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Dicas sobre

Teoria Da Constituição
Direito Constitucional
DECISÕES INTERPRETATIVAS EM SENTIDO ESTRITO

A)SENTENÇA INTERPRETATIVA DE RECHAÇO: A corte adota a interpretação conforme

a CF e repudia qualquer outra que a contrarie

B) SENTENÇA INTERPRETATIVA DE ACEITAÇÃO: A corte ANULA (caráter definitivo e

erga omnes) uma decisão de instancia ordinária que adotou interpretação ofensiva à CF.

DECISÕES MANIPULATIVAS/MANIPULADORAS/NORMATIVAS

A) SENTENÇAS ADITIVAS/ DE EFEITO ADITIVO: A corte declara inconstitucional certo

dispositivo, não pelo que expressa, mas pelo que omite, alargando o texto da lei ou seu

âmbito de incidência.

Ex: possibilidade de aborto de anencéfalos, greve dos servidores públicos

B) SENTENÇAS SUBSTITUÍVEIS: A corte anula norma e substitui por outra,

essencialmente diferente, criada pelo próprio tribunal.

Ex: Substituição da taxa prevista no Decreto-Lei 3.365/41 pela prevista na Sumula 618 do

STF
CONSTITUCIONALISMO

Constitucionalismo na antiguidade clássica: Hebreu (Lei do senhor) criou limites ao

poder político. Grego com a participação popular e Romano com a separação dos poderes

(cônsules, Senado e povo).

Constitucionalismo antigo: Inglaterra, com a Idade Média, Absolutismo, negação dos

princípios da antiguidade clássica, governantes eram representantes de Deus , sem

limites (Rei, monarca).

Constitucionalismo Moderno: primeiras constituições escritas. Direitos fundamentais de

1º geração, “de não fazer”. Constitucionalismo liberal.

- Constitucionalismo Inglês (historicista): o Monarca reconhece limites ao seu poder

(Magna Charta 1215 e Bill of Rights 1689); 3

- Constitucionalismo norte-americano (estadualista): garantia direitos e limitava poderes,

era a defesa do cidadão contra o legislativo, dando origem ao mecanismo de freios e

contrapesos e ao Controle de Constitucionalidade. Surgiu o modelo federal de Estado e a

forma presidencial de governo (Constituição de 1787);

- Constitucionalismo Francês (individualista): antes era o sistema Medieval que vigorava,

com a divisão em Estamentos, a partir da Revolução Francesa, surge direitos individuais

e universais de todas as pessoas.

Constitucionalismo Social: é marcado pelos direitos sociais, os direitos fundamentais

de 2ª geração (direitos prestacionais, “de fazer”) e pelo novo modelo de estado que passa

a ser o Bem estar social. Constituição do México de 1917 e Constituição da Alemanha de

1919
Constitucionalismo pós-moderno (atual): neoconstitucionalismo (pós-positivismo):

após a segunda guerra mundial, a dignidade da pessoa humana passa a ter um papel de

destaque. Crítica à legalidade estrita. Excesso de ativismo e protagonismo judicial, trás a

insegurança jurídica através da ponderação de princípios que leva ao subjetivismo judicial.

Constitucionalismo do Futuro, do “por vir” ou “vindouro”: busca o equilíbrio entre o

neoconstitucionalismo e o constitucionalismo moderno, com valores fundamentais, tais

como verdade da constituição, solidariedade entre os povos, consenso constitucional,

continuidade dos direitos fundamentais, participação democrática, integração dos povos,

universalização dos direitos.

Constitucionalismo Globalizado: fase final do constitucionalismo, se preconiza com a

ampliação de ideais e princípios jurídicos para todos os povos (global). Internacionalização

da Constituição e constitucionalização do direito constitucional.


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Transconstitucionalismo: entrelaçamento de ordem jurídica constitucionais diversas no

bojo especialmente de decisões de juízes de tribunais nacionais de outros Estados e

também de normas ou juízes internacionais ou supranacionais.


MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL

1. Método jurídico ou clássico: Parte do pressuposto de que a Constituição não deixa

de ser uma lei – aliás, a lei das leis, ou a norma jurídica fundamental –, devendo ser

interpretada, portanto, como devem sê-lo as demais normas jurídicas.

2. Método tópico ou tópico-problemático: Determina que o intérprete, levando em conta

que a Constituição é um sistema normativo aberto que admite diversos significados

possíveis, parte de um problema – de um determinado caso concreto, e não da norma em

abstrato – para encontrar a melhor solução para referido caso, analisando todos os pontos

de vista possíveis.

3. Método hermenêutico-concretizador: Ao contrário do método tópico, parte da pré-

compreensão do intérprete acerca do conteúdo do texto normativo – portanto, da norma


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em abstrato, e não do problema – para encontrar a melhor solução para um dado caso

concreto, levando em consideração a realidade social e o contexto histórico que se

apresentam.

4. Método normativo-estruturante: Partindo da premissa de que não existe identidade

entre o “programa normativo” (os preceitos normativos propriamente ditos) e o “âmbito

normativo” (a realidade que eles pretendem normatizar), determina que a interpretação

das normas constitucionais não se limite ao estudo da literalidade do texto normativo,

levando em conta a realidade social que o texto constitucional pretende regular.

