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Direito Administrativo (Princípios) - Questões

(IF-MG/IF-MG/2019)
01) Artigo 37 da Constituição Federal de 1988: A administração pública direta e indireta de qualquer dos
poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...].
Os princípios básicos da administração pública, também chamados princípios constitucionais expressos
são listados no artigo 37 da CF88. Já os princípios gerais não estão definidos expressamente no mesmo
artigo, mas, devem ser observados igualmente pela administração pública. Os princípios gerais são:
supremacia do interesse público sobre o interesse privado, indisponibilidade do interesse público,
presunção de legitimidade, autoexecutoriedade, especialidade, continuidade do serviço público,
razoabilidade e proporcionalidade, tutela, autotutela, hierarquia, motivação, segurança jurídica,
inafastabilidade do controle judicial.
Considere as seguintes assertivas relacionadas aos princípios gerais:
I – Decorre da necessidade do Poder Público de prestar a atividade administrativa agindo imediatamente, com
agilidade, a fim de buscar o interesse público, não cabendo a demonstração antecipada da validade do ato e não
podendo a apenas o administrado deixar de cumprir o ato administrativo enquanto o ato for válido.
II - Significa que a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
III – A Administração deve respeitar a boa-fé dos administrados que com ela interagem, no sentido de que,
quando esses têm um determinado direito reconhecido pela administração, não podem vir a ser prejudicados
ulteriormente, por mudanças de entendimento da própria Administração sobre aquela matéria. O princípio não
pode ser usado para impedir a anulação de atos ilegais da Administração.
IV – Sinônimo de princípio do controle. Aqui se trata do controle finalístico, pelo qual se permite,
excepcionalmente, em casos extremos, o controle das atividades exercidas pela entidade da Administração
Indireta, caso essa não esteja observando suas finalidades institucionais.
Qual é a relação correta entre as assertivas e os princípios gerais?
A) I – presunção de legitimidade, II – tutela, III – segurança jurídica, IV - autotutela
B) I – segurança jurídica, II – autotutela, III – presunção de legitimidade, IV - tutela
C) I – indisponibilidade do interesse público, II – tutela, III – presunção de legitimidade, IV - autotutela
D) I – presunção de legitimidade, II – autotutela, III – segurança jurídica, IV - tutela
E) I – continuidade do serviço público, II – autotutela, III – segurança jurídica, IV - tutela
Comentário:

Item I: Presunção de Legitimidade.

Presunção de legitimidade e veracidade


Os atos administrativos, quando editados, trazem em si uma presunção relativa de legitimidade.
A presunção de legitimidade dos atos administrativos está relacionada à sujeição da administração ao
princípio da legalidade.
A presunção de legitimidade é relativa ou juris tantum.
A presunção de legitimidade dos atos administrativos não é absoluta (juris et de jure).
A presunção de veracidade tem o conceito de que os fatos alegados pela Administração supõem-se como
verdadeiros.
Em decorrência do atributo da presunção de legitimidade e do atributo da presunção de veracidade, o
primeiro diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presume-se, até
prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância na lei, em relação ao
segundo presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela administração, tal como se verifica nas
certidões, nos atestados e nas declarações emitidas pela administração.
Por meio dos estudos de Fernanda Marinela, um dos efeitos da presunção de legitimidade é a execução
imediata e a geração de determinadas obrigações ao particular, mesmo este não estando de acordo.
Podendo essas obrigações serem executadas, direta ou indiretamente mediante coação, pelo Poder
Público.

Item II: Autotutela.

Princípio da Autotutela
- Estabelece que a Administração pública possa corrigir seus próprios atos, podendo anulá-los quando
ilegais ou revogá-los por serem inconvenientes ou inoportunos (Mérito).
- Esse princípio estabelece que a administração possua poder de zelar pelos bens que integram seu
próprio patrimônio;

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- O princípio da autotutela estabelece que a Administração Pública possa de ofício, anular seus próprios
atos, independente de provocação. Porém, o controle da Administração não afasta o controle do
Poder Judiciário em relação à legalidade.
OBS: O Poder Judiciário, mediante provocação, poderá anular um ato ilegal de outro poder, porém não
poderá revogar um ato válido, ou seja, o judiciário não pode analisar o mérito administrativo de outro
poder, mas apenas a legalidade e legitimidade.
STF/Súmula 346
A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
STF/Súmula 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
- Lei 9.784/99, Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.

Item III: Segurança Jurídica.

Princípio da Segurança Jurídica


- Tem por finalidade manter a estabilidade das relações jurídicas materializadas.
- Para o princípio da Segurança Jurídica, a manutenção da ilegalidade de um ato é melhor do que a
sua anulação após desse ato ter gerado seus efeitos durante vários anos, pois o efeito da sua anulação
seria pior do que a sua ilegalidade.
- Estabelece a proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada, sendo um dos
fundamentos da prescrição e decadência;
- É a base para a edição de súmulas vinculantes;
- CF/88, Art. 103-A, § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos
sobre questão idêntica.
- Possui previsão expressa na lei 9.784/99;
- Lei 9.784/99, Art. 2º, XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

Princípio da Proteção à Confiança


- Enquanto o princípio da segurança jurídica possui aspectos objetivos, através da defesa da
estabilidade jurídica, o princípio da Proteção à Confiança trata de aspectos subjetivos, tratando da boa-
fé que o administrado possui perante a Administração em relação aos seus atos praticados conforme a
lei.

