O documento discute o direito de vizinhança no Código Civil brasileiro, que regula conflitos entre propriedades vizinhas. Aborda temas como interferências prejudiciais, árvores limítrofes, passagem forçada, cabos e tubulações, águas pluviais e artificiais. O objetivo é estabelecer regras para compor relações entre proprietários e evitar prejuízos, preservando o interesse coletivo.
O documento discute o direito de vizinhança no Código Civil brasileiro, que regula conflitos entre propriedades vizinhas. Aborda temas como interferências prejudiciais, árvores limítrofes, passagem forçada, cabos e tubulações, águas pluviais e artificiais. O objetivo é estabelecer regras para compor relações entre proprietários e evitar prejuízos, preservando o interesse coletivo.
O documento discute o direito de vizinhança no Código Civil brasileiro, que regula conflitos entre propriedades vizinhas. Aborda temas como interferências prejudiciais, árvores limítrofes, passagem forçada, cabos e tubulações, águas pluviais e artificiais. O objetivo é estabelecer regras para compor relações entre proprietários e evitar prejuízos, preservando o interesse coletivo.
Será que há harmonia entre os vizinhos? Introdução • O direito de vizinhança é o ramo do direito civil que se ocupa dos conflitos de interesses causados pelas recíprocas interferências entre propriedades imóveis próximas. • Não há necessidade, como se sabe, de serem as propriedades imóveis contíguas; basta serem próximas para que possa ter lugar a interferência, que será, então, coibida pelas normas protetoras dos direitos de vizinhança. • Portanto, trata-se de normas que tendem a compor, a satisfazer os conflitos entre propriedades opostas com o objetivo de tentar definir regras básicas da situação de vizinhança. • Busca-se, a satisfação de interesses de proprietários opostos. • Sob o fundamento do interesse coletivo ou público, existem basicamente três tipos de restrições aos direito de propriedade: constitucionais, administrativos e aquelas fundadas no direito de vizinhança. • Em sentido jurídico, a vizinhança distingue-se pela proximidade, pela confrontação, ou pela pouca distância em que se encontrem as coisas fixada pela contiguidade, defrontação ou confinância. • Do uso normal da propriedade é um direito previsto no art. 1277,CC. • Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. • Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. • Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal. • Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis. • Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente. • Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual. Características do Direito de Vizinhança • São características dos direitos devizinhança, em primeiro lugar, regular situações entre proprietários, estabelecendo nesse sentido, limitações, restrições ao uso da propriedade, ou seja, trata se aqui de deveres criados pela lei.
• Outra característica do direito de vizinhança é que não
se busca criar vantagens para os proprietários, para qualquer prédio, ao contrário, visa-se tão- somente a evitar prejuízos.
• Mais uma característica do direito de vizinhança: procura-
se, mediante normas que compõem as relações de vizinhança é coibir as interferências indevidas nos imóveis vizinhos. Àrvores Limítrofes (artigo 1282 a 1284, CC) • As raízes e os ramos das árvores semeadas ou plantadas, e ainda que nasçam espontaneamente que ultrapassam a extrema do prédio poderão ser cortadas até o plano vertical divisório pelo proprietário do terreno invadido. Porém, as postadas na linha divisória pertencem em comum aos proprietários dos prédios contíguos e desse princípio decorrem as seguintes consequências: • a) cortadas ou arrancadas, devem ser elas repartidas entre os proprietários confinantes; • b) igualmente se partilham os frutos pela metade, quer também naturalmente, quer sejam colhidos e • c) também são comuns os dispêndios com o corte da árvore. • Em resumo: se o tronco da árvore se encontra na linha divisória a árvore será comum. E se encontra num dos imóveis, exclusivamente, pertencerá ao proprietário respectivo, mesmo que as raízes penetrem na propriedade contígua. • Art. 1.282, CC. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes.
• Art. 1.283,CC. As raízes e os ramos de árvore, que
ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.
