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CONSTITUCIONAL

CONSTITUCIONALISMO

 Para os procedimentalistas, a Constituição é uma moldura de direitos que deve regular


apenas o processo deliberativo da sociedade, ou seja, deve preservar os canais
democráticos de formação da vontade, de modo que a própria sociedade deve escolher
sobre a implementação dos direitos previstos na Constituição. Tal implementação não deve
ser uma obra primordial do Poder Judiciário (portanto, rejeita o ativismo), mas, sim,
mediante deliberações da sociedade via Legislativo.
 O procedimentalismo tem relação com a vertente doutrinária brasileira chamada
de Democracia Deliberativa, tema de obra do jurista Cláudio Pereira de Souza Neto.
 De outro turno, o substancialismo acredita no modelo de Constituição Dirigente,
desenvolvida pelo constitucionalista português Canotilho. Acredita em um modelo
constitucional onde o Judiciário exerce amplo papel de consolidação dos direitos
fundamentais, implementando os direitos sociais sem freios.
 Na vertente substancialista, é legítimo que os Juízes determinem a realização de
políticas públicas, previstas como princípio na Constituição, ainda que sem a
interposição do Legislativo. Nesses casos, é suficiente a inércia do Poder Executivo em
executar aquela promessa constitucional.
 A visão substancialista respeita a possibilidade de o Juiz, à guisa de exemplo,
determinar a construção de uma escola em um município, bem como determine a
realização de concurso público para Professor, ainda que não exista planejamento pelo
Executivo.
 Já o constitucionalismo liberal teve início no final do séc. XVIII com as revoluções
liberais (Francesa e Americana), que resultaram na queda das grandes monarquias,
provenientes da união da burguesia com o chamado Terceiro Estado (povo), em busca de
direitos libertários. (...) O que se buscava com essas revoluções era a liberdade dos
cidadãos em relação ao autoritarismo do Estado. Foi a partir daí que houve a necessidade
de prever quais eram os direitos de cada indivíduo, evitando a atividade arbitrária do
Estado. Essa instrumentalização dos direitos individuais veio por meio das primeiras
Constituições escritas. Sob a influência do iluminismo liberalista, sentiu-se a necessidade
de garantir taxativamente as liberdades individuais, fazendo-o por meio de leis
 Na ideia da hermenêutica constitucional aberta aos intérpretes da Constituição vem
de Peter Häberle, jurista alemão, que defende uma democratização da hermenêutica
constitucional, propondo, em sua tese fundamental, para essa finalidade, que no processo
de interpretação constitucional estejam potencialmente ligados todos os órgãos estatais, as
potências públicas, todos os cidadãos e grupos sociais, não se estabelecendo assim um
número limite aos participantes do processo hermenêutico, sendo estes as forças
produtivas de interpretação, sem as quais seria impossível uma interpretação democrática
da Constituição.
 Segundo Häberle, todo aquele que vive no contexto regulado por uma norma e que
vive com este contexto, é, indireta ou, até mesmo diretamente, um intérprete da
norma. O destinatário da norma é participante ativo, muito mais ativo do que se pode
supor tradicionalmente, do processo hermenêutico. Como não são apenas
os interpretes jurídicos da Constituição que vivem a norma, não detêm eles o
monopólio da interpretação

MÉTODOS, PRINCÍPIOS E LIMITES DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL

 Princípio da unidade da Constituição - a Constituição deve ser interpretada em sua


globalidade, como um todo, e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas.
 Princípio do efeito integrador - Muitas vezes associado ao princípio da unidade,
conforme ensina Canotilho, "na resolução dos problemas jurídico-constitucionais deve dar-
se primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e
o reforço da unidade política.
 Princípio da máxima efetividade - Também chamado de princípio da eficiência e a
interpretação efetiva, o princípio da máxima efetividade das normas constitucionais deve
ser entendido no sentido de a norma constitucional ter a mais ampla efetividade social.
 Princípio da justeza ou da conformidade (exatidão ou correção) funcional - o seu
intérprete final "...não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema
organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido".
 Princípio da força normativa - Os aplicadores da Constituição, ao solucionar conflitos,
devem conferir máxima efetividade às normas constitucionais. Assim, de acordo com
Canotilho, "na solução dos problemas jurídico-constitucionais deve dar-se prevalência aos
pontos de vista que, tendo em conta os pressupostos da Constituição (normativa)
contribuem para uma eficácia ótima da lei fundamental.
 Princípio da interpretação conforme a Constituição - Diante de normas
plurissignificativas ou polissêmicas, deve-se preferir a exegese que mais se aproxime da
Constituição e, portanto, que não seja contrária ao texto constitucional, daí surgirem várias
dimensões a serem consideradas, seja pela doutrina, seja pela jurisprudência, destacando-
se que a interpretação conforme será implementada pelo Judiciário e, em última instância,
de maneira final, pela Suprema Corte (...)
 Princípio da proporcionalidade - o princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade,
em essência, consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das
ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de
excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive
de âmbito constitucional; e ainda, enquanto princípio geral do direito serve de regra de
interpretação para todo o ordenamento jurídico."
 Princípio da Harmonização: conhecido também como princípio da concordância prática,
exige a coordenação e combinação dos bens jurídicos quando houver conflito ou
concorrência entre eles, a fim de se evitar o sacrifício (total) de uns em relação aos
outros. Ou seja, decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios, ocasionando
uma coexistência harmônica entre eles. É geralmente usado na solução de problemas
referentes à colisão de direitos fundamentais. Assim, apesar de a Constituição, por
exemplo, garantir a livre manifestação do pensamento (art. 5º, IV, CF/88), este direito não é
absoluto. Ele encontra limites na proteção à vida privada (art. 5º, X, CF/88), outro direito
protegido constitucionalmente.
 Interpretação conforme a Constituição:
o Incidência: aplica-se às normas polissêmicas ou plurissignificativas
o Busca-se a interpretação que torne a lei compatível com a CF.
o Não se aplica a normas de sentido unívoco
 Mutação Constitucional X Interpretação Conforme:
o Mutação Constitucional: incide sobre normas Constitucionais.
o Interpretação conforme: Incide sobre normas infraconstitucionais,
plurissignificativas
 Interpretação teleológica ou sociológica: é elemento de interpretação ligado ao método
hermenêutico clássico, que busca conhecer a finalidade da norma.
 Mutação X Reforma:
o Reforma constitucional: alteração formal do texto constitucional. Feita pelo
Legislativo, por meio de emendas e pela revisão constitucional.
o Mutações constitucionais: alteração informal da constituição (interpretação). Feita
pelo Judiciário. No Brasil: STF.
 A transformação não está no texto em si, mas na interpretação daquela regra
enunciada. O texto permanece inalterado.
 OBS: a mutação e a nova interpretação não poderão afrontar os princípios
estruturantes da Constituição, sob pena de caracterizar mutação inconstitucional.

ESCOLAS DA INTERPRETAÇÃO
 A Escola da Exegese trata-se de um movimento originado na França, durante o século XIX,
a qual basicamente, afirmava que a lei positiva já exauria as possibilidades de soluções
para as eventuais demandas da vida social.
o Neste movimento havia uma extrema valorização do Código, com a ideia de que não
necessitaria de modificação, já que as leis teriam sido criadas de forma correta e
completa.
o O insucesso do referido movimento se deu no início do século XIX, com a Revolução
Industrial, onde claramente se identificou um desajuste entre as leis positivadas e as
novas demandas sociais/políticas advindas naquele momento.
 Nas palavras de Gilmar Mendes, “no neoconstitucionalismo, a Constituição se caracteriza
pela absorção de valores morais e políticos, sobretudo em um sistema de direitos
fundamentais autoaplicáveis. Tudo isso sem prejuízo de se continuar a afirmar a ideia de
que o poder deriva do povo, que se manifesta ordinariamente por seus representantes.”
 Dworkin trabalha a diferenciação entre regras e princípios, apesar de entender que ambos
se assemelhavam. Para ele, a norma da espécie regra tem um modo de aplicação próprio
que a diferencia, qualitativamente, da norma da espécie princípio. Aplica-se a regra
segundo o modo do tudo ou nada; de maneira, portanto, disjuntiva.
o Ensina Dworkin que os princípios, de seu lado, não desencadeiam automaticamente
as consequências jurídicas previstas no texto normativo pela só ocorrência da
situação de fato que o texto descreve. Os princípios têm uma dimensão que as regras
não possuem: a dimensão do peso.
o Com esta nova concepção, o magistrado, nas suas decisões, pode e deve
fundamentar-se não somente em regras pré-estabelecidas, mas também em princípios
que agora estão sintetizados na Constituição. Essa nova forma de aplicar o direito
baseia-se na TEORIA DA INTEGRIDADE, de Ronald Dworkin, fazendo uma crítica ao
positivismo e traz exatamente o espirito do neoconstitucionalismo.
 Hans Kelsen é um autor de grande importância para os países que adotaram o sistema
romamo-germânico (civil law), sendo que sua principal proposta estava inserida na Teoria
Pura do Direito, onde se almejava desenvolver uma Teoria Geral do Direito que pudesse
servir para explicar todo e qualquer ordenamento jurídico de qualquer país, em qualquer
tempo.
o dentro da hermenêutica constitucional, Kelsen pregava que não haveria um método
para definir ou avaliar as interpretações sobre uma norma a não ser a própria
validade. Se tal interpretação for considerada válida, então, ela pode ser aplicada. O
ato de escolher qual dentre as múltiplas interpretações é discricionário e, por isso, só
cabe à consciência do aplicador do direito a escolha.
o Luís Roberto Barroso destaca que o positivismo jurídico possuía como características
principais: 1) a aproximação quase plena entre Direito e norma; 2) a afirmação da
estatalidade do Direito; 3) a inexistência de lacunas que não possam ser supridas a
partir de elementos do próprio sistema; 4) o formalismo.
o O positivismo jurídico teve seu ápice nas primeiras décadas do século XX, e
decadência associada à derrota do fascismo na Itália e Nazismo na Alemanha.
 A teoria de Luhmann pauta-se nos termos “sistemas sociais" e “comunicação",
compreendendo tais institutos como elementos próprios das ciências naturais e das
ciências biológicas.
o Para Luhmann, o elemento básico de reprodução no sistema social é o processo de
comunicação. Os sistemas sociais são entendidos como sistemas comunicativos.
Somente a comunicação "é uma operação puramente social porque pressupõe o
envolvimento de vários sistemas psíquicos sem que se possa atribuí-la
exclusivamente a um ou outro destes sistemas: não pode haver comunicação
individual". Dessa forma, não é o ser humano quem comunica, mas o sistema social,
daí a ideia de uma comunicação e de uma "sociedade sem seres humanos".
o "a comunicação não morre quando alguém morre e não nasce quando alguém nasce,
ela perpassa a existência de qualquer um". Enquanto "o sistema social existe e se
reproduz como sistema de comunicação [...] os sistemas psíquicos, as consciências,
reproduzem os pensamentos".
 O pós-positivismo é a designação provisória e genérica de um ideário difuso, no qual se
incluem algumas ideias de justiça além da lei e de igualdade material mínima, advindas da
teoria crítica, ao lado da teoria dos direitos fundamentais e da redefinição das relações
entre valores, princípios e regras, aspectos da nova hermenêutica.
o Neste contexto, surgem as ideias de Alexy. Segundo Gilmar Mendes, Alexy entende
que princípios e normas configuram as pontas extremas do conjunto das normas, mas
são diferentes — e a distinção é tão importante que Alexy a designa como “a chave
para a solução de problemas centrais da dogmática dos direitos fundamentais".
o Toda norma, diz ele, é um princípio ou uma regra, e ambas categorias se diferenciam
qualitativamente. Os princípios, na sua visão “são normas que ordenam que algo seja
realizado na maior medida, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes". Os
princípios são comandos de otimização.
o As regras, por sua vez, determinam algo. “Se uma regra é válida, então há de se fazer
exatamente o que ela exige, sem mais nem menos". Desse modo, enquanto um
princípio pode ser cumprido em maior ou menor escala, as regras somente podem ser
cumpridas ou não.

AS REGRAS DO DIREITO E AS REGRAS DOS JOGOS - ENSAIO SOBRE A TEORIA


ANALÍTICA DO DIREITO

 Autor: GREGORIO ROBLES


 Regras ônticas não estabelecem nenhuma exigência de conduta, apenas indicam
os elementos prévios necessários à ação. Têm caráter convencional e, portanto,
arbitrário: "O tabuleiro de xadrez tem 64 casas".
o Ou seja, não possuem aplicação direta e não prescrevem deveres
 Regras técnicas referem-se ao procedimento, e decorrem de uma regra ôntica: uma vez
que o tabuleiro de xadrez tem 64 casas, quem pretende jogar xadrez deverá usar
necessariamente um tabuleiro de 64 casas, assim como quem pretende jogar futebol
deverá fazê-lo com apenas uma bola – se mais de uma estiver em jogo, não é de futebol
que se trata. O procedimento é condição necessária da realização da ação.
 Regras deônticas, que também podem ser chamadas de normas. São regras diretas da
ação e estabelecem um dever, que pode ser positivo ou negativo – pode exigir uma ação
ou uma omissão. Ao contrário das regras ônticas e técnico-convencionais, que não podem
ser infringidas, as normas podem sê-lo. Em outras palavras, um dever pode ser acatado e
cumprido ou desacatado e não cumprido. O devido supõe a exclusão do necessário.
Marca-se ponto no futebol quando a bola adentra a rede, joga-se com apenas uma bola e
não se deve agredir o adversário. Mas se o dever de não lesioná-lo for infringido, ainda
assim tem-se o jogo futebol.

PRINCÍPIO DA PERFEITA OU ÓTIMA CONCRETIZAÇÃO DA NORMA


 O método concretista foi desenvolvido por três juristas alemães Konrad Hesse, Friedrich
Müller e Peter Häberle. Cada um deles ofereceu valiosos contributos para o
desenvolvimento desse método.
 Conforme Hesse: "A interpretação constitucional está submetida ao princípio da ótima
concretização da norma ("Gebot optimaler Verklichung der Norm"). Evidentemente, esse
princípio não pode ser aplicado com base nos meios fornecidos pela subsunção lógica e
pela construção conceitual. Se o Direito e, sobretudo a Constituição, têm a sua
eficácia condicionada pelos fatos concretos da vida, não se afigura possível que a
interpretação faça desta tábula rasa. Ela há de contemplar essas condicionantes,
correlacionando-as com as proposições normativas da Constituição. A
interpretação adequada é aquela que consegue concretizar, de forma excelente, o
sentido (Sinn) da proposição normativa dentro das condições reais dominantes
numa determina da situação." (HESSE, Konrad. A Força normativa da Constituição.
Tradução de Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre, Sérgio A. Fabris Editor, 1991).
 Assim:
o A interpretação adequada é aquela que consegue concretizar, com excelência, o
sentido da proposição normativa dentro das condições reais dominantes numa
determinada situação.
o A interpretação visa, como corolário lógico, estabelecer a hierarquia dos valores
tutelados no ordenamento constitucional, de modo a compatibilizá-los na dimensão
objetiva e aplicá-los a situações concretas.
 Finalmente, observa-se que com esse postulado, é possível também resolver os entraves
teóricos contidos no binômio jurídico valor e norma.
PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988, SOMENTE A FORMA DE ESTADO (FORMA FEDERATIVA
DE ESTADO) É CONSIDERADA CLÁUSULA PÉTREA EXPRESSA (ART. 60, § 4°, I, DA
CF/88).
PORÉM, A FORMA DE GOVERNO (PRINCÍPIO REPUBLICANO) ESTÁ PREVISTA COMO
PRINCÍPIO SENSÍVEL (ART. 34, VII, A), CUJA VIOLAÇÃO CARACTERIZA HIPÓTESE DE
INTERVENÇÃO.

PRINCÍPIOS QUE REGEM O BRASIL NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS (ART. 4)

DEfesa da paz;
COoperação entre os povos para o progresso da humanidade;
REpúdio ao terrorismo e ao racismo;
AUTO determinação dos povos;
Prevalência dos direitos humanos;
Igualdade entre os Estados;
Solução pacífica dos conflitos;
Concessão de asilo político;
Independência nacional;
NÃO intervenção
“DECORE AUTO PISCINÃO”

FUNDAMENTOS QUE REGEM O BRASIL (ART. 1) "SOCIDIVAPLU"


SOberania
CIdadania
DIgnidade da pessoa humana
VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa
PLUralismo político

OBJETIVOS QUE REGEM O BRASIL (Art. 3) "CONGAERRAPRO"

COnstruir uma sociedade livre, justa e solidária


GArantir o desenvolvimento nacional
ERradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais
PROmover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação
- são verbos!