Item IV: Tutela.

Princípio do Controle ou da Tutela


- Estabelece que a Administração Direta (entidades políticas) deve manter o controle (controle finalístico)
das entidades da administração indireta para que estas continuem exercendo suas finalidades
estabelecidas quando criadas.
-Apesar de não existir hierarquia entre a Administração Direta e a indireta, existe a possibilidade de
controle da entidade política para garantir o princípio da especialidade que estabelece a criação da
entidade administrativa para atuar em determinada finalidade específica.

Gabarito: Letra D.
(IF-MG/IF-MG/2019)
02) O princípio da moralidade se refere à atuação dos agentes públicos, que devem agir não apenas com
vista à lei, mas sobretudo preservando a moral, os bons costumes e a justiça.
Comentário:

Princípio da Moralidade
- Expresso na CF/88;
- O agente público deve seguir uma conduta ética, devendo respeitar não só a legalidade, mas também

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a moralidade administrativa, os bons costumes, a honestidade e as regras do poder público.


- CF/88, Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
- CF/88,Art. 14, § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta.
- CF/88, Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
- Mesmo que o ato praticado pelo agente esteja em conformidade com a lei, caso ofenda a moral, os
princípios de justiça e de equidade, a ideia de honestidade, estará ocorrendo ofensa não só ao princípio
da moralidade administrativa, como também ao da impessoalidade, igualdade e eficiência, devendo
este ato ser anulado.
- O STF entende que é vedado o nepotismo na administração pública vindo o fundamento diretamente
da CF, sem necessidade de lei específica.
- Nos cargos de natureza política, não existirá o nepotismo, quando o nomeado realmente possuir
capacidade técnica para o cargo. Caso contrário, ou seja, a pessoa nomeada para o cargo de natureza
política não possua capacidade técnica, demonstrando assim a troca de favores, não será possível a
nomeação.
- A doutrina entende que a imoralidade surge do conteúdo (objeto) do ato. Com isso, um ato pode ser
considerado imoral, mesmo sem o agente ter a intenção de cometer a imoralidade.

Gabarito: Correto.
(IF-MG/IF-MG/2019)
03) O princípio da legalidade é incompatível com o fenômeno da deslegalização, pela qual o Poder
Legislativo permite que a Administração Pública crie normas de caráter eminentemente técnicas para
regulamentação de lei.
Comentário:

O princípio da legalidade é compatível com o fenômeno da deslegalização.

Deslegalização
Atualmente, o Poder Público passou a ter diversas atividades técnicas consideradas complexas. Com
isso, de forma originária, na França, começou a ser aceita a deslegalização, que ocorre quando uma
determinada competência que era, inicialmente, feita por lei, passa a ter a possibilidade de ser
regulamentada por norma infralegal, desde que autorizado pelo legislador. Ou seja, a competência que
possuía um caráter legal (Lei em sentido estrito), passa a ter um domínio de ato regulamentar,
ocorrendo, assim, a deslegalização.

Sintetizando, já que o Legislador não tem todo o conhecimento técnico sobre a matéria para criar a lei
como um todo, ele acaba delegando ao setor administrativo responsável que possui o conhecimento
técnico aprofundado no assunto para regulamentá-lo.

No entanto, cabe ressaltar que a delegação para a regulamentação da matéria não é integral, tendo que ser
respeitado determinados limites.

Gabarito: Errado.
(IF-MG/IF-MG/2019)
04) Viola o princípio da impessoalidade a determinação de construção de rodovia em frente a terrenos do
prefeito municipal com a finalidade de obter valorização daqueles imóveis.
Comentário:

Princípio da Impessoalidade
- É o princípio que busca a finalidade pública, procurando tratar todos os administrados de forma
isonômica, sendo vedada a promoção pessoal.

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- Desdobra-se em 04 princípios:
* Princípio da Finalidade;
* Princípio da Igualdade ou Isonomia;
* Vedação de Promoção Pessoal;
* Impedimento e Suspeição.
Princípio da Finalidade
Estabelece que os atos da administração pública tenham por finalidade a satisfação do interesse
público;
Princípio da Igualdade ou Isonomia
A administração deve tratar todos de forma isonômica, sem discriminações, não podendo favorecer
pessoas indevidamente;
- CF/88, Art.37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
- CF/88, Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas
as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Vedação de Promoção Pessoal
É vedada a promoção pessoal do agente público, pois estes atuam em nome do Estado.
- CF/88, Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
OBS: A promoção pessoal fere também os princípios da legalidade e moralidade.
Impedimento e Suspeição
Tais princípios são utilizados quando a pessoa não pode atuar em determinado processo administrativo
ou judicial por causa do grau de parentesco, amizade ou inimizade;

Gabarito: Correto.
(IF-MG/IF-MG/2019)
05) Não viola o princípio da publicidade a restrição de acesso a dados que sejam imprescindíveis à
segurança da sociedade e do Estado.
Comentário:

