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CONSTITUCIONAL

CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO
SOCIOLÓGICO POLÍTICO JURÍDICO CULTURALISTA
- Ferdinan Lassalle - Carl Schmitt - Hans Kelsen - A Constituição se fundamenta
- Soma dos fatores reais de - Decisão política - No sentido lógico-jurídico a simultaneamente em fatores
poder que regem a fundamental Constituição significa “norma sociais, nas decisões políticas
sociedade. - Divide normas fundamental hipotética”. fundamentais e também nas
- Para ele a Constituição constitucionais e leis - No sentido jurídico-positivo, a normas jurídicas de dever ser
escrita não passa de “mera constitucionais. Constituição é norma positiva cogentes.
folha de papel”, sem força suprema, que fundamenta e dá
diante da constituição real. validade a todo o ordenamento.

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CF/88  Promulgada; Rígida; Escrita; Dogmática ou Ortodoxa (documento escrito elaborado em ocasião certa, historicamente
determinada); Analítica; Formal; Dirigente; Nominativa; Eclética (várias ideologias); Orgânica (documento único que concentra todos
os preceitos constitucionais); Principiológica; autoconstituição.

- Constituição-lei: a Constituição é equiparada as demais leis do ordenamento, sendo desprovida de status hierárquico diferenciado.
- Constituição-moldura: a Constituição é só a moldura de um quadro vazio, funcionando como limite à atuação do legislador
ordinário, que não poderá atuar fora dos limites previamente estabelecidos.
- Constituição suave ou dúctil: assegura várias opções e escolhas de formas de vida, pois sua tarefa não é a de definir qual o único
projeto de vida cabível e válido, e sim o de funcionar como um substrato para o desenvolvimento de distintos projetos pessoais.
- Constituição plástica: é aquela que apresenta uma mobilidade, projetando a sua força normativa na realidade social, política,
econômica e cultural do Estado, conforme a perspectiva defendida por Raul Machado Horta. É uma Constituição que permite
constantes releituras, acompanhando as mutações da sociedade.

APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS – JOSÉ AFONSO DA SILVA


EFICÁCIA PLENA EFICÁCIA CONTIDA EFICÁCIA LIMITADA
- Aplicabilidade imediata, direita e - Aplicabilidade imediata, - Aplicabilidade mediata, indireta e reduzida.
integral. direita e restringível. - Só produz pleno efeito depois da exigida
- Produz todos os seus efeitos - Produz todos os seus efeitos regulamentação.
essenciais simplesmente com a entrada essenciais simplesmente com - Ex: direito de greve.
em vigor da CF, independentemente de a entrada em vigor da CF, as - São normas de princípios institutivos (o legislador
qualquer regulamentação por lei. que podem vir a ser constituinte traça esquemas gerais de estruturação e
- Ex: “ninguém será obrigado a fazer restringidos. atribuições dos órgãos e entidades, para que o legislador
ou deixar de fazer alguma coisa senão - Art 5º, XIII, que prevê as ordinário os estruture posteriormente) e normas de
em virtude de lei”. restrições ao exercício do princípios programáticos (o legislador se limitou a
- Ex: inadmissibilidade de provas trabalho, ofício ou profissão. traçar princípios para serem cumpridos pelos seus
obtidas por meios ilícitos. órgãos, como programas das respectivas atividades,
visando a realização dos fins sociais do Estado).

ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
ORGÂNICOS LIMITATIVOS SOCIOIDEOLÓGICOS ESTABILIZAÇÃO FORMAIS DE
CONSTITUCIONAL APLICABILIDADE
Tratam da Normas que Visam o bem-estar social. Normas que objetivam Regras de transição e
estrutura do instituem o rol de Normas que explicitam o assegurar a solução de aplicação das normas
Estado e dos direitos e compromisso social das conflitos constitucionais, constitucionais.
Poderes garantias Constituições Modernas com a a defesa da CF, do Estado Ex: preâmbulo e ADCT
fundamentais proteção dos indivíduos e busca e das instituições
pela efetivação de um bem- democráticas.
estar social.

PRINCÍPIOS INSTRUMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO


SUPREMACIA DA Em virtude de a Constituição ocupar o ápice da estrutura normativa em nosso ordenamento, todas as
CONSTITUIÇÃO demais normas e atos do Poder Público somente serão considerados válidos quando em conformidade
com ela.
INTERPRETAÇÃO Diante de normas polissêmicas, ou seja, com vários significados, o intérprete deve optar pela
CONFORME À interpretação que mais se compatibilize com a Constituição, afastando as demais interpretações que
CONSTITUIÇÃO violem a Constituição.
UNIDADE DA Visa conferir um caráter ordenado e sistematizado as disposições constitucionais, permitindo que o texto
CONSTITUIÇÃO da CF seja compreendido como um todo unitário e harmônico, desprovido de antinomias reais. Por força
deste princípio, pode-se dizer que não há hierarquia normativa e subordinação entre as normas
constitucionais.
FORÇA Deve o intérprete priorizar a interpretação que dê concretude à normatividade constitucional, jamais
NORMATIVA negando-lhes eficácia.
EFEITO Deve-se buscar a leitura que reforce o ideal de que a Constituição é um agrupamento normativo único,
INTEGRADOR composto por normas conectadas, que devem ser lidas de maneira a reforçar e a reafirmar a integração
política e social engendrada pela Constituição.
CONCORDÂNCIA Estabelece que em uma eventual colisão de princípios ou bens jurídicos, o exegeta deverá sopesar os

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PRÁTICA OU princípios conflitantes de modo a harmonizá-los, sem que a aplicação de um resulte no aniquilamento do
HARMONIZAÇÃO outro.
MÁXIMA Apresenta-se como um apelo, para que seja realizada a interpretação dos direitos e garantias
EFETIVIDADE fundamentais de modo a alcançar a maior efetividade possível, de maneira a otimizar a norma e dela
extrair todo o seu potencial protetivo.
CONFORMIDADE Objetiva impedir que os órgãos encarregados de realizar a interpretação constitucional cheguem a um
FUNCIONAL OU resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório funcional estabelecido pela Constituição,
JUSTEZA sob pena de usurpação de competência.

 Método jurídico ou hermenêutico-clássico: parte da premissa de que a Constituição é uma lei,


devendo ser interpretada como tal, dispondo o intérprete dos seguintes elementos tradicionais ou
clássicos da hermenêutica jurídica: a) gramatical (ou literal); b) histórico; c) sistemático (ou lógico);
d) teleológico (ou racional); e e) genético.
 Método tópico-problemático: Criado por Theodor Viehweg, que, em 1953, publicou a sua
obra Tópica e Jurisprudência. Para este método, deve a interpretação partir do problema concreto para
MÉTODOS DE a norma. * Para não esquecer o nome do criador do método na hora da prova, pode-se relacionar as
INTERPRETAÇÃO iniciais: Theodor - Tópico.
CONSTITUCIONAL  Método hermenêutico-concretizador: Parte da norma para o caso concreto. Seu idealizador
foi Hesse. * É possível, igualmente, relacionar as iniciais para não esquecer: Hesse - Hermenêutico.
 Método científico-espiritual: idealizado por Rudolf Smend, este método dispõe que a
interpretação constitucional deve levar em consideração a compreensão da Constituição como uma
ordem de valores e como elemento do processo de integração. Assim, a interpretação deve
aprofundar-se na pesquisa do conteúdo axiológico subjacente ao texto, pois só o recurso à ordem de
valores obriga a uma captação espiritual desse conteúdo axiológico último da Constituição.

CONSTITUCIONALISMO

 Povo Hebreu – Estado teocrático, onde foram criados limites ao poder público através das leis
divinas.
ANTIGO  Cidades-Estado Gregas - havia ampla participação dos governados na condução do processo
político (democracia direta). Os cidadãos gregos exerciam por muitos mecanismo diretamente o
poder.
 Romano – Ideia embrionária de separação dos poderes.
 Magna Carta Inglesa (1215): reprsentou uma limitação do poder monárquico à autoridade da
MEDIEVAL lei.

 Transição da monarquia absolutista para o Estado Liberal, em especial na Europa, no final do


século XVIII, que traçou limitações formais ao po-der político vigente à época.
 Surgimento das Constituições escritas.
 Constituições dos Estados Unidos da América de 1787 e da França de 1791.
 Constituições liberais (ex: constitucionalismo inglês, norte-americano e francês), cujos
MODERNO documentos eram sintéticos. Sob viés liberal, orientavam-se por valores como liberdade,
proteção à propriedade privada, proteção aos direitos individuais e absenteísmo estatal).
 Direitos de primeira geração. Abstenção do Estado. Direitos Negativos
 Contribuição da Revolução Gloriosa: soberania do parlamento (em base bicameral).
 Contribuição da Revolução Francesa: princípio da soberania nacional.
 Contribuição da Revolução Americana: federalismo e Constituição como uma "Bíblia Política”.
CONTEMPORÂNEO  Também chamado de Constitucionalismo Social.
 Totalitarismo constitucional: textos constitucionais trazem importante conteúdo social,

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estabelecendo normas programáticas e realçando o sentido de constituição dirigente.
 Dirigismo comunitário e constitucionalismo globalizado: busca difundir a perspectiva de
proteção aos direitos humanos e de propagação para todas as nações.
 Direitos de segunda dimensão: relacionados à igualdade.
 Direitos de terceira dimensão: relacionados à fraternidade/solidariedade.
 Atuação Positiva do Estado.
 Constituição do México/1917 e Constituição da Alemanha/1919.

 Deverá buscar a concretização dos seguintes va-lores:


a) Verdade
b) Solidariedade
DO FUTURO (José
c) Consenso
Roberto Dromi)
d) Continuidade
e) Participação
f) Integração
NEOCONSTITUCION Principais ideias
ALISMO ✓ Força normativa da Constituição.
✓ Normatividade dos Princípios.
✓ As Constituições passam a prever valores.
✓ Protagonismo dos Direitos Fundamentais;
✓ Forma-se o Estado Constitucional de Direito.
✓ Busca-se a concretização dos direitos fundamentais e a garantia de condições
mínimas de existência aos indivíduos.
✓ Constitucionalização do Direito.

Marcos (histórico, filosófico e teórico)


a. Histórico: pós 2ª Guerra Mundial. No Brasil o marco histórico foi a redemocrati-
zação operada pela CF de 1988.

b. Filosófico: pós-positivismo
✓ O pós-positivismo, como via intermediária para a superação das concepções
jusnaturalistas e juspositivistas, tem pretensão de universalidade,
ou seja, pretende desempenhar o papel de autêntica teoria geral do direito
aplicável a qualquer tipo de ordenamento jurídico, independentemente de suas
características específicas. (…) O neoconstitudonalismo, por seu turno, tem
pretensões mais específicas. Trata-se de uma teoria particularmente desenvolvida
para explicar e dar conta das complexidades que envolvem um modelo específico de
organização político-jurídica (o Estado constitucional democrá-tico) e de
constituição (“constituições normativas e garantistas”). MPGO/19.

✓ Reconhece a centralidade dos direitos fundamentais.


✓ Reaproximação entre o Direito e a Ética. Novelino: “As diferentes
aspirações do pós-positivismo (teoria universal) e do neoconstitucionalismo
(teoria particular) também se revelam nos planos em que a moral atua como
uma instância crítica de valoração do direito. Na visão pós-positivista a
normatividade dos princípios e a centralidade da argumentação jurídica são
determinantes para se pensar o direito e a moral como esferas complementares e
não totalmente autônomas. Embora sejam reconhecidas as especificidades de
cada uma delas, não se admite um tratamento segmentado. Ao pressupor
uma “conexão necessária” entre direito e moral, o pós-positivismo rompe

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com dualismo, característico das concepções juspositivistas, entre as duas esferas”.
Em seguida, leciona: “O neoconstitucionalismo, por seu turno, adota uma
premissa distinta ao considerar que a conexão identificativa entre direito e
moral resulta da incorporação dos valores morais nas constituições por meio de
princípios e direitos fundamentais, pontes necessárias entre as duas esferas.
Sob esta óptica, a conexão entre o direito e a moral é apenas contingente – e não
necessária, como no pós-positivismo, isto é, decorre da incorporação de princípios
morais nas constituições contemporâneas.

✓ Princípios passam a ser encarados como normas jurídicas.


✓ Novelino: “Como postura ideológica pe-rante o direito vigente, o pós-positivismo
pode ser visto como uma via intermediária que busca preservar a segu-rança
jurídica, mas sem adotar uma vi-são cética em relação à justiça material. O
caráter prima face atribuído à segu-rança jurídica, em casos extremos, pode ser
afastado em nome da justiça”.

c. Teórico

✓ Foça normativa da Constituição.

✓ Expansão da jurisdição constitucional.

✓ Nova dogmática da interpretação constitucional.

