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Constituição

1 – Constituição

1.1 – Disposições gerais

A Constituição, em sentido moderno, é um produto de natureza cultural ocidental


proveniente do constitucionalismo histórico caracterizado como a lei fundamental de
organização política e jurídica de um determinado Estado.

1.2 – Sentimento constitucional

O sentimento constitucional, segundo José Roberto Barroso, consiste no resultado


último do entranhamento da Lei Maior na vivência diária dos cidadãos, criando uma
consciência comunitária de respeito e preservação da Constituição como símbolo superior de
valor afetivo e pragmático.

1.3 – Constituição ideal

A Constituição ideal, segundo Canotilho, consiste no documento escrito, elaborado por


representantes do povo em Assembleia Constituinte, com a finalidade de adoção de um
sistema democrático formal, de um sistema de garantia de liberdades civis e de
reconhecimento da separação de Poderes do Estado.

1.4 – Concepção sociológica

A concepção sociológica, proposta por Ferdinand Lassalle, na obra A Essência da


Constituição, de 1862, define a Constituição como a soma dos fatores de poder atuantes em uma
sociedade, no sentido de fato social proveniente das relações entre os integrantes da
comunidade política. Nesse sentido, o equilíbrio nas relações de poder caracteriza a Constituição
real, de maneira que, quando positivados, se tornam direito real escrito, constituindo a situação
ideal de um ordenamento jurídico constitucional, em oposição à Constituição escrita, positivada
sem fundamento nos fatores de poder, que constitui mera folha de papel.

1.5 – Concepção política

A concepção política, proposta por Carl Schmitt, na obra A Teoria da Constituição, de


1928, define a Constituição como a decisão política fundamental, no sentido de estruturação e
organização do Estado fundamentada na vontade livre do detentor do poder, de maneira que
sua validade não se fundamenta em critérios de justiça ou fatores de poder sociais. Nesse
sentido, a concepção política distingue Constituição de lei constitucional, de maneira que a
Constituição é caracterizada pelas normas fundamentadas na decisão política, e as leis
constitucionais, pelas matérias de menor relevância, formalmente veiculadas no texto
constitucional, submetidas às normas materiais, no sentido de que a Constituição escrita é
caracterizada por sistematizar a decisão política e a ela se submete.

1.6 – Concepção jurídica

A concepção jurídica, proposta por Hans Kelsen, na obra Teoria Pura do Direito, de 1934,
define a Constituição como a norma jurídica pura fundamental do Estado, no sentido de
estruturação estatal desvinculada dos fatores políticos ou sociais, Nesse sentido, a concepção
política adota o parâmetro formal de definição que resulta no escalonamento hierárquico
formal do ordenamento jurídico, de maneira que, em sentido jurídico-positivo, toda norma
retira sua validade de outra norma superior, e em sentido lógico-jurídico, a Constituição retira
sua validade da norma hipotética fundamental, constituída por valores externos ao direito.

1.7 – Concepção cultural

A concepção cultural, proposta por Meirelles Teixeira, abrange a concepção sociológica,


jurídica e política, de maneira que, com base na natureza cultural do direito, as diversas
concepções de Constituição se complementam. Nesse sentido, a Constituição é caracterizada
como um produto cultural complexo proveniente da simbiose entre as normas fundamentais e
a cultura, criando condições favoráveis para o surgimento de uma Constituição total, no sentido
de unidade política fundamentada na agregação de todos os aspectos da sociedade.

1.8 – Constituição simbólica

A Constituição simbólica, proposta por Marcelo Neves, é caracterizada pelo fenômeno


da insinceridade normativa, no sentido de utilização da Constituição como um símbolo político
com finalidade de fortalecimento do governo, protelação da solução de conflitos ou
confirmação dos valores sociais de determinado grupo. Nesse sentido, Luís Roberto Barros
define o fenômeno que caracteriza a Constituição simbólica como insinceridade normativa.

1.9 – Teoria concretista

A teoria concretista, proposta por Konrad Hesse, na obra A Força Normativa da


Constituição, é caracterizada pela antítese da concepção sociológica de Ferdinand Lassalle, no
sentido de que as normas constitucionais escritas prevalecem sobre os fatores reais de poder,
com base na vontade política e social de concretização das normas.
1.10 – Constituição como processo público

A Constituição como processo público, proposta por Peter Harbele, é caracterizada


pelo documento vivo, no sentido de processo interpretativo público e contínuo, baseado em
uma sociedade aberta de interpretes e na ausência de monopólio estatal, de maneira que
garante a abertura constitucional mediante alteração formal e informal ou por meio de
conceitos jurídicos indeterminados.