Princípio da Publicidade
- O princípio da publicidade exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública,
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei.
- O princípio da publicidade tem por finalidade estabelecer a:
* Publicação do ato como requisito para começar a gerar seus efeitos (eficácia), ou seja, não é um
requisito de validade do ato, mas sim de eficácia;
* Transparência da Administração Pública em seus atos para o controle pelos administrados.
OBS: Não é necessária a publicação de todos os atos para a ocorrência da eficácia, mas apenas aqueles
que produzem efeitos gerais (alcançam destinatários indeterminados) e externos (alcançam a
população em geral);
- CF/88, Art. 37, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública
direta e indireta, regulando especialmente:
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
- CF/88, Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;
OBS: O princípio da publicidade não é absoluto, tendo exceções;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de

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situações de interesse pessoal;

Gabarito: Correto.
(IF-MG/IF-MG/2019)
06) O princípio da eficiência tem duas acepções: por um lado ele se refere à atuação do agente público,
que deve atuar com presteza e ter rendimento funcional; por outro lado, ele se refere ao modo de
organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também visando melhorar o desempenho e os
resultados na prestação de serviço público.
Comentário:

Princípio da Eficiência
- Trata-se do princípio que exige dos agentes públicos a busca por melhores resultados com o menor
custo e tempo possível.
- Incluído pela EC 19/98 devido à reforma gerencial com a implementação do Plano Diretor da Reforma
do Aparelho do Estado;
- O princípio da eficiência pode ser levado em consideração à atuação do agente público, sendo esperado
que este preste o seu serviço da melhor forma possível, com um alto desempenho para obter bons
resultados. Além disso, tal princípio está diretamente relacionado ao modo de organização, estrutura e
disciplina do Poder Público visando atingir resultados na prestação do serviço público.
- CF/88, Art. 37, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública
direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção
de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos
serviços;
- CF/88, Art. 41, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa.

Gabarito: Correto.
(Quadrix/CREF - 11ª Região (MS-MT)/2019)
07) O conceito de supremacia do interesse público é indeterminável.
Comentário:

O conceito de supremacia do interesse público é determinável, sendo um dos princípios basilares do direito
administrativo.

Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular


- É considerado um princípio implícito, sendo um princípio base do regime jurídico administrativo;
- O princípio da supremacia estabelece que ocorrendo um conflito entre o interesse público e o particular, o
primeiro leva vantagem, pois está voltado para o interesse da coletividade;
- O princípio da supremacia não pode ser utilizado com finalidade direcionada ao interesse privado;
- São exemplos de aplicação do princípio da supremacia:
* Presunção de Veracidade, legitimidade e imperatividade;
* Cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos;
* Uso do poder de polícia, impondo restrições ao particular com finalidade do interesse coletivo;
* Intervenção do Estado na propriedade privada;
- O princípio da supremacia do interesse público sobre o particular não é aplicado quando o Estado
possui uma relação de horizontalidade com o particular,como nos casos de exploração de atividade
econômica, contratos de locação. Porém em certos casos a Administração Púbica continua possuindo
alguns aspectos do direito público.

Gabarito: Errado.
(Quadrix/CREF - 11ª Região (MS-MT)/2019)
08) A vedação ao nepotismo é um exemplo de aplicação do princípio da moralidade pública e da
impessoalidade.
Comentário:

Nepotismo
A escolha dos ocupantes dos cargos em comissão, apesar de livre, deve recair sobre pessoas qualificadas

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para o desempenho de tais funções em nome dos princípios da eficiência, da moralidade, da


impessoalidade, da igualdade etc.
Fonte: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6548/Nepotismo Acessado em: 03/06/2019.
Autora: MAIA, Luciana Andrade.

Princípio da Moralidade
- Expresso na CF/88;
- O agente público deve seguir uma conduta ética, devendo respeitar não só a legalidade, mas também
a moralidade administrativa, os bons costumes, a honestidade e as regras do poder público.
- CF/88, Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
- CF/88,Art. 14, § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta.
- CF/88, Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
- Mesmo que o ato praticado pelo agente esteja em conformidade com a lei, caso ofenda a moral, os
princípios de justiça e de equidade, a ideia de honestidade, estará ocorrendo ofensa não só ao princípio
da moralidade administrativa, como também ao da impessoalidade, igualdade e eficiência, devendo
este ato ser anulado.
- O STF entende que é vedado o nepotismo na administração pública vindo o fundamento diretamente
da CF, sem necessidade de lei específica.
- Nos cargos de natureza política, não existirá o nepotismo, quando o nomeado realmente possuir
capacidade técnica para o cargo. Caso contrário, ou seja, a pessoa nomeada para o cargo de natureza
política não possua capacidade técnica, demonstrando assim a troca de favores, não será possível a
nomeação.
- A doutrina entende que a imoralidade surge do conteúdo (objeto) do ato. Com isso, um ato pode ser
considerado imoral, mesmo sem o agente ter a intenção de cometer a imoralidade.

Princípio da Impessoalidade
- É o princípio que busca a finalidade pública, procurando tratar todos os administrados de forma
isonômica, sendo vedada a promoção pessoal.