PODER CONSTITUINTE
- Atribui-se ao abade Emmanuel Sieyès o desenvolvimento da teoria do poder constituinte, com a obra Que é
o Terceiro Estado?
- É o poder responsável pela elaboração da Constituição, norma jurídica superior que inicia a ordem jurídica e
lhe confere fundamento de validade.
- Natureza Jurídica: para os jusnaturalistas, é poder de direito, pois eles admitem a existência de um direito
natural prévia ao direito positivo, de modo que a base normativa que lhe confere fundamentação jurídica e o
afirma enquanto um poder de direito é o direito natural. Já para os juspositivistas, é um poder de fato, pois
não há como pensar o direito antes de se aferir a existência de um Estado, sendo o poder constituinte anterior
ORIGINÁRIO ao próprio direito.
- Titularidade: do povo.
- Características: inicial, ilimitado, incondicionado e autônomo.
- Fala-se em poder constituinte histórico quando se produz a primeira Constituição de um Estado e
revolucionário as demais.
- Pode ser material (delimita os valores que serão prestigiados) ou formal (exprime e formaliza a criação em
si). O material precede o formal.
- O poder constituinte originário é permanente, não se esgotando na elaboração da constituição.
- Não se pode alegar direito adquirido perante a nova Constituição.
- É a capacidade conferida pelo poder constituinte originário aos Estados-membros para elaborarem suas
constituições.
DECORRENTE - Natureza jurídica: poder de direito, institucionalizado pela Constituição.
- Característica: limitado, condicionado e secundário.
- Limitações: princípios constitucionais sensíveis, extensíveis e estabelecidos.
- É perceptível no Distrito Federal, mas não nos municípios.
- Tem a função de alterar formalmente a Constituição Federal, exercendo a importante tarefa de ajustar e
atualizar o texto constitucional aos novos ambientes formatados pela dinâmica social.
- Limitações expressas ao poder de reforma
1) Temporais: limites construídos no intuito de impedir alterações na CF durante certos espaçamentos
temporais. Não tem previsão na CF/88.

2) Circunstanciais: A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de

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defesa ou de estado de sítio.

3) Materiais: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:


I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
REFORMADOR IV - os direitos e garantias individuais.

4) Formais Subjetivas
A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros.

4) Formais objetivas:
A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. A emenda à Constituição será
promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa.

- Limitações implícitas
1) Imutabilidade do artigo 60, da CF
2) Impossibilidade de o poder reformador estabelecer nova titularidade ao poder constituinte originário e ao
poder derivado de reforma
3) impossibilidade de supressão dos fundamentos da República Federal do Brasil (art. 1º, CF).

REVISÃO CONSTITUCIONAL: O art 3º do ADCT determinou que a revisão constitucional poderia se efetivar depois de passados
cinco anos da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos integrantes do Congresso Nacional, em sessão
unicameral. Realizada a revisão, a normal constitucional do ADCT se exauriu, impedindo a convocação de um novo procedimento
revisional.

MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL: É um mecanismo informal de mudança, que não origina quaisquer alterações no texto da
Constituição, que permanece íntegro. As modificações são de ordem interpretativa. São realizadas pelo poder difuso, um poder também
derivado, mas não escrito.

NACIONALIDADE
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA
Art. 12. São brasileiros: CF: Art. 12. São brasileiros:
I - natos: II - naturalizados:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
estejam a serviço de seu país  Critério jus soli ininterrupto e idoneidade moral;
(territorial) b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos E sem
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
serviço da República Federativa do Brasil 
Critério jus sanguinis (sanguíneo) LEI DA IMIGRAÇÃO
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de Art. 64. A naturalização pode ser:
mãe brasileira, desde que sejam registrados em I - ordinária;
repartição brasileira competente ou venham a II - extraordinária;

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residir na República Federativa do Brasil e optem, III - especial; ou
em qualquer tempo, depois de atingida a IV - provisória.
maioridade, pela nacionalidade brasileira  Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele que preencher as
Critério jus sanguinis (sanguíneo) seguintes condições:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro)
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; anos;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do
III - de Presidente do Senado Federal; naturalizando; e
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da
V - da carreira diplomática; lei.
VI - de oficial das Forças Armadas. Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II do caput do art. 65 será
VII - de Ministro de Estado da Defesa. reduzido para, no mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher
quaisquer das seguintes condições:
BIZU! MP3.com I - (VETADO);
II - ter filho brasileiro;
- Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado
de radiodifusão sonora e de sons e imagens é legalmente ou de fato no momento de concessão da naturalização;
privativa de brasileiros natos ou naturalizados há IV - (VETADO);
mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou
no País. artística.
Art. 67. A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de
qualquer nacionalidade fixada no Brasil há mais de 15 (quinze) anos
Será declarada a perda da nacionalidade do ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeira a nacionalidade
brasileiro que: brasileira. = CF
I - tiver cancelada sua naturalização, por Art. 68. A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro que
SENTENÇA JUDICIAL, em virtude de atividade se encontre em uma das seguintes situações:
nociva ao interesse naciona  PERDA-PUNIÇÃO. I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de
II - adquirir outra nacionalidade (PERDA- integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a
MUDANÇA), salvo nos casos: serviço do Estado brasileiro no exterior; ou
a) de reconhecimento de nacionalidade originária II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em
pela lei estrangeira; repartição consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos.
b) de imposição de naturalização, pela norma Art. 69. São requisitos para a concessão da naturalização especial:
estrangeira, ao brasileiro residente em estado I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
estrangeiro, como condição para permanência em seu II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do
território ou para o exercício de direitos civis. naturalizando; e
III - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da
A perda-punição só atinge brasileiro naturalizado e lei.
depende de processo judicial. Art. 70. A naturalização provisória poderá ser concedida ao migrante
A perda-mudança atinge brasileiros natos e criança ou adolescente que tenha fixado residência em território nacional
naturalizados. Ocorre por meio de procedimento antes de completar 10 (dez) anos de idade e deverá ser requerida por
administrativo. intermédio de seu representante legal.
Parágrafo único. A naturalização prevista no caput será convertida em
definitiva se o naturalizando expressamente assim o requerer no prazo
de 2 (dois) anos após atingir a maioridade.

AÇÕES CONSTITUCIONAIS
HABEAS CORPUS
Ação autônoma de Será concedido sempre que alguém sofrer Legitimidade ativa ampla e irrestrita:
impugnação, de natureza (repressivo) ou se achar ameaçado de sofrer pode ser impetrado pelo MP, por qualquer
constitucional. (preventivo) violência ou coação em sua liberdade de pessoa, física ou jurídica (em defesa de
O HC encontra-se inserido locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. terceiro), nacional ou estrangeira, ainda que
no CPP no título que versa sem a plena capacidade civil e
sobre recursos. Apesar de HC liberatório ou repressivo: se volta contra ordem independentemente da presença de
sua localização topográfica, ilegal ou abuso de poder já perpetrados, cuja coação capacidade postulatória. É por isso que a
o HC não tem natureza se concretizou ou está em vias de se concretizar. doutrina considera o HC como exemplo de
jurídica de recurso. HC preventivo: se ajuíza contra ameaça de ação penal popular. Na visão do STF, essa
Argumentos: o HC pode ser constrangimento ilegal à liberdade de locomoção, desnecessidade de capacidade postulatória

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impetrado visando a prevenir sua materialização. A ameaça para a impetração do remédio heroico
independentemente da deve ser iminente e plausível. abrange não apenas o HC em si, como
existência de processo penal HC profilático: destinado a suspender atos também eventual recurso interposto em
em curso; pode ser processuais ou impugnar medidas que possam desdobramento a ele. Afinal, o recurso deve
impetrado contra decisões importar em prisão futura com aparência de seguir a sorte do principal.
judiciais, atos legalidade, porém intrinsecamente contaminada por
administrativos ou ilegalidade anterior. Legitimidade passiva: autoridades públicas
particulares; pode ser HC trancativo: visa ao trancamento de inquérito e particulares. O MP pode ser apontado
utilizado a qualquer tempo, policial ou de processo penal. como autoridade coatora em razão da prática
inclusive após o trânsito em HC coletivo: a tutela coletiva busca concentrar em de atos administrativos capazes de causar
julgado de sentença um único processo questões que poderiam estar constrangimento ilegal à liberdade de
condenatória ou absolutória diluídas em centenas ou milhares de ações, o que locomoção de determinada pessoa. Como
imprópria; pode ser claramente vem ao encontro dos princípios da por exemplo quando requisita a instauração
requerido pelo próprio celeridade, da economia processual e da razoável de inquérito policial para apurar conduta
paciente ou qualquer do duração do processo. A coletivização das demandas atípica ou em relação à qual a punibilidade
povo. de origem comum também visa conferir um já esteja extinta. Nesse caso, a competência
tratamento isonômico aos jurisdicionados. para julgar será do TJ (se MPE).
Hipóteses de impetração: Recurso contra as decisões em HC: contra decisão de HC COLETIVO
ausência de justa causa juiz singular que conceder ou denegar a ordem de O STJ não tem admitido a impetração de HC
(conjunto de elementos de HC caberá RESE. coletivo.
direito e de fato que tornam Eventual concessão da ordem de HC pelo juiz Todavia, recente, a 2ª turma do STF admitiu
legítima a acusação); singular está submetida ao reexame necessário. Se a HC coletivo, sob o fundamento de que a
excesso de prazo da prisão; decisão é da instância superior, não há necessidade de ação coletiva funciona como um dos únicos
coação ordenada por reexame necessário. instrumentos capazes de garantir o acesso à
autoridade incompetente; Já a CF prevê o recurso ordinário para o STF e STJ justiça dos grupos mais vulneráveis
cessação do motivo que quando a decisão for denegatória. Além do recurso socioeconomicamente, conferindo maior
autorizou a coação; não ordinário, também são admissíveis os RESP e o amplitude possível ao remédio heroico
admissão de prestação de REXT, que poderão ser interpostos contra decisões (doutrina brasileira do HC).
fiança; processo denegatórias ou concessivas da ordem de HC. Para o STF, apesar de não haver uma
manifestamente nulo; e previsão expressa no ordenamento jurídico,
quando extinta a Compete originariamente ao Tribunal de Justiça o existem dois dispositivos legais que,
punibilidade. julgamento de habeas corpus contra decisão de indiretamente, revelam a possibilidade de
turma recursal de juizados especiais criminais. habeas corpus coletivo. A fundamentação
Admite-se a concessão de legal para o cabimento do HC coletivo pode
medida liminar. HC substitutivo de Recurso Ordinário: Doutrina e ser extraída do artigo 654, §2º, do CPP, que
jurisprudência sempre admitiram a utilização do preconiza a competência de juízes e
Efeito extensivo da ordem habeas corpus substitutivo, que consiste na faculdade tribunais para expedir a ordem de HC de
de HC: doutrina e outorgada ao interessado de optar pela impetração de ofício, bem como do artigo 580 do mesmo
jurisprudência entendem que novo HC ao Tribunal imediatamente superior, ao diploma legal, que permite que a ordem
é plenamente possível a invés de ter que interpor o recurso previsto em lei. concedida em determinado writ seja
aplicação do artigo 580 do Em tais situações, sempre se considerou que, ao estendida para todos que se encontram na
CPP no julgamento do HC. denegar anterior ordem de HC, o juiz ou tribunal mesma situação.
Assim, a decisão do recurso passam a ser responsáveis pelo constrangimento A legitimidade ativa do HC coletivo deve
interposto por um dos ilegal, assumindo a condição de autoridade coatora, ser reservada àqueles listados no artigo 12,
acusados no caos de daí por que o interessado pode impetrar novo writ da Lei 13.300/16 (MI coletivo). 1) o
concurso de agentes constitucional em substituição a eventual recurso Ministério Público; 2) o partido político com
aproveitará aos demais, ordinário. representação no Congresso Nacional; 3) a
desde que fundada em Recentemente, porém, nota-se crescente mudança de organização sindical, entidade de classe ou
motivos que não sejam de orientação jurisprudencial acerca do assunto. A associação legalmente constituída e em
caráter exclusivamente jurisprudência das Cortes Superiores tem caminhado funcionamento há pelo menos 1 (um) ano; 4)
pessoal. no sentido de não admitir o writ como substituto do a Defensoria Pública.
recurso adequado ou da revisão criminal. Todavia,
O assistente do ministério reconhece-se exceções. Nas situações em que for
público não pode recorrer, flagrante a ilegalidade do ato coator, o abuso de
extraordinariamente, de poder, ou mesmo a teratologia, em prejuízo da
decisão concessiva de liberdade do paciente, impõem-se a concessão da
"habeas corpus". ordem, inclusive de ofício.

NÃO CABE HABEAS CORPUS ❌ CABE HABEAS CORPUS

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❌ Não é meio processual adequado para se discutir direito de visita a preso.
✅ Cabe HC para análise de legalidade de
❌ Trancar processo de impeachment. prisão em punições disciplinares militares

❌ Contra decisão monocrática de Ministro do STF e STJ ✅ Cabe HC para trancamento de processo

❌ Não se admite habeas corpus para se questionar nulidade cujo tema não foi trazido
no qual se apura o delito de porte de
drogas para consumo (art. 28 da lei
antes do trânsito em julgado da ação originária e tampouco antes do trânsito em 11.343/2006).

✅ Cabe HC contra instauração de IP ou


julgado da revisão criminal.

❌ O STF decidiu que não tem competência para julgar habeas corpus cuja autoridade indiciamento, sem que haja justa causa
apontada como coatora seja delegado federal chefe da Interpol no Brasil. para estes atos (HC trancativo).

