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Direito Constitucional

4º Encontro
A Constituição Como Sistema
Aberto De Regras E Princípios

– Prof. Msc. Arlley Andrade de Sousa


“Não existe democracia onde impera a corrupção, a
injustiça, a mentira e a hipocrisia.” (Mauro Barreto)
1. CONSTITUIÇÃO COMO SISTEMA ABERTO DE
PRINCÍPIOS E REGRAS
1.1. A Constituição – Conceito Material

“A palavra Constituição abrange toda uma gradação de significados,


desde o mais amplo possível - a Constituição em sentido etimológico, ou seja,
relativo ao modo de ser das coisas, sua essência e qualidades distintivas -
até este outro em que a expressão se delimita pelo adjetivo que a
qualifica, a saber, a Constituição política, isto é, a Constituição do
Estado, objeto aqui de exame.
...
Do ponto de vista material, a Constituição é o conjunto de normas
pertinentes à organização do poder, à distribuição da competência, ao
exercício da autoridade, a forma de governo, aos direitos da pessoa
humana, tanto individuais como sociais.
1. CONSTITUIÇÃO COMO SISTEMA ABERTO DE
PRINCÍPIOS E REGRAS

1.2. A Constituição – O Conceito formal

As Constituições não raro inserem matéria de aparência constitucional.


Assim se designa, exclusivamente, por haver sido introduzida na Constituição,
enxertada no seu corpo normativo e não porque se refira aos elementos básicos ou
institucionais da organização política. (p.81)

Com efeito, disposições de teor aparentemente constitucional penetram por


sua vez na Constituição, mas apenas de modo impróprio, formalmente, e não
materialmente, visto que não se reportam aos pontos cardeais da existência
política, a saber, a forma de Estado, a natureza do regime, a moldura e
competência do poder, a defesa, conservação e exercício da liberdade”.
2. CONSTITUIÇÃO COMO SISTEMA

2.1. Conceito - Sistema é um conjunto de elementos que interacionam. A


interação entre os elementos é considerada de muita importância, por tanto é vital
para que um conjunto de elementos possa ser considerado um sistema, pois um
conjunto de elementos sem interação entre eles, de nenhuma maneira pode ser
considerado como um sistema.

Assim, considerando que a Constituição está imersa num sistema


objetivo de costumes, valores e fatos, componentes de uma realidade viva e
dinâmica, não sendo pois algo separado da Sociedade, mas sim um feixe de normas
e princípios que devem refletir a espontaneidade do sentimento social e a força
presente na consciência de uma época, podemos vê-la como um sistema sim, que
inspira à organização política, à vida em sociedade e os fatos da realidade que
regula.
2. CONSTITUIÇÃO COMO SISTEMA

2.2. Sistema Aberto

Pode-se dizer que a Constituição é um sistema aberto pois,


tendo em vista esta iteratividade com a vida social, do mesmo modo que
ela regula direitos, organização políticia e vida em sociedade ela sofre
influências (políticas, axiológicas, econômicas, culturais, religiosas,
sociológicas, etc) para ser alterada (às vezes sem mudar seu texto-
mutação constitucional) a absorver novos conceitos e rechaçar visões
anacrônicas que não mais refletem os fatores reais de poder.

Como seu texto possui normas (regras e princípios) cujas


interpretações são plurissignificativas, também por isso afirma-se que a
Constituição é um Sistema Aberto de Regras e Princípios.
2. CONSTITUIÇÃO COMO SISTEMA

2.3 Regras e Princípios

Qual a diferença entre Regras e Princípios Constitucionais?

Regras e Princípios são Normas Jurídicas?


3. CONSIDERAÇÕES CONCLUSIVAS
3.1. A Constituição se define como a decisão global e fundamental
acerca da espécie e da forma de unidade política.

3.2. A ideia de sistema inculca imediatamente outras, tais como as


de unidade, totalidade e complexidade.

3.3. A Constituição é basicamente unidade, unidade que repousa


sobre princípios: os princípios constitucionais. Esses não só
exprimem determinados valores essênciais – valores políticos ou
ideológicos - senão que informam e perpassam toda a ordem
constitucional, imprimindo assim ao sistema sua feição particular,
identificavel, inconfundível.
3. CONSIDERAÇÕES CONCLUSIVAS

3.4. O sistema constitucional já não é tão-somente o sistema da


Constituição normativa, mas está acrescido de todo aquele
complexo de forças, relações e valores, que o conceito formal de
Constituição não absorve.

3.5. A Constituição, como sistema volvido para o sentido material


da ordem jurídica, tem cada vez mais sido interpretada
ideologicamente, o que tem politizado sobremaneira a
Constituição, retirando da norma constitucional toda sua
juridicidade e eficácia ou dissolvendo-a no subjetivismo dos
intérpretes, visto que “o sentido normativo da Constituição
passou a ser determinado pelo entendimento que o intérprete tem
da Constituição”.
4. REFERÊNCIAS

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo:


Malheiros, 2005.

GOMES CANOTILHO, Joaquim José. Direito Constitucional e


Teoria da Constituição. 7 ed. Coimbra: Almedina, 2003.

HERKENHOFF, João Baptista. Como aplicar o Direito. 12 ed.


ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2010.

HESSE, Conrad. Temas Fundamentais de Direito Constitucional.


São Paulo: Saraiva, 2009.

HESSE, Konrad. (Trad. Gilmar Mendes). A Força Normativa da


Constituição. Sérgio Antônio Fabris Editor: Porto Alegra, 1991.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!

FIM

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