A eficiência funcional é, pois, considerada em sentido amplo,


abrangendo não só a produtividade do exercente do cargo ou da
função como a perfeição do trabalho e sua adequação técnica
aos fins visados pela Administração, para o que se avaliam os re-
sultados, confrontam-se os desempenhos e se aperfeiçoa o pes-
soal através de seleção e treinamento. Assim, a verificação da
eficiência atinge os aspectos quantitativo e qualitativo do ser-
viço, para aquilatar do seu rendimento efetivo, do seu custo ope-
racional e da sua real utilidade para os administrados e para a
Administração. Tal controle desenvolve-se, portanto, na tríplice
linha administrativa, econômica e técnica.

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Vale dizer que a eficiência é princípio que se soma aos demais
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Princípios daprincípios
Administração Pública. à Administração, não podendo sobrepor-se
impostos
a nenhum deles, especialmente ao da legalidade, sob pena de sé-
rios riscos à segurança jurídica e ao próprio Estado de Direito.

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trativo e ao Direto Constitucional:

Poder Constituinte Decorrente.

Poder constituinte derivado reformador.

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Figuras da Administração Pública (Entidade, Órgão, Agente
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Administração Pública em Sentido Objetivo (Material, Funcio-


nal) e Subjetivo (formal, Orgânico).

Sistema Administrativo Brasileiro e Regime Jurídico-Adminis-


trativo: Prerrogativas e Sujeições.

Direito Administrativo: Formação e Conceitos Doutrinários.

Poder Constituinte Revisor e o Poder Constituinte Supranacio-


nal (Ou Transnacional).

Poder constituinte difuso, ou também chamado de, mutação


Constitucional.

Referências Bibliográficas:
-DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 32º
edição. Rio de Janeiro: Forense, 2019.

-ROSA, Márcio Fernando Elias. Direito administrativo. 14º. ed.


São Paulo: Saraiva, 2017. (Coleção sinopses jurídicas).

-ALEXANDRINO, Marcelo. Direito administrativo descompli-


cado. 23º ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
2015.

-MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de direito admi-


nistrativo: parte introdutória, parte geral e parte especial. 16º
ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.

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-MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro.
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Princípios da22º
Administração
(EditadaPública.
e atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, Dél-
cio Balestero Aleixo e José Emmanuel Burle Filho). São Paulo:
Editora RT, 1997.

-DIAS, Licínia Rossi Correia. Direito administrativo 1. São


Paulo: Saraiva, 2012. (Coleção saberes do direito).

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publica/1397738670

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que traçam vetores direcionais para os atos do legislador, do administrador e do
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