Os direitos sociais são: DILMAS SEM PTT


D- assistência aos DESAMPARADOS
I- proteção à INFÂNCIA
L- LAZER
M- proteção à MATERNIDADE
A- ALIMENTAÇÃO
S- SAÚDE

S- SEGURANÇA
E- EDUCAÇÃO
M- MORADIA

P- PREVIDÊNCIA social
T- TRABALHO
T- TRANSPORTE

SÃO PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO


Ministro do Supremo Tribunal Federal
Presidente e Vice da República
Presidente do Senado Federal
Presidente da Câmara dos Deputados
Carreira Diplomática
Oficial das Forças Armadas
Ministro de Estado da Defesa
Além de:
Presidente do CNJ (O presidente do CNJ é o Presidente do STF – na sua ausência, assume o
vice do STF, não do CNJ – que seria o ministro do CNJ, pq já é corregedor);
Presidente do TSE (O presidente do TSE é ministro do STF).

GERAÇÕES DE DIREITOS
1 ª Dimensão direitos civis e políticos
2 ª Dimensão direitos sociais, econômicos e culturais
3 ª Dimensão direitos de solidariedade ou de fraternidade
4 ª Dimensão direito à democracia, à informação e ao pluralismo (atenção: Bobbio e Paulo
Bonavides)
5 ª Dimensão direito à identidade individual, ao patrimônio genérico e à proteção contra o
abuso das técnicas de clonagem e à paz
6 ª Dimensão direito a água potável (ONU)

ESPÉCIES DE RETROATIVIDADE
 Máxima = atinge direitos adquiridos, o ato jurídico perfeito e também a coisa julgada.
 Média = atinge os fatos/prestações PENDENTES, de negócios celebrados no passado.
 Mínima = atinge as prestações/efeitos FUTUROS, de negócios celebrados no passado.
 Efeitos da eficácia mínima:
o Efeito Paralisante = não recepção de normas contrárias.
o Efeito Impeditivo = inconstitucionalidade das normas supervenientes contrárias

Símbolos-BAHIAS
Bandeira
HIno
Armas
Selo

INICIATIVA POPULAR:
 Vai para a Câmara dos Deputados: deve haver 1% do eleitorado nacional, dividido em 5
estados e 0,3% dos eleitores de cada estado
 Município: 5% do eleitorado
 Estado: lei disporá sobre

O ÚNICO REMÉDIO CONSTITUCIONAL QUE AFASTA A IMPETRAÇÃO POR PESSOA


JURÍDICA É A AÇÃO POPULAR!

STF: se o indivíduo perde a condição de brasileiro como nato, volta como nato/se perde como
naturalizado, volta como naturalizado.

DIREITOS POLÍTICOS
São formas de exercício da soberania popular o direito de sufrágio ativo (direto de votar) e o
passivo (direito de ser votado), a iniciativa popular, a ação popular e a organização e
participação em partidos políticos.
São aqueles que garantem a participação do povo no processo de condução da vida política
nacional.

LIMITES DO PODER DE REFORMA


1. Limitações Temporais : Inexistentes no texto constitucional. O tempo previsto para
realização da revisão não é considerado limitação temporal porque se tem relação com a
reforma.
2. Limitações Materiais -Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
a. a forma federativa de Estado;
b. o voto direto, secreto, universal e periódico;
c. a separação dos Poderes;
d. os direitos e garantias individuais.
3. Limitações Circunstanciais:
a. A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa, ou de estado de sítio.
4. Limitações Formais:
a. Limitação Formal Subjetiva: A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
o de 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
o do Presidente da República;
o de mais da 1/2 das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria RELATIVA de seus membros
b. Limitação formal Objetiva:
o A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos
respectivos membros.
o A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (não é pela
mesa do CN)
o A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada
não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

ACESSO À JUSTIÇA
 A partir de 1950, com os estudos de Mauro Cappelletti e Bryant Garth, surgiu a visão/fase
instrumentalista do processo, de modo que todos os países deveriam instituir meios de acesso
à justiça, com a ideia de 3 ondas renovatórias:
o 1ª onda renovatória: tutela do hipossuficiente : o pobre passou a ter vez no
processo. De nada adiantaria o processo ser visto como meio de acesso à justiça se o
hipossuficiente não tivesse como utilizá-lo como instrumento. A partir daí, surgem as
noções de justiça gratuita, Defensoria Pública, juizados de pequenas causas etc...;
o 2ª onda renovatória (intrinsecamente atrelada ao Direito Processual Coletivo) à
tutela dos direitos metaindividuais: proteção dos direitos da coletividade;
o 3ª onda renovatória: processo civil deve possuir meios concretos que possam dar a
certeza de produção de resultados, com vistas a tutelar o direito material (ex.: penhora
e poder geral de cautela do juiz);
 OBS: alguns autores afirmam que o processo civil brasileiro chegou a uma quarta fase –
cooperativista. Para Fernando Gajardoni, não há que se falar em uma nova fase, tendo em
vista que o cooperativismo nada mais é do que um instrumentalismo com a garantia do
contraditório.

SUBPRINCÍPIOS DO ACESSO À JUSTIÇA


 Paulo Cezar Pinheiro Carneiro propõe um re-estudo da garantia constitucional do acesso à
justiça, a partir de quatro grandes subprincípios do acesso à justiça, a saber:
a. acessibilidade, significa a existência de sujeitos de direito, capazes de estar em juízo,
sem obstáculos de qualquer natureza, utilizando adequadamente o instrumental
jurídico, e possibilitando a efetivação de direitos individuais e coletivos.
b. operosidade, a seu turno, significa que todos os envolvidos na atividade jurisdicional
devem atuar de forma a obter o máximo de sua produção, para que se atinja o efetivo
acesso à justiça
c. utilidade, entende-se que o processo deve assegurar ao vencedor tudo aquilo que ele
tem direito a receber, da forma mais rápida e proveitosa, garantindo-se, contudo, o
menor sacrifício para o vencido.
d. proporcionalidade, que se traduz pela escolha a ser feita pelo julgador quando existem
dois interesses em conflito. Deve ele se orientar por privilegiar aquele mais valioso, ou
seja, o que satisfaz um maior número de pessoas. Outro método atinente a
proporcionalidade, é aplicar aquele direito que menos restringe o outro direito
conflitante, assim como no método hermenêutico constitucional"
ENTRINCHEIRAMENTO
 A dignidade da pessoa humana é preservada, em uma de suas vertentes, pelo
entrincheiramento.
 Entrenchment ou entrincheiramento: Consiste na preservação do mínimo já
concretizado dos direitos fundamentais, impedindo o retrocesso, que poderia ser
realizado pela supressão normativa ou ainda pelo amesquinhamento ou diminuição de
suas prestações à coletividade.

REDUÇÃO DE DESPESA COM PESSOAL


1) Redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
2) Exoneração dos servidores não estáveis.
3) Se as medidas adotadas não forem suficientes para assegurar o cumprimento da
determinação da lei o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo
motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade
administrativa objeto da redução de pessoal.
a. O cargo objeto da redução será considerado extinto, vedada a criação de cargo,
emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de 4 anos

CNJ FAZ CAAF


CONTROLE da AUTUAÇÃO ADMINISTRATIVA e FINANCEIRA do PODER JUDICIÁRIO
O CJF faz SAO
SUPERVISÃO ADMINISTRATIVA e ORÇAMENTÁRIA da JUSTIÇA FEDERAL de 1 e 2 GRAU

CUIDADO!
 Concurso para Procurador do Estado: participação obrigatória da OAB em todas as fases
 Concurso para Advocacia-Geral da União: a Constituição não menciona a participação da
OAB

LEI ORGÂNICA de município = "DDD" (dois turnos, dez dias, dois terços)

TRANCAMENTO DE PAUTA POR NÃO APRECIAÇÃO DA MP EM ATE 45 DIAS


 Só tranca as matérias passiveis de veiculação por MP
 Não tranca: PEC, projeto de Lei Complementar, Projeto de Decreto Legislativo, Projeto de
resoluções e Projeto de Lei Ordinária de matéria que MP não pode dispor
 É possível a edição de medidas provisórias tratando sobre matéria ambiental, mas sempre
veiculando normas favoráveis ao meio ambiente. A proteção ao meio ambiente é um limite
material implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste expressamente nas
limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88.

CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

1. JELLINEK – TEORIA DOS STATUS. MUTIFUNCIONALIDADE DOS DF


a) Status passivo: é aquele em que se encontra o indivíduo detentor de deveres perante
o Estado. É um estado de subordinação em relação ao Estado. Aqui o indivíduo é
meramente detentor de deveres.
b) Status ativo: o indivíduo possui competências para influenciar a formação da vontade
estatal. Ex. direitos políticos. Voto.
c) Status negativo: é aquele em que o indivíduo goza de um espaço de liberdade diante
das possíveis ingerências.
d) Status positivo: é aquele em que o indivíduo tem o direito de exigir do Estado
determinadas prestações positivas.
2. CLASSIFICAÇÃO UNITÁRIA: a profunda semelhança entre os direitos fundamentais
impede que sejam considerados ou classificados em categorias estruturalmente diversas
(Jairo Schafer). Não é a concepção predominante no Brasil.
3. CLASSIFICAÇÃO DUALISTA: os direitos fundamentais são divididos em direitos de
defesa, que conferem ao indivíduo um status negativo com o intuito de protegê-lo contra
ingerências do Estado; e direitos prestacionais, que são aqueles que conferem um status
positivo (capacidade de exigir prestações materiais e jurídicas do Estado). Ingo Sarlet
adota essa classificação.
2. CLASSIFICAÇÃO TRIALISTA
a) Direitos de defesa: são os direitos liberais clássicos, presentes nas primeiras
constituições escritas. Tem objetivo de proteger o indivíduo contra o arbítrio do Estado.
Liberdades individuais. São basicamente os direitos e garantias individuais. Conferem
ao indivíduo status negativo ao indivíduo. Exigem, principalmente, uma abstenção por
parte do Estado.
b) Direitos a prestações: exigem do Estado prestações materiais e jurídicas, ou seja,
esses direitos são direitos que conferem ao indivíduo um status positivo. Na CF/88
representam basicamente os direitos sociais. Nem todo direito social é prestacional
(Ex. liberdade de associação sindical/direito de greve). Assistência judiciária gratuita,
por outro lado, não é um direito social, mas é prestacional. Nem todo direito social é
prestacional e vice-versa.
c) Direitos de participação: permitem a participação do indivíduo na vida política do
Estado. Direitos de nacionalidade e direitos políticos. Conferem ao indivíduo o status
ativo, posição que pode influenciar na formação política do Estado.

DIMENSÃO OBJETIVA X SUBJETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


 A dimensão objetiva contrapõe-se à dimensão subjetiva dos direitos fundamentais.
 A dimensão subjetiva é a perspectiva clássica em que há um sujeito, titular de direitos, que
demanda a do Estado a tutela de seu interesse. Logo, nota-se uma relação bilateral de
demanda, em que um sujeito exige do outro uma contrapartida.
 A dimensão objetiva, por sua vez, desprende-se desse caráter pessoal/individual. A
dimensão objetiva cria deveres apriorísticos de proteção dos direitos fundamentais pelo
Estado. Há um caráter preventivo. O Estado passa a ter deveres independentemente de
um titular que esteja demandando a proteção. Essa atuação preventiva desdobra-se,
basicamente, em três vertentes (são as Eficácias da dim. objetiva): a) Eficácia Irradiante;
b) Eficácia Vinculante; c) Eficácia Processual.
o A eficácia irradiante é o dever do Estado de criar normas para a defesa dos direitos
fundamentais.
o A eficácia vinculante é o papel dos direitos fundamentais como regras demarcadoras e
determinantes da atuação do Estado em suas diferentes funções (Executiva,
Legislativa e Judicial), pautando a prestação dos serviços públicos.
o A eficácia processual é a utilização dos direitos fundamentais como canais de debates
e decisões políticas da sociedade, ou seja, a possibilidade de os direitos sejam não
apenas conteúdo, mas meio possibilitador de debates sociais relevantes.
 Nesse contexto, como uma das faces da Eficácia Vinculante da Dimensão Objetiva,
desdobram-se os chamados deveres estatais de proteção dos direitos fundamentais,
que, segundo a doutrina e jurisprudência alemãs, são um dever específico que o
Estado possui de proteção dos direitos fundamentais dos particulares EM FACE DA
AÇÃO DE OUTROS PARTICULARES. Nessa toada, percebe-se que o Estado não só
deve promover e abster-se de violar direitos fundamentais (medidas sob sua
responsabilidade inicial), mas também deve PROTEGER UM PARTICULAR DA AÇÃO DE
OUTROS PARTICULARES. Isso impõe o dever de criar leis com esse fim, criar políticas
públicas, exercer fiscalização etc. A exigência de licenças de instalação e operação para o
início de empreendimentos é um exemplo desse dever de proteção em matéria ambiental,
mas essa espécie de ramificação da Dimensão Objetiva existe para os mais diversos
campos dos direitos fundamentais.
CONTEÚDO ESSENCIAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
 Visa evitar que a regulação legal do exercício de um DF desnaturalize ou altere o direito tal
como consagrado na CF. O principal destinatário dessa teoria é o Poder Legislativo, mas
não é o único.
 TEORIA ABSOLUTA: o conteúdo essencial é uma parte do conteúdo total do direito
fundamental. Seria um núcleo duro do conteúdo total que seria intransponível pelo
legislador. Esse conteúdo essencial é absoluto! Não pode ser relativizado.
 TEORIA RELATIVA: (é incompatível com a classificação de JAS, de eficácia limitada,
contida e plena): defende a necessidade de justificar as restrições aos direitos
fundamentais mediante o recurso ao princípio da proporcionalidade. Não existiria um limite
intransponível, a priori. É preciso antes analisar a medida à luz do princípio da
proporcionalidade. Se a medida estatal for proporcional, não atingiu o conteúdo essencial.

EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


Vertical: Estado x particular
Horizontal: particular x particular
Diagonal: particular x particular vulnerável (ex: consumidor)
Vertical com repercussão lateral: particular por meio de atuação judicial (juiz tutela direito não
protegido pelo legislador)

RESTRIÇÕES AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:


 Existem duas teorias de fixação dos limites (ou restrições).
 A primeira teoria é a teoria interna . Por ela, o direito e o seus limites imanentes
formam apenas um objeto. Os limites são fixados a priori, através da interpretação, em
um processo interno ao próprio direito, sem a influência de outras normas
constitucionais. Esses direitos vão ter sempre a estrutura de regras (tudo ou nada: ou
aquilo faz parte do direito ou não faz parte)
 A segunda teoria é a externa e utiliza a expressão “restrição” no lugar de limites. Por ela,
existem dois objetos: o direito em si e suas restrições, as quais estão situadas fora
do direito. O conteúdo permitido de um direito vai depender da análise de outros direitos
envolvidos no caso concreto. A princípio tudo é possível, e analisando as colisões
verifica-se na prática se determinada conduta é ou não permitida. Então aqui a fixação dos
limites de um direito é feita em duas etapas. 1ª: identificação do conteúdo inicialmente
protegido, determinado da forma mais ampla possível (direito prima facie). 2ª:
definição dos limites externos decorrentes da necessidade de conciliar o direito com
outros direitos (direito definitivo)
 TEORIA DA RESTRIÇÃO DAS RESTRIÇÕES OU LIMITES DOS LIMITES

o é uma teoria que surgiu na Alemanha e é adotada constantemente no Brasil pelo


STF.
o Uma das características dos direitos fundamentais é que eles são relativos, ou seja,
podem sofrer limitações. Em outras palavras, os direitos fundamentais têm limites,
eles podem sofrer restrições.
o Contudo, as restrições impostas aos direitos fundamentais devem ser feitas com
critérios e de forma excepcional para não esvaziar o seu núcleo essencial.
o Assim a doutrina germânica afirma que, quando forem ser feitas limitações aos
direitos fundamentais, tais limitações deverão ser limitadas. Dito de outro
modo, pode haver restrições aos direitos fundamentais, mas tais restrições
deverão ser restritas (não podem ser muito amplas).
o a expressão “limites dos limites” foi utilizada por Karl August Betterman, em uma
conferência realizada em Berlim (1964), na qual sustentou que as limitações aos
direitos fundamentais, para serem legítimas, devem atender a um conjunto de
condições materiais e formais estabelecidas na Constituição, que são os
limites dos limites dos direitos fundamentais.”
o Desse modo, só podem ser impostas restrições aos direitos fundamentais se
forem observados certos requisitos formais e materiais:
 Requisito formal: “os direitos fundamentais só podem ser restringidos em
caráter geral por meio de normas elaboradas por órgãos dotados de
atribuição legiferante conferido pela constituição. A restrição deve estar
expressa ou implicitamente autorizada.”
 Requisitos materiais: Para que a restrição seja válida, deverão ser
observados os seguintes princípios:
 não retroatividade;
 proporcionalidade;
 generalidade e abstração;
 proteção do núcleo essencial.