❌ Não cabe HC em favor de PJ, nem mesmo para trancamento de IP sem justa causa ✅ Cabe HC contra o indeferimento de

no qual se investiga crime ambiental. prova de interesse do investigado ou

❌ Não cabe HC para trancamento de persecução penal referente à infração penal à qual
acusado.

✅ Cabe HC para aplicação de prisão


seja cominada tão somente pena de multa.

❌ Não cabe o HC quando já tiver havido o cumprimento da PPL (sum 695, STF).
domiciliar - STJ.

✅ Cabe HC contra o deferimento de prova


❌ Não cabe o HC contra exclusão de militar, perda de patente ou de função pública ilícita ou deferimento inválido de prova
(sum 694, STF). lícita.

❌ Não cabe HC contra o efeito extrapenal de perda do cargo advindo de sentença ✅ Cabe HC contra a autorização judicial de

condenatória transitada em julgado. quebra de sigilos – bancário, fiscal,

❌ Não cabe HC contra a apreensão de veículos.


telefônico, etc – em procedimento penal.

✅ Cabe HC para questionar medidas


❌ Não cabe HC contra a suspensão do direito de dirigir. protetivas de urgência previstas na Lei
Maria da Penha que restrinjam a liberdade
❌ Não cabe HC para eventual pedido de reabilitação do paciente. de ir e vir.

✅ Cabe HC para impugnar medidas


❌ Não cabe HC para assegurar a preservação da relação de confidencialidade entre
cautelares de natureza pessoal diversas da
cliente e advogado. prisão, quando estas forem onerosas ao
❌ Não cabe HC para pleitear a extração gratuita de cópias de processo criminal.
implicado e puderem ser convertidas em
prisão se descumpridas.

❌ Não cabe HC para afastar pena acessória de perda de cargo público - STJ.

❌ Não cabe HC para requerimento de aditamento da denúncia a fim de incluir outro


acusado.

❌ Não cabe HC contra a perda de direitos políticos.

❌ Não cabe HC para discutir a reparação civil fixada na sentença condenatória


criminal.

❌ Não cabe HC para discussão de mérito administrativo de prisão em punições

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disciplinares militares.

❌ Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus
das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.

MANDADO DE SEGURANÇA
Ação autônoma de Legitimidade ativa: pode ser impetrado por qualquer Competência: compete aos Tribunais o
impugnação de pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira. Deve julgamento originário de MS contra seus atos.
natureza cível, com ser subscrito por quem seja dotado de capacidade Súmula 376, STJ - Compete a turma recursal
status constitucional. postulatória. processar e julgar o mandado de segurança
Visa proteger direito O MP também pode impetrar MS, bem como querelante, contra ato de juizado especial.
individual ou o assistente da acusação, o acusado, seu defensor e até MS impetrado contra decisão de turma recursal
coletivo, líquido e mesmo terceiros interessados. é de competência da própria turma recursal.
certo, não No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Em SP compete ao Juiz de Direito o processo e
amparado por HC Público contra decisão proferida em processo penal, é julgamento de MS interposto contra Promotor
ou HD, lesado obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo de Justiça e ao TJ o interposto contra o PGJ.
(repressivo) ou
ameaçado de lesão Legitimidade passiva: autoridade coatora. A sentença que conceder a segurança pode ser
(preventivo), por ato Liminar: é possível a concessão de liminar desde que executada provisoriamente, salvo nos casos em
de autoridade, seja presente o periculum in mora e o fumus boni iuris. for vedada a medida liminar.
de que categoria for e Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou
sejam quais forem as negar a liminar caberá agravo de instrumento. A sentença ou acórdão que denegar o MS, sem
funções que exerça. decidir o mérito, não impedirá que o
Prazo decadencial: Será vedada a concessão de liminar: para a compensação requerente, por ação própria, pleiteie os seus
120 dias, contados da de créditos tributários, entrega de mercadorias ou bens direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.
data em que o provenientes do exterior e para reclassificação ou
interessado tomou equiparação de servidores públicos e a concessão de Recursos: da sentença, denegando ou
ciência do ato aumento ou extensão de vantagens ou pagamento de concedendo a segurança, caberá apelação, bem
impugnado. Tal prazo qualquer natureza. como do indeferimento da inicial pelo juiz de
não está sujeito a primeiro grau (se decisão de relator caberá
causas suspensivas SÚMULA 405, STF: Denegado o mandado de segurança agravo regimental).
e/ou interruptivas. pela sentença, ou no julgamento do agravo, dela Concedida a segurança em 1º grau, caberá
A perda desse prazo interposto, fica sem efeito a liminar concedida, reexame necessário.
não suprime a retroagindo os efeitos da decisão contrária. Das decisões em mandado de segurança
possibilidade de SÚMULA 622, STF: Não cabe agravo regimental contra proferidas em única instância pelos tribunais
tutela do direito, decisão do relator que concede ou indefere liminar em cabe recurso especial e extraordinário, nos casos
porém deverá o mandado de segurança. legalmente previstos, e recurso ordinário,
interessado se valer SÚMULA 626, STF: A suspensão da liminar em quando a ordem for denegada.
das vias ordinárias. mandado de segurança, salvo determinação em contrário Na hipótese de decisão proferida em única
da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em instância pelos Tribunais Superiores, a exceção
julgado da decisão definitiva de concessão da segurança do STF, a denegação da ordem pode ser
ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo impugnada por meio de recurso ordinário
Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida constitucional para o STF.
coincida, total ou parcialmente, com o da impetração. SÚMULA 272 Não se admite como ordinário
recurso extraordinário de decisão denegatória de
mandado de segurança.
NÃO CABE MS Hipóteses comuns de impetração de MS no âmbito

❌ contra ato de gestão comercial praticados pelos administradores de quando o juiz indeferir seu pedido de habilitação
criminal: por parte do ofendido ou seus sucessores,

empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de como assistente da acusação; para fins de
serviço público. trancamento do inquérito ou do processo penal em

❌ de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, cominada pena privativa de liberdade; em
andamento, caso a infração penal não seja

independentemente de caução proteção da pessoa jurídica; decisão que determina

❌ de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo


o sequestro de bens; atribuição de efeito suspensivo
a recurso que não seja dotado desse efeito; a fim de

❌ de decisão judicial transitada em julgado


franquear o acesso do advogado aos autos do
inquérito, salvo em relação as diligências em

11
❌ Não cabe mandado de segurança contra lei em tese
andamento.
- Constitui ação adequada para a declaração o direito

❌Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso


a compensação tributária.
- Controvérsia sobre matéria de direito não impede a
ou correição concessão de MS.

❌ Não cabe MS de ato interna corporis

❌ O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança ou de


ação popular

❌Não se presta a atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo


MP.
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
Visa proteger os Legitimidade ativa: a) Partido Político com representação no CN (basta um único representante na CD ou no
direitos coletivos e SF); b) Organização Sindical; c) entidade de Classe; ou d) Associação legalmente constituída e em
individuais funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados (basta previsão
homogêneos no estatuto social).
(DIFUSOS não).
Legitimidade passiva: autoridade coatora
Não cabe Medida Liminar - A sentença faz coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo
inaudita altera parte em impetrante.
face de PJ de Dto Público, - Não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão
devendo a parte contrária se o impetrante individual que não requerer a desistência de seu MS no prazo de 30 dias.
manifestar no prazo de 72h.
MANDADO DE INJUNÇÃO
Será concedido sempre que a falta de norma Legitimidade ativa: - Estará prejudicada a impetração se a
regulamentadora (norma de eficácia -MI individual: PF ou PJ norma regulamentadora for editada antes
limitada) torne inviável o exercício de -MI coletivo: MP, partido político com da decisão, caso em que o processo será
direitos e liberdades constitucionais e das representação no CN, Organização extinto sem resolução de mérito.
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à Sindical, Entidade de Classe, - Aplica-se subsidiariamente a Lei do MS
soberania e à cidadania. Associação legalmente constituída e e o CPC.
Não é cabível em relação à falta de norma em funcionamento há pelo menos 1 - Não há fungibilidade entre a ADI e o MI.
infraconstitucional e nem para alcançar uma ano e Defensoria Pública. - Não cabe medida liminar.
melhor interpretação da norma - É cabível na esfera estadual
regulamentadora. Legitimidade passiva: poder, órgão ou - Processo constitucional subjetivo
MI coletivo resguarda os direitos difusos, a autoridade com atribuição para editar - Hipótese de controle difuso limitado,
coletivos e individuais homogêneos. a norma regulamentadora. porque a competência para exercê-lo é
limitado pela CF.
EFEITOS DA DECISÃO CONCESSIVA:
- Determina prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma.
- Estabelece as condições em que se dará o exercício, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado (teoria
concretista individual intermediária).
- MI individual: eficácia subjetiva limitada as partes e até o advento da norma regulamentadora. Pode ser conferida eficácia ultra
partes ou erga omnes quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito.
- A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado,
salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável.
- MI coletivo: eficácia ultra partes. A depender do caso concreto poderá ser dada eficácia erga omnes.
- Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator.
- MI coletivo: Não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante
individual que não requerer a desistência de seu MI no prazo de 30 dias.
HABEAS DATA
Visa assegurar o Legitimidade ativa: PF ou PJ, nacional ou estrangeira. - É gratuito
conhecimento de Ação personalíssima. Para se ter legitimidade é necessária - Não é meio idôneo para obter vista de
informações relativas à a recusa de informações pelas autoridades e que se tenha processo administrativo.
pessoa do impetrante, esgotado a via administrativa, sob pena de falta de - Da sentença que conceder ou negar
constante de registros ou interesse processual. o habeas data cabe apelação. Quando a
bancos de dados de sentença conceder o habeas data, o
entidades governamentais ou Legitimidade passiva: Dependerá da natureza do banco recurso terá efeito meramente

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de caráter público e a de dados. devolutivo.
retificação de danos, quando - Não há reexame necessário.
não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou
administrativo.
AÇÃO POPULAR
Visa anular ato lesivo ao Legitimidade ativa: Qualquer cidadão (brasileiro nato Competência: Regra geral depende da
patrimônio público ou de ou naturalizado). MP não tem legitimidade ativa. origem do ato ou omissão (1º grau). O STF
entidade de que o Estado será competente sempre que envolver
participe, à moralidade O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe conflitos entre União e os Estados, União e
administrativa, ao meio apressar a produção da prova e promover a DF e entre uns e outros; e ação em que
ambiente e ao patrimônio responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela todos os membros da magistratura sejam
histórico e cultural. incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, interessados).
Para o cabimento da ação assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus O prazo prescricional para a propositura da
popular não é exigível a autores. ação popular é de 5 anos, a contar da
demonstração do prejuízo realização do ato impugnado (e não do
material aos cofres públicos. Legitimidade passiva: Quem praticou o ato. Todas as conhecimento). As ações de ressarcimento
autoridades, os funcionários e administradores e os ao erário são imprescritíveis.
beneficiários (litisconsórcio passivo necessário).
- Na defesa do patrimônio público caberá suspensão liminar do ato lesivo impugnado. Execução de sentença:
- Da sentença que julgar a ação procedente cabe recurso de apelação. decorridos 60 dias da
- Além de anular o ato, a sentença que julgue procedente a ação condenará ao pagamento de perdas e publicação da sentença
danos os responsáveis pelo ato e, da mesma forma, seus beneficiários. condenatória, sem que o
- Determinará ainda, se for o caso, a restituição de bens e valores indevidamente percebidos. autor ou terceiro
- É possível, na ação popular, se obter o reconhecimento incidental de inconstitucionalidade de uma lei, promova a respectiva
que tenha embasado o ato lesivo impugnado; o que não se admite é que o pedido principal da ação seja a execução, o
declaração. representante do MP a
- Se a ação for julgada procedente ou improcedente por ser infundada (julgamento de mérito), fará coisa promoverá nos 30 dias
julgada erga omnes. seguintes, sob pena de
- Havendo improcedência por falta de provas qualquer cidadão poderá propor novamente, havendo nova falta grave.
prova.
- A sentença que concluir pela carência ou improcedência está sujeita a reexame necessário.

ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO


- Forma de ESTADO: Federação.
- Forma de GOVERNO: República.
- Sistema de governo: Presidencialista.
- No Federalismo não há que se falar em soberania (estado unitário). Os Estados que ingressam na federação são
autônomos e independentes. Não há direito de secessão.
- Nosso federalismo se formou por segregação (antes era unitário).
- Os territórios federais não são entes federados, são meras descentralizações administrativas da União (autarquias). Sua
criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas por LC.
- Cuidado! A Capital Federal é Brasília e não o DF.

FORMAÇÃO DE NOVOS ESTADOS E MUNICIPIOS


ESTADOS MUNICÍPIOS
Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da determinado por LEI COMPLEMENTAR FEDERAL, e
população diretamente interessada, através de PLEBISCITO, dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações
e do Congresso Nacional, por lei complementar. dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da

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- Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir lei.
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios  O DF não pode ser dividido em Município.
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a  Os Territórios Federais podem ser divididos em
execução de funções públicas de interesse comum. Municípios.

