Você está na página 1de 19

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE NEGÓCIOS
CURSO DE GESTÃO TRIBUTÁRIA

ELMAR MACEDO FORIM

A ÉTICA NO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

CURITIBA
2015
ELMAR MACEDO FORIM

A ÉTICA NO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Artigo de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Gestão
Tributária da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná, como requisito parcial
à obtenção do título de Pós Graduação
em Gestão Tributária.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Sergio Miguel

CURITIBA
2015
ELMAR MACEDO FORIM

A ÉTICA NO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Gestão
Tributária da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná, como requisito parcial
à obtenção do título de Pós Graduação
em Gestão Tributária.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________
Professor 1(Titulação e nome completo)
Instituição 1

_____________________________________
Professor 2 (Titulação e nome completo)
Instituição 2

_____________________________________
Professor 3 (Titulação e nome completo)
Instituição 3

Curitiba, 20 de Dezembro de 2015.


A ÉTICA NO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

THE ETHICS IN TAX PLANNING

Autor: Elmar Macedo Forim1


Orientador: Prof. Paulo Sergio Miguel 2

RESUMO

O Planejamento Tributário é de fundamental importância para o crescimento e


sobrevivência de uma Empresa. Num cenário econômico cada vez mais competitivo
e no complexo Sistema Tributário Brasileiro, muitas vezes o Gestor se depara com
questões Éticas na tomada de decisões, como decidir pela Elisão Fiscal ao invés da
Evasão Fiscal como método de redução da carga tributária. Este Artigo tem como
objetivo verificar de forma prática, qual a percepção dos Gestores sobre questões
Éticas no Planejamento Tributário. Para isto, foram realizadas entrevistas com os
Gestores de Empresas de Refrigeração da Região de Curitiba, a fim de coletar
relevantes informações acerca do nível de entendimento quanto à importância de
um Planejamento Tributário Ético bem como identificar de que forma a Ética pode
influenciar na tomada de decisões e na vida dos profissionais de Contabilidade.

Palavras-chave: Ética. Planejamento Tributário. Evasão Fiscal e Elisão Fiscal.

ABSTRACT

Tax Planning has a fundamental importance for the growth and survival of a
company. In a more and more competitive economical scenario and in the complex
Brazilian Tax System, many times Managers find themselves struggling against
Ethical issues in decision-making process, such as decide the tax avoidance instead
of Tax Evasion for tax load decrease. This article aims to verify in a practical way the
perception of managers on Ethical issues in Tax Planning. For this, interviews were
made with the managers of Refrigeration Companies in the Curitiba area, in order to
gather relevant data about what is understood regarding the importance of an Ethical
Tax Planning, as well as identify in which ways Ethics can influence the decisions
and lives of Accounting professionals.

Key-words: Etichs. Tributary Planning. Tax Evasion and Tax Avoidance.


_______________
1
Pós-Graduando do Curso de: Gestão Tributária pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
2
Mestre em Educação. Coordenador da especialização em Auditoria e Perícia da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná.
4

1 INTRODUÇÃO

O presente Artigo tem como objetivo analisar a percepção dos Gestores


sobre questões Éticas no Planejamento Tributário, procurando evidenciar de forma
pratica a importância do Planejamento Tributário como forma de desenvolvimento e
crescimento das Empresas. Em um mercado cada vez mais competitivo e exigente,
serão destacados quais a implicações e penalidades na margem da lei para
Planejamentos Tributários fraudulentos e até que ponto a Ética pode influenciar na
tomada de decisões.
A metodologia utilizada neste artigo foi buscar no referencial teórico, o que
dizem os outros autores sobre a Ética no Planejamento Tributário e quais as
referências e padrões Éticos utilizados no Brasil, com estes dados traçar um
paralelo com as informações obtidas através de entrevistas sobre questões Éticas
no Planejamento Tributário com os Gestores das médias e grandes Indústrias do
Setor de Refrigeração da Região Metropolitana de Curitiba.
A importância deste artigo está em apresentar de maneira simplificada e
objetiva a compreensão dos gestores sobre a Ética e qual a importância para a sua
vida profissional, contribuindo assim, para enriquecer o conhecimento sobre o tema,
servindo de base de reflexão e referência para os profissionais de contabilidade e
futuros planejadores tributários.
O Artigo está estruturado através de quatro seções: Introdução, Referencial
Teórico, Metodologia e Análise dos resultados.
O referencial teórico foi dividido em quatro tópicos que são: Planejamento
Tributário, A Ética no Planejamento Tributário, A Ética aplicada na Profissão e
Código de Ética Profissional e A Elisão e Evasão Fiscal na perspectiva da Ética e
suas penalidades.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Planejamento Tributário