Gabarito: Correto.
(Quadrix/CREF - 11ª Região (MS-MT)/2019)
09) A moralidade administrativa é baseada na concepção pessoal do agente público a respeito da conduta
a ser praticada.
Comentário:

A moralidade administrativa não é baseada na concepção pessoal do agente público a respeito da conduta a ser
praticada, pois o agente público age conforme a lei. O agente público atua na concepção objetiva acerca da
lealdade, honestidade e boa-fé com a coisa pública.

Gabarito: Errado.
(Quadrix/CREF - 11ª Região (MS-MT)/2019)
10) A avaliação de desempenho como condição para a aquisição da estabilidade pelo servidor público é
consequência direta do princípio da eficiência.
Comentário:

Princípio da Eficiência
- Trata-se do princípio que exige dos agentes públicos a busca por melhores resultados com o menor
custo e tempo possível.
- Incluído pela EC 19/98 devido à reforma gerencial com a implementação do Plano Diretor da Reforma
do Aparelho do Estado;

@questoes.pmerj2023
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- Nos estudos da doutrinadora DI PIETRO, o princípio da eficiência pode ser levado em consideração à
atuação do agente público, sendo esperado que este preste o seu serviço da melhor forma possível, com
um alto desempenho para obter bons resultados. Além disso, tal princípio está diretamente relacionado ao
modo de organização, estrutura e disciplina do Poder Público visando atingir resultados na
prestação do serviço público.
- CF/88, Art. 37, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública
direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção
de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos
serviços;
- CF/88, Art. 41, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa.

Gabarito: Correto.
(Quadrix/CREF - 11ª Região (MS-MT)/2019)
11) A atuação do agente público deve ser regida por honestidade, boa ‐fé e autonomia da vontade.
Comentário:

A moralidade administrativa é não baseada na concepção pessoal do agente público a respeito da conduta a ser
praticada, pois o agente público age conforme a lei. O agente público atua na concepção objetiva acerca da
lealdade, honestidade e boa-fé com a coisa pública.

Gabarito: Errado.
(FCC/CREMESP/2016)
12) A Administração Pública é informada por diversos princípios, que são proposições fundamentais, que
condicionam todas as estruturações subsequentes. Nesse sentido, os prazos fixados para a
Administração possa rever seus próprios atos, bem como a vedação à aplicação retroativa de nova
interpretação da norma administrativa, são expressões da aplicação do princípio da
A) Proporcionalidade.
B) Moralidade.
C) Tutela.
D) Autotutela.
E) Segurança jurídica.
Comentário:

A questão deixa a entender que está falando sobre dois princípios (Autotutela e Segurança jurídica).

No entanto, a banca considerou a letra E como correta.

Princípio da Autotutela
- Estabelece que a Administração pública possa corrigir seus próprios atos, podendo anulá-los quando
ilegais ou revogá-los por serem inconvenientes ou inoportunos (Mérito).
- Esse princípio estabelece que a administração possua poder de zelar pelos bens que integram seu
próprio patrimônio;
- O princípio da autotutela estabelece que a Administração Pública possa de ofício, anular seus próprios
atos, independente de provocação. Porém, o controle da Administração não afasta o controle do
Poder Judiciário em relação à legalidade.
OBS: O Poder Judiciário, mediante provocação, poderá anular um ato ilegal de outro poder, porém não
poderá revogar um ato válido, ou seja, o judiciário não pode analisar o mérito administrativo de outro
poder, mas apenas a legalidade e legitimidade.
STF/Súmula 346
A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
STF/Súmula 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
- Lei 9.784/99, Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos

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adquiridos.

Princípio da Segurança Jurídica


- Tem por finalidade manter a estabilidade das relações jurídicas materializadas.
- Para o princípio da Segurança Jurídica, a manutenção da ilegalidade de um ato é melhor do que a
sua anulação após desse ato ter gerado seus efeitos durante vários anos, pois o efeito da sua anulação
seria pior do que a sua ilegalidade.
- Estabelece a proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada, sendo um dos
fundamentos da prescrição e decadência;
- É a base para a edição de súmulas vinculantes;
- CF/88, Art. 103-A, § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos
sobre questão idêntica.
- Possui previsão expressa na lei 9.784/99;
- Lei 9.784/99, Art. 2º, XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

Princípio da Proteção à Confiança


- Enquanto o princípio da segurança jurídica possui aspectos objetivos, através da defesa da
estabilidade jurídica, o princípio da Proteção à Confiança trata de aspectos subjetivos, tratando da boa-
fé que o administrado possui perante a Administração em relação aos seus atos praticados conforme a
lei.