1.11 – Concepção pós-positivista

O pós-positivismo é caracterizado pelo modelo constitucional fundamentado na


dignidade da pessoa humana, de maneira que a sua concretização resultou na superação do
modelo positivista puro, fundamentado na neutralidade das normas. Nesse sentido, as normas
constitucionais passaram a apresentar correspondência com a realidade de fato, bem como a
aproximação do direito com a moral.

2 – Estrutura e elementos

2.1 – Disposições gerais

A Constituição Federal de 1988 é divida em três partes, preâmbulo, parte dogmática e


disposições transitórias, e seus elementos são agrupados pela doutrina com base no conteúdo,
na origem e na finalidade das normas.

2.2 – Preâmbulo

O preâmbulo é caracterizado por definir os princípios da nova ordem jurídica


constitucional, integrar e interpretar as normas dogmáticas, de maneira que não é
caracterizado como norma central de reprodução obrigatória nas constituições estaduais.
Nesse sentido, a doutrina majoritária e o STF entendem que o preâmbulo possui natureza
política, atuando como fonte hermenêutica auxiliar, sem força normativa, de maneira que,
segundo a jurisprudência, não pode servir como parâmetro de constitucionalidade ou como
limitação ao poder constituído, e ainda, a declaração de promulgação sob a proteção de Deus
não é incompatível com a laicidade do Estado. (emenda: ausência de razão lógico-jurídica, ADI
2076)

2.3 – Parte dogmática

A parte dogmática constitucional consiste no texto normativo básico e nos dispositivos


autônomos que preveem os direitos e deveres provenientes do poder constituinte. Nesse
sentido, a parte dogmática possui a pretensão de permanência relativa, no sentido de ausência
de transitoriedade e possibilidade de modificação pelo poder reformador, salvo cláusulas
pétreas, que possuem pretensão de permanência absoluta.

2.4 – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

O ADCT é caracterizado pelas normas que atuam na integração da nova ordem


constitucional, no sentido de regulamentação da transição entre o texto constitucional e a
realidade de fato, visando a segurança jurídica, de maneira que possuem natureza jurídica
constitucional formal temporária, que perde efeito independentemente de revogação. Nesse
sentido, a força normativa do ADCT garante a incidência do poder reformador e a
parametrização constitucional, de maneira que sua utilização com pretensão de permanência
caracteriza a instrumentalização política com base no fenômeno da insinceridade normativa.

2.5 – Elementos orgânicos e limitativos

Os elementos orgânicos são caracterizados pelas normas que regulamentam a


estrutura do Estado e do poder político, enquanto os limitativos são caracterizados pelas
normas que limitam a atuação do Estado. Nesse sentido, o título II da Constituição Federal,
que prevê os direitos e garantias fundamentais, salvo o capítulo II, que prevê os direitos
sociais, caracterizam os elementos limitativos, enquanto os títulos III e IV, que regulamentam a
organização do Estado e dos Poderes caracterizam os elementos orgânicos.

2.6 – Elementos socioideológicos

Os elementos socioideológicos são caracterizados pelas normas que atuam no sentido


de comprometimento constitucional com o bem estar social, de maneira que firmam
compromisso entre o Estado individualista e o Estado social. Nesse sentido, o capítulo II, do
título II, da Constituição Federal, que prevê os direitos sociais, o título VII, que prevê a ordem
econômica e financeira, e o título VIII, que prevê a ordem social, caracterizam elementos
socioideológicos.

2.7 – Elementos de estabilização

Os elementos de estabilização são caracterizados pelas normas de solução de conflitos


constitucionais e de defesa da Constituição, do Estado e das instituições, de maneira que
constituem instrumentos de defesa do Estado. Nesse sentido, os artigos 34 a 36, que preveem
a intervenção, e o 102, I, a, que prevê a ação de inconstitucionalidade, caracterizam elementos
de estabilização.