O Planejamento Tributário é uma atividade preventiva que consiste em


analisar os atos e estudar todas as possibilidades jurídicas que possibilitem pagar
menos tributos, buscando sempre cumprir o que determina a Lei.
5

Através da Elisão Fiscal (Planejamento Tributário), procura-se encontrar e


aplicar alternativas legais, a fim de evitar a Evasão Fiscal (fraude / sonegação) que
é contra a lei e passível de punição e penalizações previstas.
É direito do cidadão gerenciar e planejar suas atividades com o objetivo de
reduzir ou evitar o pagamento indevido de tributos. Entendem os autores Fabretti,
Láudio e Fabretti, Dilene (2013), “Sua finalidade é obter a maior economia fiscal
possível, reduzindo a carga tributária para o valor realmente devido por lei” e
continua Fabretti, Láudio e Fabretti, Dilene (2013):

[...] É dever de todo administrador maximizar os lucros e minimizar as perdas. Por


essa razão, o planejamento tributário é um instrumento tão necessário de gestão de
negócios quanto qualquer outro planejamento, seja de marketing, de vendas, de
qualificação de pessoal, de comércio exterior etc.

O princípio fundamental de um Planejamento Tributário sustentável é que se


tenha um fundamento econômico por traz, que este não seja fraudulento, e que
esteja de acordo com a Lei e com a conduta moral e ética aceitável em uma
Empresa. Como afirma o autor Fabretti (2014), o Planejamento Tributário exige
acima de tudo bom senso dos gestores, conforme segue:

[...] A relação custo/benefício deve ser muito bem avaliada. Não há mágica em
planejamento tributário, apenas alternativas, cujas relações custo/benefício variam
muito em função dos valores envolvidos, da época, do local etc.

A tomada de decisões no Planejamento Tributário está diretamente ligada a


fazer ou não fazer, agir e não agir de acordo com a lei e os preceitos morais e de
conduta correta. Desta forma, o Gestor terá sempre um dilema Ético em relação a
suas ações no Planejamento Tributário.

2.2 A Ética no Planejamento Tributário

A Ética aplicada no Planejamento Tributário está ligada diretamente a uma


escolha de fazer a coisa certa de acordo com os preceitos legais e padrões Éticos
do indivíduo e da sociedade. Assim, a tomada de decisão de fazer o certo ou o
errado será sempre influenciada pelos valores, vivência, experiência e moral do
6

indivíduo, definindo desta forma o seu comportamento, segundo destaca o Autor


Ghillyer (2015):

[...] A ética está ligada à forma como enfrentamos o desafio de fazer a coisa certa
quando isso custa mais do que estamos dispostos a pagar. O campo da ética estuda
como tentamos viver nossas vidas de acordo com um padrão que define o que é
“certo” ou “errado” – tanto em como pensamos e nos comportamos em relação aos
outros quanto em como gostaríamos que eles pensassem em relação a nós. Para
alguns, é uma escolha consciente, seguir um conjunto de padrões morais ou
princípios Éticos que sirva como guia para sua conduta cotidiana. Outros, quando a
escolha não é tão clara, observam o comportamento alheio para determinar o que é
um padrão aceitável de comportamento certo ou errado, bom ou ruim. O modo como
estas pessoas chegam à definição do que é certo ou errado resulta de muitos fatores,
inclusive de como elas foram criadas, de sua religião e das tradições e crenças de
uma sociedade.

Fica claro a importância da Ética e sua total necessidade no meio


Empresarial, no contexto atual de concorrência e competividade e em uma
sociedade cada vez mais consciente no sentido de cobrar e exigir um
comportamento Ético dos Gestores, Terceiros e Fornecedores. Conforme enfoque
dado no artigo elaborado pelos autores: Cosenza e Chamovitz (2007), onde afirmam
que:

[...] A ética empresarial, termo mais restrito no seu sentido mais amplo, trata-se
especificamente, nos dias atuais, da relação das empresas públicas privadas ou
mistas (comportamento interativo) como todos os demais segmentos que então no
seu campo de ação: colaboradores, clientes, público, concorrentes, comunidade, etc.

E continua os autores: Cosenza e Chamovitz (2007), que:

[...] A ética empresarial é norteada por princípios jurídicos, de natureza legal, e por
princípios de boa convivência, de natureza social, em conformidade com os valores
da organização, que dizem respeito à responsabilidade individual de seus integrantes
e os valores sociais que dizem respeito à cultura social em que a empresa está
inserida.

