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ATIVIDADE AVALIATIVA DE CONSTITUCIONAL

ACADÊMICA: DIANNE KAROLLINE BRASIL

01. ERRADA.
A concepção de Ferdinand Lassalle é na verdade sociológica ou realista.
Para ele, existem em uma sociedade duas Constituições, uma real, que
corresponde a “soma dos fatores reais do poder”, e uma escrita, que somente
terá validade se ajustar-se à Constituição real.
Já para Carl Schmitt, a concepção da Constituição está para o prisma
político. A Constituição é a decisão política fundamental, é ato proveniente de
um poder soberano que dita à ordem social, a política e a jurídica.
Ele defende enquanto que a Constituição é a decisão política
fundamental, tudo que se refere aos direitos fundamentais, à organização,
exercício, competência e separação dos poderes; a Lei Constitucional são as
demais normas presentes em uma Constituição que não se referem à decisão
política fundamental.
Nesse contexto, ele faz uma diferenciação entre Constituição e Lei
Constitucional, ou seja, o contrário do apontado na afirmação.
Resposta baseada no artigo de Roberto Carlos Sobral Santos, com o
título Concepção de constituição adotada por Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e
Hans Kelsen, publicado em 03/08/2014 no site jus.com.br

02- VERDADEIRA.
De acordo com a teoria de Kelsen, as normas jurídicas são
normativamente positivadas, o que significa que sua validade depende de sua
inclusão em um sistema jurídico positivo.
Kelsen também sustenta que a norma jurídica fundamental, também
conhecida como Grundnorm, é a norma suprema de um sistema jurídico, pois
ela confere o fundamento da validade das demais normas que compõem esse
sistema. Em outras palavras, é a norma que estabelece os critérios para a
validade de todas as outras normas do sistema.
Assim, podemos concluir que, para Kelsen, a norma jurídica fundamental
é fundamental porque é a base para a validade de todas as outras normas
jurídicas em um determinado sistema jurídico.
Resposta baseada no artigo de Felipe Antônio Araújo, com o título de
Sistema, norma e justiça nas teorias de Hans Kelsen e Niklas Luhmann,
publicado no dia 31/08/2018 no site jus.com.br.

03-VERDADEIRA.
De fato, a Constituição Federal de 1988 estabelece em seu artigo 60 que
a mudança do texto constitucional é possível por meio de emenda à
Constituição, desde que observados os limites por ela impostos. A Constituição
é considerada uma norma suprema e rígida, o que significa que ela é a base do
ordenamento jurídico do país e possui uma rigidez maior em relação às demais
normas, pois sua modificação exige um processo legislativo mais complexo e
solene.
As emendas constitucionais, por sua vez, devem seguir um rito especial,
estabelecido no artigo 60 da Constituição, que inclui a necessidade de
aprovação em duas votações em cada uma das Casas do Congresso Nacional,
com quórum qualificado, além de outras exigências formais. Dessa forma, a
Constituição permite sim a mudança do seu próprio texto, desde que seja
respeitado todo o processo previsto na lei maior do país.
Resposta baseada na doutrina Constituição Federal Comentada.
Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2018 .

04. ERRADA.
A Constituição é de fato uma nova ordem jurídica fundamental do Estado
e da sociedade, estabelecendo as bases do sistema político e jurídico de um
país.
Entretanto, o fato de que ela deve conter apenas matérias referentes a
grupos particularizados e temas passíveis de alterações frequentes não é
correto. Pelo contrário, a Constituição deve tratar de temas amplos e
fundamentais, que não se alteram com facilidade, de modo a garantir sua
durabilidade e estabilidade.
A Constituição deve estabelecer os princípios e regras que regem o
funcionamento das instituições e a organização do Estado, bem como os
direitos fundamentais dos cidadãos. Estes temas são de importância vital e
devem estar contemplados em uma Constituição, de modo a garantir que o
Estado e a sociedade estejam fundamentados em valores democráticos e
respeito aos direitos humanos.
Além disso, a Constituição não deve ser vista como um instrumento
estático e imutável, mas sim como um documento vivo, que pode ser adaptado
às mudanças da sociedade e do mundo jurídico. Por isso, é possível que sejam
incluídas na Constituição matérias que possam ser objeto de alterações
posteriores, desde que sejam respeitados os limites e o procedimento
estabelecidos pela própria Constituição para sua alteração.
Resposta baseada na tese de Doutorado de José Duarte Neto, que tem
como título, A rigidez e estabilidade constitucional apresentado na Faculdade
de Direito de São Paulo no ano de 2009. Disponível na Biblioteca Digital de
Teses e Dissertações da USP.