2.8 – Elementos formais de aplicabilidade


Os elementos formais de aplicabilidade são caracterizados pelas normas que
estabelecem as regras de aplicação das normas constitucionais. Nesse sentido, ADCT, o
preâmbulo, e o parágrafo primeiro do artigo 5º, que estabelece aplicação imediata das normas
definidoras de direitos e garantias fundamentais, caracterizam os elementos formais de
aplicabilidade.

3 – Conteúdo e forma

3.1 – Disposições gerais

A Constituição, em relação ao seu conteúdo, pode ser classificada em formal e


material, com base na natureza das normas, de maneira que a Constituição material consiste
no conjunto de normas, escritas ou costumeiras, essencialmente constitucionais, no sentido de
regular matérias fundamentais para a constituição do Estado, enquanto a Constituição formal
consiste no conjunto de normas escritas veiculadas no texto constitucional,
independentemente da natureza essencialmente constitucional. (classificação decorrente da
concepção política)

3.2 – Constituição escrita

A Constituição escrita, dogmática ou instrumental, é caracterizada pela predominância


de normas escritas, sem prejuízo à presença de elementos não escritos, e são classificadas em
codificadas e não codificadas. Nesse sentido, as Constituições codificadas, orgânicas, reduzidas
ou unitárias, são constituídas por um único documento, enquanto as não codificadas,
inorgânicas, variadas ou legais, são constituídas por vários textos. (conteúdo material ou
formal)

3.3 – Constituição não escrita

A Constituição não escrita, costumeira ou histórica, é caracterizada pela formação


predominante por legislação esparsa, jurisprudência, tratados e costumes, sem prejuízo à
presença de elementos escritos. (conteúdo exclusivamente material; elementos escritos da
Constituição inglesa: statute law, common law, cases law e tratados incorporados)

3.4 – Constituição dogmática

As Constituições dogmáticas, elaboradas em Assembleia Constituinte, podem ser


ortodoxas e heterodoxas, ou ecléticas, quando as normas forem influenciadas por ideologia
única ou por diversas ideologias. (Constituição Soviética 1977; Constituição Federal de 1988)
3.5 – Constituição histórica

A Constituição histórica é caracterizada pelo conjunto de regras e instituições que


formam a ordem jurídica e política de um Estado no curso do tempo, mediante absorção de
valores sociais. Nesse sentido, a Constituição histórica garante estabilidade às normas
constitucionais, em sentido contrário às dogmáticas, sedimentas em valores transitórios.

3.6 – Constituição Federal de 1988

A Constituição Federal de 1988 possui natureza originária escrita codificada.


Entretanto, as emendas constitucionais autônomas e as normas de natureza constitucional
provenientes de tratados de direitos humanos não incorporados ao texto constitucional
caracterizam um processo de descodificação constitucional. (Convenção Internacional sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e Protocolo Facultativo; artigo 2º, EC 32 de 2001)

4 – Extensão e finalidade

4.1 – Disposições gerais

A Constituição é classificada em relação a sua extensão, no sentido de maior ou menor


quantidade de matérias regulamentadas, em sintética e analítica, e ainda, em relação a sua
finalidade, no sentido teleológico, em garantia, dirigente e balanço.

4.2 – Constituição sintética

A Constituição sintética, concisa, sumária ou reduzida, é caracterizada pela


regulamentação exclusiva de matérias materialmente constitucionais, de maneira que é
formada por base de natureza principiológica que garante maior capacidade de adaptação ao
tempo. (Constituição americana de 1787 e brasileira de 1891)

4.3 – Constituição analítica

A Constituição analítica, ou prolixa, é caracterizada pela ampla regulamentação estatal,


independentemente da natureza material das matérias, de maneira que é constituída por base
normativa e intensa atividade reformadora. Nesse sentido, André Ramos Tavares fundamenta
a tendência de aumento das constituições analíticas com base na indiferença do legislador
ordinário, na necessidade de proteção jurídica diferenciada de determinados direitos
subjetivos, na imposição de determinados deveres aos governantes com a finalidade de evitar
o desvio de poder, e na perpetuação de determinados institutos com a finalidade de garantir
segurança jurídica. (constituições brasileira de 1988, portuguesa de 1976 e espanhola de 1978)
4.4 – Constituição garantia

A Constituição garantia, abstencionista ou negativa, é caracterizada pela concretização


dos direitos fundamentais de primeira dimensão, de maneira que é constituída por normas de
garantia das liberdades civis e políticas e de limitação do poder político. Nesse sentido, a
Constituição garantia consiste em na Constituição sintética classificada quanto à finalidade, no
sentido de garantir as liberdades negativas. (Constituição americana de 1987)