"CLÁUSULA DO NÃO OBSTANTE"


 É um dispositivo constitucional canadense (inserido na seção 33, apelidada de
“notwithstanding clause”) segundo o qual é possível ao parlamento federal e às
assembleias regionais a prerrogativa de, excepcionalmente, relativizar decisões judiciais
que, fundadas em garantias previstas na Constituição, afastem ou possam afastar
legislação infraconstitucional.
 Todavia, para que seja invocada, o órgão interessado deverá lançar mão de lei ordinária
explícita, aprovada por maioria absoluta da casa, onde derrogar-se-á o direito fundamental
indicando-o especificamente, sendo defeso às casas legislativas invocar modalidade
legislativa subordinada, ou fazê-la de maneira implícita.
 No Brasil, a CONSTITUIÇÃO DE 1937 previu dispositivo análogo no seu art. 96, ao dispor
que, no caso de ser declarada a inconstitucionalidade de uma lei, esta poderia, a juízo do
Presidente da República, considerando o bem-estar do povo, a promoção ou defesa de
interesse nacional de alta monta, ser submetida novamente ao exame do parlamento, que
poderia sustar a decisão do Tribunal por 2/3 dos votos de cada uma das câmaras
legislativas, quais sejam, a Câmara dos Deputados e o Conselho Federal (que na referida
Carta fez as vezes de Senado Federal).

MÍNIMO EXISTENCIAL (RECHT AUF EIN EXISTENZMINIMUM)


 É um direito fundamental social não escrito, reconhecido pelo Tribunal Constitucional
Federal alemão (Bundesverfassungsgericht ou BVerfG) e pela maioria da doutrina alemã.
 Segundo ele, é dever do Estado garantir ao cidadão as condições básicas para
uma existência digna.
 Alexy fundamenta o direito ao mínimo existencial por meio do princípio da autonomia;
sob esse prisma, o direito ao mínimo existencial representaria a garantia dos meios
necessários para que o indivíduo possa atuar de forma autônoma. Trata-se de
um direito subjetivo definitivo vinculante (ALEXY, Robert. Theorie der Grundrechte. 2.
Aufl. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1994, s. 457).
 A noção de "mínimo existencial", que resulta, por implicitude, de determinados preceitos
constitucionais (CF, art. 1º, III, e art. 3º, III), compreende
um complexo de prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de garantir condições
adequadas de existência digna, de ordem a assegurar, à pessoa, acesso
efetivo ao direito geral de liberdade e, também,
a prestações positivas originárias do Estado, viabilizadoras da plena fruição de direitos
sociais básicos, tais como o direito à educação, à proteção integral da criança e
do adolescente, à saúde, à assistência social, à moradia, à alimentação e
à segurança. DUDH, 1948 (art. XXV). (STF. Min. Celso de Mello, julgado em 23-8-2011,
Dje 15-9-2011).
 O modelo de direitos fundamentais sociais proposto por Alexy é baseado
na ponderação. Como tal, o âmbito daquilo que é devido prima facie é maior do que o
daquilo que é devido definitivamente.
 Os direitos fundamentais sociais são, na maioria dos casos, direitos prima facie.
Isso não significa que eles não sejam vinculantes; significa apenas que, para chegar-se a
um direito definitivo, deve-se passar pela ponderação. Logo, afigura-se a ideia de que
os direitos fundamentais sociais como direitos prima facie; os quais só se
tornam direitos definitivos quando não há razões de maior peso em sentido contrário.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

Quanto ao conteúdo
 Constituição material: possui conteúdo apenas constitucional
 Constituição formal: além da matéria constitucional, possui outros assuntos. Não importa
o conteúdo, mas sim a forma como foi aprovada
Quanto à forma
 Constituição escrita: documento formal, solene. Todas as constituições brasileiras foram
escritas.
 Constituição não escrita: costumeira ou histórica, sem um documento formal solene,
embora possa ter documentos escritos esparsos
Quanto ao modo de elaboração
 Dogmática: fruto de um trabalho legislativo específico. Reflete os dogmas de um
momento específico da história. Todas as constituições brasileiras foram dogmáticas.
 Histórica: fruto de lenta evolução histórica.
Quanto à origem
 Promulgada: democrática ou popular, feita pelos representantes do povo
 Outorgada ou carta constitucional: impostas ao povo pelo governante
 Cesarista: plebiscitária ou bonapartista, é feita pelo governante e submetida a apreciação
do povo por referendo
 Pactuada: contratual ou dualista, é fruto do acordo entre duas forças políticas do país.
Quanto à extensão
 Sintética: é breve, sucinta, trata apenas dos temas principais.
 Analítica: prolixa, ampla, extensa, volumosa, ampla, inchada, larga, entra em detalhes de
certas instituições.
Quanto à ideologia
 Ortodoxa ou monista: fixa uma única ideologia estatal
 Eclética ou compromissória: permite a combinação de ideologias diversas
Quanto à rigidez ou estabilidade
 Imutável, permanente, granítica ou intocável: não pode ser alterada
 Rígida: possui processo de alteração mais rigoroso
 Flexível: possui o mesmo processo de alteração que o destinado às outras leis. Países de
constituição flexível não possuem controle de constitucionalidade
 Transitoriamente flexível: é flexível por um período e depois se torna rígida
 Semirrígida ou semiflexível: parte dela é rígida e parte é flexível
 Fixa ou silenciosa: nada prevê sobre sua mudança formal, sendo passível de alteração
apenas pelo constituinte originário
 Super rígida: é a rígida que possui um núcleo imutável
Quanto à função (J. J. Canotilho)
 Garantia, negativa ou abstencionista: limita-se a fixar direitos e garantias fundamentais.
É uma carta declaratória de direitos.
 Dirigente ou programática: confere atenção especial à implementação de programas
pelo Estado, ou seja, é aquela que traça diretrizes que devem nortear a ação estatal,
prevendo, para isso, as chamadas normas programáticas
Quanto à sistematização
 Unitária, codificada, reduzida ou orgânica: formada por um único documento
 Variada ou legal ou inorgânica ou esparsa: formada por mais de um documento,
inclusive tratados internacionais. A CF/88 nasce como unitária, mas vem passando por um
processo de descodificação.
Quanto ao sistema
 Principiológica: possui mais princípios do que regras. Para Bonavides, a CF/88 se
enquadra aqui
 Preceitual: possui mais regras do que princípios
Quanto à origem de sua decretação
 Heterônoma ou heteroconstituição: feita em um país para vigorar em outro
 Autônoma ou homoconstituição ou autoconstituição: feita em um país para nele
vigorar
Classificação de Raul Machado Horta
 Constituição expansiva: além de ampliar temas já tratados, trata de novos temas
 Constituição plástica: permite sua ampliação por meio de leis infraconstitucionais
(segundo a lei, nos termos da lei, etc)
Quanto ao conteúdo ideológico (André Ramos Tavares)
 Liberal: possui apenas direitos individuais ou de 1ª dimensão. Estado tem o dever principal
de não fazer
 Social: Além dos direitos individuais, prevê também os sociais ou de 2ª dimensão. Estado
tem o dever principal de fazer
Outros critérios
 Constituição em branco: é aquela que não veicula limitações explícitas ao poder de
reforma, que fará as suas próprias regras de atuação. O poder de reforma é muito amplo.
 Constituição simbólica: A constitucionalização simbólica é um fenômeno caracterizado
pelo fato de que na atividade legiferante há o predomínio da função simbólica (funções
ideológicas, morais e culturais) sobre a função jurídico-instrumental (força
normativa). É um fenômeno que aponta para a existência de um déficit de concretização
das normas constitucionais, resultado justamente da maior importância dada ao
simbolismo do que à efetivação da norma. Possui elevado número de normas
programáticas e dispositivos de alto grau de abstração. Pretende fortalecer a confiança do
cidadão no governo por meio da legislação álibi, sem efetividade, adiando a solução dos
conflitos sociais por meio de compromissos dilatórios.
 Constituição dúctil ou suave: de Gustavo Zagrebelsky, compreende o texto da
Constituição como não acabado nem findo, mas como um conjunto de materiais de
construção a partir dos quais a política constitucional viabiliza a realização de princípios e
valores da vida comunitária de uma sociedade plural. Não define ou impõe uma forma de
vida, mas assegura condições possível para o exercício dos mais variados projetos de
vida. Reflete o pluralismo ideológico, moral, político e econômico existente na sociedade.
 Constituição unitextual ou orgânica: rechaça a ideia de existência de bloco de
constitucionalidade, visto que a constituição seria disposta em uma estrutura documental
única.
 Constituição subconstitucional: admite a constitucionalização de temas excessivos e de
interesses momentâneos. Esse excesso de temas forma a constituição subconstitucional,
que são normas que, mesmo elevadas formalmente ao patamar constitucional, não o são,
porque são limitadas em seus objetivos.
 Constituição processual, instrumental ou formal: instrumento de governo definidor de
competências, regulador de processos e estabelecedor de limites à ação política. É
instrumento pelo qual se eliminar conflitos sociais.
 Constituição chapa branca: O intuito principal é tutelar interesses e privilégios
tradicionalmente reconhecidos aos integrantes do setor público. Busca assegurar posições
de poder a corporações e organizações estatais ou paraestatais. Apesar da retórica de
direitos sociais, o núcleo duro preserva interesses do setor público. Visão estatal com
centralidade no Executivo, em detrimento da democracia e dos direitos individuais.
 Constituição ubíqua: Onipresença das normas e valores constitucionais no ordenamento
jurídico. Parte-se da constatação de que os conflitos forenses e a doutrina jurídica foram
impregnados pelo direito constitucional. Essa “panconstitucionalização” deve-se ao caráter
detalhista da Constituição, que incorporou uma infinidade de valores substanciais,
princípios abstratos e normas concretas em seu programa normativo.
 Constituição liberal patrimonialista: Objetiva preponderantemente garantir os direitos
individuais, preservando fortes garantias ao direito de propriedade e procurando limitar a
intervenção estatal na economia
 Constituição principiológica e judicialista: leitura da CF/88 com base nas seguintes
características: importância crucial dos direitos fundamentais, centralidade dos princípios
constitucionais e importância do poder judiciário, que se torna protagonista da CF.
 Transconstitucionalismo: fenômeno pelo qual diversas ordens jurídicas de um mesmo
Estado ou de Estados diferentes se entrelaçam para resolver problemas constitucionais.
 Constituição.com ou crowdsourcing: aquela cujo projeto conta a opinião maciça dos
usuários da internet, que, por meio de sites de relacionamentos, externam seu pensamento
a respeito dos temas a serem constitucionalizados. Foi a Islândia que, pioneiramente, no
ano de 2011, fez uma ‘constituição.com’
SUBPRINCÍPIOS DO ACESSO À JUSTIÇA
 Acessibilidade: significa a existência de sujeitos de direito, capazes de estar em juízo,
sem obstáculos de qualquer natureza, utilizando adequadamente o instrumental jurídico, e
possibilitando a efetivação de direitos individuais e coletivos.
 Operosidade: a seu turno, significa que todos os envolvidos na atividade jurisdicional
devem atuar de forma a obter o máximo de sua produção, para que se atinja o efetivo
acesso à justiça
 Utilidade: o processo deve assegurar ao vencedor tudo aquilo que ele tem direito a
receber, da forma mais rápida e proveitosa, garantindo-se, contudo, o menor sacrifício
para o vencido.
 Proporcionalidade: que se traduz pela escolha a ser feita pelo julgador quando existem
dois interesses em conflito. Deve ele se orientar por privilegiar aquele mais valioso, ou
seja, o que satisfaz um maior número de pessoas. Outro método atinente a
proporcionalidade, é aplicar aquele direito que menos restringe o outro direito conflitante,
assim como no método hermenêutico constitucional

 #OUSESABER: No âmbito das políticas públicas, o que é reserva de consistência?


 A reserva de consistência, segundo Nagibe de Melo Jorge, significa que a intervenção da
jurisdição constitucional depende da reunião de argumentos e elementos suficientes para
demonstrar o acerto do resultado que se pretende alcançar. Assim sendo, para que seja
possível a intervenção jurisdicional sobre dada política pública, exige-se, p. ex., que o juiz
apresente argumentos substanciais de que determinada política pública é incompatível
com a Constituição. A reserva de consistência é assim mais um elemento de controle da
intervenção do Judiciário sobre as políticas públicas.

CNJ
 RELATORIO ESTATISTICO = SEMESTRAL
 RELATORIO PROVIDENCIAS = ANUAL

APROVAÇÃO DE MP SEM EMENDAS


1) Presidente elabora e publica a MP
2) MP é enviada para a Mesa do Congresso
3) A Mesa do Congresso designa Comissão Mista Temporária
4) A comissão Mista elabora parecer sobre a relevância/urgência, adequação financeira e
mérito da MP
5) A MP é enviada para deliberação na Câmara (análise de requisitos formais e materiais)
6) Se aprovada na Câmara, a MP é enviada ao Senado
7) Senado realiza deliberação (análise de requisitos formais e materiais também)
8) Aprovada a MP no Senado sem emendas, o Presidente do Senado (que é presidente do
CN) promulga a MP
9) O Presidente da República apenas publicará a MP depois.

CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONGRESSO NACIONAL


 A convocação pode ser feita pelo presidente do Senado nas seguintes situações:
o Decretação de Estado de Defesa ou de Intervenção Federal;
o Pedido de autorização para a decretação de Estado de Sítio ;
o Para o compromisso e posse do presidente e do vice-presidente da República.
 A convocação pode ser feita pelo presidente da República, pelos presidentes da Câmara e
do Senado, ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas com a
aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso:
o Em caso de urgência ou interesse público relevante
 Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso somente deliberará sobre a matéria para
a qual foi convocado, a não ser que haja medidas provisórias em vigor na data da
convocação. Nesse caso, as MPs são automaticamente incluídas na pauta.

*O art. 57, § 4º, da CF, não é norma de reprodução obrigatória por parte dos Estados. É
inconstitucional a reeleição em número ilimitado, para mandatos consecutivos, dos membros
das mesas diretoras das assembleias legislativas para os mesmos cargos que ocupa, sendo-
lhes permitida uma única recondução. Desse modo, as CEs podem prever a reeleição de
membros das mesas diretoras das ALs para mandados consecutivos (ao contrário do
CN, que possui vedação na CF), mas essa recondução é limitada a uma única vez. O
poder de auto-organização decorrente da autonomia dos entes federativos não é
ilimitado, em razão dos princípios republicano e democrático, que exigem a alternância
de poder e a temporariedade desse tipo de mandato – Informativo 1.031, STF, 2021.

É VEDADA A EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS:


o Sobre nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
o Sobre direito penal, processual penal e processual civil; (CUIDADO: CIVIL NÃO)
o Sobre organização do Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus
membros;
o Sobre PPA, LDO, LOA e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto para
guerra e calamidade (créditos extraordinários em caso de guerra ou calamidade)
o Que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;
o Sobre matéria reservada a lei complementar;
o Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso e pendente de sanção ou veto
do Presidente

JULGAMENTOS PROFERIDOS CONTRA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA:


Crime comum:
1º Denúncia (PGR) ou Queixa (querelante ou ofendido)
2º CD fará juízo de admissibilidade (Art. 86 e Art. 51, I)
- Admite:2/3
- Rejeita: Arquiva
3º STF fará um novo juízo de admissibilidade, pois não está vinculado à CD (Art. 86, §1, I)
- Admite
- Rejeita: Arquiva
4º Conclusão do processo: (Art. 86, §2)
- 180 dias: PR ficará afastado de suas funções após admissão pelo Senado
- Após 180 dias: cessará o afastamento sem prejuízo do processo
5º Decisão do STF (Art. 86, §3)
- Condena: Sentença condenatória transitado em julgado.
- Absolve.