5. Método científico-espiritual (ou integrativo): parte da premissa de que há uma ordem

de valores e um sistema cultural que precedem o texto constitucional, os quais devem ser

o objeto maior de proteção do intérprete. A lex fundamentalis é mais do que o diploma

jurídico no ápice do ordenamento estatal, sendo um instrumento de integração social,


econômica e política da sociedade. Suas normas devem ser interpretadas, portanto, a

partir de uma visão sistêmica, considerando-se fatores extraconstitucionais, captando a

realidade social que define o “espírito da Constituição”. As normas constitucionais estão

para o corpo da Constituição assim como os valores estão para o espirito constitucional

6. Método da comparação constitucional: Diz respeito ao estudo, por comparação, de

normas constitucionais positivas (contudo, não necessariamente vigentes) de dois ou mais

Estados.

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PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL

1) Princípio da Força Normativa da Constituição: Significa que a constituição,

conforme Hesse, é norma jurídica e, como tal, tem força normativa, devendo ser

interpretada de maneira que sua norma possua eficácia jurídica. (O que ocorre atualmente

com as decisões do STF em sede de MI, onde se busca dar eficácia as decisões através

de posições concretistas). Trata-se de característica preponderante no

Neoconstitucionalistmo.

2) Princípio da Supremacia da Constituição: Significa que a Constituição é a norma

superior do Estado, logo, a interpretação constitucional deve se dar de cima para baixo.

Impõe ao intérprete uma verticalização interpretativa descendente quanto à interpretação

do ordenamento jurídico

3) Princípio da Unidade da Constituição: Uma das principais utilidades desse princípio


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é afastar a tese da hierarquia entre as normas da constituição. A constituição deve ser

interpretada de forma a evitar contradições, antagonismos ou antinomias entre suas

normas. É uma subespécie da interpretação sistemática. Ex.: garantia do direito de

propriedade. Art. 5º, XXII e XXIII, da CF. Contudo, este direito deve ser interpretado

conjuntamente á função social da propriedade.

4) Princípio da Máxima Efetividade: O mesmo conceito dado para a força normativa é

dado ao da máxima efetividade. A diferença é que o primeiro se aplica a toda CF. Lembre-

se, o princípio da máxima efetividade não se aplica a todas as normas da CF, mas

exclusivamente aos direitos fundamentais. Portanto, trata-se de um apelo para que os

princípios fundamentais tenham a máxima eficácia possível. Parte da doutrina entende

que o princípio da máxima efetividade pode ser extraído do art. 5, § 1º da CF.


5) Princípio Conforme à Constituição:Trata-se de princípio instrumental para

interpretação das leis. Este princípio estabelece que quando da interpretação de normas

infraconstitucionais polissêmicas ou plurissignificativas deve-se optar pelo sentindo

compatível, e não conflitante, com a Constituição. Trata-se de princípio conservador da

norma, cujo objetivo é a preservar a autoridade do comando normativo, evitando-se a

anulação de normas dúbias.

6) Princípio da Presunção de Constitucionalidade das leis e atos normativos:

As leis e atos normativos nascem dotados de presunção vertical de validade.

7) Princípio da Justeza ou Conformidade Funcional: O princípio da justeza expõe que

o intérprete não pode subverter o esquema organizatório constitucional, violando

princípios do estado democrático do direito e a supremacia da constituição.

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INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL- VERTENTES

1 – Ceticismo Ético: postura filosófica que diz que não existem princípios morais e de

justiça universalmente válidos e cognoscíveis por meios racionais, já que os únicos juízos

cuja verdade ou falsidade pode ser decidida de maneira racional são os juízos que

possuem conteúdo empírico. Desta forma, excluem-se os enunciados morais. Segundo

os defensores dessa tese, esses enunciados valorativos são relativos e subjetivos e se

limitam a expressar o estado emocional de quem os formula.

2 – Positivismo Ideológico: tese que defende que o direito positivo tem validade ou força

obrigatória e suas disposições devem ser necessariamente obedecidas pela população e

aplicadas pelos juízes, prescindindo de escrúpulos morais, qualquer que seja o conteúdo

de suas normas. De forma prática associa-se a essa ideia a máxima: “a lei é a lei”, e que
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como parte de um ordenamento jurídico, é direito e deve ser obedecida, independente dos

valores morais de tais leis. Essa tese não é de natureza conceitual, mas de natureza

ideológica ou moral. Ela visa uma definição do direito a partir da ideia de que toda norma

jurídica tem força moral obrigatória, referindo-se muita mais à aplicação do direito do que

à descrição.

3 – Formalismo Jurídico: segundo essa concepção, todo direito é composto exclusiva

ou predominantemente por preceitos legislativos, ou seja, por normas promulgadas de

modo explícito e deliberado por órgãos centralizados, e não, por exemplo, por normas

consuetudinárias ou jurisprudenciais. Afirma ainda que a ordem jurídica é completa, – isto

é, sem lacunas, consistente, livre de contradições, precisa – suas normas não são vagas

ou ambíguas. Em suma, a ordem jurídica é um sistema autossuficiente para fornecer uma

solução unívoca para qualquer caso concebível.


Em outras palavras, trata-se de uma postura que assume que norma jurídica é somente

aquilo que foi determinado pelos legisladores.

4 – Positivismo Metodológico ou Conceitual: afirma que o conceito de direito não deve

ser caracterizado de acordo com propriedades valorativas, mas apenas de acordo com

propriedades descritivas. Segundo essa tese, as proposições sobre as quais o direito

dispõe não implicam juízos de valor, sendo verificáveis em relação a certos fatos

observáveis empiricamente. É uma tese sobre a definição a definição do direito, daí, o

porquê de positivismo conceitual.

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