COMPETÊNCIAS DA UNIÃO
MATERIAIS EXCLUSIVAS MATERIAIS LEGISLATIVAS LEGISLATIVAS
COMUNS PRIVATIVAS CONCORRENTES
- Atribuições claramente administrativas – - Serão cumpridas pela - São atribuições delegáveis, - São atribuições que a
“fazer algo”; “atuar”. União em conjunto com existindo na própria CF União exerce em
- Indelegável todos os demais entes autorização expressa para tal. concorrência com os
Art. 21. Compete à União: federados, inclusive, os Estados e o DF
I - manter relações com Estados Municípios. (Municípios NÃO).
Art. 22. Compete
estrangeiros e participar de organizações - A competência da
PRIVATIVAMENTE à
internacionais; União se resume à
União legislar sobre:
II - declarar a guerra e celebrar a paz; Art. 23. É competência I - direito civil, comercial, edição da normatização
III - assegurar a defesa nacional; COMUM da União, dos penal, processual, eleitoral, geral.
IV - permitir, nos casos previstos em lei Estados, do Distrito agrário, marítimo,
complementar, que forças estrangeiras Federal e dos aeronáutico, espacial e do
transitem pelo território nacional ou nele Municípios: trabalho; Art. 24. Compete à
permaneçam temporariamente; I - zelar pela guarda da II - desapropriação; União, aos Estados e
V - decretar o estado de sítio, o estado de Constituição, das leis e III - requisições civis e ao Distrito Federal
defesa e a intervenção federal; das instituições militares, em caso de legislar
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o democráticas e iminente perigo e em tempo CONCORRENTEME
comércio de material bélico; conservar o patrimônio de guerra; NTE sobre:
VII - emitir moeda; público; IV - águas, energia, I - direito tributário,
VIII - administrar as reservas cambiais do II - cuidar da saúde e informática, financeiro,
País e fiscalizar as operações de natureza assistência pública, da telecomunicações e penitenciário,
financeira, especialmente as de crédito, proteção e garantia das radiodifusão; econômico e
câmbio e capitalização, bem como as de pessoas portadoras de V - serviço postal; urbanístico;
seguros e de previdência privada; deficiência; VI - sistema monetário e de II - orçamento;
IX - elaborar e executar planos nacionais e III - proteger os medidas, títulos e garantias III - juntas
regionais de ordenação do território e de documentos, as obras e dos metais; comerciais;
desenvolvimento econômico e social; outros bens de valor VII - política de crédito, IV - custas dos
X - manter o serviço postal e o correio histórico, artístico e câmbio, seguros e serviços forenses;
aéreo nacional; cultural, os transferência de valores; V - produção e
XI - explorar, diretamente ou mediante monumentos, as VIII - comércio exterior e consumo;
autorização, concessão ou permissão, os paisagens naturais interestadual; VI - florestas, caça,
serviços de telecomunicações, nos termos notáveis e os sítios IX - diretrizes da política pesca, fauna,
da lei, que disporá sobre a organização dos arqueológicos; nacional de transportes; conservação da
serviços, a criação de um órgão regulador e IV - impedir a evasão, a X - regime dos portos, natureza, defesa do
outros aspectos institucionais; destruição e a navegação lacustre, fluvial, solo e dos recursos
XII - explorar, diretamente ou mediante descaracterização de marítima, aérea e naturais, proteção do
autorização, concessão ou permissão: obras de arte e de aeroespacial; meio ambiente e
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de outros bens de valor XI - trânsito e transporte; controle da poluição;
sons e imagens; histórico, artístico ou XII - jazidas, minas, outros VII - proteção ao
b) os serviços e instalações de energia cultural; recursos minerais e patrimônio histórico,
elétrica e o aproveitamento energético dos V - proporcionar os metalurgia; cultural, artístico,
cursos de água, em articulação com os meios de acesso à XIII - nacionalidade, turístico e
Estados onde se situam os potenciais cultura, à educação e à cidadania e naturalização; paisagístico;
hidroenergéticos; ciência; XIV - populações indígenas; VIII -
c) a navegação aérea, aeroespacial e a V - proporcionar os XV - emigração e imigração, responsabilidade por
infra-estrutura aeroportuária; meios de acesso à entrada, extradição e dano ao meio
d) os serviços de transporte ferroviário e cultura, à educação, à expulsão de estrangeiros; ambiente, ao
aquaviário entre portos brasileiros e ciência, à tecnologia, à XVI - organização do sistema consumidor, a bens e
fronteiras nacionais, ou que transponham os pesquisa e à nacional de emprego e direitos de valor
limites de Estado ou Território; inovação; condições para o exercício de artístico, estético,

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e) os serviços de transporte rodoviário VI - proteger o meio profissões; histórico, turístico e
interestadual e internacional de ambiente e combater a XVII - organização paisagístico;
passageiros; poluição em qualquer de judiciária, do Ministério IX - educação,
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; suas formas; Público e da Defensoria cultura, ensino,
XIII - organizar e manter o Poder VII - preservar as Pública do Distrito Federal e desporto, ciência,
Judiciário, o Ministério Público do florestas, a fauna e a dos Territórios, bem como tecnologia, pesquisa,
Distrito Federal e dos Territórios e a flora; organização administrativa desenvolvimento e
Defensoria Pública dos Territórios; VIII - fomentar a destes; inovação;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a produção agropecuária XVII - organização judiciária, X - criação,
polícia penal, a polícia militar e o corpo e organizar o do Ministério Público do funcionamento e
de bombeiros militar do Distrito Federal, abastecimento Distrito Federal e dos processo do juizado de
bem como prestar assistência financeira alimentar; Territórios e da Defensoria pequenas causas;
ao Distrito Federal para a execução de IX - promover Pública dos Territórios, bem XI - procedimentos
serviços públicos, por meio de fundo programas de como organização em matéria
próprio; construção de moradias administrativa processual;
XV - organizar e manter os serviços oficiais e a melhoria das destes; XII - previdência
de estatística, geografia, geologia e condições habitacionais XVIII - sistema estatístico, social, proteção e
cartografia de âmbito nacional; e de saneamento básico; sistema cartográfico e de defesa da saúde;
XVI - exercer a classificação, para efeito X - combater as causas geologia nacionais; XIII - assistência
indicativo, de diversões públicas e de da pobreza e os fatores XIX - sistemas de poupança, jurídica e Defensoria
programas de rádio e televisão; de marginalização, captação e garantia da pública;
XVII - conceder anistia; promovendo a integração poupança popular; XIV - proteção e
XVIII - planejar e promover a defesa social dos setores XX - sistemas de consórcios e integração social das
permanente contra as calamidades desfavorecidos; sorteios; pessoas portadoras de
públicas, especialmente as secas e as XI - registrar, XXI - normas gerais de deficiência;
inundações; acompanhar e fiscalizar organização, efetivos, XV - proteção à
XIX - instituir sistema nacional de as concessões de material bélico, garantias, infância e à
gerenciamento de recursos hídricos e direitos de pesquisa e convocação, mobilização, juventude;
definir critérios de outorga de direitos de seu exploração de recursos inatividades e pensões das XVI - organização,
uso; hídricos e minerais em polícias militares e dos garantias, direitos e
XX - instituir diretrizes para o seus territórios; corpos de bombeiros deveres das polícias
desenvolvimento urbano, inclusive XII - estabelecer e militares; civis.
habitação, saneamento básico e transportes implantar política de XXII - competência da polícia § 1º No âmbito da
urbanos; educação para a federal e das polícias legislação concorrente,
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para segurança do trânsito. rodoviária e ferroviária a competência da
o sistema nacional de viação; Parágrafo único. Leis federais; União limitar-se-á a
XXII - executar os serviços de polícia complementares fixarão XXIII - seguridade social; estabelecer normas
marítima, aeroportuária e de normas para a XXIV - diretrizes e bases da gerais.
fronteiras; cooperação entre a educação nacional; § 2º A competência da
XXIII - explorar os serviços e instalações União e os Estados, o XXV - registros públicos; União para legislar
nucleares de qualquer natureza e exercer Distrito Federal e os XXVI - atividades nucleares sobre normas gerais
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, Municípios, tendo em de qualquer natureza; não exclui a
o enriquecimento e reprocessamento, a vista o equilíbrio do XXVII - normas gerais de competência
industrialização e o comércio de minérios desenvolvimento e do licitação e contratação, em suplementar dos
nucleares e seus derivados, atendidos os bem-estar em âmbito todas as modalidades, para as Estados.
seguintes princípios e condições: nacional. administrações públicas § 3º Inexistindo lei
a) toda atividade nuclear em território diretas, autárquicas e federal sobre normas
nacional somente será admitida para fins fundacionais da União, gerais, os Estados
pacíficos e mediante aprovação do Estados, Distrito Federal e exercerão a
Congresso Nacional; Municípios, obedecido o competência
b) sob regime de permissão, são autorizadas disposto no art. 37, XXI, e legislativa PLENA,
a comercialização e a utilização de para as empresas públicas e para atender a suas
radioisótopos para a pesquisa e usos sociedades de economia mista, peculiaridades.
médicos, agrícolas e industriais; nos termos do art. 173, § 1°, § 4º A superveniência
c) sob regime de permissão, são autorizadas III; de lei federal sobre
a produção, comercialização e utilização de XXVIII - defesa territorial, normas gerais
radioisótopos de meia-vida igual ou inferior defesa aeroespacial, defesa SUSPENDE a eficácia
a duas horas; marítima, defesa civil e da lei estadual, no que
d) a responsabilidade civil por danos mobilização nacional; lhe for contrário.
nucleares independe da existência de culpa; XXIX - propaganda

15
XXIV - organizar, manter e executar a comercial.
inspeção do trabalho; Parágrafo único. Lei
XXV - estabelecer as áreas e as condições complementar poderá
para o exercício da atividade de autorizar os Estados a
garimpagem, em forma associativa. legislar sobre questões
específicas das matérias
relacionadas neste artigo.

INTERVENÇÃO FEDERAL INTERVENÇÃO ESTADUAL


Realizada pela União nos Estados, no DF ou nos Municípios localizados em Realizada pelos Estados nos Municípios
Territórios Federais. localizados em seu território.
Será decretada pelo Presidente da República, após oitiva dos Conselhos da Será decretada pelo Governador.
República e da Defesa Nacional.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto Art. 35. O Estado não intervirá em seus
para: Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:
I - manter a integridade nacional  Hipótese de intervenção espontânea,
decretada pelo PR de ofício, independentemente de qualquer provocação. I - deixar de ser paga, sem motivo de força
maior, por dois anos consecutivos, a dívida
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra  fundada;
Hipótese de intervenção espontânea, decretada pelo PR de ofício,
independentemente de qualquer provocação. II - não forem prestadas contas devidas, na
forma da lei;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública  Hipótese de
intervenção espontânea, decretada pelo PR de ofício, independentemente de III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido
qualquer provocação. da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da públicos de saúde;
Federação  dependerá de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder
Executivo coacto ou impedido (intervenção provocada por solicitação – o IV - o Tribunal de Justiça der provimento a
pedido pode não ser acatado), ou de requisição do Supremo Tribunal representação para assegurar a observância de
Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário (intervenção princípios indicados na Constituição Estadual,
provocada por requisição – uma ordem, torna a decretação da intervenção ou para prover a execução de lei, de ordem ou
obrigatória). de decisão judicial.  Neste caso não haverá
controle político.
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que  Hipótese de
intervenção espontânea, decretada pelo PR de ofício, independentemente de CONTROLE
qualquer provocação.  POLÍTICO:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos O decreto de intervenção, que especificará a
consecutivos, salvo motivo de força maior; amplitude, o prazo e as condições de execução e
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta que, se couber, nomeará o interventor, será
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; submetido à apreciação do Congresso Nacional
ou da Assembléia Legislativa do Estado, no
prazo de VINTE E QUATRO HORAS.
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial Se não estiver funcionando o Congresso
 No caso de inexecução de lei federal dependerá de o STF dar provimento a Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á
representação do PGR (ADI interventiva). convocação extraordinária, no mesmo prazo de
 No caso de desobediência a ordem ou decisão judicial dependerá de vinte e quatro horas.
requisição do STF, STJ ou TSE. No caso de intervenção para prover a execução de
lei federal, ordem ou decisão judicial, bem como
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: para proteger os princípios constitucionais
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; sensíveis é dispensada a apreciação pelo
b) direitos da pessoa humana; Congresso Nacional ou pela Assembléia
c) autonomia municipal; Legislativa, se o decreto se limitar a suspender a
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. execução do ato impugnado e se essa medida
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, bastar ao restabelecimento da normalidade.
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.  JURÍDICO: é possível para a verificação da
 Dependerá de provimento, pelo STF, de representação do Procurador- observância dos procedimentos
Geral da República. constitucionalmente enunciados.