Crime de responsabilidade:
1º Denúncia (PGR) ou Requerimento (Cidadão)
2º CD fará juízo de admissibilidade (Art. 86 e Art. 51, I)
- Admite: 2/3
- Rejeita: Arquiva
3º SF Juízo de admissibilidade:
Antes da ADPF 378: não fará juízo de admissibilidade, pois fica vinculado à CD (Art. 86, §1, II)
Após a ADPF 378: fará novo juízo de admissibilidade, pois não fica vinculado à CD
(atualmente é o que vale)
- Admite: Maioria simples
- Rejeita: Arquiva
4º Instauração do processo (Art. 52 §único, primeira parte)
- Presidido pelo Pres. STF
- Limita-se à condenação
5º Conclusão do processo (Art. 86, §2)
- 180 dias: PR ficará afastado de suas funções
- Após 180 dias: cessará o afastamento sem prejuízo do processo
6º Decisão do Senado (Por resolução e voto nominal/aberto) (Art. 52, §único, segunda parte)
- Condena: 2/3 = (Perda do cargo + Inabilitação por 8 anos + outras sanções)
- Absolve.

MANDADO DE SEGURANÇA
SEGURAAA PEAO
PARTIDO POLITICO
ENTIDADE DE CLASSE
ASSOCIAÇÃO - CONSTITUIDA HÁ PELO MENOS 1 ANO
ORGANIZAÇÃO SINDICAL

A desistência em MS independe da concordância da autoridade impetrada, consoante


entendimento do STF: “É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de segurança,
independentemente de aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da
entidade estatal interessada ou, ainda, quando for o caso, dos litisconsortes passivos
necessários” (RE 669367/RJ, Pleno, Rel. para acórdão Min. Rosa Weber, DJ 30/10/2014).

ENTENDIMENTOS
 Lei de iniciativa parlamentar que prevê instalação de câmeras de segurança em escolas
públicas é constitucional. Decisão do STF.
 Não invade a competência privativa do chefe do Poder Executivo lei que, embora crie
despesa para os cofres municipais, não trate da estrutura ou da atribuição de órgãos do
município nem do regime jurídico de servidores públicos.
 É constitucional lei municipal que que proíba eventos patrocinados por empresas de álcool
e cigarros ou propaganda de cigarros e bebidas em imóveis municipais (versa sobre a
disposição de bens públicos municiais)
 SÚMULA VINCULANTE 46: a definição dos crimes de responsabilidade e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência
legislativa privativa da União
 Os Municípios detêm competência para legislar sobre assuntos de interesse local, ainda
que, de modo reflexo, tratem de direito comercial ou do consumidor

 SÃO INCONSTITUCIONAIS
o por versarem sobre transito e transporte (competência privativa da união), leis
estaduais sobre: uso de cinto de segurança, embriaguez ao volante, obrigatoriedade
de uso do farol, multa de transito, barreiras eletrônicas para aferir velocidade de
veículos
o por versarem sobre telecomunicações (competência privativa da união) , leis estaduais
sobre bloqueio de sinal telefônico em presídios
o por versarem sobre títulos de capitalização (competência privativa da união): leis
estaduais sobre comercialização e publicidade de títulos de capitalização
o por versarem sobre normas gerais de licitação (competência privativa da união): leis
estaduais que exijam apresentação de certidão negativa de violação aos direitos do
consumidor pelos interessados em participar de licitações estaduais; sobre critérios de
habilitação e requisitos de licitação
o por versarem sobre direito civil (competência privativa da união): sobre cobrança de
estacionamento em shopping
o dispositivos de CE que exija que o Superintendente da Polícia Civil seja um delegado
de polícia integrante da classe final da carreira. Chefe da Polícia Civil tem que ser
um Delegado de carreira, mas não se pode limitar aos que integram a última
classe.
 SÃO CONSTITUCIONAIS LEIS ESTADUAIS:
o Sobre apreensão e desemplacamento de veículos de transporte irregulares (poder de
policia estadual)
o que autoriza a utilização policial de veículos apreendidos e não identificados
o que disponha sobre acessibilidade em transportes públicos (é direito das pessoas com
deficiência, matéria de competência concorrente)
o que disponha sobre a obrigatoriedade de entrega ao usuário por escrito, de
comprovante fundamentado com informações pertinentes a eventual negativa, parcial
ou total, de cobertura de procedimento medico, cirúrgico ou diagnóstico (versa sobre
proteção ao consumidor, competência concorrente)
CONSELHO DA REPÚBLICA - “PRONUNCIA”

I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;


II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
Órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam
 O Vice-Presidente da República;
 Presidente da Câmara e o do Senado Federal;
 O Ministro da Justiça;
 Os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos e no Senado;
 6 cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos, 2 nomeados pelo Presidente, 2 eleitos pelo
Senado e 2 pela Câmara, mandato de 3 anos, vedada a recondução.

CONSELHO DE DEFESA NACIONAL – “OPINA”

I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos


desta Constituição;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção
federal;
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do
território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas
relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a
garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
Órgão de consulta do Presidente nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a
defesa do Estado democrático.
Membros natos:
 Vice-Presidente da República;
 Presidente da Câmara e o do Senado Federal
 Ministro da Justiça; de Estado da Defesa; das Relações Exteriores; e do Planejamento.
 Os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica

CRIAÇÃO E EXTINÇÃO NA ADM PUBLICA


Extinção de cargo quando PREENCHIDO = MEDIANTE LEI.
Extinção de cargo quando VAGO = MEDIANTE DECRETO.
Criação de cargo = MEDIANTE LEI.
Criação / extinção de ÓRGÃO público = LEI
Estruturação e funcionamento de órgão público = DECRETO AUTÔNOMO.
Entidades: são criadas / autorizadas por lei e extintas por lei (Presidente não pode extinguir
nem criar órgão/entidade)

TERRAS INDÍGENAS
 INdíos = as terras são INalienáveis, INdisponíveis, IMprescritíveis (os direitos sobre elas)
 As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua POSSE permanente (não
propriedade, ao contrário do que ocorre com quilombolas), cabendo-lhes o usufruto exclusivo das
riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
 Aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra
das riquezas minerais em terras indígenas só pode ser efetivado com autorização do Congresso,
ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da
lavra, na forma da lei.
 É vedada a remoção de populações, salvo, ad referendum do Congresso, em caso de
catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País,
após deliberação do Congresso, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que
cesse o risco.
 São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a
ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das
riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse
público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção
direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias
derivadas da ocupação de boa fé.

MEMBROS DO TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL (7 membros ) – TCU são 9!


 4 PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA – livremente
 3 PELO CHEFE DO EXECUTIVO ESTADUAL (Governador )
o Um dentre auditores, um dos membros do Ministério público e um de livre escolha

PARLAMENTARES NÃO PODEM - FIA da POSSE

DESDE A DIPLOMAÇÃO:

FIrmar ou manter contrato com PJ de d. público, autarquia, empresa pública, sociedade de


economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo contrato que obedeça a
cláusulas uniformes
Aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis
"ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;

DESDE A POSSE

Patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a"
Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I,
"a"
Ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
SEr proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato
com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES

1824: Const. Imperial; Liberal e conservadora; vigorou por 67 anos; semirrígida; prolixa; estado
confessional (religião católica oficial); estado unitário; poder quadripartite
(exec/legis/jud/moderador); governo monárquico hereditário; judiciário não fazia controle de
constitucionalidade; o guardião da const. era o legislativo; direitos fundamentais: abolidas penas
cruéis, naturalização tácita, sufrágio restrito, eleições indiretas e os 02 únicos direitos sociais
consagrados foram o socorro público e a instrução primária.

1891: Const. da Rep. dos Estados Unidos do Brasil; foi a 1ª const. republicana; baseada na
razão; influência dos EUA: presidencialismo, república, forma federativa de estado, controle
difuso de constit.; conciliava liberalismo republicano e moderado; afastou privilégios; não
consagrou religião oficial (estado laico); só reconhecia o casamento civil; federalismo dualista;
poder tripartite (exec/legis/jud); direitos fundamentais: abolidas penas de galés, de banimento
judicial e de morte, HC, naturalização tácita, extinção de sufrágio censitário (mas mulheres ainda
não votavam).

1934: Era Vargas; governo provisório (em 1933, após derrota da revolução constitucional de
1932, em SP foi eleita Assembleia Const. para redigir nova constituição); a constituição então foi
promulgada; previu a criação da Justiça Eleitoral; foram introduzidos o voto secreto e
feminino e leis trabalhistas que previam jornada de 8h/d, repouso semanal e férias remuneradas.

1937: Como o mandato de Vargas terminaria em 1938, para permanecer no poder, ele deu um
golpe de estado, tornando-se ditador - a justificativa era de proteger a sociedade dos
comunistas; a constituição foi imposta/outorgada; teve inspiração fascista; intervenção do estado
na economia; abolidos os partidos políticos; abolida a liberdade de imprensa; ditadura fascista.

1946: Marcada por processo de redemocratização; carta promulgada; mandato presidencial


de 05 anos; ampla autonomia político-administrativa aos estados e municípios; defesa da
propriedade privada; assegurava direito de greve e livre associação sindical; liberdade de opinião
e expressão; através da EC 1961 foi implantado o parlamentarismo e em 1962 voltou ao
presidencialismo.

1967: Predominava o autoritarismo e o arbítrio político; carta promulgada; confirmava atos


institucionais e complementares do governo militar para assegurar a segurança nacional.

1988: Escrita; codificada; democrática; rígida ou super-rígida; formal; prolixa; eclética;


normativa ou nominal (aqui há divergência)

A maioria não diz, mas antes da const. de 1824, tivemos a Constituição de


Cádiz: uma Constituição espanhola, de 1812, que Dom João VI determinou que fosse aplicada
aqui no Brasil, até a elaboração de um nova Carta pelas Cortes de Lisboa, através do Decreto
21/04/1821. O Decreto que determinou a observância da Const. espanhola de Cádiz (1812) foi
revogado no dia seguinte. Ela teve vigência de um único dia aqui no Brasil.

PARTIDOS POLITICOS
 Livre criação, fusão, incorporação e extinção, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana
 Características
o Caráter nacional;
o Não pode receber recursos de entidade ou governo estrangeiros ou se subordinar a
estes
o prestação de contas à Justiça Eleitoral;
o funcionamento parlamentar de acordo com a lei
 Após adquirirem personalidade jurídica registrarão seus estatutos no TSE.
 Têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
forma da lei
 É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar
EXECUTIVO

 Presidente eleito: candidato que obtiver a maioria absoluta de votos válidos,


NÃO computados os branco e os nulos.
 Se, decorridos 10 dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice, salvo motivo
de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
o É o CONGRESSO NACIONAL que irá declarar vagos os cargos, por se tratar de
questão política.
 O Vice e o presidente não poderão, sem licença do CONGRESSO, ausentar-se do País
por período superior a 15 dias, sob pena de perda do cargo.
 Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte de candidato a Presidente,
convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
 Vagando os cargos de Presidente e Vice nos dois primeiros anos do mandato, far-se-á
eleição DIRETA 90 dias depois de aberta a última vaga.
o Nos 2 últimos anos de mandato: ELEIÇÕES INDIRETAS (pelo Congresso) – 30 dias.

 O que pode ser delegado: DEI PRO


o Decretos autônomos
o Indulto e comutar penas
o Prover cargos públicos federais

 Para quem pode ser delegado: PAM


o Procurador-Geral da República
o Advogado-Geral da União
o Ministros de Estado

AÇÕES DE CONTROLE CONCENTRADO


 A decisão é irrecorrível, salvo embargos de declaração.
 Não se admite ação rescisória da decisão transitada em julgado.
 Não se admite intervenção de terceiros, salvo na condição especial de amicus curiae.
 Não cabe arguição de suspeição de Ministro do STF, mas cabe a arguição de
impedimento.
 Não há prazo prescricional e nem decadencial para o ajuizamento da ação.
 As ações estão submetidas ao princípio da fungibilidade.
 As ações admitem a cumulação de pedidos (constitucionalidade e inconstitucionalidade).

ADI INTERVENTIVA – LEI Nº 12.562/11

- Será proposta pelo PGR em caso de violação de princípios constitucionais


sensíveis ou de recusa por parte do estado de execução à lei federal.
- O STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de
medida liminar na representação interventiva.
- O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado,
bem como o Advogado-Geral da União (AGU) ou o Procurador-Geral da República (PGR), no
prazo comum de 5 dias.
- Relator solicitará informações às autoridades responsáveis. Prazo: 10 dias
- Decorrido o prazo, AGU e PGR deverão se manifestar no prazo de 10 dias.
- Poderá ser admitido amicus curiae e realizada audiência publica, a critério do relator
- A decisão sobre a representação interventiva somente será tomada se presentes na
sessão pelo menos 8 Ministros.
- Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência ou improcedência do pedido
formulado na representação interventiva se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo
menos 6 Ministros.
- Ausentes ministros em numero suficiente: julgamento será suspenso.
- Se a decisão final for pela procedência do pedido formulado na representação
interventiva, o Presidente do STF, publicado o acórdão, leva-lo-á ao conhecimento do
Presidente da República para, no prazo improrrogável de até 15 dias, dar cumprimento
- Publicação DO: 10 dias
- A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da representação
interventiva é IRRECORRÍVEL, sendo insuscetível de impugnação por ação rescisória.

ADI – LEI Nº 9.868/99

- LEGITIMADOS:

I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do
Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; **
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.**
3 autoridades, 3 mesas, 3 entidades – ATENÇÃO: mesa do CN não é legitimada
Em vermelho: são legitimados especiais, precisam demonstrar pertinência temática. Os
demais são universais.
** precisam de advogado

- Cabimento:

Lei ou ato normativo federal ou estadual.

- PROCESSAMENTO

- CABE AGRAVO DA DECISÃO QUE INDEFERIR A PETIÇÃO INICIAL (PORQUE É


DECISÃO DO RELATOR).
- Não se admite desistência
- Relator pode pedir informações para autoridades que editaram o ato, que deverão se
manifestar em 30 dias.
- NÃO SE ADMITIRÁ INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
- Relator pode admitir amicus curiae de acordo com a relevância da matéria, por
decisão irrecorrível
- Decorrido o prazo de informações, AGU e PGR se manifestam cada um em 15 dias.
- Relator pode designar audiência publica ou designar perícia, se necessário, ou
solicitar informações tribunais anteriores. Prazo para essas providências: 30 dias.