Nestes aspectos a conduta Ética é de fundamental importância para o bom


andamento dos negócios e o cumprimento da lei, uma vez que no Planejamento
7

Tributário é necessário o Gestor decidir entre fazer o que é correto, de acordo com a
Lei e eticamente aceitável, ou ignorar estes princípios e correr riscos e possíveis
punições, além do julgo da comunidade e da própria organização.

2.3 A Ética aplicada na Profissão e o Código de Ética Profissional

Muito se tem falado sobre Ética empresarial e suas implicações no


comportamento dos gestores quando definem as diretrizes do Planejamento
Tributário. Segundo o autor Santos (2015), a principal referência no Brasil para uma
Gestão Ética Empresarial é o IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
que elaborou um Código das Melhores práticas de Governança Corporativa, onde
afirma que “toda a empresa que queira ter uma Gestão Ética deve implementar um
código de conduta”, onde um dos assuntos a serem abordados é o cumprimento da
leis e pagamento de tributos, sendo que a empresa deve ter uma política clara para
cada situação que possa configurar crime classificando-os em culpa ou dolo dos
agentes, gravidade do fato de acordo com o crime como sonegação de tributos e
manipulação de informações, e se o crime praticado coloca a empresa em risco ou
pode prejudicar a empresa, colaboradores ou terceiros.
No Brasil outro referencial é o CEPC – Código de Ética Profissional do
Contador, conforme escrevem os autores: Barbosa et al. (2015):

[...] Há diferentes entendimentos e interpretações quando se trata de agir eticamente,


por isso existem normas que norteiam esse comportamento, tanto no convívio
interpessoal como no mundo profissional, buscando um bem estar social. No caso da
Contabilidade, o profissional deve-se nortear segundo o Código de Ética Profissional
do Contabilista (CEPC), aprovado em 1970 pela Resolução do Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) nº 290, e posteriormente substituído pela Resolução nº 803 de
10 de outubro de 1996, alterada pela Resolução nº 1.307 (Brasil, 2010). O CEPC
tem o objetivo segundo caput Lisboa (2006, p6) de habilitar o “profissional a adotar
uma atitude pessoal, de acordo com os princípios éticos conhecidos e aceitos pela
sociedade”. O código de ética serve como um guia para a ação moral do profissional,
e este deve manter uma cordialidade com seus princípios individuais.

Também escrevem, a título de reforçar o conceito, os autores: Barbosa et al.


(2015):
8

[...] Agir licitamente é agir com ética, de forma a respeitar as normas reguladoras da
profissão. Nesse sentido, pode-se afirmar que tanto o profissional da área de
planejamento tributário como os das demais áreas do conhecimento contábil, tem a
necessidade de agir eticamente, em função da profissão, assim como esse agir é
essencial para as relações sociais Humanas.

2.4 A Elisão e Evasão Fiscal na perspectiva da Ética e suas penalidades.

Cabe ao profissional à decisão de agir ou não agir de acordo com a Ética e


seus princípios, porém é ponto crucial para o Planejamento Tributário, uma vez que
a escolha pode levar, a um ato licito que é a Elisão Fiscal, onde o Planejamento é
preventivo e feito antes da ocorrência do fato gerador, ou a um ato ilícito, no qual o
descumprimento da lei é passível de punição através da Evasão Fiscal.
O autor Martins (2014), contribui para o tema apresentando sua intepretação
sobre a diferença entre Elisão Fiscal e Evasão Fiscal. Para o autor, existe uma
imposição tributária por parte do Estado servindo para atender não só os interesses
da sociedade, mais dos seus próprios interesses, muitas vezes tornando a
tributação injusta, conforme segue no texto do autor:

[...] Por saber que sempre paga mais do que deveria pagar, a fim de prover aquilo
de que a comunidade necessita, através do Estado, e aquilo que os governantes
almejam com o único intuito de se manter no governo, independentemente dos
interesses comunitários, é que o indivíduo é levado ao cumprimento das obrigações
tributárias, em face de temor de uma sanção que lhe pode ser mais onerosa que o
próprio tributo.

Neste ponto pode ser verificado que o contribuinte somente cumpre a


determinação da lei, somente com medo de punição e não por agir de acordo com a
Moral e Ética.
Afirma o autor Martins (2014), que: a Elisão Fiscal está de acordo com a lei,
além de ser permitida, deve ser utilizada pelos gestores no Planejamento Tributário
e que a Evasão Fiscal, além de ilegal, pode representar infração administrativa,
implica em delito penal, escreve o autor:

[...] Entendo, pois que, na elisão, o afastamento da imposição tributária se faz pela
utilização de mecanismos legais, sendo incensurável a adoção dessa técnica de
9

planejamento tributário, o mesmo não acontecendo com a evasão, em que o


afastamento da imposição se obtém pela ruptura da norma legal.