05.VERDADEIRA. O neoconstitucionalismo é uma doutrina do Direito que


surge a partir da segunda metade do século XX e que coloca a Constituição no
centro do ordenamento jurídico, conferindo a ela um papel fundamental na
interpretação e aplicação do direito. Nesse sentido, a Constituição é vista como
uma norma superior que orienta a criação e a aplicação das demais normas
jurídicas, estabelecendo princípios e valores fundamentais que devem nortear
a atuação do Estado e dos indivíduos.
Dessa forma, o neoconstitucionalismo se baseia na ideia de que os
direitos fundamentais são a base do Estado de Direito e que devem ser
protegidos e promovidos em todas as esferas do ordenamento jurídico. Em
caso de colisão de direitos fundamentais em função da supremacia da
Constituição, o julgador não pode simplesmente sacrificá-los por completo, mas
deve realizar uma ponderação entre os valores em conflito, de forma a buscar
uma solução que respeite ao máximo possível todos os direitos envolvidos
Assim, a doutrina do neoconstitucionalismo se aproxima da moral, na
medida em que reconhece que os valores e princípios fundamentais que regem
a sociedade devem ser levados em conta na interpretação e aplicação do
direito, o que pode implicar em decisões que vão além da mera aplicação literal
da lei.
Resposta baseada na doutrina da Nina Ranieri, Teoria do Estado: do
Estado de Direito ao Estado Democrático de Direito, 2° edição, 2018.
Disponível em: Minha Biblioteca.

06. PARCIALMENTE VERDADEIRA E PARCIALMENTE FALSA . É verdade


que os direitos fundamentais têm relatividade e historicidade. A relatividade se
refere ao fato de que os direitos fundamentais podem ser limitados em
determinadas circunstâncias, quando há conflito entre eles ou em situações
excepcionais. Por exemplo, o direito à liberdade de expressão pode ser
limitado em casos de discurso de ódio, quando há risco de violência ou
discriminação. Já a historicidade diz respeito ao fato de que os direitos
fundamentais são construções históricas e culturais, que refletem as demandas
e os valores de cada época e sociedade.
No entanto, a afirmação é falsa quando se trata da prescritibilidade dos
direitos fundamentais. Prescritibilidade significa que um direito pode ser extinto
ou perdido por não ter sido exercido por um período de tempo. Isso não é
verdade para os direitos fundamentais, que são considerados direitos
irrenunciáveis e inalienáveis, que pertencem a todas as pessoas e não podem
ser perdidos ou extintos por falta de exercício. Além disso, os direitos
fundamentais são protegidos por normas constitucionais e tratados
internacionais de direitos humanos, que garantem sua efetividade e
permanência.
Resposta baseada na doutrina de Jane Reis Gonçalves Pereira.
Interpretação constitucional e direitos fundamentais. Disponível em: Minha
Biblioteca, (2nd edição). Editora Saraiva, 2017.

07. FALSA.
O princípio da proporcionalidade, também conhecido como princípio da
razoabilidade, é um dos pilares do Estado de Direito e da proteção dos direitos
fundamentais. Ele tem como objetivo equilibrar os interesses em conflito,
garantindo que a intervenção estatal seja adequada, necessária e proporcional
aos fins que se pretende alcançar.
No entanto, o princípio da proporcionalidade não é absoluto e possui
duas faces de proteção: a proibição da proteção insuficiente e a proibição do
excesso. A primeira face impõe ao Estado o dever de agir para garantir a
proteção adequada dos direitos fundamentais, enquanto a segunda face impõe
o limite à atuação estatal, impedindo que ele extrapole os limites necessários
para proteger os direitos fundamentais.
Essa visão é compartilhada por grande parte dos doutrinadores e
tribunais em todo o mundo, sendo considerada um consenso na doutrina
jurídica. Portanto, a afirmação de que Barroso (2022) diverge da maioria dos
doutrinadores ao afirmar que o princípio da proporcionalidade não possui duas
faces de proteção é falsa.
Resposta baseada na explanação sobre O papel desempenhado pelos
Direitos Fundamentais no Estado Democrático, realizada por Verônica
Antunes, promotora de Justiça na Revista do Ministério Público do Rio de
Janeiro.