Gabarito: Letra E.
(IBADE/Prefeitura de Jaru - RO/2019)
13) O nepotismo na nomeação de funcionários em órgãos públicos é prática ilícita, tema já pacificado na
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Pode-se dizer que a proibição de tal prática decorre
diretamente dos princípios contidos no Art. 37, caput, da CF/1988, particularmente dos princípios do(a):
A) lesividade, impessoalidade e moralidade.
B) igualdade, contraditório e economicidade.
C) impessoalidade, eficiência e moralidade.
D) legalidade, non bis in idem e eficiência.
E) igualdade, publicidade e legalidade.
Comentário:

Conforme o STF, o nepotismo é combatido pelos princípios contidos na própria CF/88, dentre eles temos os
princípios da impessoalidade, da eficiência, moralidade e da igualdade (este, somente omitido pelo art. 37 da
Constituição porque já proclamado na cabeça do art. 5º e no inciso III do art. 19 da nossa Lei Fundamental)

Gabarito: Letra C.
(COPESE-UFT/Câmara de Palmas - TO/2018)
14) Sobre os princípios que regem a Administração Pública previstos na Constituição Federal de 1988,
assinale a alternativa CORRETA.
A) São princípios expressos na Constituição Federal de 1988: a legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e a eficácia.
B) São princípios expressos na Constituição Federal de 1988: a legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e a eficiência.
C) São princípios expressos na Constituição Federal de 1988: a legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e a executoriedade.
D) São princípios expressos na Constituição Federal de 1988: a legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e a efetividade.
Comentário:

Princípios Expressos na CF/88


- CF/88, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
Princípios Expressos na Lei 8.666/93

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- LLC/93, Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia,


a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos.
Princípios Expressos na Lei 9.784/99
- Lei 9.784/99, Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
OBS: Não existe hierarquia entre os princípios, no caso de conflito entre eles, ocorrerá a ponderação
para que continue existindo a harmonia do ordenamento jurídico.

Gabarito: Letra B.
(Quadrix/CRESS-GO/2019)
15) O princípio da moralidade determina ao administrador público agir de acordo com os preceitos éticos.
Apesar do conteúdo da moralidade ser diverso do da legalidade, é possível que a imoralidade consista na
violação direta da lei.
Comentário:

Princípio da Moralidade
- Expresso na CF/88;
- O agente público deve seguir uma conduta ética, devendo respeitar não só a legalidade, mas também
a moralidade administrativa, os bons costumes, a honestidade e as regras do poder público.
- CF/88, Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
- CF/88,Art. 14, § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta.
- CF/88, Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
- Mesmo que o ato praticado pelo agente esteja em conformidade com a lei, caso ofenda a moral, os
princípios de justiça e de equidade, a ideia de honestidade, estará ocorrendo ofensa não só ao princípio
da moralidade administrativa, como também ao da impessoalidade, igualdade e eficiência, devendo
este ato ser anulado.
- O STF entende que é vedado o nepotismo na administração pública, vindo o fundamento diretamente
da CF, sem necessidade de lei específica.
- Nos cargos de natureza política, não existirá o nepotismo, quando o nomeado realmente possuir
capacidade técnica para o cargo. Caso contrário, ou seja, a pessoa nomeada para o cargo de natureza
política não possua capacidade técnica, demonstrando assim a troca de favores, não será possível a
nomeação.
- A doutrina entende que a imoralidade surge do conteúdo (objeto) do ato. Com isso, um ato pode ser
considerado imoral, mesmo sem o agente ter a intenção de cometer a imoralidade.

Gabarito: Correto.
(Quadrix/CRESS-GO/2019)
16) Entre os princípios que regem a Administração Pública, destaca ‐se a publicidade, que respaldou, entre
outras iniciativas, a edição da Lei de Acesso à Informação.
Comentário:

Princípio da Publicidade
- O princípio da publicidade exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública,
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei.
- O princípio da publicidade tem por finalidade estabelecer a:

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* Publicação do ato como requisito para começar a gerar seus efeitos (eficácia), ou seja, não é um
requisito de validade do ato, mas sim de eficácia;
* Transparência da Administração Pública em seus atos para o controle pelos administrados.
OBS: Não é necessária a publicação de todos os atos para a ocorrência da eficácia, mas apenas aqueles
que produzem efeitos gerais (alcançam destinatários indeterminados) e externos (alcançam a
população em geral);
- CF/88, Art. 37, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública
direta e indireta, regulando especialmente:
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
- CF/88, Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;
OBS: O princípio da publicidade não é absoluto, tendo exceções;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;

Gabarito: Correto.
(VUNESP/Prefeitura de Guarulhos - SP/2019)
17) A Constituição Federal, ao tratar “Da Administração Pública”, estabelece no § 1° do art. 37, a proibição
de promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos por meio de símbolos ou imagens na
publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos. Nos termos da
doutrina majoritária, essa é uma consequência direta do princípio constitucional da
A) supremacia do interesse público.
B) publicidade.
C) eficiência.
D) impessoalidade.
E) presunção de legitimidade.
Comentário:

CF/88, Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

STF/RE 191.668/RS
O caput e o § 1º do art. 37 da Constituição Federal impedem que haja qualquer tipo de identificação
entre a publicidade e os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. O rigor
do dispositivo constitucional que assegura o princípio da impessoalidade vincula a publicidade ao caráter
educativo, informativo ou de orientação social é incompatível com a menção de nomes, símbolos ou
imagens, aí incluídos slogans, que caracterizem promoção pessoal ou de servidores públicos. A
possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o partido político a que pertença o titular do
cargo público mancha o princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo, informativo ou
de orientação que constam do comando posto pelo constituinte dos oitenta.