Neste sentido, pode ocorrer também a interferência do Estado para atender


os seus interesses Os autores Sevegnani e Steffen (2014), afirmam:

[...] No Brasil, aparenta que os elevados níveis da corrupção são causados por um
modelo de estado mal estruturado, excessivamente burocrático, clientelista,
permeando de falhas de gestão e brechas legais que favorecem a pratica de
“favores” e ”jeitinhos”. Por isso, em certo sentido, a Evasão Fiscal e o desleixo dos
cidadãos consumidores em participar ativamente, mediante a prática de ações que
contribuam para o pagamento dos tributos, estão relacionados à forma como é gerida
a coisa pública.

Finaliza os autores Sevegnani e Steffen (2014):

[...] um fato incontroverso que se extrai desta análise é que, na prática, as classes
mais atingidas pelas práticas lesivas aos cofres públicos são as que dependem mais
intensamente das políticas públicas, especialmente em áreas como a da saúde,
saneamento básico e assistência social. Nestes casos, apesar de imperceptível ao
cidadão comum, a falta de recursos causada por desvios pode significar a diferença
entre viver ou morrer para muitas pessoas. Esta constatação demonstra que a
corrupção e a evasão fiscal produzem efeitos tão deletérios que afrontam a dignidade
da pessoa humana.

O Planejamento Tributário é um instrumento tão necessário na gestão de


negócios quanto qualquer outro planejamento de acordo com os autores Fabretti,
Láudio e Fabretti, Dilene (2013). Neste sentido, concorda também o autor Souza
(2008), ao afirmar que: “Torna-se possível visualizar que o Planejamento Tributário,
respaldado pelo instituto da elisão fiscal, comporta todos os requisitos de
configuração aos preceitos éticos dentro do sistema jurídico”, destacando um ponto
importante que deve ser analisado, conforme escreve:

[...] Abre-se, neste sentido, outra questão de natureza material que encontra-se
barreira no conceito de Ética (ou na sua pragmática); a utilização da prescrição
tributária como elemento de extinção do crédito tributário. Assim determina o art. 156.
V c / c 150, £ 4º do CTN.
10

Portanto, é correto afirmar que a má gestão do dinheiro Público e a execução


de Planejamentos Tributários fraudulentos, através da Evasão Fiscal com práticas
de sonegação fiscal, fraude e simulação pelos gestores nas empresas do setor
privado, além de passiveis de punição, são antiéticas e socialmente inaceitáveis,
pois impactam negativamente na sociedade como um todo.
O proposito deste Artigo é identificar a percepção dos Gestores sobre
questões Éticas no Planejamento Tributário, e revisar a legislação vigente, através
da metodologia apresentado na próxima seção.

3 METODOLOGIA

O desenvolvimento do artigo foi dividido em três partes distintas. A primeira


parte foi à elaboração do referencial teórico, a segunda parte foi à coleta de dados
através de entrevista com os gestores nas médias e grandes Indústrias do Setor de
Refrigeração da Região Metropolitana de Curitiba, que serviu como fonte de dados
para a terceira parte, que foi análise dos resultados obtidos nas Entrevistas.
O referencial teórico através da pesquisa bibliográfica foi o ponto de partida e
utilizado para confrontar com os resultados obtidos nas entrevistas. Vejamos a
afirmação dos autores Boni e Quaresma:

[...] Mas o ponto de partida de uma investigação cientifica deve basear-se em um


levantamento de dados. Para esse levantamento é necessário, num primeiro
momento, que se faça uma pesquisa bibliográfica. Num segundo momento, o
pesquisador deve realizar uma observação dos fatos ou fenômenos para que ele
obtenha maiores informações e num terceiro momento, o pesquisador deve fazer
contatos com pessoas que possam fornecer dados ou sugerir possíveis fontes de
informações úteis.

O objetivo do método de coleta de dados através de entrevista é buscar a


opinião dos Gestores sobre Questões Éticas no Planejamento Tributário, por este
motivo optou-se para responder a problematização do estudo proposto no artigo
através de uma Pesquisa exploratória, afirmam os autores: Santos, Kienen e
Castiñeira (2015):
11

[...] Pesquisa exploratória: É o procedimento que proporciona mais informações


sobre a temática da pesquisa. Por focar-se principalmente na revisão de literatura, na
observação sistemática do sujeito de estudo ou no aprimoramento de ideias, é
muitas vezes associada à pesquisa bibliográfica. Mas a pesquisa exploratória pode
também ser executada em laboratório ou em campo, de forma experimental ou
observacional.

