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Interpretação de normas segundo o método Hermeneutico Classico

Elemento Literal: é a letra da lei, mas às vezes não basta porque uma palavra pode significar muita coisa,
dependendo da interpretação (24ºvida)
Elemento Sistemático: exige a ponderação do sentido atribuído à norma no contexto do sistema jurídico. Há relações
de interdependência semântica entre preceitos normativos.
Elemento Histórico (em sentido lato):tem se em conta as circunstancias históricas que estiveram na origem do
preceito
Genetico: todos os elementos que contribuíram para a produção do preceito com todas as suas dificuldades
(atas, documentos)
Historico strictu sensu: a situação histórico/social e jurídico/politica que esteve na origem do preceito e
também a historia dos efeitos, o sentido que ele foi aquirindo ao longo dos tempos(293º)
Elemento teológico: tem em vista os fins e objetivos que a norma visa prosseguir.
Princípios de interpretação da constituição
 Princípio da unidade da constituição . A constituição deve ser interpretada de forma a evitar contradições entre
as suas normas. As normas não devem ser consideradas como isoladas mas pertencentes a um sistema de
regras e princípios.
 Princípio da concordância pratica: impõe a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito de forma
a evitar o sacrifício de uns em relação aos outros. Essencialmente no âmbito dos direitos
fundamentais(25ºvs26º/1teste da sida) (25º/1, 45º/2 vs 27º/1balas de borracha)
 Princípio da Máxima efectividade (da eficiência ou da interpretação efectiva): Se uma norma constitucional
admitir varias interpretações, o interprete de avaliar os resultados a que elas conduzem optando pela
interpretação que leve mais longe a realização das finalidades constitucionais.(24º)
 Princípio do efeito integrador: importante no plano social. Deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista
que favoreçam a integr.politica e social(liberd.religiosa, dir. laborais)
 Princípios da Conformidade funcional : tem especial importância no âmbito das relações entre legislador e
tribunal const. Se existirem duvidas sobre o sentido exato de uma norma deve procurar-se um sentido que não
ponha em causa o esquema constitucional de competências e funções.
Principio da interpretação das leis em conformidade com a constituição
 princípio da prevalência da constituição : sempre que surgirem varias interpretações só se pode utilizar a que
está de acordo com a const.
 Princípio da conservação de normas : De entre as varias interpretações se pelo menos uma for a favor da const.
Deve manter-se esta ultima para n existir desperdício de normas
 Princípio da exclusão, da interpretação conforme a constituição mas “contra legem” : não se pode forçar a
interpretação da norma, contrariar a letra e o sentido dessa norma de forma a que esteja de acordo com a
constituição. Mais vale declarar a sua inconstitucionalidade.
Princípio do estado de direitoO sistema jurídico do estado de direito democrático é um sistema aberto de regras e
princípios. Alvo de uma evolução des o sec xviii, o PED preconiza uma limitação do estado pelo direito. O estado de
direito surge como reacção à Monarquia absoluta procurando a substituição de um governo de homens por um
governo de leis.
A. Dimensões fundamentais do PED
Juridicidade: por um lado o direito é o critério orientador mas por outro o Direito garante direitos, liberdades e
garantias.
Constitucionalidade: o estado de direito é um estado constitucional pressupõe a existência de uma constituição que
sirva de ordem jurídica-normativa vinculativa de todos os direitos públicos. Deste princípio podemos deduzir outros
elementos do estado de direito(3º/3).
 Vinculação do legislador à constituição 1.As leis têm que ter forma e têm que seguir o processo constitucional
para que se considerem sob o ponto de vista formal e orgânico conformes à const. 2. Só serão validas as leis
materialmente conformes à const. 3. A proibição de leis de alteração constitucional salvo as leis da revisão
previstas nos termos do CRP.
 Vinculação dos restantes atos do estado à constituição : as sentenças dos tribunais não podem ser
inconstitucionais.
 Principio da reserva da constituição: questões que não devem ser reguladas por leis ordinárias mas sim pela
constituição(restrição de direitos, lib e garantias).