Gabarito: Letra D.
(FGV/Prefeitura de Salvador - BA/2019)
18) O Município de Salvador elaborou plano estratégico para melhorar as atividades de fiscalização pelos
agentes de trânsito e transporte e as condições de segurança, higiene e conforto dos veículos do sistema
de transporte público.
Neste contexto, a busca de melhores resultados práticos, menos desperdícios e maior produtividade
decorre do seguinte princípio da Administração Pública:
A) Moralidade.
B) Impessoalidade.
C) Isonomia.
D) Segurança Jurídica.

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E) Eficiência.
Comentário:

Princípio da Eficiência - Conceitos


- Nos estudos da doutrinadora DI PIETRO, o princípio da eficiência pode ser levado em consideração à
atuação do agente público, sendo esperado que este preste o seu serviço da melhor forma possível, com
um alto desempenho para obter bons resultados. Além disso, tal princípio está diretamente relacionado ao
modo de organização, estrutura e disciplina do Poder Público visando atingir resultados na
prestação do serviço público.

Gabarito: Letra E.
(FGV/Prefeitura de Salvador - BA/2019)
19) João, agente de trânsito e transporte do Município de Salvador, realizava blitz a fim de verificar a
regularidade dos sistemas de trânsito e de transporte.
Por coincidência, Mário, seu vizinho e antigo desafeto que conduzia um caminhão na área urbana, foi
parado na blitz para ser fiscalizado. Ainda que não tenha sido encontrada qualquer irregularidade no
veículo inspecionado, João lavrou auto de infração em desfavor de Mário, exclusivamente por retaliação.
No caso em tela, João violou, frontal e diretamente, princípios constitucionais da Administração Pública.
Assinale a opção que os indica.
A) Legalidade e pessoalidade.
B) Segurança jurídica e autotutela.
C) Razoabilidade e publicidade.
D) Moralidade e impessoalidade.
E) Isonomia e competitividade.
Comentário:

No caso narrado, o agente de trânsito e transporte violou o princípio da Moralidade e da impessoalidade.

Conforme o princípio da moralidade, o agente público deve seguir uma conduta ética, devendo respeitar não só
a legalidade, mas também a moralidade administrativa, os bons costumes, a honestidade e as regras do
poder público.

Já a impessoalidade é o princípio que busca a finalidade pública, procurando tratar todos os administrados de
forma isonômica, sendo vedada a promoção pessoal.

Gabarito: Letra D.
(FGV/Prefeitura de Salvador - BA/2019)
20) Analise o trecho a seguir.
“A atividade administrativa deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional.”
Assinale a opção que apresenta o princípio fundamental da Administração Pública ao qual o trecho faz
referência.
A) Legalidade
B) Impessoalidade
C) Moralidade
D) Publicidade
E) Eficiência
Comentário:

Princípio da Eficiência - Conceito


Nos estudos da doutrinadora DI PIETRO, o princípio da eficiência pode ser levado em consideração à
atuação do agente público, sendo esperado que este preste o seu serviço da melhor forma possível, com
um alto desempenho para obter bons resultados. Além disso, tal princípio está diretamente relacionado ao
modo de organização, estrutura e disciplina do Poder Público visando atingir resultados na
prestação do serviço público.

Gabarito: Letra E.
(FGV/Prefeitura de Salvador - BA/2019)
21) Prefeito de determinado município do Estado da Bahia nomeou sua esposa, médica de notório
conhecimento e atuação exemplar, para exercer o cargo de Secretária Municipal de Saúde. No caso em

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tela, com as informações apresentadas acima, a princípio, de acordo com a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal,
A) não é possível afirmar que houve flagrante violação ao princípio da impessoalidade pela prática de nepotismo,
pois o cargo de secretário municipal possui natureza política.
B) não é lícito o ato administrativo de nomeação, pois houve flagrante violação ao princípio da moralidade pela
prática de nepotismo.
C) é possível afirmar que houve flagrante ato de improbidade administrativa, por violação aos princípios da
eficiência e legalidade.
D) é possível afirmar que houve flagrante crime eleitoral pela prática de ato expressamente proibido pelo texto
constitucional que viola a impessoalidade.
E) é possível afirmar que houve flagrante falta disciplinar pela prática de ato punível com a sanção funcional de
afastamento cautelar da função pública.
Comentário:

Nos cargos de natureza política, não existirá o nepotismo, quando o nomeado realmente possuir capacidade
técnica para o cargo. Caso contrário, ou seja, a pessoa nomeada para o cargo de natureza política não possua
capacidade técnica, demonstrando assim a troca de favores, não será possível a nomeação.

STF/Rcl 28.024 AgR


1. O Supremo Tribunal Federal tem afirmado a inaplicabilidade da vedação ao nepotismo ao provimento
de cargos políticos, ressalvados os casos de inequívoca falta de razoabilidade, por ausência de
manifesta qualificação técnica ou inidoneidade moral. Precedentes.
2. Tal como se extrai da decisão impugnada, porém, as circunstâncias do caso concreto apontam para a
ocorrência de fraude, o que autoriza, ao menos em sede liminar, a incidência da Súmula Vinculante 13.
3. Medida liminar indeferida.