Colaboram com o tema os autores: Kauark, Manhães e Medeiros (2010),


onde afirmam:

[...] Pesquisa Exploratória: objetiva a maior familiaridade com o problema, tornando-o


explícito, ou à construção de hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico;
entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema
pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral,
as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de caso.

Para garantir a melhor aplicação da técnica de entrevista para a coleta de


dados, foi feito uma revisão bibliográfica, conforme orientam os autores Kauark,
Manhães e Medeiros (2010), onde estes referenciam o atingimento do sucesso de
uma entrevista e o cumprimento do objetivo desta somente via um bom plano de
execução.
Também para os autores Kauark, Manhães e Medeiros (2010), de acordo
com o objetivo que pode ser de coleta de informações, levantamento de dados e
opiniões dos entrevistados sobre o assunto ou tema, a entrevista pode ser direta ou
presencial, onde o entrevistador e o entrevistado estão frente a frente, o
entrevistador indaga e o entrevistado responde, ou indireta onde o entrevistador
utiliza recursos remotos para obter respostas às perguntas, como por exemplo,
através de telefone, internet, Skype, etc. Já as de coleta de informações devem ser
altamente estruturadas, devendo seguir um roteiro de investigação de preferência
com itens e questões fechadas com múltiplas escolhas.
Para o sucesso na obtenção das respostas aos problemas propostos a
entrevista deve ser muito bem planejada e estruturada. Segundo o autor Gil (2011),
a entrevista é o método mais flexível de coleta de dados e conforme o objetivo pode
ser dividida em vários níveis de estruturação como: entrevista informal, focalizada,
12

por pautas, estruturada. A entrevista informal é menos estruturada e se distingue da


simples conversação porque tem como objetivo a coleta de dados a resposta da
problematização da pesquisa, e é recomendada para oferecer visão aproximada do
problema pesquisado. Já a pesquisa focalizada é tão livre quando a informal, porém
enfoca em um tema especifico. Este tipo de entrevista é bastante utilizado em
situações como o objetivo de explorar a fundo alguma experiência vivida pelo
entrevistado. A entrevista por pautas apresenta certo grau de estruturação, o
entrevistador faz poucas perguntas diretas e deixa o entrevistado falar livremente à
medida que se refere às pautas assinaladas. A preferência por um desenvolvimento
mais flexível pode ser determinada pelas atitudes culturais do entrevistado ou pela
própria natureza do tema investigado, já a entrevista estruturada parte de uma
relação fixa de perguntas em ordem de execução e permite o tratamento quantitativo
dos dados. Quando a entrevista é totalmente estruturada com alternativas de
resposta previamente estabelecidas, aproxima-se do que chamamos de
questionário.
Segundo os autores: Santos, Kienen e Castiñeira (2015), os procedimentos
para a realização de uma entrevista são: obter consentimento prévio do
entrevistado, pontualidade, perguntas concisas, ficar atento às emoções do
entrevistado e registro preciso da entrevista, também segundo os autores: Santos,
Kienen e Castiñeira (2015), as habilidades inerentes ao entrevistador são
conhecimento do objetivo, capacidade de síntese e improviso, clareza na formulação
das perguntas, empatia, autocontrole entre outras, e as suas principais vantagens
em relação a outros métodos é a aplicação interativa, comprovação imediata, e pode
ser complementada com outras técnicas de coleta de dados.
Em relação às desvantagens do método de entrevista, o autor Gil (2011),
descreve como a falta de motivação do entrevistado em responder as perguntas, a
inadequada compreensão do significado das perguntas, o fornecimento de respostas
falsas, inabilidade ou incapacidade do entrevistado em responder adequadamente, a
influência das opiniões pessoais do entrevistador sobre as respostas do
entrevistado.
Com base nas informações acima a coleta de dados foi realizada através de
uma entrevista focalizada, com os gestores nas médias e grandes Indústrias do
Setor de Refrigeração da Região Metropolitana de Curitiba: Ingersoll-Rand Ind.
Com. e Serv. Ar Cond. Ar Compr. e Refr. Ltda, Eletrofrio Refrigeração Ltda e
13