- MEDIDA CAUTELAR

- Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por
decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após
a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado,
que deverão pronunciar-se no prazo de 5 dias.
- O relator, julgando indispensável, ouvirá o AGU e o PGR, no prazo de 3 dias.
- No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral
- Excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência
dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.
- Concedida a liminar, será publicada no DO em 10 dias
- A MEDIDA CAUTELAR, dotada de EFICÁCIA CONTRA TODOS, será concedida com
EFEITO EX NUNC, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.
- A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso
existente (EFEITO REPRISTINATÓRIO), salvo expressa manifestação em sentido
contrário.
- No caso de efeito repristinatório indesejado, ou seja, quando a lei revogada também
for eivada do vício de inconstitucionalidade, faz-se necessária a formulação de pedidos
sucessivos de declaração de inconstitucionalidade, tanto do diploma ab-rogatório quanto das
normas por ele revogadas. Caso a norma anterior não seja impugnada, a ADI não será
conhecida.
- Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de
seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação
das informações, no prazo de 10 dias, e a manifestação do AGU e do PGR, sucessivamente,
no prazo de 5 dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de
julgar definitivamente a ação (diminui prazos em 1/3 do tramite regular e faz um tramite
abreviado)
 Decreto autônomo pode ser objeto de ADI
 Decreto regulamentar não pode.
 Em síntese, são requisitos para que uma norma possa ser objeto de ADI:
o ter sido editada na vigência da atual Constituição;
o ser dotada de abstração, generalidade ou normatividade;
o possuir natureza autônoma (não meramente regulamentar)
o estar em vigor.
 É possível a decretação, de ofício, da modulação dos efeitos da decisão proferida em ADI
 A ADIN é meio processual inadequado para o controle de decreto regulamentar de lei
estadual. Seria possível a propositura de ADI se fosse um decreto autônomo. Mas sendo
um decreto que apenas regulamenta a lei, não é hipótese de cabimento de ADI.
 O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em
sede de controle concentrado de constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada
pelo respectivo Governador. A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio
Governador
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO – ADO

- Omissão por ser total ou parcial em relação ao dever de legislar ou de adotar


providencia administrativa
- Legitimados: mesmo ADI
- Processamento: o mesmo
- Especificidade: O relator poderá solicitar a manifestação do AGU, que deverá ser
encaminhada no prazo de 15 dias. O PGR, nas ações em que não for autor, terá vista do
processo, por 15 dias, após o decurso do prazo para informações. (o prazo é o mesmo da
regra geral da ADI)

- MEDIDA CAUTELAR:

- Caso de excepcional urgência e relevância da matéria


- Idem ADI: maioria absoluta, após oitiva autoridades 5 dias
- Poderá consistir na suspensão da aplicação da lei/ato se for caso de omissão parcial,
ou de processos judiciais e administrativos.
- Julgando indispensável, o relator ouvirá o PGR em 3 dias (mesmo prazo ADI.
ATENÇÃO! na ADI são ouvidos o PGR e o AGU se o relator julgar indispensável antes de
decidir sobre a medida cautelar. Aqui não se ouve AGU porque se trata de omissão, o que
significa que em tese não há norma a ser defendida por esse órgão)

- DECISÃO:

- Declarada a inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao Poder


competente para a adoção das providências necessárias.
- Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser
adotadas no prazo de 30 dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo
Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido.
Se for o legislativo, não há prazo.

- DECISÃO NA ADI E ADO

- Somente será tomada se presentes na sessão pelo menos 8 ministros


- A decisão de constitucionalidade ou inconstitucionalidade somente será tomada se
assim se manifestarem pelo menos 6 ministros
- Se não for alcançada a maioria e estando ausentes ministros, será suspenso
- São ações de natureza dúplice/ambivalentes
- Decisão é irrecorrível, salvo embargos de declaração, não podendo ser objeto de
rescisória.
- MODULAÇÃO DOS EFEITOS: razões de segurança jurídica ou excepcional interesse
social, maioria de 2/3
- A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a
interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade
sem redução de texto, têm EFICÁCIA CONTRA TODOS E EFEITO VINCULANTE em
relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública (executivo) federal,
estadual e municipal (não vincula o legislativo - pode editar nova lei semelhante. A
inconstitucionalidade depende de nova ADI).
- A decisão vincula os julgamentos futuros a serem efetuados monocraticamente
pelos Ministros ou pelas Turmas do STF. Essa decisão não vincula, contudo, o Plenário
do STF. Assim, se o STF decidiu, em controle abstrato, que determinada lei é constitucional, a
Corte poderá, mais tarde, mudar seu entendimento e decidir que esta mesma lei é
inconstitucional por conta de mudanças no cenário jurídico, político, econômico ou social do
país. Isso se justifica a fim de evitar a "fossilização da Constituição". Esta mudança de
entendimento do STF sobre a constitucionalidade de uma norma pode ser decidida, inclusive,
durante o julgamento de uma reclamação constitucional. Nesse sentido: STF. Plenário. Rcl.
4374/PE, rel. Min. Gilmar Mendes, 18/4/2013
- Descumprimento: cabe reclamação

AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE ADC

- Legitimados: os mesmos
- Petição inicial deve indicar a existência de controvérsia judicial relevante sobre a
aplicação do dispositivo
- Processamento: o mesmo
- Decorrido prazo informações, PGR se manifesta em 15 dias.
- Não há previsão de manifestação do AGU.
- Só para leis federais

- MEDIDA CAUTELAR:

- Idem ADI e ADO: maioria absoluta


- Determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos
processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu
julgamento definitivo.

- EFICÁCIA DA DECISÃO
- INCONSTITUCIONALIDADE CIRCUNSTANCIAL

- Ocorre quando um enunciado normativo, em regra, válido, ao ser aplicado em


determinadas circunstâncias, produz uma norma inconstitucional. Em outras palavras, a
inconstitucionalidade circunstancial se dá quando determinada norma, embora seja válida,
quando confrontada com uma situação específica, torna-se inconstitucional em decorrência do
seu contexto particular.

- INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA

- Lei “ainda constitucional”, ou “inconstitucionalidade progressiva”, ou “declaração de


constitucionalidade de norma em trânsito para a inconstitucionalidade”, é a lei que é
constitucional enquanto perdurar determinada circunstância, porém, quando essa circunstância
de fato não mais se verificar, essa norma (sem rigor técnico) será tida por constitucional.
ADPF – LEI Nº 9.882/99

- Objeto:

Evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.


Caberá também ADPF: quando for relevante o fundamento da controvérsia
constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou MUNICIPAL, INCLUÍDOS OS
ANTERIORES À CONSTITUIÇÃO.
- Não será admitida ADPF quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a
lesividade (a ADPF é subsidiária)

- Legitimados:

Mesmos ADI

- Liminar:

- Decisão maioria absoluta


- Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de
recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.
- O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado,
bem como o AGU ou o PGR, no prazo comum de 5 dias (ATENÇÃO! Na ADI são ouvidos em
3 dias).
- A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o
andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que
apresente relação com a matéria.
- Apreciado o pedido de liminar, autoridades prestam informações em 10 dias
- Previsão expressa de que o MP, nas arguições que não tiver formulado, terá vista do
processo por 5 dias após o decurso do prazo de informações
- Decisão da ADPF só será tomada se presentes na sessão pelo menos 2/3 dos
ministros (ADI FALA EM 8 MINISTROS).
- Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela
prática dos atos questionados, FIXANDO-SE AS CONDIÇÕES E O MODO DE
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO PRECEITO FUNDAMENTAL.
- Decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante

- MODULAÇÃO: maioria de 2/3


EXCEÇÕES À CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO:

a) Se o STF já decidiu sobre o caso, ainda que em controle difuso.


b) Se o próprio órgão ou Tribunal já reconheceu a inconstitucionalidade: o STF
entende que o procedimento do art. 97, CF, só seria necessário no caso de mudança de
orientação por parte do próprio Tribunal.
c) Se Tribunal mantiver a constitucionalidade do ato normativo, ou seja, não
afastar a sua presunção de validade: o art. 97, CF determina a observância do full bench
para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
d) Nos casos de normas pré-constitucionais: a análise do direito editado no
ordenamento jurídico anterior em relação à nova Constituição não se funda na teoria da
inconstitucionalidade, mas sim em sua recepção ou revogação.
e) Quando o Tribunal utilizar a técnica da interpretação conforme a Constituição:
não haverá declaração de inconstitucionalidade.
f) Declaração de inconstitucionalidade por turma recursal do juizado especial: nos
casos de declaração de inconstitucionalidade por turma de juizado especial, não há a
necessidade da observância da regra da full bench, conforme decidiu o STF (RE AgR 453.744)
– não são tribunais.
g) Julgamento de medida cautelar pelo STF: em virtude de não se afastar a
incidência de determinada norma e tampouco declarar sua inconstitucionalidade, não há a
necessidade de se observar a regra do art. 97, CF, segundo o STF (Rcl 10.864 AgR).

CONTROLE ABSTRATO NOS ESTADOS

 As decisões proferidas pelo Tribunal de Justiça nas ações de inconstitucionalidade são, em


regra, irrecorríveis, salvo se o parâmetro for dispositivo da Constituição estadual que
é norma de reprodução obrigatória da CF (expressa ou implícita), pois na hipótese,
caberá Rext
 Se o parâmetro de controle de constitucionalidade for norma de imitação, não caberá
recurso extraordinário.
 A decisão proferida no RE produzirá eficácia contra todos (efeito erga omnes), efeito
vinculante e efeito ex tunc.
o Esse fenômeno é chamado por parte da doutrina de “controle abstrato no modelo
difuso”.
 É possível que a Constituição do Estado preveja iniciativa popular para a propositura de
emenda à Constituição Estadual
 Súmula 614-STF: Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor
ação direta interventiva por inconstitucionalidade de Lei Municipal

LEGITIMADOS PARA ADIN, ADC E SÚMULA

 Presidente da República; Governador de Estado ou do DF (pertinência) e o PGR


 Mesa do Senado, da Câmara dos Deputados, assembleia Legislativa dos Estados e DF
(pertinência)
 Conselho Federal da OAB; partido político com representação no Congresso; confederação
sindical ou entidade de classe de âmbito nacional (pertinência).
 Precisam de advogado: partidos políticos e as confederações sindicais e entidades de
classe

SIMULTANEIDADE ENTRE ADIN FEDERAL E ESTADUAL

DECISÕES DO STF
 Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade : geralmente aplicada
em casos de omissão parcial, em que o legislador elabora uma lei insuficiente. Nesse caso,
o STF declara que a lei é inconstitucional, mas, para não agravar a situação (o que
ocorreria se a lei fosse simplesmente descartada), deixa de pronunciar a nulidade,
mantendo-a no ordenamento, geralmente com um prazo determinado, até que outra norma
seja elaborada.
 Declaração de constitucionalidade com apelo ao
legislador (lei ainda constitucional):
nesse caso, a lei é declarada constitucional, mas o tribunal adverte que ela está em trânsito
para a inconstitucionalidade, que ela se tornará inconstitucional em breve, por conta de
mudanças da sociedade.
 Sentença normativa substitutiva: O tribunal declara a inconstitucionalidade de uma
norma na parte em que contém uma prescrição em vez de outra ou profere uma decisão
que implica em substituição de uma disciplina contida no preceito constitucional.
 Já as sentenças aditivas são aquelas que se caracterizam por buscarem alcançar
situações possivelmente postas de lado pelo legislador ordinário, de modo que alargam a
incidência de uma disposição legislativa. Temos aqui uma verdadeira ação legislativa do
Tribunal
 Nas sentenças transitivas, também conhecidas como transacionais, busca-se uma
relativização do binômio constitucional/inconstitucional, negociando-se com a supremacia
da Constituição.
o Essa técnica no Brasil foi reconhecida pela Lei 9.868/99, que regulamentou os
procedimentos de ADI e ADC, em seu artigo 27; como também pela Lei 9.882/99,
regulamentadora do procedimento da ADPF, em seu artigo 11. Tanto em um quanto
no outro dispositivo que, por sinal, possuem textos praticamente idênticos, possibilita-
se declarar a inconstitucionalidade da norma, mas mantê-la por algum tempo ainda
no ordenamento jurídico gerando efeitos, seja por razões de excepcional interesse
social ou para salvaguardar a segurança jurídica. Foi a positivação no Brasil da
modalidade de sentença de inconstitucionalidade com ablação diferida.

SENTENÇAS TRANSITIVAS
 Enquanto as sentenças normativas criam normas jurídicas, as transitivas implicam na
possibilidade de uma relativa transação com a supremacia da Constituição, ou seja, são
decisões transitórias proferidas no controle de constitucionalidade. Podem ser espécies:
o A sentença sem efeito ablativo é a declaração de inconstitucionalidade sem
pronúncia de nulidade. Ou seja, apesar de entender a norma inconstitucional, o Poder
Judiciário não declara a sua nulidade. O fundamento da sentença é que extirpar a
norma constitucional do ordenamento jurídico o tornaria ainda mais inconstitucional.
Exemplo - Todos sabem que o salário mínimo é insuficiente para atender os direitos
constitucionalmente assegurados aos cidadãos. No entanto, declarar que a norma é
inconstitucional por uma omissão dos poderes públicos tornaria o ordenamento ainda
mais constitucional. Cai naquela ideia que pior que garantir pouco é não garantir
nada...
o Sentenças com ablação diferida são aquelas decisões de declaração de
inconstitucionalidade com modulação de efeitos. Tal regra, inclusive, é prevista no
nosso ordenamento jurídico, conforme o art. 27 da Lei 9.868/99, podendo a nulidade
ser ponderada em razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social.
o As sentenças de apelo são aquelas que declaração que a norma num estado de
inconstitucionalidade progressiva, embora ainda seja constitucional. Trata-se de um
"apelo" ao legislador para que altere a legislação vigente, afastando a
inconstitucionalidade do ordenamento jurídico
o As sentenças de aviso são aquelas que o Poder Judiciário explicita uma mudança
futura na jurisprudência do tribunal, chamada de "progressive overruling", ou quebra
de precedente para o futuro. A especialidade desta sentença é que o novo
entendimento não terá validade para o caso sub judice.

SENTENÇAS INTERMEDIÁRIAS
 O tema está relacionado às chamadas SENTENÇAS INTERMEDIÁRIAS, cuja
expressão "compreende uma diversidade de tipologia de decisões utilizadas pelos
Tribunais Constitucionais e/ou Cortes Constitucionais em sede de controle de
constitucionalidade, com o objetivo de relativizar o padrão binário do
direito (constitucionalidade/inconstitucionalidade)".
 As sentenças intermediárias estão alocadas nas chamadas situações constitucionais
imperfeitas, que são justamente aquelas situações que medeiam a zona da
constitucionalidade plena e a zona da inconstitucionalidade absoluta.
 As sentenças intermediárias possuem dois grandes grupos: Sentenças
normativas e sentenças transacionais.
 As normativas levam à criação de uma norma geral (abstrata) e vinculante, que, por sua
vez, são subdividas em outros grupos: i) sentenças interpretativas ou de interpretação
conforme a Constituição; ii) sentenças aditivas; iii) sentenças aditivas de princípio e iv)
sentenças substitutivas.
 No que concerne às sentenças interpretativas, temos que, como o sentido de uma
norma não é unívoco, mas sim "plúrimo", tais sentenças buscam determinar ou fixar uma
determinada interpretação (em virtude da mesma ser compatível com a Constituição)
afastando outras e mantendo, com isso, a norma no ordenamento (interpretação
conforme a Constituição) ou mesmo buscam excluir uma determinada interpretação em
virtude de sua inconstitucionalidade (declaração de inconstitucionalidade parcial sem
redução do texto). (FERNANDES, Bernardo. Curso de Direito Constitucional. 9a. ed.
Salvador: Juspodivm. 2017, p. 1.579)
 Tendo isso em mente, uma parcela da doutrina sustenta que as decisões interpretativas
se dividiriam em (a) sentenças interpretativas de rechaço e (b) sentenças
interpretativas de aceitação.
 As sentenças interpretativas de RECHAÇO ou de REJEIÇÃO seriam aquelas em
que, diante de um dispositivo que comporta duas ou mais interpretações (norma
plurissignificativa), sendo uma conforme e a(s) outra(s) contrária(s) à Constituição, a
Corte rechaça a(s) interpretação(ões) contrária(s), adotando apenas àquela
conforme à Constituição. Com efeito, deixa-se de declarar a inconstitucionalidade da
norma, que sobrevive, porém, agora, com sentido unívoco ou, ao menos, menos denso
em possibilidades interpretativas.
 As sentenças interpretativas de ACEITAÇÃO ou de ACOLHIMENTO, por sua vez, são
aquelas que acarretam a anulação de decisões de órgãos de jurisdição inferior, em
razão destes terem se utilizado de interpretações contrárias àquela que a Corte
Constitucional julga afinada à Constituição. Nesse caso, a interpretação tida como
conforme a Constituição, oriunda da exegese da Corte Constitucional, é imposta à
aceitação dos Tribunais subalternos, que, contra ela não poderão arvorar-se, mesmo
que a norma interpretada comporte outra interpretação razoável e, em tese, compatível
com o texto constitucional.