Gabarito: Letra A.
(FGV/Prefeitura de Salvador - BA/2019)
22) Amed possui um pequeno quiosque na praia do Porto da Barra, em Salvador, onde vende quibes,
esfirras e mate, garantindo o sustento de sua esposa e seus nove filhos.
Durante uma fiscalização da vigilância sanitária, o fiscal verificou que uma das luvas descartáveis,
utilizadas por Amed para o manuseio dos alimentos, estava com um pequeno furo. Em razão disso, o
fiscal decidiu pela interdição permanente do estabelecimento, sob a alegação de grave risco à saúde dos
clientes.
Em relação à situação apresentada, assinale a opção que indica o princípio constitucional violado pelo
fiscal.
A) O da razoabilidade, ao aplicar uma penalidade sem proporcionalidade condizente com a situação.
B) O da legalidade, ao instituir sanção sem o devido processo legal.
C) O da eficiência, tendo em vista o dano causado à economia local.
D) O da impessoalidade, dado o fato de que ele puniu o comerciante baseando-se na sua incapacidade
contributiva.
E) O da segurança jurídica, afrontando o preceito de que ninguém será punido sem prévia cominação legal.
Comentário:

O fiscal violou o princípio da razoabilidade.

Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade


- Princípio da Razoabilidade: O agente público deve seguir critérios aceitáveis dentro do bom senso
comum.
- Princípio da Proporcionalidade: determina que a adequação entre os meios e os fins deve ser
obrigatoriamente observada no processo administrativo, sendo vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse
público.
- Tais princípios têm como uma de suas finalidades a limitação do poder discricionário da administração
pública.
- A administração Pública não pode aplicar sanções ou restrições de modo ilimitado, devendo existir
limitações para atuar de modo razoável e proporcional.
- Os atos realizados de maneira incoerente e que violarem a razoabilidade são considerados ilegais sendo
passíveis de anulação por meio da provocação do Poder Judiciário.
- São implícitos na CF/88, mas expressos na Lei de Processo Administrativo Federal.

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- O princípio da proporcionalidade possui três elementos que devem ser analisados no caso concreto:
* Adequação;
* Necessidade;
* Proporcionalidade em sentido estrito.
Adequação
O meio aplicado deve ser coerente com o resultado que se almeja;
Necessidade
O meio escolhido deve ser o que causa o menor prejuízo possível para os indivíduos;
Proporcionalidade em sentido estrito
As vantagens a serem conquistadas precisam ser sempre superiores às desvantagens.

Gabarito: Letra A.
(Quadrix/CRESS-GO/2019)
23) O princípio do controle ou da tutela administrativa define a função de natureza fiscalizatória exercida
pela administração direta sobre a indireta, controle esse que se desdobra em político, institucional,
administrativo e financeiro.
Comentário:

Princípio do Controle ou da Tutela


- Estabelece que a Administração Direta (entidades políticas) deve manter o controle (controle finalístico)
das entidades da administração indireta para que estas continuem exercendo suas finalidades
estabelecidas quando criadas.
-Apesar de não existir hierarquia entre a Administração Direta e a indireta, existe a possibilidade de
controle da entidade política para garantir o princípio da especialidade que estabelece a criação da
entidade administrativa para atuar em determinada finalidade específica.

Gabarito: Correto.
(IDECAN/IF-AM/2019)
24) Os princípios constitucionais aplicados à função administrativa estatal são considerados absolutos,
estando inseridos em rol fechado desde a promulgação da Constituição Federal.
Comentário:

Não são absolutos e não estão em um rol fechado.

Princípios da Administração Pública


- São as diretrizes e mandamentos gerais que orientam a atuação da Administração Pública e a
criação das leis voltadas para o direito administrativo.
- Tem a finalidade de estabelecer um sentido lógico e racional para a compreensão da Administração
Pública para que esta funcione de forma equilibrada;
- Os princípios possuem ainda função interpretativa da norma administrativa;
- Os princípios, a depender do ponto de vista interpretativo, podem ser considerados expressos, quando
previstos expressamente na lei, ou implícitos, quando não estiverem em lei, mas decorrem da
jurisprudência ou da doutrina.
- Os princípios implícitos, apesar de não taxados em nenhuma lei ou na CF/88, pode se apresentar por
meio de princípios expressos ou da hermenêutica de vários princípios, podendo ainda decorrer do
próprio sistema constitucional como um todo.
Ex 01: Princípio da Finalidade (implícito) decorre do da impessoalidade (expresso);
Ex 02: Princípio da Segurança Jurídica (implícito), porém, com aplicação prevista na CF/88.
- CF/88, Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;
Ex 03: Princípio da Supremacia do Interesse Público (Implícito);

Gabarito: Errado.
(IDECAN/IF-AM/2019)
25) Não é possível que a lei revogue o princípio constitucional da eficiência.
Comentário:

Não é possível a revogação por lei, pois se encontra na CF/88.

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Gabarito: Correto.
(IDECAN/IF-AM/2019)
26) O princípio da supremacia do interesse público e o princípio da legalidade estão implicitamente
previstos na Constituição Federal.
Comentário:

O princípio da legalidade encontra-se expressamente na CF/88.