Electrolux do Brasil S/A, através de perguntas direcionadas e com base nas


respostas foi realizada revisão bibliográfica nas penalizações previstas na legislação
vigente bem como no CEPC – Código de Ética Profissional do Contador, buscando
encontrar uma analogia entre as formas de agir do Planejamento Tributário como
Elisão Fiscal e Evasão fiscal com as experiências dos Gestores e as
responsabilidades e penalidades previstas na Lei.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Analisando as respostas, e o comportamento dos gestores sobre sua


percepção do papel da Ética no Planejamento Tributário o presente Artigo constatou
nas Empresas pesquisadas que as possíveis penalidades previstas na legislação
para Planejamentos Tributários fraudulentos, têm pouca ou nenhuma influência na
tomada de decisões, isto se deve principalmente à falta de fiscalização e a
aplicabilidade da Lei, afirma em entrevista o Gerente Tributário da Ingersoll-Rand
Ind. Com. e Serv. Ar Cond. Ar Compr. e Refr. Ltda, Emerson Lima, que “O Estado
não tem uma ação Fiscalizatória satisfatória, e cabe a Empresa garantir o respeito
às normas e leis”, para o Gerente de Planejamento Tributário da Electrolux do Brasil
S/A, Paulo Sergio Bassi, afirma em entrevista que: “A legislação é falha e de difícil
aplicação. A empresa acaba sendo punida, mais dificilmente ouve-se falar de uma
punição direta do responsável de fato. Sendo o próprio gestor responsável de
garantir a conduta lícita e moral”, complementa o Gerente Contábil da Eletrofrio
Refrigeração Ltda, Gilberto Paulo Faryniak, que “A punição existe, mais não serve
como meu parâmetro na tomada de decisões, devo sempre levar em consideração
de como vai ficar a minha imagem se colocar a Empresa e minha moral em dúvida”.
Os entrevistados ao serem indagados sobre o que pode levar um Gestor a
cometer um ato ilícito e decidir agir de forma antiética no Planejamento Tributário, foi
verificado que muitas vezes não é a intenção do Gestor cometer um ato ilícito,
porém isto pode ocorrer por falta de conhecimento do real propósito do legislador na
criação das leis ou até mesmo da própria complexidade da legislação e que isto
ocorre principalmente nas pequenas e média empresas devido ao alto custo de
manter uma estrutura de conformidade (compliance) e de manter-se atualizado
devido a constantes mudanças na legislação, afirma em entrevista o Gerente de
Planejamento Tributário da Electrolux do Brasil S/A, Paulo Sergio Bassi: “As leis são
14

falhas e devem ser analisadas antes de se tomar uma decisão, isto causa uma
insegurança jurídica em um alto custo no sentido de precisar manter uma grande
estrutura para analisar ou até mesmo recorrer a consultorias pagas para não
cometer erros de interpretação que podem levar até mesmo a empresa a pagar
indevidamente mais impostos que o necessário, bem como deixar de paga-los”, já o
Gerente Tributário da Ingersoll-Rand Ind. Com. e Serv. Ar Cond. Ar Compr. e Refr.
Ltda, Emerson Lima afirma que “Eu acredito que as empresas não agem ilicitamente
porque querem, mais sim por falta de recursos e conhecimento, e que isto ocorre
principalmente nas pequenas empresas que nem sequer podem ter uma consultoria
especializada em Planejamento Tributário”, complementa a informação o Gerente
Contábil da Eletrofrio Refrigeração Ltda, Gilberto Paulo Faryniak, que “A mudança
constante na legislação pode levar a cometer erros, devido a sua complexidade e
dificuldade de interpretação”.
Todas as empresas pesquisadas possuem um Código de Conduta Ética e
constantes auditorias internas e externas, neste aspecto fica evidenciado que
embora todos os Gestores pesquisados, tenham conhecimento do Conselho Federal
de Contabilidade e o Conselho Regional de Contabilidade, acreditam que a falta de
fiscalização, torna de pouca efetividade e aplicação o CEPC-Código de Ética
Profissional do Contador, afirma em entrevista o Gerente de Planejamento Tributário
da Electrolux do Brasil S/A, Paulo Sergio Bassi, que: “Cabe à empresa manter uma
estrutura de Compilance e que embora esta estrutura seja muito cara é necessária
para garantir o cumprimento do Código de Conduta e o comportamento Ético, eu
utilizo com auxilio estudos feitos pelo o IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário”, para o Gerente Tributário da Ingersoll-Rand Ind. Com. e Serv. Ar Cond.
Ar Compr. e Refr. Ltda, Emerson Lima, afirma que: “Dificilmente ou quase não se
ouve falar no Brasil de um Contador que tenha o seu CRC suspenso ou caçado por
suspeita de fraude ou atos ilícitos”, também cita que o IBPT – Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário com fonte de ajuda e ressalta que: ”É importante cada um
na sociedade fazer a sua parte para garantir a integridade Moral e Ética”, já o
Gerente Contábil da Eletrofrio Refrigeração Ltda, Gilberto Paulo Faryniak, afirma
que: “É necessário que o CRC – Conselho Regional de Contabilidade tenha uma
atuação maior, no sentido de fiscalizar e garantir uma conduta Ética Profissional” e
que: “Mantemos parcerias com escritórios especializados para garantir que
tenhamos em mãos sempre informações corretas para a tomada de decisões”.
15