4.5 – Constituição dirigente

A constituição dirigente, ou programática, proposta por Canotilho, é caracterizada pelo


conjunto de normas constitucionais que exercem a função de direção da atividade estatal,
definindo programas de ação para a concretização dos valores políticos em um Estado futuro,
de maneira que a atividade legislativa deve ser controlada por mecanismos de participação
popular, vedado o controle judicial. Nesse sentido, a Constituição dirigente é constituída pela
Constituição analítica classificada quanto à finalidade, no sentido de promover a igualdade
material. (constituições brasileira de 1988 e alemã 1919; exceção à vedação de controle
judicial pelo ordenamento brasileiro)

4.6 – Constituição balanço

A Constituição balanço, registro ou do ser, é caracterizada pela finalidade exclusiva de


registro dos estágios da organização política dos estados socialistas, constituições soviéticas.

5 – Estabilidade

5.1 – Disposições gerais

A estabilidade da Constituição é definida com base na adaptabilidade das normas à


realidade de fato, de maneira que a divergência entre o texto normativo e a realidade de fato
resulta na mutabilidade da Constituição.

5.2 – Constituição rígida

A Constituição rígida é caracterizada pela adoção de um processo de alteração formal


das normas constitucionais mais complexo em relação ao processo de alteração das normas
infraconstitucionais, garantindo a supremacia constitucional formal e a segurança jurídica do
Estado. (constituições brasileiras de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969 e 1988)

5.3 – Constituição flexível


A Constituição flexível é caracterizada pela adoção de um processo de alteração formal
das normas constitucionais de igual complexidade em relação ao das normas
infraconstitucionais, resultando na ausência prática de superioridade hierárquica formal e na
incompatibilidade com o controle de constitucionalidade, no sentido de rigidez política e
flexibilidade jurídica. (Constituição Soviética de 1924 e Estatuto do Império da Itália de 1848;
Constituição plástica, Pinto Ferreira)

5.4 – Constituição transitoriamente flexível

A Constituição transitoriamente flexível é caracterizada pela natureza originária flexível


e conversão posterior em rígida. (Constituição de Baden de 1947 e da Irlanda de 1937)

5.5 – Constituição semirrígida

A Constituição semirrígida é caracterizada pela adoção de processos distintos para a


alteração das normas materiais e formais, de maneira que as normas materiais possuem
processo de alteração mais complexo em relação às normas infraconstitucionais, enquanto as
normas formais possuem processo de mesma complexidade. (Constituição Imperial de 1824,
art. 178)

5.6 – Constituição super-rígida

A Constituição super-rígida, concebida por Alexandre de Moraes, é caracterizada pela


adoção de um núcleo imutável por uma Constituição rígida, denominado de cláusulas pétreas,
de maneira que as normas constitucionais podem ser alteradas com base em um processo de
alteração formal mais complexo em relação às normas infraconstitucionais, salvo as cláusulas
pétreas, que somente podem ser alteradas pelo poder constituinte originário. Nesse sentido, a
doutrina minoritária considera a Constituição Federal de 1988 como super-rígida.

5.7 – Constituição fixa

A Constituição fixa, ou silenciosa, é caracterizada pela ausência de previsão de


processo formal para a alteração das normas constitucionais, de maneira que somente o pode
constituinte possui a legitimidade para a alteração normativa. Nesse sentido, a Carta
Espanhola de 1876 e o Estatuto do Reino da Sardenha de 1848 são exemplos de Constituição
fixa.

5.8 – Constituição imutável


A Constituição imutável, granítica ou permanente, é caracterizada pela sua pretensão
de perpetuidade, de maneira que, além de não prever um processo formal de alteração,
rejeita a legitimidade do poder constituinte.

6 – Origem ou positivação

6.1 – Disposições gerais

A Constituição, com fundamento na sua origem, é classificada quanto à positivação em


promulgada e outorgada, de maneira que a Constituição promulgada, democrática ou popular,
tem origem em uma Assembleia Nacional Constituinte, enquanto a Constituição outorgada, não
democrática ou carta constitucional, é imposta sem observação da vontade popular. Nesse
sentido, são exemplos de Constituição promulgada as brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988, e
são exemplos de Constituição outorgada as de 1824, 1937, 1967 e 1969.