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ADI INTERVENTIVA
- Cabível quando houver PROCEDIMENTO:
violação os princípios 1) Petição Inicial: se indeferida cabe agravo em 5 dias)
constitucionais sensíveis 2) Recebida a inicial, o relator analisará se tem pedido de liminar.
previstos no art. 34 da CF - Antes de analisá-la, o relator poderá ouvir a autoridade que emanou o ato questionado e o AGU ou
ou recusa, por parte do PGR (5 dias).
Estado, à execução de LEI - Decisão da maioria absoluta.
FEDERAL (ou lei estadual - Consistirá na determinação de que se suspenda o andamento do processo ou os efeitos de decisões
se ADI interventiva judiciais ou administrativas ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria.
estadual). 3) Julgado o pedido liminar, o relator solicitará informações da autoridade responsável pela prática do
- É pressuposto para futura ato questionado (10 dias)
e eventual intervenção de 4) Manifestação do AGU e PGR, sucessivamente (10 dias).
um ente federado em 5) Vencidos os prazos, o relator lançara relatório e pedirá data para julgamento.
outro. 6) O quórum para instalação da votação é de 2/3 dos membros (8 ministros) e para aprovação de
- A competência para maioria absoluta (6 ministros).
julgamento é originária do 7) Julgada procedente o STF levará ao conhecimento do Presidente da República para que, no prazo
STF (TJ se Estadual). improrrogável de 15 dias, decrete a intervenção, sob pena de cometimento de crime comum e de
- O PGR é o único responsabilidade.
legitimado a sua - Se Estadual o TJ irá julgar e requisitar ao Governador a decretação da intervenção.
propositura (PGJ se
estadual). - Admite amicus curiae
- Elemento de - Admite audiência pública.
estabilização de crises - A decisão que julgar a ADI interventiva é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.
- Ação de controle
concentrado e concreto.

PODER LEGISLATIVO
- Função típica: legislar, controlar e fiscalizar os atos dos demais poderes.
- Função atípica: administrar (ex. organização interna) e julgar (ex. crime de responsabilidade).
CÂMARA DOS DEPUTADOS - Legislatura: é o período de 4 anos que correspondem ao mandato.
- Representantes do povo, eleitos pelo sistema - Sessão legislativa: período que abrange o ano legislativo. Vai ser 02/02 a 17/07 e
proporcional em cada Estado, Território e no de 01/08 a 22/12.
DF. - A CF consagra, em âmbito federal, a organização bicameral do Poder,
- O número total de deputados irá variar determinando que este será exercido pelo Congresso Nacional (SF + CD). A regra é
proporcionalmente ao número de habitantes, que as casas funcionem em separado, todavia, a CF prevê situações em que as
não podendo ser inferior a 08 e nem superior casadas deverão se reunir em sessão conjunta, quais sejam: I - inaugurar a sessão
que 70 representantes. Os Territórios devem legislativa; II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns
possuir 04 deputados, independentemente do às duas Casas; III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da
número de habitantes. República; IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

Art. 51. Compete privativamente à Câmara Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República,
dos Deputados: dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
I - autorizar, por DOIS TERÇOS de seus I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
membros, a instauração de processo contra II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de
o Presidente e o Vice-Presidente da crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
República e os Ministros de Estado; III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
II - proceder à tomada de contas do IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
Presidente da República, quando não V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da
apresentadas ao Congresso Nacional dentro União;
de sessenta dias após a abertura da sessão VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou
legislativa; Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas;
III - elaborar seu regimento interno; VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
IV - dispor sobre sua organização, VIII - concessão de anistia;
funcionamento, polícia, criação, IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria
transformação ou extinção dos cargos, Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público
empregos e funções de seus serviços, e a do Distrito Federal;
iniciativa de lei para fixação da respectiva X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas,
remuneração, observados os parâmetros observado o que estabelece o art. 84, VI, b ;

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estabelecidos na lei de diretrizes XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
orçamentárias; XII - telecomunicações e radiodifusão;
V - eleger membros do Conselho da XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas
República, nos termos do art. 89, VII. operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
SENADO FEDERAL XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
- Representantes dos Estados e do DF, eleitos
pelo sistema majoritário simples. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
- Cada Estado e o DF serão representados por I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que
três Senadores. Os Territórios não possuem acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
Senadores. II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a
permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
Art. 52. Compete privativamente ao Senado permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;
Federal: III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do
I - processar e julgar o Presidente e o Vice- País, quando a ausência exceder a quinze dias;
Presidente da República nos crimes de IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio,
responsabilidade, bem como os Ministros de ou suspender qualquer uma dessas medidas;
Estado e os Comandantes da Marinha, do V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
Exército e da Aeronáutica nos crimes da regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
mesma natureza conexos com aqueles; VI - mudar temporariamente sua sede;
II processar e julgar os Ministros do VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores;
Supremo Tribunal Federal, os membros do VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Ministros de Estado;
Nacional do Ministério Público, o IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar
Procurador-Geral da República e o os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
Advogado-Geral da União nos crimes de X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do
responsabilidade; Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
III - aprovar previamente, por voto secreto, XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição
após argüição pública, a escolha de: normativa dos outros Poderes;
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio
Constituição; e televisão;
b) Ministros do Tribunal de Contas da XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
União indicados pelo Presidente da XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
República; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
c) Governador de Território; XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos
d) Presidente e diretores do banco central; hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
e) Procurador-Geral da República; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área
f) titulares de outros cargos que a lei superior a dois mil e quinhentos hectares.
determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO
após arguição em sessão secreta, a escolha - As CPI´s terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais.
dos chefes de missão diplomática de caráter - Serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
permanente; separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a
V - autorizar operações externas de apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o
natureza financeira, de interesse da União, caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade
dos Estados, do Distrito Federal, dos civil ou criminal dos infratores.
Territórios e dos Municípios; - Conforme entendimento consolidado do STF, assegura-se ao convocado para
VI - fixar, por proposta do Presidente da depor perante CPI o privilégio contra a auto-incriminação, o direito ao silêncio e a
República, limites globais para o montante comunicar-se com o seu advogado. É asseguro, ainda, o direito ao sigilo
da dívida consolidada da União, dos Estados, profissional.
do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e - As CPI´s são vedadas:
condições para as operações de crédito X determinar medida de busca e apreensão domiciliar;
externo e interno da União, dos Estados, do X determinar a quebra do sigilo das comunicações telefônicas (interceptação
Distrito Federal e dos Municípios, de suas telefônica);
autarquias e demais entidades controladas X decretar prisão, salvo no caso de crime em estado de flagrância;
pelo Poder Público federal; X decretar medidas acautelatórias, tais como indisponibilidade de bens, proibição
VIII - dispor sobre limites e condições para de ausentar-se do país, arresto, sequestro ou hipoteca judiciária;
a concessão de garantia da União em X anular atos de qualquer outro Poder da República;
operações de crédito externo e interno; X exigir documentos protegidos por sigilo judicial;

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IX - estabelecer limites globais e condições X subverter, revogar, cassar ou alterar decisões jurisdicionais;
para o montante da dívida mobiliária dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; - As CPI´s podem:

✅ decretar a busca e a apreensão não domiciliar;


X - suspender a execução, no todo ou em
parte, de lei declarada inconstitucional por

✅ decretar a quebra do sigilo bancário, fiscal e de dados, inclusive telefônico, com


decisão definitiva do Supremo Tribunal
Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto exceção das CPI’s municipais.

✅requerer o reconhecimento de pessoas e coisas, auditorias, análises contábeis,


secreto, a exoneração, de ofício, do
Procurador-Geral da República antes do
término de seu mandato; exames grafotécnicos, coleta de provas, acareações.

✅convocar autoridades e Ministros de Estado para prestar informações, bem como


XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização,
funcionamento, polícia, criação,
proceder a oitiva de indiciados, investigados e testemunhas.
transformação ou extinção dos cargos,
Não cabe condução coercitiva em caso de ausência do investigado. Já o indivíduo
empregos e funções de seus serviços, e a
convocado para depor como testemunha tem o dever de comparecer, de responder
iniciativa de lei para fixação da respectiva
ao que for perguntado e de dizer a verdade.
remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;
XIV - eleger membros do Conselho da IMUNIDADE DOS CONGRESSITAS
República, nos termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a 1) Imunidade material: Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e
funcionalidade do Sistema Tributário penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Quando a ofensa é
Nacional, em sua estrutura e seus em plenário, presume-se a incidência da imunidade. Já para amparar condutas
componentes, e o desempenho das praticadas fora do recinto parlamentar o ato deve estar relacionado com a função.
administrações tributárias da União, dos 1.1) dos vereadores: inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e
Estados e do Distrito Federal e dos votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;
Municípios. 2) Imunidade formal
Parágrafo único. Nos casos previstos nos 2.1) Relativa à prisão: desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
incisos I e II, funcionará como Presidente o do Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva,
condenação, que somente será proferida por para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
dois terços dos votos do Senado Federal, à O STF consignou ser possível a prisão do parlamentar também em decorrência de
perda do cargo, com inabilitação, por oito sentença condenatória.
anos, para o exercício de função pública, sem 2.2) Relativa ao processo: recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado,
prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. por crime ocorrido APÓS a diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva,
que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA seus membros, PODERÁ, até a decisão final, sustar o andamento da ação. O
- Composta por Deputados Estaduais eleitos pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de
pelo sistema proporcional. quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. A sustação do
- O número de membros vai variar de acordo processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
com o número de Deputados Federais que o 3) Imunidade testemunhal ou probatória: Os Deputados e Senadores não serão
respectivo Estado possua. obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do
- O número de Deputados à Assembleia exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam
Legislativa corresponderá ao triplo da informações.
representação do Estado na Câmara dos
Deputados Federais e, atingido o número de FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
trinta e seis, será acrescido de tantos quantos - Aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
forem os Deputados Federais acima de doze. relacionados às funções desempenhadas.
CÂMARAS MUNICIPAIS - Após o final da instrução, com a publicação do despacho de intimação para
- Composta por Vereadores eleitos pelo apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar as ações
sistema proporcional. penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo
- O número de vereadores será proporcional à ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
população do Município - Deputado Federal e Senador, no caso de prática de infrações penais comuns 
STF
- Deputados Estaduais  TJ, TRF ou TRE.
- Vereadores: depende de previsão na Constituição Estadual, que não prevalecerá
sobre a competência constitucional do Tribunal do Júri.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

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- Função: auxiliar o Poder Legislativo no exercício do controle externo, isto é, na atividade de fiscalização da execução do orçamento
e do uso do dinheiro público.
- O TCU é órgão de natureza técnica, independente e autônomo, auxiliar do Poder Legislativo.
- As decisões do TCU que resulte imputação de débito ou multa tornam a dívida liquida e certa e terão eficácia de título executivo
(extrajudicial).
- O TCU não pode requisitar a quebra de sigilo bancário e não possui poder de rever decisão judicial transitada em julgado.
- O TCU deve encaminhar, trimestral e anualmente, ao Congresso Nacional relatório de suas atividades.
- O TCU Pode apreciar a constitucionalidade das leis e atos do Poder Público.

 MINISTROS
O TCU, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território
nacional.
Serão escolhidos:
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e
membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e
merecimento;
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
- Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso
anterior.
- Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens
dos Ministros do STJ, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão.

 ATRIBUIÇÕES
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:
I - APRECIAR as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado
em sessenta dias a contar de seu recebimento;  O julgamento caberá ao CN.
II - JULGAR as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III - APRECIAR, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não
alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por INICIATIVA PRÓPRIA, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou
indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
ilegalidade;
X - SUSTAR, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal; ATENÇÃO! No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo CONGRESSO NACIONAL, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de
noventa dias, não efetivar as medidas previstas, o Tribunal decidirá a respeito.
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

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PROCESSO LEGISLATIVO
O processo legislativo compreende a elaboração de sete espécies normativas: emendas, leis complementares, leis ordinárias, leis
delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
INICIATIVA - não poderá ser emendada na vigência de - A proposta será discutida e
I - um terço, no mínimo, intervenção federal, de estado de defesa ou votada em cada Casa do
dos membros da Câmara de estado de sítio. Congresso Nacional, em DOIS
dos Deputados ou do - Não será objeto de deliberação a proposta TURNOS, considerando-se
Senado Federal; de emenda tendente a abolir: I - a forma aprovada se obtiver, em ambos,
EMENDAS II - do Presidente da federativa de Estado; II - o voto direto, 3/5 dos votos dos respectivos
República; secreto, universal e periódico; III - a membros.
III - de mais da metade separação dos Poderes; IV - os direitos e - A emenda à Constituição será
das Assembléias garantias individuais. promulgada pelas MESAS da
Legislativas das unidades - A matéria constante de proposta de Câmara dos Deputados e do
da Federação, emenda rejeitada ou havida por prejudicada Senado Federal, com o
manifestando-se, cada não pode ser objeto de nova proposta na respectivo número de ordem.
uma delas, pela maioria mesma sessão legislativa.
relativa de seus membros.
INICIATIVA - O projeto de lei será apreciado pelas duas casas legislativas. Uma delas
1) Qualquer membro ou funcionará como casa iniciadora e a outra como casa revisora.
Comissão da Câmara dos Regra geral, a CÂMARA DOS DEPUTADOS será a casa iniciadora. Os
Deputados, do Senado projetos de lei de iniciativa do PR, STF, Tribunais Superiores, PGR e de
Federal ou do Congresso iniciativa popular iniciarão na CD.
Nacional, - Em seguida, o projeto passará pelas comissões temáticas e pela CCJ. Após, se
2) Presidente da República, não houver empecilhos, o projeto é posto em votação no plenário.
3) Supremo Tribunal - A casa iniciadora poderá rejeitar ou aprovar o projeto (com ou sem alteração
Federal, ao texto inicial). Havendo aprovação, o projeto é encaminhado a casa revisora,
4) Tribunais Superiores, que poderá:
5) PGR a) rejeitar, hipótese em que o PL será arquivado;
LEIS 6) Cidadãos: a iniciativa b) aprovar, hipótese em que será enviado ao chefe do Executivo para sanção ou
popular pode ser exercida veto; ou
pela apresentação à c) emendar, hipótese em que deverão as emendas serem encaminhadas a casa
Câmara dos Deputados inicial.
de projeto de lei subscrito Na apreciação das emendas é vedada a apresentação de subemendas. Se a casa
por, no mínimo, um por iniciadora acatar as emendas seguirá para apreciação executiva e se recusar
cento do eleitorado encaminhará o projeto em sua redação original para o exame do Poder
nacional, distribuído pelo Executivo.
menos por cinco Estados, - Quórum para aprovação:
com não menos de três a) Lei complementar: maioria absoluta.
décimos por cento dos b) Lei ordinária: maioria relativa.
eleitores de cada um - A matéria constante de projeto de lei rejeitado SOMENTE poderá constituir
deles. objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da
maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
- Aprovado pelas duas casas legislativa o PL será encaminhado ao Presidente
da República que, em quinze dias (úteis), deverá sancionar ou vetar. Se
permanecer silente ocorrerá a sanção tácita. Não pode ser vetado palavras ou
expressões isoladas. O veto é irretratável.
- O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 dias, podendo ser
derrubado pelo voto da maioria absoluta dos Deputado Federais E Senadores.
- Em seguida, a lei é encaminhada para Promulgação. Se não for promulgada
em 48h pelo Presidente da República, o Presidente do SF a promulgará e se não
o fizer, caberá ao Vice-Presidente do SF, imediatamente.
- Por fim, a promulgação segue-se a publicação.
São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