Todos os entrevistados afirmaram de forma categórica que acreditam que não


é possível executar um Planejamento Tributário sustentável sem um comportamento
lícito e Ético aceitável, afirma em entrevista o Gerente Tributário da Ingersoll-Rand
Ind. Com. e Serv. Ar Cond. Ar Compr. e Refr. Ltda, Emerson Lima que: “Não basta
ser honesto tem que parecer honesto e agir eticamente sem levantar suspeitas” e
que: “A Contabilidade registra atos e fatos, não pode criar e melhorar resultados,
muito menos alterá-los artificialmente”, já o Gerente de Planejamento Tributário da
Electrolux do Brasil S/A, Paulo Sergio Bassi, afirma que: “A Ética é essencial para a
função, não tem como planejar sem Ética”, o Gerente Contábil da Eletrofrio
Refrigeração Ltda, Gilberto Paulo Faryniak diz que: “Me considero um crítico
centrado nas questões Éticas, não tem como assinar uma informação que vai contra
meus princípios e que pode me colocar em um risco moral” e que: “Não tem como
validar uma informação que possa colocar a Empresa e a minha moral em dúvida”.
Portanto com base na análise das informações coletadas através das
Entrevistas com os Gestores das Indústrias de Refrigeração da Região
Metropolitana de Curitiba: Ingersoll-Rand Ind. Com. e Serv. Ar Cond. Ar Compr. e
Refr. Ltda, Eletrofrio Refrigeração Ltda e Electrolux do Brasil S/A o presente Artigo
pode afirmar que a Ética é de Fundamental importância no Planejamento Tributário,
e na vida dos profissionais de Contabilidade e deve ser feito dentro da lei, através da
Elisão Fiscal.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos através da pesquisa realizada demonstram que, para


os Gestores das médias e grandes Indústrias do Setor de Refrigeração da Região
Metropolitana de Curitiba, a Ética no Planejamento Tributário é de fundamental
importância. Agir de forma lícita e Ética, respeitando as normas que regulam a
profissão do Contabilista no Código de Ética Profissional do Contador (CEPC) e
também como afirma a IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa no
seu Código das Melhores práticas de Governança Corporativa é a principal
ferramenta de controle e fiscalização para garantir a conduta Ética no Planejamento
Tributário é o Código de Conduta interno. Através de uma política clara que permita
atribuir responsabilidades, deveres e possíveis punições, é possível garantir uma
16

conduta integra e Ética dos profissionais de Contabilidade no Planejamento


Tributário.
Neste sentido, analisando a Legislação vigente e a percepção dos Gestores
sobre questões Éticas na tomada de decisões nas empresas pesquisadas, apesar
de representar uma pequena amostra de estudo, contudo levando em consideração
a importância da Ética em todas as áreas de uma empresa independente do porte e
ramo de atividade, o presente artigo demonstra que, somente é possível planejar de
forma lícita, respeitando os padrões Éticos dos Órgãos Reguladores bem como
respeitando as políticas Internas através do código de conduta e a Legislação
vigente. A única forma de obter um Planejamento Tributário lícito é através da Elisão
Fiscal, fazendo uso do estudo jurídico-econômico como uma atividade preventiva a
fim de realizar importantes análises quanto à redução da carga fiscal e tributária
dentro dos limites permitidos antes de ocorrer o fato gerador e assim cumprir com
que determina a lei.
Quando mencionada a conduta moral e Ética aceitável ficou claro que na
maioria das vezes não há a intenção do Gestor em cometer um ato ilícito, mais que
muitas vezes este é levado a agir de maneira incorreta por falta de conhecimento da
legislação, interpretação ou mesmo falhas nas próprias leis, as quais deixam
brechas para interpretações dúbias muitas vezes. Entende-se que a falta do
cumprimento da Lei está em sua maioria concentrada em pequenas e médias
empresas devido ao alto custo e necessidade de constantes atualizações.
A garantia de estar sempre em cumprimento com a lei exige por parte das
companhias a contratação de empresas de consultorias fiscais (Tax Opinion), bem
como grande time interno fiscal (Compliance). A falta destes recursos impacta na
insegurança jurídica e na dificuldade de se planejar com eficiência ou simplesmente
em não se ter desenhado qualquer Planejamento Tributário.
Este artigo complementa os estudos já feitos sobre o tema, contribuindo para
um melhor entendimento da necessidade de um Planejamento Tributário Ético,
como uma das principais maneiras das Empresas se desenvolverem e conquistarem
o mercado de forma lícita e sustentável, e de forma prática apresentando a
percepção dos Gestores sobre questões Éticas na tomada de decisões.
A sugestão para pesquisas futuras é de ampliar o numero de entrevistas
realizadas e focar em empresas de outros segmentos e portes, onde as percepções
dos gestores podem ser mais diferenciadas, contribuindo para enriquecendo do
17

tema e uma melhor compreensão da Importância do comportamento Ético no


Planejamento Tributário e na vida dos profissionais de Contabilidade.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, RAYANE SILVA, ARÁUJO, TAMIRES SOUZA, ANDRADE, MARIA