6.2 – Constituição cesarista

A Constituição cesarista, napoleônica ou plebiscitária, é caracterizada por ser


submetida a uma consulta popular direta, mediante referendo ou plebiscito, de maneira que,
ordinariamente, a Constituição cesarista é positivada por outorga, ainda que não haja
impedimento de submissão de uma Constituição promulgada. (plebiscitos napoleônicos e de
Pinochet)

6.3 – Constituição pactuada

A Constituição pactuada, dualista ou contratual, é caracterizada pelo compromisso


entre forças rivais que disputam o poder. (Constituição francesa de 1791; Bill of Rights de
1869)

6.4 – Constituição Federal de 1967

A Constituição Federal de 1967 é considerada pela doutrina majoritária como


outorgada, com base no contexto histórico de ausência de democracia. Entretanto, a doutrina
minoritária a considera como promulgada com base na aprovação pelo Congresso Nacional.

6.5 – Constituição Federal de 1969

A Constituição Federal de 1969 é considerada como outorgada pela doutrina, de forma


pacífica, com base na sua positivação por meio de ato institucional. Contudo, a natureza
constitucional do ato é divergente, no sentido de ter sido promovida por meio de emenda
constitucional à Constituição de 1967, ainda que possua uma estrutura com mudanças
significativas na organização do Estado.

7 – Ontologia

7.1 – Disposições gerais

A Constituição, segundo Karl Loewenstein, é classificada quanto à ontologia em


normativa, nominalista e semântica, com base na adequação entre o texto constitucional e a
realidade social de fato.

7.2 – Normativa

A Constituição normativa é caracterizada pelo estrito cumprimento das normas


constitucionais fundamentado na adequação entre o texto constitucional e a realidade social
de fato, Constituição americana de 1787.

7.3 – Nominalista e semântica

As constituições nominalista e semântica são caracterizadas pela ausência de


adequação entre o texto constitucional e a realidade social de fato, de maneira que o
descumprimento das normas da Constituição nominalista é fundamentado na impossibilidade
fática proveniente de texto prematuro, enquanto o descumprimento das normas da
Constituição semântica é proveniente do interesse das classes dominantes. Nesse sentido, as
constituições brasileiras de 1988 e 1937 são exemplos de Constituição nominalista e
semântica, respectivamente.

8 – Função ou papel desempenhado

8.1 – Disposições gerais

A Constituição é classificada, quanto à função ou papel desempenhado, em


Constituição-lei, Constituição-fundamento e Constituição-moldura. Contudo, a doutrina
também classifica a Constituição quanto à função em provisória e definitiva, com base na
natureza provisória das normas até o surgimento da Constituição definitiva. (decreto 510 de
1890)

8.2 – Constituição-lei
A Constituição-lei é caracterizada pela ausência de hierarquia formal entre as normas
constitucionais e infraconstitucionais, de maneira que o legislador ordinária não é vinculado ao
texto constitucional. (constituições flexíveis)

8.3 – Constituição-fundamento

A Constituição-fundamento, ou constituição total, é caracterizada pela


consubstanciação da lei fundamental, de maneira que resulta na redução da atividade
infraconstitucional.

8.4 – Constituição-moldura

A Constituição-moldura é caracteriza por apenas definir os parâmetros limitadores da


atividade normativa infraconstitucional. (dúctil)

9 – Origem da adoção

 Autônoma: normas originadas em vontade estatal autônoma. (autoconstituições)


 Heterônoma: influencia de Estado ou organismo distinto. (heteroconstituições)

10 – Objeto ou ideologia

 Liberal: fundamentada intervenção mínima do Estado nas liberdades individuais.


 Social: fundamentada na intervenção estatal para a garantia da igualdade material.

11 – Sistema

 Principiológica: fundamentada em princípios e regras jurídicas.


 Preceitual: fundamentada em regra jurídicas, exclusivamente.

12 – Evolução histórico-constitucional brasileira

12.1 – Disposições gerais

12.2 – Constituição de 1824

12.3 – Constituição de 1891

12.4 – Constituição de 1934

12.5 – Constituição de 1937


12.6 – Constituição de 1946

12.7 – Constituição de 1967

12.8 – Constituição de 1969

12.9 – Constituição de 1988

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