 Força normativa da constituição: Qd existe uma matéria regulada por normas constitucionais ela não pode ser
afastada quaisquer que sejam os pretextos invocados (ex. superiores interesses da nação)
Sistema de direitos fundamentais: o estado de direito é necessariamente um estado de direitos fundamentais
perspectivando o homem como pessoa, cidadão trabalhador e administrado
Separação de poderes:
Dimensão negativa: o princípio funciona como uma forma e meio de delimitação do poder servindo como garantia e
proteção dos cidadãos
Dimensão positiva: assegura uma justa e adquada ordenação de funções do estado.
Horinzontal: divisão tripartida (executivo, legislativo e judicial), com todos os poderes num plano de igualdade,
embora não seja uma divisão estanque(178º/5)
Vertical: estabelece-se uma hierarquia. (Legislativo: AR, assemb. Regional, municipal) (execitivo: governo, governo
regional, camara, junta)(judicial: supremo tribunal de justiça, tribunal da relação, tribunal da comarca)
Garantia da Administração autónoma local: assegura aos municípios autonomia normativa (241ºregulamentos)
B. Subprincípios concretizadores do PED
1.Princípio da legalidade da administração: a AP não pode atuar acima ou à margem da lei.
 Princípio da prevalência ou supremacia da lei : a lei prevalece em virtude da sua supremacia, sobre toda a
actividade da AP independentemente da sua natureza.
 Princípio da reserva de lei: existem matérias que só podem ser reguladas pela AR através de uma lei. Reserva
absoluta e relativa (caso especial de reserva de decreto198º/2).
 Princípio da precedência de lei : a atuação da AP tem que ter uma base legal. Existe sempre uma lei prévia
que determine e fundamente a sua atuação (112º/7)
2. Principio da segurança jurídica e da proteção da confiança jurídica dos cidadãos: o cidadão necessita de uma certa
segurança para conduzir a sua vida em sociedade.
 Princípio da previsão ou determinabilidade das leis : as leis devem ser claras e densas, têm que ser facilmente
compreendidadas por todos e têm que ter soluções jurídicas concretas para a resolução de problemas
concretos
 Princípio da segurança jurídica:
 Ideia de previsibilidade ex ante: os cidadãos devem prever com grau de certeza os efeitos produzidos
pelos atos normativos
 Ideia de estabilidade ou eficácia ex post : sempre que uma decisão e corretamente adotada ela não
poderá em princípio ser modificada. Ex sentenças-caso julgado
 Princípio da proteção da confiança:
 Princípio da proibição dos pré-efeitos: nenhuma lei pode produzir efeitos enquanto não estiver em
vigor. Vacatio legis período que decorre entre a publicação e a entrada em vigor (119º/1/2 e lei74)
 Princípio da proibição de leis retractivas: leis retroativas São aquelas que pretendem regular situações
que ocorreram no passado ou que se iniciaram no passado. No CRP não existe uma proibição geral de
leis retroativas. Elas podem existir sendo que serão inconst. sempre que uma norma ou princípio
constitucional conduza a esse resultado por violação do princípio da confiança. Imposição de
retroatividade(29º/4) proibição expressa de retroatividade(29º/1 , 103º/3leis penais)
3.Principio da proibição de excesso (ou da proporcionalidade)
 Princípio da conformidade ou adequação de meios : a medida adotada para a realização do interesse público
deve ser apropriada para a prossecução do fim a ele subjacentes. O ato do poder público deve ser apto e
conforme aos fins.(272º/2)
 Princípio da exigibilidade ou da necessidade : o cidadão tem direito à menor desvantagem possível. Exige-se
sempre a prova de que para a obtenção de determinados fins não era possível adotar outro meio oneroso
ara o cidadão.
4.Princípio da Proteção jurídica e das garantias processuais: um estado de direito há-de prever a existência de uma
importante proteção jurídico individual sem lacunas (28º/1,32º/5,209º/4)

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