JURISPRUDÊNCIA CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE


 - Governador de Estado afastado cautelarmente de suas funções — por força do
recebimento de denúncia por crime comum — não tem legitimidade ativa para a
propositura de ação direta de inconstitucionalidade. STF. Plenário. ADI 6728 AgR/DF, Rel.
Min. Edson Fachin, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).
 - Não é admitido o aditamento à inicial da ação direta de inconstitucionalidade
após o recebimento das informações dos requeridos e das manifestações do
Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República. STF. Plenário. ADI
4541/BA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).
 - A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) é instrumento eficaz
de controle da inconstitucionalidade por omissão. A ADPF pode ter por objeto as omissões
do poder público, quer totais ou parciais, normativas ou não normativas, nas mesmas
circunstâncias em que ela é cabível contra os atos em geral do poder público, desde que
essas omissões se afigurem lesivas a preceito fundamental, a ponto de obstar a efetividade
de norma constitucional que o consagra. STF. Plenário. ADPF 272/DF, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 25/3/2021 (Info 1011).
 - Não há impedimento, nem suspeição de ministro, nos julgamentos de ações de
controle concentrado, exceto se o próprio ministro firmar, por razões de foro íntimo,
a sua não participação. STF. Plenário. ADI 6362/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 2/9/2020 (Info 989).
 - A pessoa física não tem representatividade adequada para intervir na qualidade
de amigo da Corte em ação direta. STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de
Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985).
 - Cabe ADPF contra o conjunto de decisões judiciais que determinam medidas de
constrição judicial em desfavor do Estado-membro, das Caixas Escolares ou das
Unidades Descentralizadas de Execução da Educação UDEs e que recaiam sobre verbas
destinadas à educação. STF. Plenário. ADPF 484/AP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
4/6/2020 (Info 980).
 - A CF/88 e a lei preveem que a “entidade de classe de âmbito nacional” possui
legitimidade para propor ADI, ADC e ADPF. A jurisprudência do STF, contudo, afirma que
apenas as entidades de classe com associados ou membros em pelo menos 9 Estados da
Federação dispõem de legitimidade ativa para ajuizar ação de controle abstrato de
constitucionalidade. Assim, não basta que a entidade declare no seu estatuto ou ato
constitutivo que possui caráter nacional. É necessário que existam associados ou membros
em pelo menos 9 Estados da Federação. Isso representa 1/3 dos Estados-membros/DF.
Trata-se de um critério objetivo construído pelo STF com base na aplicação analógica da
Lei Orgânica dos Partidos Políticos (art. 7º, § 1º, da Lei nº 9.096/95). STF. Plenário. ADI
3287, Rel. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Ricardo Lewandowski, julgado em 05/08/2020
(Info 988 – clipping).
 - É possível a intervenção de amicus curiae em processos subjetivos? SIM, no
entanto, de forma excepcional. O ingresso de amicus curiae é previsto para as ações de
natureza objetiva, sendo excepcional a admissão no processo subjetivo quando a
multiplicidade de demandas similares indicar a generalização do julgado a ser
proferido. STJ. 2ª Turma. AgInt na PET no REsp 1700197/SP, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 19/06/2018.
 - É imprescindível a demonstração, pela entidade pretendente a colaborar com a Corte,
de que não está a defender interesse privado, mas, isto sim, relevante interesse público.
Isso porque, não se trata de uma intervenção de terceiros, e sim de um ato de admissão
informal de um colaborador da corte. STJ. 4ª Turma. EDcl no REsp 1733013/PR, Rel. Min.
Luís Felipe Salomão, julgado em 29/06/2020.
 - Lei estadual que dispõe sobre criação, incorporação, fusão ou desmembramento de
municípios possui natureza normativa e abstrata, desafiando o controle concentrado. STF.
Plenário. ADI 1825, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020 (Info 978).
 - A Constituição Estadual não pode trazer hipóteses de intervenção estadual diferentes
daquelas que são previstas no art. 35 da Constituição Federal. As hipóteses de intervenção
estadual previstas no art. 35 da CF/88 são taxativas. Caso concreto: STF julgou
inconstitucional dispositivo da Constituição de Pernambuco que previa que o
Estado-membro poderia intervir nos Municípios caso ali ocorressem atos de
corrupção e improbidade administrativa. STF. Plenário. ADI 2917, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 27/03/2020.
 - Viola a Constituição Federal a previsão contida na Constituição Estadual
atribuindo aos Tribunais de Contas a competência para requerer ou decretar
intervenção em Município. Essa previsão não encontra amparo nos arts. 34 e 36 da
CF/88. STF. Plenário. ADI 3029, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020.

ASSOCIAÇOES
 Em regra, precisam de autorização expressa de seus membros para atuar em seu nome
em juízo
 Contudo, em MS e MI coletivos atuam como substitutos processuais, não necessitando
dessa autorização
 Não têm legitimidade para controle de constitucionalidade

COMPOSIÇÃO DO CNMP

 14 membros (ATENÇÃO! CNJ são 15!) nomeados pelo Presidente, depois de aprovada a
escolha pela MAIORIA ABSOLUTA do Senado, para um mandato de dois anos, admitida
uma recondução, sendo: (43222 – número de vereador em eleição!)
o Procurador-Geral da República, que o preside;
o 4 membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada
carreira; (por que 4? Pq são 4 os ramos do MPU: MPF, MPDFT, MPT e MPM).
o 3 membros do Ministério Público dos Estados; (MPE tem menos membros do que
MPF)
o 2 juízes, indicados um pelo STF e outro pelo STJ
o 2 advogados, indicados pelo Conselho Federal OAB;
o 2 cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos e outro pelo Senado
o O Conselho escolherá, em VOTAÇÃO SECRETA, 1 Corregedor nacional, dentre os
membros do Ministério Público que o integram, VEDADA A RECONDUÇÃO.
o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao
Conselho. (mas não o integra!)

COMPETÊNCIA STF E STJ – TABELA COMPARATIVA

RE – STF RESP – STJ


a) contrariar dispositivo da CF -
b) declarar a inconstitucionalidade de a) contrariar tratado ou lei federal, ou
tratado ou lei federal (declarou inconst: negar-lhes vigência
STF; contrariou ou negou vigência: STJ)
c) julgar válida LEI OU ATO de governo b) julgar válido ATO de governo local
local contestado em face da CF (ato só se contestado em face de lei federal
for CF. Se o ato contrariar lei federal, é
STJ)
d) julgar válida LEI local contestada em c) der a lei federal interpretação
face de lei federal (lei em qq caso será divergente da que lhe haja atribuído outro
STF: contestada em face da CF ou de lei tribunal (mais simples, não é conflito de
federal, pq se trata de conflito legislativo) competência legislativa, apenas
uniformização jurisprudência)

RECURSO ORDINÁRIO
STF STJ
a) o habeas corpus, o mandado de a) os habeas corpus decididos em ÚNICA
segurança, o habeas data e o mandado de OU ÚLTIMA INSTÂNCIA pelos Tribunais
injunção decididos em ÚNICA INSTÂNCIA Regionais Federais ou pelos tribunais dos
pelos Tribunais Superiores, se denegatória a Estados, do Distrito Federal e Territórios,
decisão;(TODOS OS REMÉDIOS DA CF!) quando a decisão for denegatória; (SÓ HC!)
b) o crime político (competência originária é b) os mandados de segurança decididos
do juiz federal de primeiro grau, com ROC ao em ÚNICA INSTÂNCIA pelos Tribunais
STF); Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando denegatória a decisão; (PERCEBA
QUE HC PODE SER ÚNICA OU ÚLTIMA –
QUADRO ACIMA – MAS MS SÓ SE FOR
ÚNICA) – HC tem mais opções!

c) as causas em que forem partes Estado


estrangeiro ou organismo internacional,
de um lado, e, do outro, Município ou
pessoa residente ou domiciliada no País;

HC
STF STJ
PACIENTE: COATOR:

• PR • Tribunal sujeito à sua jurisdição (TRF, TJ’s,


• Vice-Presidente TRT e TRE)
• Membros do CN • Ministro de Estado
• Ministros STF • Comandante da Marinha, do Exército ou
• PGR da Aeronáutica, ressalvada a competência
• Ministros de Estado da Justiça Eleitoral
• Comandantes da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica Se qualquer pessoa precisar impetrar HC,
• Membros dos Tribunais Superiores só será no STJ se for contra esses
• Membros do TCU agentes. Observar que os grifados em
• Chefes de missão diplomática de caráter verde, se forem coatores do ato
permanente impugnado serão processados aqui, mas
se forem autores/pacientes do HC, irão
Lembrar de CPI – se precisarem impetrar direto para o STF
HC para não depor, será no STF!
COATOR: COATOR OU O PACIENTE:

Tribunal Superior • Governadores


• Desembargadores dos TJ dos Estados e
Se qualquer pessoa precisar impetrar HC, do Distrito Federal
só será no STF se for contra ato de •Membros dos TCE/ TCDF
Tribunal Superior (TSE, TST) •Membros dos TRFs, TREs e TRTs
•Membros dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios
•Membros do MPU que oficiem perante
Tribunais

Tanto se qualquer pessoa precisar


impetrar HC contra esses agentes, quanto
se eles precisarem impetrar por ex para
não depor em CPI, será no STJ

COATOR OU O PACIENTE:

autoridade ou funcionário cujos atos estejam


sujeitos diretamente à jurisdição do STF, ou
se trate de crime sujeito à mesma jurisdição
em uma única instância

Causas em que forem partes Estado Competência originária: Juiz Federal


estrangeiro ou organismo internacional, Recurso Ordinário: STJ
de um lado, e, do outro, Município ou
pessoa residente ou domiciliada no País
Litígio entre Estado estrangeiro ou Competência originária: STF
organismo internacional e a União, o
Estado, o Distrito Federal ou o Território

Existência de grave violação de direitos


INCIDENTE DE DESLOCAMENTO humanos
DE COMPETÊNCIA (IDC) PELO PGR Risco de responsabilização internacional
(único legitimado) decorrente de descumprimento de
obrigações jurídicas assumidas em tratados
Requisitos internacionais
Incapacidade das instâncias e autoridades
locais em oferecer respostas efetivas

PARENTESCOS

InelegíveiS --> Segundo Grau;


NepoTismo --> Terceiro Grau;
Aquisição de Falido --> Quarto (Fourth) Grau;

MANDADO DE SEGURANÇA:
 Caráter residual: quando não couber HC/HD
 Contra ato: de autoridade ou particular investido em função pública
 Prazo: decadencial de 120 dias
 Ampara Direito Líquido e Certo: demonstrado de plano
 Prova exclusivamente documental
 Não cabe dilação probatória
 Não cabe MS:
o decisão judicial ou adm. da qual caiba recurso com efeito suspensivo
o decisão com trânsito em julgado
o Lei em tese
o contrato de gestão comercial da Caixa Econômica Federal
 Cabe novo MS quando o primeiro foi julgado? Sim, dentro do prazo decadencial + MS
anterior extinto SEM resolução do mérito.
 Não cabe liminar: ATENÇÃO – STF DECLAROU INCONSTITUCIONAL EM JUNHO/2021
O ARTIGO QUE TRATAVA DAS HIPÓTESES, BEM COMO O QUE PREVIA A
NECESSIDADE DE OITIVA DO REPRESENTANTE DA PJ DE DIREITO PÚBLICO EM 72
HORAS NO CASO DE MS COLETIVO - compensação de crédito tributário, entrega de
bens e mercadorias do exterior, reclassificação no serviço público quanto a concessão,
extensão ou aumento de vantagens
 Em regra, não é cabível Mandado de Segurança quando se tratar de ato contra qual caiba
Recurso Administrativo com Efeito Suspensivo, independentemente de caução, por
expressa previsão legal.
o Os atos da Administração, em processo licitatório, que determinem a Habilitação ou
Inabilitação do licitante, bem como dos atos que resultem em Julgamento das
Propostas, cabem Recurso Administrativo COM efeito suspensivo, o que inviabilizaria
a impetração do MS
o Entretanto, caso tenha havido OMISSAO DE AUTORIDADE, será cabível o Mandado
de Segurança, ainda que seja cabível, na espécie, recurso com efeito suspensivo.
 Súmula 429 - A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não
impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

SÚMULAS MP

Súmula 226-STJ: O Ministério Público tem legitimidade para recorrer na ação de


acidente do trabalho, ainda que o segurado esteja assistido por advogado.
Súmula 116-STJ: A Fazenda Pública e o Ministério Público têm prazo em dobro para
interpor agravo regimental no Superior Tribunal de Justiça. OBS: a súmula vale para o
processo civil, mas não para o processo penal. No âmbito penal, o Ministério Público não
goza de prazo em dobro, sendo intempestivo o recurso de agravo regimental interposto fora do
quinquídio previsto no art. 258 do Regimento Interno do STJ (AgInt no REsp 1658578/MT, Rel.
Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/04/2018).
- Compete aos tribunais de justiça estaduais processar e julgar os delitos comuns, não
relacionados com o cargo, em tese praticados por promotores de justiça. Nesse ponto é
importante ressaltar que o STF de fato restringiu o foro por prerrogativa de função dos
membros do congresso nacional. No entanto, já houve decisão de distinção em relação a
desembargadores por ausência de simetria com o precedente, já que não se poderia permitir
que o julgamento nesse caso fosse feito por juízes vinculados ao mesmo tribunal.
Considerando que as prerrogativas da magistratura e do MP estão no mesmo dispositivo
constitucional (art. 96, III, da CF), seria desarrazoado o tratamento diferenciado – INFO 708,
STJ – 2021.
- compete à JF processar e julgar o crime de esbulho possessório de imóvel vinculado
ao programa minha casa, minha vida.

SÚMULAS - MANDADO DE SEGURANÇA

SÚMULA 625 STF – Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado
de segurança. Observação: Controvérsia sobre matéria de fato impede concessão de MS.

Súmula 632 STF - É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de
mandado de segurança.

Súmula 330 STF - O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de mandado
de segurança contra atos dos Tribunais de Justiça dos Estados.

Súmula 624 STF - Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de
mandado de segurança contra atos de outros tribunais.

SÚMULA 272 STF - Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão
denegatória de mandado de segurança.

Súmula 623 STF - Não gera por si só a competência originária do Supremo Tribunal Federal
para conhecer do mandado de segurança com base no art. 102, I, n, da Constituição, dirigir-se
o pedido contra deliberação administrativa do tribunal de origem, da qual haja participado a
maioria ou a totalidade de seus membros.

Súmula 333 STJ - Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida
por sociedade de economia mista ou empresa pública.

SÚMULA 630 STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.

Súmula 460 STF - É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação


tributária realizada pelo contribuinte.

Súmula 213 STJ - O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do
direito à compensação tributária.

SÚMULA 101 STF - O mandado de segurança não substitui a ação popular.

Súmula 105 STJ – Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em


honorários advocatícios.

Súmula 604 STJ - O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a
recurso criminal interposto pelo Ministério Público.

Súmula 376 STJ - Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança
contra ato de juizado especial.

SÚMULA 304 STJ - Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa
julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.
SÚMULA 430 STF - Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo
para o mandado de segurança.

SÚMULA 631 STF - Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante não


promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário.

Súmula 628 STJ - A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando


presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos:

a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que


ordenou a prática do ato impugnado;

b) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e

c) ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal.

CONTROLE INTERNO
 Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno
 Finalidade de:
o Avaliar o cumprimento das metas previstas no PPA, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
o Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração
federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
o Controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
o Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

CUIDADO PRAZO NO VETO SÃO 15 dias ÚTEIS

EMENDAS PARLAMENTARES EM INICIATIVA DO EXECUTIVO

1) STF/2015: Durante a tramitação de uma medida provisória no Congresso, os


parlamentares poderão apresentar emendas, no entanto, tais emendas deverão ter relação de
pertinência temática com a medida provisória que está sendo apreciada. Assim, a emenda
apresentada deverá ter relação com o assunto tratado na medida provisória. Desse modo, é
incompatível com a constituição a apresentação de emendas sem relação de pertinência
temática com medida provisória submetida à sua apreciação - Essa inserção, por meio de
emenda parlamentar, de assunto diferente do que é tratado na medida provisória que tramita
no congresso nacional é chamada de "contrabando legislativo". ADI 5127/DF
2) STF/2014: Para a apresentação de emendas parlamentares em um projeto de lei
de iniciativa reservada ao Chefe do Poder Executivo, deve ter: a) Identidade de matéria,
pois não pode haver desvirtuamento da proposta original. e b) Deve vir acompanhada da
estimativa de despesa e respectiva fonte de custeio, pois não pode importar em aumento de
despesas (63, I e II, CF). STF. Plenário. ADI 3942/DF
3) STF/2014: A incorporação ou a fusão de um projeto de lei em outro por emenda
parlamentar é admissível, desde que ambos tenham sido propostos pela mesma autoridade,
em respeito à competência para iniciar o processo legislativo. Assim sendo, por emenda
parlamentar em projeto de conversão da medida provisória em lei é possível que haja fusão ou
incorporação de outro projeto de lei, desde que emanado da mesma autoridade (qual seja, o
Presidente da República). ADI 3942/DF

Súmula 642 do STF: Não cabe ADIN de lei do DF derivada da sua competência legislativa
municipal.