• Art. 1.284,CC. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho
pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. • Passagem Forçada (artigo 1285 – CC) • Denominada de servidão de trânsito ou itinerária é a que autoriza a passagem do proprietário, vizinho por atravessadouros, passagens, caminhos ou estradas particulares existentes em propriedade particular, seja a pé, viaturas ou animais. • A servidão de passagem institui-se por convenção ou resulta de imposição legal. Pela lei, a servidão que se institui é assegurado ao dono do prédio dominante o direito de passagem em virtude de encontrar-se o mesmo encravado sem saída para a via pública, fonte ou porto. • Por outro lado, os donos dos prédios servientes tem o direito à indenização que se mostre justa e compensativa pela concessão. • Art. 1.285, CC. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. • § 1 o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem. • § 2 o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem. • § 3 o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra. • Haverá a servidão de passagem coativa sempre que da servidão necessitar o dominante para obter uma saída/entrada para a sua propriedade. Por isso não se poderia impor nem exigir servidão sobre passagem existente quando esta não o conduza até a via pública. Passagem da Cabos e Tubulações (artigo 1286, CC) • Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização do imóvel serviente da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos dos serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. • Art. 1.286, CC. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. • Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro local do imóvel. • Art. 1.287, CC. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança. Das Águas (Artigo 1288, CC) • Tratadas pelo Código de Águas (Decreto nº 24.643/34). A matéria tratada no Código Civil diz respeito exclusivamente às questões relativas ao direito de vizinhança. • Art. 1288 do CC: O proprietário ou possuidor do prédio inferior em topografia é obrigado a receber e escoar as águas pluviais, nascentes ou correntes que escorram do superior, sem qualquer indenização. • O morador do prédio inferior não pode realizar obras que impeçam ou restrinjam o fluxo normal do escoamento das águas, mas pode realizar obras que aliviem seu terreno de danos causados pelo escoamento. • O morador do prédio inferior pode exigir a realização de obras no prédio superior, para reduzir o impacto da passagem das águas. O proprietário do prédio superior pode realizar drenos, sulcos etc para escoamento das águas, mas não pode proceder de modo a agravar a primitiva condição do prédio inferior, ou seja, não pode fazer obras que aniquilem a funcionalidade do inferior. Art. 1288,CC. • Art. 1.288, CC. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior. • Qualquer atuação humana que resulte em curso de águas ao prédio superior (cultura de arroz, uso de máquinas, bombas, cisternas etc) dá direito ao morador inferior de exigir que elas sejam desviadas, ou, caso as aceite, receba indenização pelos prejuízos e desvalorização do imóvel. O dono do prédio inferior não é obrigado a suportar o fluxo de água do prédio superior que para ali não tenha ido por força da natureza. • Art. 1.289, CC. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, ou aí colhidas, correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer. • Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do benefício obtido. Limites entre prédios e direito de tapagem: (artigo 1297, CC) • Segundo o art. 1297,CC, todo proprietário tem direito de tapagem, que consiste na faculdade de cercar, murar ou tapar (colocar tapume, vedação) o seu prédio. • Todo proprietário tem a faculdade de obrigar seu confinante a proceder com ele à demarcação entre dois prédios, estabelecendo por onde deve passar a linha divisória: ação demarcatória (art. 569, I CPC). Cabível quando entre os prédios não há nem nunca houve a fixação da linha demarcatória; ou quando as partes definiram o traçado da linha, e um deles removeu ou alterou; ou no caso dos marcos terem sido destruídos, desapareceram ou se tornaram confusos. Neste caso, trata- se de ação para aviventação de marcos divisórios. • Art. 1.297, CC. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. • § 1 o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação. • § 2 o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre proprietários. • § 3 o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas. Direito de Construir (artigo 1299 e segtes, CC) • O proprietário tem o direito de construir em seu imóvel, respeitados os direitos de vizinhança e as regras administrativas que determinam exigências técnicas, sanitárias e estéticas. Art. 1299, CC. • Bens jurídicos protegidos: saúde, sossego, segurança (privacidade). • Logo, tanto a administração quanto particulares podem embargar obras e construções: • se a obra invade área do particular; • se o prédio despeja água sobre seu terreno; • para impedir que na edificação urbana levantada se abra janela, terraço ou varanda a menos de 1.5 metro da linha divisória (art. 1.301) em terrenos urbanos; • Art. 1.299, CC. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos. • Art.1.301,CC. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho. • § 1 o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centímetros. • § 2 o As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou ventilação, não maiores de dez centímetros de largura sobre vinte de comprimento e construídas a mais de dois metros de altura de cada piso.