08-ERRADA.
O Supremo Tribunal Federal (STF brasileiro utiliza, sim, o princípio da
razoabilidade conjuntamente com o princípio da proporcionalidade em suas
decisões, seguindo o entendimento da maioria da doutrina jurídica.
No caso da descriminalização da interrupção da gravidez de fetos
anencefálicos, em 2012, o STF utilizou ambos os princípios em sua decisão. O
tribunal considerou que a criminalização dessa conduta violava os direitos
fundamentais da mulher e do nascituro, previstos na Constituição Federal, e
que a descriminalização seria uma medida proporcional e razoável para
proteger esses direitos.
A decisão do STF nesse caso foi baseada em um amplo conjunto de
fundamentos jurídicos e de princípios constitucionais, que incluíram tanto o
Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro utiliza, sim, o princípio da
princípio da proporcionalidade quanto o princípio da razoabilidade.
Portanto, a afirmação de que o STF não utiliza o princípio da razoabilidade
conjuntamente com o princípio da proporcionalidade em suas decisões é falsa.
Resposta baseada no artigo de Lais Nunes de Oliveira, que tem o título
de Análise da decisão do STF relativa ao aborto de encéfalo a luz das teorias
do direito, publicado no ano de 2017. Publicado no site jus.com.br.

09.FALSA.
O princípio da proporcionalidade é um dos princípios fundamentais do
Estado de Direito, e seu objetivo é garantir que as intervenções estatais sejam
adequadas, necessárias e proporcionais aos fins que se pretende alcançar,
especialmente no que se refere à proteção dos direitos fundamentais.
O princípio da proporcionalidade é composto por três subprincípios:
adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. O subprincípio
da adequação se refere à necessidade de que a medida adotada seja efetiva
para alcançar o objetivo pretendido. O subprincípio da necessidade exige que a
medida adotada seja a menos onerosa possível em termos de restrição aos
direitos fundamentais. E o subprincípio da proporcionalidade em sentido estrito
exige que a relação entre a medida adotada e o objetivo pretendido seja
proporcional, ou seja, que a medida seja apropriada e que os benefícios da
medida superem seus custos.
Quanto ao subprincípio da racionalidade, há divergência na doutrina
quanto a sua inclusão como um subprincípio do princípio da proporcionalidade.
Alguns autores consideram que a racionalidade é um dos aspectos do
subprincípio da necessidade, enquanto outros defendem que ela deve ser
considerada um subprincípio autônomo.
Em relação à técnica de ponderação, ela é um método utilizado para
solucionar conflitos entre direitos fundamentais, e não faz parte do princípio da
proporcionalidade em si. A técnica de ponderação consiste em avaliar os
direitos em conflito a cria importância relativa a buscar uma solução.
Portanto, a afirmação de que o princípio da proporcionalidade se divide
em quatro subprincípios adequação, necessidade, proporcionalidade em
sentido estrito e racionalidade, e que ele deve ser utilizado a partir da técnica
de ponderação, é parcialmente verdadeira.
Resposta baseada na doutrina da Jane Reis, Interpretação
constitucional e direitos fundamentais. Editora Saraiva, 2017. Disponível em:
Minha Biblioteca.

10. VERDADEIRA.
A Constituição do Império do Brasil foi outorgada em 1824 pelo
imperador Dom Pedro l, após a Assembleia Constituinte ter aprovado o texto
da Constituição e enviado para a sanção do imperador. Na época, o Poder
Moderador foi criado como um poder independente e autônomo, conferido
exclusivamente ao imperador, que tinha como função equilibrar e controlar os
demais poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
O Poder Moderador permitia ao imperador dissolver a Assembleia Geral,
nomear e demitir ministros de Estado, convocar e presidir o Conselho de
Estado, nomear senadores vitalícios, entre outras atribuições.
Portanto, a afirmativa de que a Constituição do Império do Brasil, que
impôs o Poder Moderador, foi instituída em 1824 pela Assembleia Constituinte
é falsa. A Constituição foi outorgada pelo imperador Dom Pedro 1, após a
aprovação do texto pela Assembleia Constituinte.
Resposta baseada na doutrina de James Eduardo, Constituição Federal
Anotada e Comentada. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2013 .

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