Expropriação por cultivo de drogas é afastada somente por falta de culpa do


proprietário. A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada,
desde que o proprietário comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in
eligendo. STF. Plenário (Info 851).

GRATUITOS
1. DIREITO DE PETIÇÃO E DE OBTER CERTIDÃO: isento ("independe") do pagamento de
taxas;
2. AÇÃO POPULAR: isenta de custas e ônus da sucumbência, salvo comprovada má-fé;
3. HC e HD: gratuitos;
4. ATOS NECESSÁRIOS AO EXERCÍCIO DA CIDADANIA: gratuitos, na forma da lei;
5. REGISTRO DE NASCIMENTO E CERTIDÃO DE ÓBITO: gratuitos aos reconhecidamente
pobres;
6. ASSISTÊNCIA JURÍDICA E INTEGRAL PELO ESTADO: gratuita a quem comprove
insuficiência de recursos.
7. CASAMENTO: O casamento é civil e gratuita a sua celebração

INTERVENÇÃO
 A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
o manter a integridade nacional;
o repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
o pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
o garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
 Nesse caso, dependerá de solicitação do Legislativo ou do Executivo coacto ou
impedido, ou de requisição do STF, se a coação for exercida contra o Poder
Judiciário;
o reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
 suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos,
salvo motivo de força maior;
 deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas na Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei;
o prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
 é dispensada a apreciação pelo Congresso, pois o decreto limitar-se-á a
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
restabelecimento da normalidade.
o Assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais – são os sensíveis
(dependerá de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do
Procurador-Geral da República) - É dispensada a apreciação pelo Congresso, pois o
decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida
bastar ao restabelecimento da normalidade.
 forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
 direitos da pessoa humana;
 autonomia municipal;
 prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
 aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
 O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território, exceto quando:
o deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada;
o não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
o não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
o TJ der provimento a representação para assegurar a observância de princípios
indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de
decisão judicial.
 É dispensada a apreciação pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
restabelecimento da normalidade.
 A decretação da intervenção dependerá:
o no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do STF, do
STJ ou do TSE;
o de provimento, pelo STF de representação do PGR no caso de recusa à execução de
lei federal (PGR vai atuar apresentando representação no caso de descumprimento
dos princípios constitucionais sensíveis e de recusa à execução de lei federal – ADI
interventiva)
 O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de
execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do
Congresso ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de 24 horas.
 Se não estiver funcionando o Congresso ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação
extraordinária, no mesmo prazo de 24 horas.
 Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes
voltarão, salvo impedimento legal.
 Para garantir a execução de lei federal e ofensas aos princípios sensíveis, o PGR deverá
representar junto ao STF. Dado provimento, o Presidente terá até 15 dias para expedir o
decreto interventivo.
 Se a ordem ou decisão judiciária desobedecida for de origem da (...), então a decretação
da intervenção dependerá de requisição do (...): Justiça Eleitoral --> TSE. Justiça Comum
(matéria Legal) ou do próprio STJ --> STJ. Justiça Comum (matéria Constitucional), do
Trabalho, Militar ou do próprio STF --> STF.
QUADRO-RESUMO (RESP 1344771/PR):
 De quem é a competência para julgar ações propostas contra instituição PRIVADA
de ensino SUPERIOR?
o Se a ação proposta for mandado de segurança - Justiça Federal
o Ação (diferente do MS) discutindo questões privadas relacionadas ao contrato de
prestação de serviços firmado entre a instituição de ensino e o aluno (exs:
inadimplemento de mensalidade, cobrança de taxas etc.) - Justiça Estadual
o Ação (diferente do MS) discutindo registro de diploma perante o órgão público
competente ou o credenciamento da entidade perante o Ministério da Educação (obs:
neste caso, a União deverá figurar na lide). Justiça Federal

ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO

DEFESA
 Ouvida do Conselho da República e o do Conselho de Defesa Nacional
 Para preservar ou restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública
ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
 O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração,
especificará as áreas a serem abrangidas e as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as
seguintes:
o restrições aos direitos de reunião, ainda que exercida no seio das associações; ao
sigilo de correspondência; sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
o ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade
pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
 O tempo de duração do estado de defesa não será superior a 30 dias, podendo ser
prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua
decretação.
 Na vigência do estado de defesa:
o a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por
este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal,
facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
o a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e
mental do detido no momento de sua autuação;
o a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a 10 dias, salvo
quando autorizada pelo Judiciário;
o é vedada a incomunicabilidade do preso.
 O Presidente, dentro de 24 horas, submeterá o ato de decretação com a respectiva
justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por MAIORIA ABSOLUTA.
 Congresso Nacional em recesso: convocação extraordinária em 5 dias.
o apreciará o decreto dentro de 10 dias contados de seu recebimento, devendo
continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
 Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

ESTADO DE SÍTIO
 O presidente SOLICITA ao congresso a autorização para decretar o estado de sítio
 Hipótese:
o Comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
 Não poderá ser decretado por mais de 30 dias, nem prorrogado, de cada vez, por
prazo superior (cabem sucessivas prorrogações de 30 dias)
o Declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
 poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão
armada estrangeira.
 Congresso Nacional decide por MAIORIA ABSOLUTA.
 O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias à sua execução
e as garantias constitucionais que ficarão suspensas
o depois de publicado, o Presidente designará o executor das medidas específicas e as
áreas abrangidas.
 Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso, o Presidente do
Senado, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso para se reunir dentro
de 5 dias
 O Congresso permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas.
 Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento na comoção grave de
repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida
tomada durante o estado de defesa, só poderão ser tomadas contra as pessoas as
seguintes medidas:
o obrigação de permanência em localidade determinada (exclusivamente aqui);
o detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
o restrições relativas à inviolabilidade da correspondência (no de defesa é
restrição ao sigilo – menos amplo), ao sigilo das comunicações (no de defesa é
restrição ao sigilo de comunicações telegráficas e telefônicas, apenas – menos
amplo), à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e
televisão, na forma da lei;
 Não se inclui nas restrições a difusão de pronunciamentos de parlamentares
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
o suspensão da liberdade de reunião (no de defesa é só restrição);
o busca e apreensão em domicílio (exclusivamente aqui);
o intervenção nas empresas de serviços públicos (no de defesa só há ocupação
temporária);
o requisição de bens (no de defesa só há ocupação temporária).

OBS:
 A mesa do congresso, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de 5
membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de
defesa e ao de sítio.
 Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão os seus efeitos, sem prejuízo
da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
 As medidas aplicadas na vigência do estado de defesa e de sitio, após o seu término,
serão relatadas pelo Presidente, em mensagem ao Congresso, com especificação e
justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das
restrições aplicadas.

ORDEM ECONÔMICA

A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,


tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - DEFESA DO CONSUMIDOR;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte (EPP)
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

- A exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando


necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.
- As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
- Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este
DETERMINANTE para o setor público e INDICATIVO para o setor privado.
- As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou
aproveitamento, e PERTENCEM À UNIÃO, garantida ao concessionário a propriedade do
produto da lavra.
- A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais somente
poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional,
por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e
administração no País.
- A autorização de pesquisa será SEMPRE POR PRAZO DETERMINADO, e as
autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total
ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.
- Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de
energia renovável de capacidade reduzida.
- A pesquisa e lavra de petróleo, gás natural e materiais nucleares (com exceção dos
radioisótopos que podem ser autorizados sob regime de permissão) são monopólio da União.

POLÍTICA URBANA

- Executada pelo poder público municipal


- Objetivos: ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir
o bem estar de seus habitantes
- plano diretor é o instrumento básico e é obrigatório para cidades com mais de 20
MIL HABITANTES
- a propriedade urbana cumpre sua função social quando cumpre as exigências do
plano diretor
- É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - IPTU progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor REAL da indenização e os juros
legais.
- usucapião especial urbana: Aquele que possuir como sua área urbana de até
250m2, por 5 anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à
mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA

- COMPETE À UNIÃO desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária,
o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização
em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor REAL, resgatáveis no
prazo de até 20 anos, a partir do 2° ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
- o município PODE DESAPROPRIAR IMÓVEL RURAL, DESDE QUE NÃO SEJA
PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA.
- as benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em DINHEIRO.
- O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma
agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
- são isentas de IMPOSTOS as transferências de imóveis desapropriados para fins de
reforma agrária.
- São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu
proprietário não possua outra (ainda que improdutiva);
II - a propriedade produtiva (ainda que não seja pequena ou média)

JURISPRUDÊNCIA DESAPROPRIAÇÃO

- A indenização referente à cobertura vegetal deve ser calculada em separado do valor


da terra nua quando comprovada a exploração dos recursos vegetais de forma lícita e
anterior ao processo expropriatório.
- Nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo da verba advocatícia as parcelas
relativas aos juros compensatórios e moratórios, devidamente corrigidas (Súmula n. 131/STJ).
- A intervenção do Ministério Público nas ações de desapropriação de imóvel
rural para fins de reforma agrária É OBRIGATÓRIA, porquanto presente o interesse
público.
- A ação de desapropriação direta ou indireta, em regra, não pressupõe
automática intervenção do Ministério Público, exceto quando envolver, frontal ou
reflexamente, proteção ao meio ambiente, interesse urbanístico ou improbidade
administrativa.
- A imissão provisória na posse do imóvel objeto de desapropriação, caracterizada
pela urgência, prescinde de avaliação prévia ou de pagamento integral, exigindo apenas o
depósito judicial nos termos do art. 15, § 1º, do Decreto-Lei n. 3.365/1941.
- O Plenário do STF reconheceu a constitucionalidade do percentual de juros
compensatórios de 6% ao ano para remuneração do proprietário pela imissão provisória do
ente público na posse de seu bem previsto no art. 15-A do DL 3.365/41. STF. Plenário. ADI
2332/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/5/2018 (Info 902).
- Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos os juros
compensatórios pela limitação de uso da propriedade. (Súmula n. 56/STJ).
- Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada
imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel,
calculados, nos dois casos, sobre o valor da indenização corrigido monetariamente.
- Na desapropriação, a base de cálculo dos juros compensatórios é a diferença
entre os 80% do preço ofertado (que o requerido já pode levantar) e o valor do bem
definido judicialmente (que é o justo valor que deveria ter sido pago pelo ente). Ou seja,
os juros compensatórios incidirão sobre o valor do qual o requerido ficou indevidamente privado
de receber desde logo (que seria a justa indenização), descontados os 80% que ele já
levantou.
- Nas hipóteses em que o valor da indenização fixada judicialmente for igual ou
inferior ao valor ofertado inicialmente, a base de cálculo para os juros compensatórios e
moratórios deve ser os 20% que ficaram indisponíveis para o expropriado.
- O termo inicial dos juros moratórios em desapropriações é o dia 1º de janeiro do
exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito (se for por ente público, que se
sujeita a precatório. Se for concessionária não - Nas desapropriações realizadas por
concessionária de serviço público, não sujeita a regime de precatório, a regra contida no art.
15-B do Decreto-Lei n. 3.365/41 é inaplicável, devendo os juros moratórios incidir a partir do
trânsito em julgado da sentença)
- Nas ações de desapropriação NÃO HÁ CUMULAÇÃO DE JUROS MORATÓRIOS E
JUROS COMPENSATÓRIOS, eis que se tratam de encargos que incidem em períodos
diferentes: os juros compensatórios têm incidência até a data da expedição do precatório
original, enquanto que os moratórios somente incidirão se o precatório expedido não for pago
no prazo constitucional. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Temas 210 e 211)
- O valor da indenização por desapropriação deve ser contemporâneo à data da
avaliação do perito judicial. A prova pericial para a fixação do justo preço somente é
dispensável quando há expressa concordância do expropriado com o valor da oferta inicial.
Todavia, é possível ao juiz determinar a realização de perícia avaliatória, ainda que os réus
tenham concordado com o valor oferecido pelo Estado. ATENÇÃO! A revelia do desapropriado
não implica aceitação tácita da oferta, não autorizando a dispensa da avaliação.
- Se, em procedimento de desapropriação por interesse social, constatar-se que a área
medida do bem é maior do que a escriturada no Registro de Imóveis, o expropriado receberá
indenização correspondente à área registrada, ficando a diferença depositada em Juízo até
que, posteriormente, se complemente o registro ou se defina a titularidade para o pagamento a
quem de direito.
- É devida a indenização correspondente aos danos relativos ao fundo de comércio.
Todavia, a imissão provisória na posse não deve ser condicionada ao depósito prévio do
valor relativo ao fundo de comércio eventualmente devido.
- A invasão do imóvel É CAUSA DE SUSPENSÃO do processo expropriatório para
fins de reforma agrária (Súmula n. 354/STJ).
- Não incide imposto de renda sobre as verbas decorrentes de desapropriação.

- Qual é o prazo da ação de desapropriação indireta? Regra: 10 anos (art. 1.238,


parágrafo único, do CC/2002). Exceção: o prazo será de 15 anos se ficar comprovada a
inexistência de obras ou serviços públicos no local. Em regra, portanto, o prazo
prescricional das ações indenizatórias por desapropriação indireta é de 10 anos porque existe
uma presunção relativa de que o Poder Público realizou obras ou serviços públicos no local.
Admite-se, excepcionalmente, o prazo prescricional de 15 anos, caso a parte interessada
comprove, concreta e devidamente, que não foram feitas obras ou serviços no local, afastando
a presunção legal. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.575.846-SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
26/06/2019 (Info 658). STJ. 1ª Seção. REsp 1.757.352-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado
em 12/02/2020 (Recurso Repetitivo – Tema 1109) (Info 671).

- A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,


segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
- A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a
2500 hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de
prévia aprovação do Congresso Nacional. EXCEÇÃO: Excetuam-se do disposto no parágrafo
anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.
- Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão
títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de 10 anos.

- Usucapião especial rural:


Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por 5
anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a 50 hectares,
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á
a propriedade.

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento


equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o
compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que
disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.

ORDEM SOCIAL

A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a
justiça sociais

SEGURIDADE SOCIAL

- A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos


Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à SAÚDE, à
PREVIDÊNCIA e à ASSISTÊNCIA SOCIAL.

 objetivos:
o universalidade da cobertura e do atendimento;
o uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
o seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
o irredutibilidade do valor dos benefícios;
o equidade na forma de participação no custeio;
o diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis
específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde,
previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência
social;
o caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos colegiados.
 será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos dos entes, e das seguintes contribuições
sociais:
o do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei:
 a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;
 a receita ou o faturamento;
 o lucro;
o do trabalhador e dos demais segurados, podendo ser adotadas alíquotas progressivas
de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral;
o sobre a receita de concursos de prognósticos.
o do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
 As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade
social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
 A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as
metas e prioridades estabelecidas na LDO, assegurada a cada área a gestão de seus
recursos.
 A pessoa jurídica em débito com a seguridade social, como estabelecido em lei, não
poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios.
 Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
 As contribuições sociais só poderão ser exigidas após decorridos 90 dias da data da
publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando a
anualidade
o As contribuições poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade
econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da
condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de
bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das contribuições sobre o faturamento
e lucro
o São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 meses e, na forma
de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais do empregador
(apenas as sobre a folha) e do empregado
o A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições
incidentes sobre as importações e sobre a receita/faturamento serão não cumulativas
 São isentas de contribuição para a seguridade as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
 O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, e seus
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de
uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios
nos termos da lei.
 O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao RGPS a
competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida
para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições.

SAÚDE

- acesso universal e igualitário


- DIRETRIZES:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
- aplicação mínima União na saúde: 15% (a CF não prevê mínimo para E e DF em
saúde)
- A assistência à saúde é livre à iniciativa privada
- As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema
único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
- É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às
instituições privadas com fins lucrativos.
- É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na
assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

- “O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais. 2. A


ausência de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impede, como regra
geral, o fornecimento de medicamento por decisão judicial. 3. É possível, excepcionalmente, a
concessão judicial de medicamento sem registro sanitário, em caso de mora irrazoável da
Anvisa em apreciar o pedido (prazo superior ao previsto na Lei 13.411/2016), quando
preenchidos três requisitos: a) a existência de pedido de registro do medicamento no Brasil
(salvo no caso de medicamentos órfãos para doenças raras e ultrarraras); b) a existência de
registro do medicamento em renomadas agências de regulação no exterior; e c) a inexistência
de substituto terapêutico com registro no Brasil. As ações que demandem fornecimento de
medicamentos sem registro na Anvisa deverão necessariamente ser propostas em face da
União”. STF. Plenário. RE 657718/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto
Barroso, julgado em 22/5/2019 (repercussão geral) (Info 941).