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II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração
dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do
Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
transferência para a reserva.
- Serão editadas pelo - Pressuspostos constitucionais: relevância e - As MP´s perderão eficácia,
Presidente da República (e urgência. De modo excepcional, são desde a edição (ex tunc), se não
pelos Governadores se passíveis de controle jurisdicional. forem convertidas em lei no
houver previsão na CE, - Limites materiais: é vedada a edição de prazo de 60 dias, prorrogável,
bem como pelos Prefeitos medidas provisórias sobre matéria: uma vez por igual período,
se autorizado pela CE e I - relativa a: devendo o Congresso Nacional
pela lei orgânica). a) nacionalidade, cidadania, direitos disciplinar, por decreto
- Tão logo é editada a MP políticos, partidos políticos e direito legislativo, as relações jurídicas
já começa, eleitoral; delas decorrentes.
imediatamente, a produzir b) direito penal, processual penal e - Se a MP não for apreciada em
efeitos. processual civil; até 45 dias contados de sua
- A MP deve, ato contínuo c) organização do Poder Judiciário e do publicação, entrará em regime
MEDIDA a edição, ser encaminhada Ministério Público, a carreira e a garantia de urgência, subseqüentemente,
PROVISÓRIA para aprecisão do CN, que de seus membros; em cada uma das Casas do
poderá aprová-la (e d) planos plurianuais, diretrizes Congresso Nacional, ficando
convertê-la em lei orçamentárias, orçamento e créditos sobrestadas, até que se ultime a
ordinária) ou rejeitá-la adicionais e suplementares; votação, todas as demais
(será enviada para arquivo II - que vise a detenção ou seqüestro de deliberações legislativas da
e não poderá constituir bens, de poupança popular ou qualquer Casa em que estiver tramitando.
objeto de nova MP na outro ativo financeiro; - De acordo com o STF o
mesma sessão legislativa). III-reservada a lei complementar; trancamento da pauta só alcança
IV - já disciplinada em projeto de lei os projetos de lei sobre temas
aprovado pelo Congresso Nacional e passíveis de serem tratados por
pendente de sanção ou veto do Presidente MP.
da República.
CUIDADO! Pode tratar da majoração de
impostos e de direito ambiental (se
favorável ao meio ambiente).
- Serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
- A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará
seu conteúdo e os termos de seu exercício.
- Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única,
vedada qualquer emenda  delegação atípica.
LEIS - NÃO serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de
DELEGADAS competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
- São atos destinados a regular matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional que tenham
DECRETOS efeitos externos a ele.
LEGISLATIVOS - São promulgados pelo Presidente do Senado Federal.
- Inexiste sanção ou veto presidencial.
- Editadas pelo Poder Legislativo (SF ou CD) no uso de suas atribuições fixadas pela CF. Em regra, possuem
RESOLUÇÕES efeitos internos.
- São promulgadas peo presidente da casa em que for editada.
- Inexiste sanção ou veto presidencial.

PODER EXECUTIVO
- Função típica: administrar a coisa pública, exercer a chefia do estado, de governo e da Administração Pública.

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- Função atípica: legislar (MP e Leis Delegadas) e jurisdicional (dirimir o contencioso administrativo)
- O Poder Executivo é unipessoal, exercido unicamente pelo Presidente da República, com o auxílio dos Ministros de Estado.
MINISTROS DE ESTADO
- Sua escolha é decisão política discricionária do PR, insuscetível de exame no mérito.
- Serão escolhidos dentro brasileiros natos ou naturalizados – salvo o Ministro do Estado de - Defesa que, necessariamente, será
nato -, maiores de 21 anos e no pleno exercício dos direitos políticos.
- Serão processados no STF pela prática de crimes comuns e de responsabilidade, exceto nos crimes de responsabilidade conexos
com o PR, hipótese em que a competência será do Senado Federal.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
- Requisitos: brasileiro nato, alistamento eleitoral, pleno exercício dos direitos políticos, filiação em partido político, idade mínima de
35 anos (a ser comprovada na data da posse) e não estar sujeito a incidência de causas de inelegibilidade.
- Eleito pelo sistema majoritário absoluto.
- Posse: 1º de janeiro, em sessão do CN. Se não comparecer o PR e nem o vice para tomar posse na data fixada, estes serão
declarados vagos depois de decorridos 10 dias, salvo se houver motivo de força maior.
- Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
- Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão SUCESSIVAMENTE
chamados ao exercício da Presidência: 1) o Presidente da Câmara dos Deputados, 2) o Presidente do Senado Federal, e 3) o
Ministro Presidente do STF.
- Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição 90 dias depois de aberta a última vaga (eleição
direta). Todavia, ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita
trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional (eleição indireta).
- Imunidades:
a) prisão: impede que seja submetido a qualquer modalidade de prisão processual (flagrante, preventiva e temporária). Só pode ser
preso após decisão condenatória prolatada pelo STF.
b) processo: para que o PR seja processado, tanto pela prática de crime comum, quanto pela prática de crime de responsabilidade,
deve haver prévia autorização da Câmara dos Deputados, por 2/3 de seus membros.
c) imunidade temporária à persecução penal pela prática de atos estranhos ao exercício da função: o PR só poderá ser
responsabilizado, durante a vigência do mandato, pela prática de crimes que estão relacionados ao exercício da função. Para os
crimes estranhos a responsabilização só será possível após o término do mandato.
- Será processado no STF pela prática de crimes comuns e no Senado Federal pela prática de crimes de responsabilidade. Em
ambos os casos haverá juízo de admissibilidade pela Câmara dos Deputados.

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CONSELHO DA REPÚBLICA CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
- É órgão superior de consulta do Presidente da - É órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com
República, e dele participam: a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam
I - o Vice-Presidente da República; como membros natos:
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; I - o Vice-Presidente da República;
III - o Presidente do Senado Federal; II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara III - o Presidente do Senado Federal;
dos Deputados; IV - o Ministro da Justiça;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado V - os Ministros militares;
Federal; V - o Ministro de Estado da Defesa;
VI - o Ministro da Justiça; VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de VII - o Ministro do Planejamento.
trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
pelo Presidente da República, dois eleitos pelo - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos
Deputados, todos com mandato de três anos, termos desta Constituição;
vedada a recondução. II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da
intervenção federal;
- Compete ao Conselho da República pronunciar- III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à
se sobre: segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na
I - intervenção federal, estado de defesa e estado faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos
de sítio; recursos naturais de qualquer tipo;
II - as questões relevantes para a estabilidade das IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias
instituições democráticas. a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
PREFEITOS E GOVERNADORES
- Não possuem as mesmas imunidades do Presidente da República, não podendo a CE reproduzi-las.

PODER JUDICIÁRIO
- Função típica: jurisdicional.

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- Função atípica: legislar (regimentos internos) e administrativo (realização de concurso público)
- São órgãos do Poder Judiciário: STF; STJ; CNJ; TST; TRF´s e Juízes Federais; Tribunais e Juízes do Trabalho; Tribunais e Juízes
Eleitorais; Tribunais e Juízes Militares; Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
- Lei complementar, de iniciativa do STF, disporá sobre o Estatuto da Magistratura.
- É OBRIGATÓRIA a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento. A
promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da
lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago.
- Na apuração de antiguidade, o tribunal SOMENTE poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de 2/3 de seus
membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.
- O ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria
absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa.
- Nos tribunais com número superior a 25 julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de 11 e o máximo de 25
membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se
metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno.
- Um quinto dos lugares dos TRF´s e dos TJ´s será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de
carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional,
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Recebidas as indicações, o tribunal formará
lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para
nomeação.
CNJ
O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do
membros com mandato de 2 anos, admitida uma Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
recondução, sendo: cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto
I - um Ministro do STF, indicado pelo respectivo da Magistratura:
tribunal; I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do
I - o Presidente do STF; Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de
II - um Ministro do STJ, indicado pelo respectivo sua competência, ou recomendar providências;
tribunal; II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
III - um Ministro do TST, indicado pelo provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por
respectivo tribunal; MEMBROS OU ÓRGÃOS do Poder Judiciário (servidores NÃO), podendo
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências
indicado pelo STF; necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do
V - um juiz estadual, indicado pelo STF; Tribunal de Contas da União;
VI - um juiz de TRF, indicado pelo STJ; III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
VII - um juiz federal, indicado pelo Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e
STJ; órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência
indicado pelo TST; disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo TST; disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e
X - um membro do MPU, indicado pelo aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
PGR; IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a
XI um membro do MPE, escolhido pelo PGR administração pública ou de abuso de autoridade;
dentre os nomes indicados pelo órgão competente V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
de cada instituição estadual; juízes e membros de tribunais julgados há MENOS DE UM ANO;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e Judiciário;
reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar
Deputados e outro pelo Senado Federal. necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do
Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do STF a ser remetida
- Os membros (com exceção do Presidente do ao CN, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
STF) são nomeados pelo Presidente da República,
depois de aprovada a escolha pela maioria ATENÇÃO! O CNJ não possui atribuição jurisdicional.
absoluta do Senado Federal. O CNJ não possui qualquer competência sobre o STF e seus ministros.
- O Conselho será presidido pelo Presidente do
STF e, nas suas ausências e impedimentos, pelo - O controle da atuação do CNJ será efetuado pelo STF, exceto quanto suas
Vice-Presidente do STF. O Ministro do STJ decisões negativas. No mais, a competência do STF se limita às ações
exercerá a função de Ministro-Corregedor tipicamente constitucionais: MS, MI, HC e HD. As ações ordinárias são de
competência do Juiz Federal de 1ª instância.

26
- Seus membros serão julgados pelo Senado Federal em caso de crime de
responsabilidade. Pela prática de infrações penais comuns cada membro
responderá normalmente perante o seu foro de origem.
STF
Compõe-se de 11 Art. 102. Compete ao STF, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
Ministros, escolhidos dentre I - processar e julgar, originariamente:
cidadãos com mais de 35 e a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação
menos de 65 anos de idade, declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
de notável saber jurídico e b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do
reputação ilibada. Serão Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
nomeados pelo Presidente c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os
da República, depois de Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os
aprovada a escolha pela membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
maioria absoluta do diplomática de caráter permanente;
Senado Federal. d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado
- Composto exclusivamente de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos
por Brasileiro Nato. Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República
e do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito
Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e
outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
i) o habeas corpus , quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de
atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e
aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta
ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre
Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do
Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das
Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais
Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério
Público;
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em
única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
STJ
O STJ compõe-se de, Art. 105. Compete ao STJ:
no mínimo, 33 I - processar e julgar, originariamente:
Ministros, que serão a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
nomeados pelo responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os
Presidente da membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais,
República, dentre dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos

27
brasileiros com mais Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
de 35 e menos de 65 b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da
anos, de notável saber Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
jurídico e reputação c) os habeas corpus , quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou
ilibada, depois de quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do
aprovada a escolha Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
pela maioria absoluta d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem
do Senado Federal, como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
sendo: e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
I - um terço dentre f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
juízes dos TRF´s e g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades
um terço dentre judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
desembargadores dos h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão,
TJ´s, indicados em entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência
lista tríplice do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e
elaborada pelo da Justiça Federal;
próprio STJ; i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;
II - um terço, em II - julgar, em RECURSO ORDINÁRIO:
partes iguais, dentre a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
advogados e tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
membros do b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
Ministério Público tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
Federal, Estadual, c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro,
do Distrito Federal e Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
Territórios, III - julgar, em RECURSO ESPECIAL, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
alternadamente, Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
indicados na forma recorrida:
do art. 94 (cuidado, a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
não é quinto b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
constitucional). c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

SÚMULAS VINCULANTES

- O STF poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
- Aprovação, revisão de cancelamento poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ADI. EX.: Governador
- Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula caberá reclamação ao STF.
- Somente após o esgotamento das vias administrativas será admitido o uso da reclamação constitucional contra omissão ou ato da
Administração Pública contrários ao teor de enunciado de súmula vinculante.

MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao
Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de
provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes
orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o
Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.

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§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de
créditos suplementares ou especiais.
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre
integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado
Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da
maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira,
na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato
de dois anos, permitida uma recondução.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria
absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público,
pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, §
2º, I;
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária;
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as
exceções previstas em lei.
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta
Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos
previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para
instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas
manifestações processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a
representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses,
segundo o disposto nesta Constituição e na lei.

29
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da
respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93 (quarentena de saída).
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a
direitos, vedações e forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma
recondução, sendo:
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;
III três membros do Ministério Público dos Estados;
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado
Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e
do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua
competência, ou recomendar providências;
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados
por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que
se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive
contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos
disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados
julgados há menos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as
atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram,
vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços
auxiliares;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério
Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclama.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

30
Vício material
(nomoestática): contéudo Orgânica: competência
do ato
ESPÉCIES
por ação
Vício Formal
Violação a pressupostos
(nomodinâmina): relativa ao
objetivos do ato
procedimento
Subjetiva: fase de iniciativa
do projeto de lei
ADO Formal propriamente dita
por omissão (há silêncio
Objetiva: fases posteriores
legislativo)
MI

Legislativo: CCJ

Executivo: veto político


(interesse público) ou veto
jurídico (inconstitucionalidade)
PRÉVIO (projeto
de lei) Judiciário: impetração de MS
preventivo por parlamentar
(eventual perda do mandato
prejudicará o prosseguimento)
MOMENTO DO
CONTROLE Judiciário: regra

Legislativo: rejeição de MP
inconstitucional e sustar as Leis Delegadas
POSTERIOR (lei que extrapolem os limites da delegação.
já elaborada)
Executivo: prerrogativa de
descumprir a lei que considera
insconstitucional

TCU: pode apreciar a


constitucionalidade das leis e dos atos
do Poder Público através do controle
difuso incidental.

DIFUSO: qualquer juiz ou tribunal


realiza o controle. Sempre
FORMAS DE CONTROLE

INCIDENTAL/CONCRETO.
SUBJETIVO
CONCENTRADO: realizado pelo STF
ou TJ. Em regra, ABSTRATO.

INCIDENTAL/CONCRETO: o controle é
realizado como causa de pedir. A
declaração de inconstitucionalidade está
FORMAL na fundamentação e não no dispositivo.
PRINCIPAL/ABSTRATO: a discussão sobre a
constitucionalidade é a questão principial,
o pedido.

 Inconstitucionalidade chapada, enlouquecida ou desvairada: aquela que é extremamente clara.


 Controle de convencionalidade: refere-se ao controle realizado em face das normas legais tendo como PARÂMETRO
os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados com quórum de emenda.
 Bloco de constitucionalidade: CF, emendas, tratados internacionais de Direito humanos aprovados como emendas e
ADCT (das normas que ainda possuem eficácia).
 (In)Constitucionalidade superveniente: a inconstitucionalidade superveniente ocorre quando uma norma que seria
inconstitucional com base na Constituição em vigor quando da sua elaboração, passaria a ser constitucional quando da promulgação
de nova Constituição. De acordo com o STF, tal teoria não é aceita, porque tudo estará em saber se o legislador ordinário agiu dentro
de sua esfera de competência ou fora dela, se era competente ou incompetente para editar a lei que tenha editado.

31
 Havendo incompatibilidade entre Lei Municipal e a Lei orgânica do Município haverá apenas controle de legalidade,
cujas regras serão especificadas pela própria lei orgânica.

CONTROLE DIFUSO
Realizado por qualquer Juiz ou Tribunal (inclusive o STF).
Nessa via de controle, o juízo de verificação da compatibilidade da norma com o texto constitucional não é questão principal
(objeto da ação), mas, tão somente, uma questão prejudicial, isto é, um antecedente lógico a ser resolvido antes de se passar a
questão principal. A finalidade é proteger direitos subjetivos. Assim, a apreciação judicial da controvérsia constitucional não será
feita no dispositivo da decisão, mas sim na fundamentação.
O controle difuso pode ser engendrado por meio de qualquer tipo de ação judicial. Todavia, a jurisprudência não admite como
PEDIDO PRINCIPAL na ACP, sendo, todavia, admitido o controle difuso incidental.
LEGITIMIDADE: quaisquer pessoas no exercício do seu PARÂMETRO: atos emanados do Poder Público perante qualquer
Direito Constitucional de ação, o Ministério Público, sendo norma constitucional, ainda que ela já tenha sido revogada, sendo,
possível, ainda, que o Juiz ou Tribunal suscite de ofício unicamente, necessário verificar se essa norma constitucional estava
(com exceção do STF no recurso extradiordinário). em vigor no momento da criação do ato.
É possível o controle de normas pré-constitucionais, desde que não
se adote a atual CF como parâmetro.
No primeiro grau o juiz monocrático decide a questão sozinho.
Já nos Tribunais deverá ser observada a cláusula de reserva de plenário (full bench), segundo a qual a inconstitucionalidade da
lei somente poderá ser declarada pelo PLENÁRIO ou ÓRGÃO ESPECIAL, através do voto da maioria absoluta de seus
membros, salvo se já houver pronunciamento destes ou do plenário do STF sobre a questão. Caso a decisão for pela
constitucionalidade, poderá ser decidida pelo órgão fracionário que recebeu a distribuição do processo.
O Plenário ou o Órgão Especial vão decidir apenas acerca da inconstitucionalidade da lei, ficando o Órgão Fracionário responsável
pelo julgamento do caso concreto. É o que se chama de cisão funcional de competência no plano horizontal (não se aplica ao
STF, que julgará toda a demanda).
A cláusula de reserva de plenário não se aplica as turmas recursais dos Juizados Especiais, nos casos em que o Tribunal adota a
técnica de “interpretação conforme a Constituição” e quando da análise o Tribunal conclui pela não recepção da norma pré-
constitucional.
EFEITOS DA DECISÃO: inter partes (exceto se ATUAÇÃO DO SF: o entendimento tradicional e dominante por
proferida pelo STF, ocasião em que será erga omnes) e ex décadas era de que o comando judicial emanado pelo STF só
tunc. produziria efeitos inter partes. Como exceção, o Senado Federal
A norma declarada inconstitucional é nula, de forma que a poderia suspender a execução da lei declarada inconstitucional pelo
sentença que profere a inconstitucionalidade tem efeito STF, hipótese em que ela terá efeitos erga omnes e ex nunc.
declaratório e retroage (ex tunc) à dará da edição da No entanto, no ano de 2017 houve uma mudança de entendimento e
norma. Exceção: é possível a modulação de efeitos com passou a ser entendido que a decisão proferida pelo STF tem efeito
base na segurança jurídica e no interesse social, desde que erga omnes e que competiria ao SF apenas conferir publicidade à
aprovado por 2/3 dos membros do Tribunal decisão proferida pela Corte.

CONTROLE CONCENTRADO
Realizado exclusivamente pelo STF, na tutela da CF, e pelo TJ, na tutela da CE.
Nessa via de controle, o juízo de verificação da compatibilidade da norma com o texto constitucional é questão principal (objeto
da ação). O controle é objetivo, não havendo ocorrência fática ou pretensões resistidas.
Instrumentos: ADI, ADC, ADO e ADPF.
Por ações de índole objetiva não se aplicam as causas de suspeição e impedimento do CPC. Todavia, Ministro que atuou no
processo como AGU não poderá participar do julgamento.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADI
PARÂMETRO: Constituição Federal.
OBJETO: Lei ou ato normativo ESTADUAL ou FEDERAL
Não cabe de: súmulas, súmulas vinculantes, decreto regulamentar, normas originárias da CF, Leis anteriores a CF (pré-
constitucionais), ato normativo já revogado1 ou de eficácia exaurida.
- Cabe de: emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, tratados e
convenções internacionais, leis orçamentárias, decretos autônomos, regimentos internos e resoluções do CNJ, CNMP e TSE.

1
Em algumas hipóteses não haverá a perda de objeto da ADI se ocorrer a revogação do ato normativo no curso da ação: a) quando a
revogação do ato no curso do feito indicar fraude processual; b) quando tiver como objeto lei temporária e a impugnação ter se
dado ao tempo da vigência e existirem efeitos que se projetam para o futuro; c) restar demonstrado que o conteúdo da norma
impugnada foi repetido pelo diploma revogador; d) se for proposta contra medida provisória e ela for convertida em lei sem alteração
do texto impugnado; e e) se for edita uma MP com o intuito de revogar uma lei que está sendo questionada em ADI e a MP não for
votada até o julgamento da ADI.

32
LEGITIMIDADE ATIVA: BIZÚ! 4 autoridades, 4 mesas e 4 entidades

1) Presidente da República: possui capacidade postulatória. Legitimado universal – pode propor a ADI independentemente de
comprovação da pertinência temática.
2) PGR: possui capacidade postulatória. Legitimado universal – pode propor a ADI independentemente de comprovação da
pertinência temática.
3) Governador de Estado: possui capacidade postulatória. Legitimado especial – deve comprovar pertinência temática.
4) Governador do DF: possui capacidade postulatória. Legitimado especial – deve comprovar pertinência temática.

1) Mesa do Senado Federal: possui capacidade postulatória. Legitimado universal – pode propor a ADI independentemente de
comprovação da pertinência temática.
2) Mesa da Câmara dos Deputados: possui capacidade postulatória. Legitimado universal – pode propor a ADI
independentemente de comprovação da pertinência temática.
3) Mesa da Assembleia Legislativa: possui capacidade postulatória. Legitimado especial – deve comprovar pertinência temática.
4) Mesa da Câmara legislativa do DF: possui capacidade postulatória. Legitimado especial – deve comprovar pertinência
temática.

1) Partido Político com representação no CN (necessária somente na PROPOSITURA): NÃO possui capacidade postulatória.
Legitimado universal – pode propor a ADI independentemente de comprovação da pertinência temática.
2) Conselho FEDERAL da OAB: possui capacidade postulatória. Legitimado universal – pode propor a ADI independentemente
de comprovação da pertinência temática.
3) CONfederação sindical (constituídas por pelo menos 3 federações sindicais): NÃO possui capacidade postulatória. Legitimado
especial – deve comprovar pertinência temática.
4) Entidade de classe de âmbito NACIONAL (organizadas no mínimo em 9 Estados – 1/3 da federação): NÃO possui
capacidade postulatória. Legitimado especial – deve comprovar pertinência temática.

ATENÇÃO! As partes NÃO podem desistir da ADI depois de proposta.


PROCEDIMENTO MEDIDA CAUTELAR EFEITOS DA DECISÃO DEFINITIVA
- Petição Inicial (se indeferida cabe agravo - Decisão da maioria - Erga omnes, ex tunc e vinculante para o Poder
para o Tribunal Pleno) absoluta ou do Presidente do Judiciário e a Administração Pública
- Informações da autoridade que emanou o TJ no recesso. - Modulação de efeitos: razões de segurança
ato impugnado (30 dias) - Necessária audiência prévia pública ou interesse social. Necessária aprovação
- Manifestação do AGU (defende a norma) e dos órgãos os quais emanou o por 2/3 dos membros.
PGR, sucessivamente (15 dias). ato, salvo em caso de - Segundo o art. 28 da Lei 9868/99 a decisão tem
- Admite amicus curiae em caso de EXCEPCIONAL eficácia a partir do trânsito em julgado.
relevância da matéria e representativa dos URGÊNCIA. Entretanto, dada a demora processual o STF
postulantes – é permitido o ingresso até a - Oitiva do AGU e PGR se determinou que a eficácia tem seu início com a
data em que o relator libera o processo para indispensável (3 dias) publicação da ata de julgamento da ADI.
a pauta. - Em regra, a decisão - Efeitos sobre processos em andamento: se o
- Admite audiência pública. concessiva tem eficácia processo já foi julgado e formado coisa julgada
- QUÓRUM DE INSTALAÇÃO: vinculante, erga omnes e ex cabe rescisória no prazo de 2 anos. Em matéria
Necessária a presença de 2/3 dos membros nunc. penal poderá haver a revisão a qualquer tempo.
(8 ministros) - Em regra, torna aplicável a - A decisão que julgar a ADI é irrecorrível, não
- QUÓRUM DE APROVAÇÃO: legislação anterior se existente podendo ser objeto de ação rescisória.
Necessária aprovação por maioria absoluta (efeito repristinatório).
(6 ministros)
ADC
PARÂMETRO: CF. OBJETO: Lei ou ato LEGITIMIDADE: mesmos Exige a demonstração de
= ADI normativo FEDERAL legitimados da ADI. As partes existência de controvérsia
não podem desistir depois de judicial RELEVANTE.
proposta.
PROCEDIMENTO MEDIDA CAUTELAR
- Petição Inicial (se indeferida cabe agravo) - Decisão da maioria absoluta ou do Presidente do TJ no
- Manifestação do PGR (15 dias). recesso.
- A lei não prevê manifestação do AGU, para o STF é - Suspende as ações em andamento por 180 dias, após a medida
desnecessária. perde a eficácia. O STF tem admitido a prorrogação deste prazo.
- A previsão de amicus curiae foi expressamente vedada pelo - Produz eficácia contra todos, efeito vinculante e, via de regra,
PR, de modo que, em tese, não se admite a intervenção de ex nunc.