ELIZABETH MOREIRA CARVALHO, AVILA, LUCIMAR ANTÔNIO CABRAL DE,
Artigo Cientifico: As Implicações do não agir ético no Planejamento Tributário,
disponível em: www.fucamp.edu.br/editora/ index.php/ragc/article/download/394/303,
acesso em 06/01/2015.

BONI, VALDETE e QUARESMA, SÍLVIA JUREMA, Artigo Cientifico: Aprendendo


a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais, Revista Eletrônica dos
Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC, Vol. 2, Janeiro-junho/2005, p. 68-
80, disponível em: http://www.unisc.br/portal/upload/com_arquivo/aprendendo_a_en
trevistar_como_fazer_entrevistas_em_ciencias_sociais.pdf, Acesso em: 01/11/2015.

COSENZA, ORLANDO NUNES e CHAMOVITZ, ILAN, Artigo Cientifico: Ética, ética


empresarial e responsabilidade social: reflexões e recomendações, Foz do
Iguaçu, 2007, pg.1, disponível em:
http://www.joaomattar.com/%C3%89TICA,%20%C3%89TICA%20EMPRESARIAL%
20E%20RESPONSABILIDADE%20SOCIAL%20REFLEXOES%20E%20RECOMEN
DACOES.pdf, Acesso em 05/01/2015.

FABRETTI, LÁUDIO CAMARGO, Contabilidade Tributária, 14ª Edição, São Paulo,


Editora Atlas S.A, 2014, p.08 e 09;

FABRETTI, LÁUDIO CAMARGO e FABRETTI, DILENE RAMOS, Direito Tributário


para Cursos de Administração e Ciências Contábeis, 9ª Edição, São Paulo,
Editora Atlas S.A, 2013, p.129 e 130;

GHILLYER, ANDREW W., Ética nos negócios, tradução: Cristiane de Brito Andrei,
4ª Edição, Porto Alegre. Editora: AMGH Editora Ltda, 2015, p. 3 e 4;
18

GIL, ANTONIO CARLOS, Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, Sexta Edição,


Editora Atlas S.A, São Paulo, 2011, p. 109 a 113.

KAUARK, FABIANA DA SILVA, MANHÂES, FERNANDA CASTRO E MEDEIROS,


CARLOS HENRIQUE, Metodologia Da Pesquisa: Um Guia Prático, Editora Via
Literarum, Itabuna, 2010, p. 28, 64 e 65, disponível em:
http://www.pgcl.uenf.br/2013/download/livrodemetodologiadapesquisa2010.pdf,
Acesso em: 02/08/2015.

LISBOA, L.P (Coord.), Ética Geral e o Profissional em Contabilidade, 2ª Edição,


São Paulo, Editora Atlas S.A, 2006, p. 174.

MARTINS, IVES GANDRA DA SILVA, Artigo Cientifico: Elisão e Evasão Fiscal,


Revista Dialética de Direito Tributário (RDDT) , São Paulo, Nº 225, Editora
Oliveira Rocha – Comércio e Serviços Ltda, Julho de 2014, p. 102 a 112.

SANTOS, FERNANDO DE ALMEIDA, Ética Empresarial, São Paulo, Editora Atlas


S.A, 2015, p.26-27.

SANTOS, PEDRO ANTÔNIO DOS, KENEN, NÁDIA E CASTIÑEIRA, MARIA INÊS,


Metodologia da Pesquisa Social, Editora Atlas S/A, São Paulo, 2015, p. 99, 111 e
112.

SEVEGNANI, JOACIR e STEFFEN, PABLO FRANCIANO, Artigo Cientifico:


Corrupção e Evasão Fiscal no Brasil: Duas Práticas de Efeitos Idênticos,
Revista Bonijuris, São Paulo, nº 603, Fevereiro de 2014; p.28 a 32.

SOUZA, ANDRÉ PEIXOTO DE, Artigo Cientifico: Ética no Planejamento


Tributário: Elisão Fiscal versus Evasão Fiscal, encarte da Revista Átomo nº 2 –
SINQFAR, postado em 05.08.2008.

Você também pode gostar