- “A concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige


a presença cumulativa dos seguintes requisitos: a) Comprovação, por meio de laudo médico
fundamentado e circunstanciado expedido por médico que assiste o paciente, da
imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da ineficácia, para o
tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS; b) incapacidade financeira de arcar
com o custo do medicamento prescrito; c) existência de registro do medicamento na ANVISA,
observados os usos autorizados pela agência. STJ. 1ª Seção. EDcl no REsp 1.657.156-RJ,
Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 12/09/2018 (recurso repetitivo) (Info 633).

 Competências do SUS:
o controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde
e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outros insumos;
o executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, e as de saúde do
trabalhador;
o ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
o participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
o incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a
inovação;
o fiscalizar e inspecionar alimentos (inclusive com o controle de seu teor nutricional),
bebidas e águas para consumo humano;
o participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
o colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
ASSISTÊNCIA SOCIAL

- A assistência social será prestada a quem dela necessitar, INDEPENDENTEMENTE


DE CONTRIBUIÇÃO à seguridade social, e tem por OBJETIVOS:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou
de tê-la provida por sua família.

- DIRETRIZES
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as
normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às
esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
- É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à
inclusão e promoção social até 0,5% de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação
desses recursos no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos
investimentos ou ações apoiados.

EDUCAÇÃO

- Dever do Estado mediante garantia de:


I - EDUCAÇÃO BÁSICA obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria.
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - EDUCAÇÃO INFANTIL, em creche e pré-escola, às crianças até 5 anos
de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por
meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.
- O acesso ao ensino obrigatório e gratuito É DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO.
- Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental
- A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por
universidades públicas de mensalidade em cursos de especialização. STF. Plenário. RE
597854/GO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 26/4/2017 (repercussão geral) (Info 862).
- As atividades de pós-graduação enquadram-se como "ensino"? NÃO. O conceito de
"manutenção e desenvolvimento do ensino" (art. 212 da CF/88) não abrange as atividades de
pós-graduação. A pós-graduação está relacionada com a pesquisa e extensão
- SV 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto
no art. 206, inciso IV, da Constituição Federal.
- Não é possível, atualmente, o ensino domiciliar (homeschooling) como meio lícito
de cumprimento, pela família, do dever de prover educação. Não há, na CF/88, uma vedação
absoluta ao ensino domiciliar. A CF/88, apesar de não o prever expressamente, não proíbe o
ensino domiciliar. No entanto, o ensino domiciliar não pode ser atualmente exercido porque não
há legislação que regulamente os preceitos e as regras aplicáveis a essa modalidade de
ensino.
- O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental.
- O ENSINO RELIGIOSO NAS ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS PODE TER
NATUREZA CONFESSIONAL, OU SEJA, PODE SER VINCULADO A RELIGIÕES
ESPECÍFICAS. Deve ser permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente se
matricularem, o pleno exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso como disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo com os
princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente credenciados a
partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder Público.
Dessa forma, o STF entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma
religião específica, que ensine os dogmas ou valores daquela religião. Não há qualquer
problema nisso, desde que se garanta oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF.
Plenário.ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 27/9/2017 (Info 879).
- Municipios: atuação prioritária no ensino fundamental e educação infantil
- Estados e DF: atuação prioritária no ensino fundamental e médio
- Uniao não investirá menos de 18% em educação, e E/DF/M não menos que 25%

- Fundeb: natureza contábil (um em cada E e no DF).


- recursos serão distribuídos de forma proporcional ao número de alunos das diversas
etapas da educação básica. Uniao complementará os recursos necessários (no máximo 30%).
- Proporção não inferior a 70% de cada fundo será destinada ao pagamento dos
profissionais da educação básica
- Será destinado à educação infantil 50% dos recursos globais.
- Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser
dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em
educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,
filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas
atividades.
- A lei estabelecerá o plano nacional de eDucação, de duração DECENAL.

CULTURA

- A lei estabelecerá o plano nacional de CULtura, de duração PLUrianual.


- É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à
cultura até 0,5% de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos
culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de (igual ao fundo de inclusão e
promoção social da assistência social, mesmo índice passível de vinculação e mesmas
vedações)
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos
investimentos ou ações apoiados.
- O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de cultura e nas
suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura.

DESPORTO

- judiciário só admitirá ações sobre disciplina e competições desportivas após


esgotamento das instâncias da justiça desportiva, que terá o prazo máximo de 60 dias a contar
da instauração do processo para proferir decisão final.

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

- É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita


orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
- A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão firmar instrumentos
de cooperação com órgãos e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o
compartilhamento de recursos humanos especializados e capacidade instalada, para a
execução de projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação,
mediante contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário, na forma
da lei.
- O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) será organizado em
regime de colaboração entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o
desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação
- Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. Os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios legislarão concorrentemente sobre suas peculiaridades.

COMUNICAÇÃO

- A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens


é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
- Em qualquer caso, pelo menos 70% do capital total e do capital votante deverá
pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos,
que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da
programação.
- A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação
veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos, em
qualquer meio de comunicação social.
- as alterações de controle societário deverão ser comunicadas ao CN.
- Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização
- A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no
mínimo, 2/5 do Congresso Nacional, em votação nominal
- O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do
Congresso Nacional.
- O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de
decisão judicial.
- O prazo da concessão ou permissão será de 10 anos para as emissoras de rádio e
de 15 para as de televisão
- O CN terá como órgão auxiliar o conselho de comunicação social

MEIO AMBIENTE

- A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-


Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional.
- São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais (bens de uso
especial, e não dominicais como as demais terras devolutas disponíveis)
- As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei
federal, sem o que não poderão ser instaladas.
- não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que
sejam manifestações culturais, registradas como bem de natureza imaterial integrante do
patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o
bem-estar dos animais envolvidos
- Súmula 623-STJ: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo
admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do
credor.

• obrigação de reparar o dano ambiental (responsabilidade civil pela reparação dos


danos ambientais): possui natureza propter rem, sendo possível cobrar também do atual
proprietário condutas derivadas de danos provocados pelos proprietários antigos.
• multa ambiental (sanção administrativa): somente poderia ser cobrada do
próprio transgressor, não podendo passar da pessoa do culpado.

- O princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus probatório, competindo a


quem supostamente promoveu o dano ambiental comprovar que não o causou ou que a
substância lançada ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva.
- É defeso ao IBAMA impor penalidade decorrente de ato tipificado como crime ou
contravenção, cabendo ao Poder Judiciário referida medida.
- O emprego de fogo em práticas agropastoris ou florestais depende necessariamente
de autorização do Poder Público.
- os responsáveis pela degradação ambiental são coobrigados solidários, formando-
se, em regra, nas ações civis públicas ou coletivas litisconsórcio facultativo.
- Em matéria de proteção ambiental, há responsabilidade civil do Estado quando
a omissão de cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar for determinante para a
concretização ou o agravamento do dano causado. É de caráter solidário, mas de execução
subsidiária, na condição de devedor-reserva (STJ. 2a Turma. AgInt no REsp 1362234/MS, Rel.
Min. Og Fernandes, julgado em 05/11/2019).

- Responsabilidade por danos ambientais:

• Responsabilidade CIVIL: objetiva, na teoria do risco integral. Não admite


alegação culpa exclusiva de terceiro (§ 1º do art. 14 da Lei 6.938/81).
• Responsabilidade ADMINISTRATIVA: subjetiva (caput do art. 14 da Lei 6.938/81).
• Responsabilidade PENAL: subjetiva (é vedada a responsabilidade penal objetiva).
- É IMPRESCRITÍVEL a pretensão reparatória de danos ao meio ambiente.
- O termo inicial da incidência dos juros moratórios é a data do evento danoso nas
hipóteses de reparação de danos morais e materiais decorrentes de acidente ambiental.

SEGURANÇA PUBLICA
 É dever do Estado, direito e responsabilidade de todos.
 Exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio,
 Órgãos: polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária federal; polícias civis;
polícias militares; corpos de bombeiros militares e polícias penais.
 A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:
o apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e
empresas públicas
o infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
o prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
o exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
o exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
 A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
rodovias federais.
o As polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, ressalvada a
competência da União: funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais, exceto as militares.
 Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos
corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução
de atividades de defesa civil.
 Às polícias penais: cabe a segurança dos estabelecimentos penais.
 As polícias militares, corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército
e as polícias civis subordinam-se aos Governadores dos Estados, do DF e dos Territórios.
 Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,
serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
 A remuneração dos servidores policiais será fixada na forma do subsídio.
 A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:
o Compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras
atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e
o Compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos
respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados
em Carreira, na forma da lei.
 Normas gerais sobre as policias civis = UNIAO
 A apuração de infrações penais contra a ordem política e social é atribuição da PF.
Incumbe à PC as funções de polícia judiciária e apuração de infrações penais, exceto
militares (art.144, §4).

ENTENDIMENTO DO STF SOBRE COTAS

 Conclusões do STF acerca da lei de quotas em concurso público (ADI 5540):


o A lei 12990/2014 que reserva 20% das vagas oferecidas em concurso público aos
negros no âmbito da administração federal é constitucional.
o É legítima, além da autodeclaração, a utilização de outros critérios como a
heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade.
o A lei 12990/2014 não se aplica aos Estados e Municípios. No entanto, casos esses
entes admitam leis semelhantes, elas serão constitucionais também.
o Essa lei também se aplica ao MPU, A DPU e as Forças Armadas.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO X DIREITOS DA PERSONALIDADE

 Cabe a aplicação de oito critérios a serem considerados na ponderação entre a liberdade


de expressão e os direitos da personalidade:
o veracidade do fato;
o licitude do meio empregado na obtenção da informação;
o personalidade pública ou privada da pessoa objeto da notícia;
o local do fato;
o natureza do fato;
o existência de interesse público na divulgação em tese;
o existência de interesse público na divulgação de fatos relacionados com a atuação de
órgãos públicos;
o preferência por sanções a posteriori, que não envolvam a proibição prévia da
divulgação.

PRECATÓRIOS ORDEM
Ordem de pagamento dos precatórios:
1) Pequeno valor
2) Alimentícia (dos preferenciais)
3) Alimentícia (dos demais)
4) Ordem cronológica

SIGILO BANCÁRIO
 É possível que o Fisco requisite das instituições financeiras informações bancárias sobre
os contribuintes sem intervenção do Poder Judiciário (FISCO ESTADUAL, MUNICIPAL E
FEDERAL – o estadual e municipal precisam editar suas próprias leis a respeito do tema)
 CPI também não precisa de decisão do judiciário (federal e estadual – CPI municipal não
pode, porque CPI tem poderes próprios de autoridade judicial, e M não tem poder
judiciário)
 É possível o compartilhamento, sem autorização judicial, dos relatórios de inteligência
financeira da UIF e do procedimento fiscalizatório da Receita Federal com a Polícia e o
Ministério Público
 A quebra de sigilo bancário e fiscal fundada em relatório do COAF não é ilegal

CPI

- Criada mediante requerimento de 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou


Senado, em conjunto ou separadamente, com poderes próprios de autoridade judicial
- Para apuração de fato determinado e prazo certo
- conclusões, se o caso, remetidas ao MP
- CPI não pode:
- busca e apreensão domiciliar
- interceptação telefônica
- ordem de prisão, salvo flagrante
- sequestro, arresto e hipoteca
- indisponibilidade de bens
- HC e MS: competência do STF
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
 regime geral de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial
 Abrange:
o cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e
idade avançada;
o proteção à maternidade, especialmente à gestante;
o proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
o salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
o pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
dependentes,
 É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de
benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de
idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria
exclusivamente em favor dos segurados:
o com deficiência, submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar;
o que realizem atividades com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por
categoria profissional ou ocupação.
 Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do
segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
 Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão
devidamente atualizados
 É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente,
o valor real.
 É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado
facultativo, de pessoa participante de RPPS.
 A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos
do mês de dezembro de cada ano.

 REQUISITOS DA APOSENTADORIA:
o 65 anos de idade, se homem, e 62 anos de idade, se mulher, observado tempo
mínimo de contribuição;
 O requisito de idade será reduzido em 5 anos, para o professor que comprove
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no
ensino fundamental e médio fixado em lei complementar.
o 60 anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher, para os trabalhadores
rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
 Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de
contribuição entre o RGPS e os RPPSs, e dos RPPSs entre si, observada a compensação
financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei.
 O tempo de serviço militar exercido e o tempo de contribuição ao RGPS ou a RPPS terão
contagem recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação
financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as
receitas de contribuição aos demais regimes.
 Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programados, inclusive
os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo RGPS e
pelo setor privado.
 Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para
efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios
 Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para
atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de
informalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho
doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda.
o A aposentadoria concedida nessas condições terá valor de 1 salário-mínimo.
 É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos
benefícios previdenciários e de contagem recíproca.
 O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma
autônoma em relação ao regime geral, será facultativo, baseado na constituição de
reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar.
o A lei complementar assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades
de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus
respectivos planos.
 As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos
estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não
integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios
concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei.
 É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades
de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador,
situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do
segurado.

REGRAS PRUDENCIAIS

As regras prudenciais de um país com relação ao seu sistema financeiro visam, por um
lado, a manutenção da estabilidade e de confiança no sistema financeiro nacional (ou seja, a
solvabilidade e solidez financeira das instituições), e, por outro lado, a proteção dos utilizadores
(depositantes, investidores e aplicadores de recursos) contra perdas/prejuízos resultantes de
uma má gestão, fraudes e falências dos fornecedores de serviços financeiros.
Podemos dividir essas regras em dois grandes grupos: a) os que influenciam as
condições de acesso ao mercado, com o intuito de evitar que nele atuem entidades ou pessoas
de reputação duvidosa ou que não disponham de solidez financeira e patrimonial adequada às
operações que se propõem executar e; b) os que visam, em última análise, o controle dos
riscos subjacentes às atividades financeiras envolvidas.

SÚMULA VINCULANTE 54: A MEDIDA PROVISÓRIA NÃO APRECIADA pelo Congresso


podia, até a Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de
30 dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição.

- SÚMULA VINCULANTE – LEI Nº 11.417/06

- O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas


decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei.
- O enunciado da súmula terá por objeto a VALIDADE, a INTERPRETAÇÃO e a
EFICÁCIA de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre
esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança
jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão.
- O PGR, nas propostas que não houver formulado, manifestar-se-á previamente à
edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante.
- A edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula com efeito vinculante
dependerão de decisão tomada por 2/3 dos membros do STF, em sessão plenária (MESMO
QUORUM MODULAÇÃO ADI. LIMINAR ADI: MAIORIA ABSOLUTA; VOTAÇÃO ADI: MÍNIMO
6 VOTOS)
- publicação decisão DO em 10 dias
- Legitimados:
mesmos ADI +:
- Defensor Público-Geral da União
- os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito
Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os
Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
- O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte,
a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza
a suspensão do processo.
- relator PODERÁ admitir participação amicus curiae por decisão irrecorrível
- a súmula terá eficácia imediata, mas caberá modulação dos efeitos por decisão de 2/3
dos ministros (igual ADI)
- Revogada ou modificada a lei em que se fundou a edição de enunciado de súmula
vinculante, o STF, de ofício ou por provocação, procederá à sua revisão ou cancelamento.
- proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante
NÃO AUTORIZA A SUSPENSÃO DOS PROCESSOS em que se discuta a mesma questão.
- descumprimento súmula vinculante: reclamação
- CONTRA OMISSÃO ou ATO da administração pública, o uso da reclamação SÓ
SERÁ ADMITIDO APÓS ESGOTAMENTO DAS VIAS ADMINISTRATIVAS.
- Ao julgar procedente a reclamação, o STF anulará o ato administrativo ou cassará a
decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da
súmula, conforme o caso.

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