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amicus curiae. CUIDADO! De acordo com a FCC e parte da EFEITOS DA DECISÃO DEFINITIVA: Erga omnes, ex
doutrina “A ação declaratória de constitucionalidade observa tunc e vinculante para o poder judiciário e a Administração
processo objetivo que admite a manifestação de órgãos ou Pública.
entidades a título de amici curiae, ainda que o permissivo legal - A decisão que julgar a ADC é irrecorrível, não podendo ser
específico que autorizaria sua intervenção tenha sido vetado objeto de ação rescisória.
pelo Presidente da República”.
- QUÓRUM DE INSTALAÇÃO: Necessária a presença de
2/3 dos membros (8 ministros)
- QUÓRUM DE APROVAÇÃO: Necessária aprovação por
maioria absoluta (6 ministros)
ADO
PARÂMETRO: CF. OBJETO: Norma da CF de LEGITIMIDADE: mesmos PROCEDIMENTO: = ADI
= ADI eficácia LIMITADA. legitimados da ADI. As partes
não podem desistir depois de
proposta.
MEDIDA CAUTELAR: - Se a norma que não tinha sido EFEITOS DA DECISÃO:
- Admitida em caso de excepcional urgência e relevância da regulamentada é revogada, a - Será dada ciência ao poder
matéria ação deverá ser extinta por competente para a adoção das
- Decisão da maioria absoluta, desde que presentes pelo perda de objeto. providências necessárias.
menos 8 Ministros. - A perda do objeto da ADO - Se o órgão for administrativo o
- Necessária audiência prévia dos órgãos os quais emanou o também ocorrerá na hipótese de STF poderá determinar que as
ato encaminhamento de projeto de medidas devam ser adotadas no
- Oitiva do PGR, se indispensável (3 dias) lei sobre a matéria a CN, salvo prazo de 30 dias, sob pena de
- A medida poderá consistir na suspensão da aplicação da lei se houver infundado responsabilidade.
ou ato normativo questionado, em caso de omissão parcial, retardamento.
bem como na suspensão de processos judiciais ou de
procedimentos administrativos.
ADPF
PARÂMETRO: CF. OBJETO: LEGITIMIDADE: mesmos
= ADI - Ato do poder público que ameacem ou lesem preceitos legitimados da ADI.
- Não será admitida quando fundamentais (ADPF autônoma) - Qualquer interessado pode
houver qualquer outro meio - Lei ou ato normativo FEDERAL, ESTADUAL ou representar ao PGR para que
eficaz de sanar a lesividade MUNICIPAL, incluídos os anteriores à CF (ADPF por proponha a ação.
(princípio da subsidiariedade). equivalência ou equiparação).
- Deve ser um ato que viole preceito fundamental (STF quem
vai dizer se é de preceito fundamental ou não).
MEDIDA CAUTELAR PROCEDIMENTO - = ADI. Cabem audiências públicas e amicus
- Decisão da maioria absoluta. curiae.
- Em caso de extrema urgência, perigo de lesão grave ou EFEITOS DA DECISÃO DEFINITIVA
no recesso o relator poderá conceder a liminar, ad - Erga omnes, ex tunc e vinculante para o Poder Judiciário e a
referendum do Tribunal Pleno. Administração Pública.
- A liminar poderá consistir na determinação de que - Modulação de efeitos: razões de segurança pública ou interesse
juízes e tribunais suspendam o andamento de processo social. Necessária aprovação por 2/3 dos membros.
ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra - A decisão que julgar a ADPF é irrecorrível, não podendo ser objeto
medida que apresente relação com a matéria objeto da de ação rescisória.
argüição de descumprimento de preceito fundamental, - Cabe reclamação ao STF em caso de descumprimento.
salvo se decorrentes da coisa julgada (STF suspendeu o
dispositivo que traz tal disposição) FUNGIBILIDADE: A ADPF pode ser reconhecida como ADI,
- Poderá ouvir a entidade responsável pelo ato bastando que seja matéria de ADI.
impugnado e o AGU ou PGR (5 dias). O STF admitiu em 2018 a realização de acordo no âmbito de uma
ADPF.

CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE NOS ESTADOS


COMPETÊNCIA: Tribunal de Justiça local
PARÂMETRO: Constituição Estadual
- Se o parâmetro for a CE, mas a norma for de reprodução obrigatória da CF, a ADI que está no TJ pode ser objeto de REXT
solicitando o julgamento pelo STF. Nesta situação lei municipal poderá ser objeto de controle no STF e a decisão do STF terá
efeitos erga omnes.
OBJETO: leis e atos normativos ESTADUAIS e MUNICIPAIS

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LEGITIMIDADE: será regulamentada por cada Estado, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
AÇÕES POSSÍVEIS: ADI, ADC e ADO.
SIMULTANEIDADE DE AÇÕES DIREITAS DE INCONSTITUCIONALIDADE: Quando a Lei estadual violar a CF e a CE
simultaneamente (simultaneus processos) a ADI, no TJ, fica suspensa aguardando a ação proposta no STF. Se o STF declara a
inconstitucionalidade a ADI no TJ fica prejudicada; se o STF declara a improcedência, o TJ poderá julgar a ADI procedente por
violar a CE, desde que o fundamento seja diverso do STF.

DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e


pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e
regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob
FORÇAS ARMADAS a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se
à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
DEFESA DO
ESTADO

Polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária


SEGURANÇA federal; polícias civis; polícias militares e corpos de bombeiros
PÚBLICA militares; polícias penais federal, estaduais e distrital.

ESTADO DE
DEFESA
DEFESA DAS
INSTITUIÇÕES
DEMOCRÁTICAS
ESTADO DE SÍTIO

ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO


O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, DECRETAR estado República e o Conselho de Defesa Nacional, SOLICITAR ao
de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em Congresso Nacional autorização para decretar o estado de
locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social sítio nos casos de:
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional OU I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante
o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão
armada estrangeira.
Procedimento: Procedimento:
1. Manifestação prévia do Conselho da República e do 1. Manifestação prévia do Conselho da República e do
Conselho de Defesa Nacional. Conselho de Defesa Nacional.
2. Expedição do decreto instituidor 2. Solicitação pelo PR de prévia autorização do CN para a
a) Indicará o tempo de duração da medida, que não decretação.
poderá ultrapassar 30 dias, prorrogável, uma única 3. Edição de decreto legislativo pelo CN, autorizando, por

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vez, por igual período. maioria absoluta, a decretação da medida.
b) Indicará a área a ser abrangida. 4. Expedição do decreto instituidor, indicando o tempo de
c) Indicará as medidas coercitivas que vigorarão duração da medida, a área a ser abrangida e as medidas
durante a sua vigência. coercitivas.
3. O decreto presidencial será submetido, em até 24h, a 5. Após a publicação do decreto o PR designará o executor das
aprovação pela maioria absoluta do Congresso medidas específicas, assim como as áreas abrangidas.
Nacional. O CN terá 10 dias para apreciar o decreto. Prazo:
A) No caso comoção grave de repercussão nacional ou
ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida
tomada durante o estado de defesa, não poderá ser decretado
por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por
prazo superior;
B) No caso de declaração de estado de guerra ou resposta a
agressão armada estrangeira, poderá ser decretado por todo o
tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
Medidas coercitivas: Medidas coercitivas:
I - restrições aos direitos de: I - obrigação de permanência em localidade determinada;
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; II - detenção em edifício não destinado a acusados ou
b) sigilo de correspondência; condenados por crimes comuns;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência,
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à
hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da
e custos decorrentes. lei;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
Na vigência do estado de defesa: V - busca e apreensão em domicílio;
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
executor da medida, será por este comunicada imediatamente VII - requisição de bens.
ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de
preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
autoridade, do estado físico e mental do detido no momento
de sua autuação;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser
superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder
Judiciário;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
- Se houver decretação durante o recesso parlamento, o Presidente do SF, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso
Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato. Na vigência do estado de defesa e de sítio o CN permanecerá
em funcionamento.
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus
membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos
ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas
pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas,
com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.

ORDEM ECÔNOMICA E FINANCEIRA


Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de
seus processos de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

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VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de
órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração DIRETA de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista NÃO poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor
privado.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização,
incentivo e planejamento, sendo este DETERMINANTE para o setor público e INDICATIVO para o setor privado.

DA POLÍTICA URBANA
- O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de 20.000 habitantes, é o instrumento básico
da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
- As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
- É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal,
do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - IPTU progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com
prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA: aquele que possuir como sua área urbana de até 250m², por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do
estado civil. O direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Os imóveis públicos não serão adquiridos por
usucapião.

USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL: Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco
anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a 50 hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho
ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA: Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será definida em lei.
- As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
- São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma
agrária.
- São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei,
desde que seu proprietário não possua outra; II - a propriedade produtiva.
- A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
- Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso,
inegociáveis pelo prazo de dez anos.

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ORDEM SOCIAL

DA SEGURIDADE SOCIAL
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as
despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o
valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência
Social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder
Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências
estabelecidas em lei.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade
econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo
também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas "b" e "c" do inciso I do caput. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a
remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do inciso I e o inciso II do caput. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

DA SAÚDE
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema
único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

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§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde
recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15%;
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de
que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos
de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos
casos previstos em lei.

DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de
filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no §
2º.
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei
complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de
aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes
condições:
I - 65 anos de idade, se homem, e 62 anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - 60 anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas
atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 anos, para o professor que comprove tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime
geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por
lei complementar.

DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e
tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

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II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não
possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade
social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a
execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em
todos os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até
cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.

DA EDUCAÇÃO
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal.
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e
obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que
a ela não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, PREFERENCIALMENTE na rede regular de
ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material
didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade
competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
responsáveis, pela freqüência à escola.
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

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Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de
ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais
e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais
e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios;
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ENSINO FUNDAMENTAL e na EDUCAÇÃO INFANTIL.
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ENSINO FUNDAMENTAL e MÉDIO.
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de 18%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 25%, no
mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino.
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de DURAÇÃO DECENAL, com o objetivo de articular o sistema
nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a
manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes
públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto.
DA CULTURA
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e
incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes
do processo civilizatório nacional.
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de DURAÇÃO PLURIANUAL, visando ao desenvolvimento cultural do
País e à integração das ações do poder público.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de
sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais.
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa,
institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os
entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício
dos direitos culturais.

DO DESPORTO
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um.
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da
justiça desportiva, regulada em lei.
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final.

DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO


Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a
inovação.
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o
progresso da ciência, tecnologia e inovação.

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§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento
do sistema produtivo nacional e regional.
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por meio do
apoio às atividades de extensão tecnológica, e concederá aos que delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho.
§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e
aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do
salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho.
§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao
ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput, estimulará a articulação entre entes, tanto públicos quanto privados,
nas diversas esferas de governo.
§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das instituições públicas de ciência, tecnologia e inovação, com vistas
à execução das atividades previstas no caput.
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e
sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas, bem como nos demais entes,
públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da inovação, a
atuação dos inventores independentes e a criação, absorção, difusão e transferência de tecnologia.
Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão firmar instrumentos de cooperação com órgãos e
entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o compartilhamento de recursos humanos especializados e capacidade
instalada, para a execução de projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante contrapartida
financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário, na forma da lei.
Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) será organizado em regime de colaboração entre
entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorrentemente sobre suas peculiaridades.

DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não
sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer
veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros
natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no
País.
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos 70% do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora
e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que
exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação.
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são privativas de brasileiros natos
ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação social.
§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional.
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão
sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal.
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem.
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso
Nacional, em votação nominal.
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos
parágrafos anteriores.
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial.
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de 10 ANOS para as emissoras de rádio e de 15 para as de televisão.

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DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de USO COMUM do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras
gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de SIGNIFICATIVA degradação do
meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica
exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são
PATRIMÔNIO NACIONAL, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio
ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos
ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que
utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como
bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o
bem-estar dos animais envolvidos.

DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO


Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a
lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre
decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer
forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a
violência no âmbito de suas relações.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à

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convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por
profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento,
quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob
a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e
drogas afins.
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de
estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os
pais na velhice, carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na
comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.
§ 2º Aos maiores de 65 anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.

DOS ÍNDIOS
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre
as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas
atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a
sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua POSSE PERMANENTE, cabendo-lhes o usufruto
exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em
terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes
assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de
catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das
terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado
relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a
indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos
e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.

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