Princípios Expressos na CF/88


- CF/88, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
Princípios Expressos na Lei 8.666/93
- LLC/93, Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia,
a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos.
Princípios Expressos na Lei 9.784/99
- Lei 9.784/99, Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
OBS: Não existe hierarquia entre os princípios, no caso de conflito entre eles, ocorrerá a ponderação
para que continue existindo a harmonia do ordenamento jurídico.

Gabarito: Correto.
(VUNESP/TJ-RS/2019)
27) Em respeito ao princípio da legalidade, mostra-se inválida a conduta do Estado que, desconsiderando
as formalidades legais, passe a se preocupar com os efeitos concretos da ação administrativa.
Comentário:

Não é invalida.

Gabarito: Errado.
(VUNESP/TJ-RS/2019)
28) O princípio da legalidade, no contexto jurídico/político atual, impõe que todas as condutas praticadas
pelo Administrador tenham por base direta norma produzida pelo Poder Legislativo.
Comentário:

O princípio da legalidade não se vincula apenas aos atos normativos primários do Poder Legislativo.

OBS: A Administração pública não só deve obedecer aos atos normativos primários (leis,CF), como também,
aos secundários, como as portarias, decretos, instruções.

Princípio da Legalidade
- Previsto Expressamente na CF/88;
- Aplicado aos entes da administração pública direta e indireta, de todos os poderes e esferas de
governo;
- Uma das principais garantias aos direitos individuais, tendo a função de estabelecer limites da
atuação administrativa;
- O princípio da legalidade possui dois sentidos:
* Para os Administrados: Estes poderão fazer tudo o que for permitido por lei e tudo que não for
proibido;
CF/88, Art.5º, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
* Para a administração pública: A administração pública só atuará quando existir previsão legal, ou seja,
se limitará à lei; (Princípio da Estrita legalidade).
OBS: A Administração pública não só deve obedecer aos atos normativos primários (leis,CF), como
também, aos secundários, como as portarias, decretos, instruções.

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Princípios da Legalidade X Princípio da Reserva Legal


- Não se confundem;
- De acordo com o princípio da legalidade a Administração Pública deve atuar conforme a lei em sentido
amplo, já o princípio da reserva legal estabelece que certas matérias sejam reguladas por lei em
sentido estrito;
Mitigação do Princípio da Legalidade
- O princípio da legalidade pode ser restringido quando se tratar de:
* Edição de Medidas Provisórias;
* Decretação do Estado de Defesa;
* Decretação do Estado de Sítio.

Gabarito: Errado.
(VUNESP/TJ-RS/2019)
29) O princípio da continuidade do serviço público impede a interrupção do fornecimento de serviço em
favor do cidadão, ainda que fundado no inadimplemento do usuário.
Comentário:

Princípio da Continuidade do Serviço Público


- Estabelece que, em regra, os serviços públicos não podem ser interrompidos, sendo prestados de forma
continua, pois é através do serviço público que é garantido a estabilidade da coletividade.
- A paralisação dos serviços da administração pública pode ocasionar prejuízos à coletividade.
- Tem relação direta com o princípio da supremacia do interesse público e da eficiência;
Características do Princípio da Continuidade
- Proibição de greve dos servidores públicos (Não é absoluta);
OBS: Os servidores possuem direito à greve nos termos da lei aplicável aos trabalhadores da atividade
privada.
OBS: O STF entende que é vedado o direito à greve as polícias civis e todos os servidores públicos que
atuem diretamente na área de segurança pública.
OBS: O STF entende que é possível o desconto dos dias de paralisação dos servidores públicos que
pleitearem o direito a greve, podendo ocorrer compensação no caso de acordo.
- Limitação do contratado com a administração de invocar a cláusula da exceção do contrato não
cumprido, nos contratos de serviços públicos;
- Prerrogativa que a Administração possui de utilizar os equipamentos da empresa contratada para
manter a continuidade do serviço público;
- É possível bens da empresa contratada serem revertidos para a continuidade do serviço público, ou
seja, os bens utilizados pela contratada poderão ser incorporados ao patrimônio público;
Limitações do Princípio da Continuidade
- É possível em determinadas situações existir a paralisação temporária das atividades públicas;
- Lei 8.987/95, § 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação
de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

Gabarito: Errado.
(VUNESP/TJ-RS/2019)
30) Com a constitucionalização do Direito Administrativo, deve se compreender o princípio da legalidade
sob a perspectiva da juridicidade, que representa o dever da Administração Pública se vincular ao
conjunto de normas constitucionais e infraconstitucionais que compõe o sistema.
Comentário:

Princípio da Juridicidade
“...atualmente o princípio da legalidade vem perdendo força em nossa doutrina sendo devidamente
substituído pelo princípio da juridicidade. Através desse princípio a atividade estatal não se submete
apenas à lei em sentido estrito, mas sim ao ordenamento jurídico como um todo. Neste sentido, a
atuação Estatal deve estar em perfeita harmonia com o arcabouço jurídico, principalmente aos
princípios e regras que emanam de nosso ordenamento.”
Fonte: TJSP; Apelação Cível 0152160-55.2010.8.26.0100; Relator: Luiz Antônio Costa; Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado;
Foro Central Cível - 24ª Vara Cível; Data do Julgamento: 26/06/2013; Data de Registro: 12/07/2013
Gabarito: Correto.

@questoes.pmerj2023

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